Arcanist - O Projeto escrita por UllienSama


Capítulo 42
Capítulo 42 - Submundo




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(Yuudai): Eu não enxergo nada...

Yuudai se vê mergulhado em um infinito negro.

(Yuudai): Eu estou morto? Entendo... Não há nada aqui...

Ele continua afundando no infinito. Sua consciência vai cessando.

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Yuudai se sente quase sem sua própria consciência. A única coisa que consegue sentir é que está caindo. Caindo no infinito de sua própria mente.

Sua consciência cessa.

–-----

Yuudai começa a abrir os olhos devagar. Sua consciência se restaura. Ele começa a sentir seu corpo e enxerga ao seu redor.

Ele se vê deitado em um chão de pedra. Está em um cômodo quadrado, aberto, como a parte superior de uma torre de um castelo medieval. Algumas pedras estão posicionadas nas beiradas, como se fosse realmente um castelo de pedra.

Yuudai não vê mais nada ao redor. Deduz que é a torre mais alta de seja lá onde esteja. Ele mal consegue mexer o corpo. Olha para o céu. Um céu sombrio, avermelhado. Um sol fraco de luz avermelhada ilumina o ambiente. Pela posição da estrela, ele deduz que seria cerca de quatro horas da tarde.

Ele começa a mover o corpo novamente.

Está agora sentado, no centro do lugar. Embaixo dele, está desenhado um pentagrama com uma tinta negra. Três velas estão posicionadas entre as pontas da estrela, alternadamente.

(Yuudai): Mas que merda é essa... Ouch, meu corpo inteiro dói...

(Fenrir): Vejo que chegou em segurança.

Um grande lobo sobe as escadarias situadas em um canto da torre.

(Yuudai): Fenrir! Nossa, nunca pensei que veria algo conhecido nesse lugar que eu acordei... por um minuto, achei que tinha morrido. Aliás, onde estamos?

(Fenrir): Tecnicamente, você está morto. Yuudai, este é o Submundo, Helgard.

(Yuudai): QUE? Como assim? Eu morri?

(Voz): Como Fenrir disse, tecnicamente. Sim e não.

Outra pessoa sobe as escadas. Tem a aparência muito velha, uma longa barba branca e longos cabelos brancos. Veste um grande manto antigo de cor enegrecida. Traz um pequeno cajado de madeira na mão direita, que usa como bengala.

(Yuudai): Meu deus do céu, é Gandalf o Cinzento.

Um item chamou a atenção de Yuudai. O homem calçava um par de luvas acinzentadas, de um tom nada natural. Eram praticamente prateadas. Uma segurava a bengala, e a outra parava atrás das costas.

(Yuudai): Isso é...

(Velho): Boas-vindas, meu sucessor. Meu nome é Siegmund, o grande Mago Ancião.

(Yuudai): ... VOCÊ É O QUE?

(Fenrir): Ele é o mago ancião, Yuudai. Um pouco mais de respeito, por favor.

(Yuudai): Mas... você morreu há milênios, não? Nossa, agora eu realmente acredito que estou morto.

(Siegmund): É um prazer de minha parte também, obrigado.

(Yuudai): Ahn... Fenrir-san... como ele fala a minha língua, exatamente?

(Siegmund): É uma das magias que desenvolvi, Sabedoria Labial. Cria um campo no qual eu compreendo o que você fala na minha língua e você me compreende em uma linguagem que entende.

(Yuudai): Que estranho... Então, essas luvas realmente são a minha Form original?

(Siegmund): Sim, essas são as Luvas do Rei originais. Como pode ver, têm uma cor prateada, a fusão da Luz e das Trevas.

(Yuudai): Entendo... afinal, eu morri ou não? Eu não estou entendendo direito...

(Fenrir): Na teoria, você morreu para a magia de Takashi. Na prática, você foi transportado para o submundo e seu corpo foi restaurado por uma magia proibida através dos fragmentos da sua alma. Então, agora, você está vivo.

(Yuudai): Ah... isso é bom... Mas, senhor Siegmund, o senhor não está... morto?

(Siegmund): Sim, realmente. Imaginei que você fosse capaz de perceber. Agora, eu sou apenas a alma daquele que já caminhou pela Terra. Mas eu resido aqui, neste templo isolado no submundo, para observar o fluxo do tempo.

Yuudai finalmente consegue se levantar e olha em volta. O que ele imaginou ser um castelo na verdade era mais parecido com um templo Maia. À sua direita, uma longa escadaria ligava uma entrada ao chão. O resto era similar às pirâmides do mundo real.

Em volta desse templo, não havia nada. Até onde os olhos alcançavam, tudo que se via era um chão de rochas. Não havia sequer plantas para dar vida àquele lugar. Havia um raio de, no mínimo, centenas de quilômetros de um nada absoluto.

(Yuudai): Isolado no sentido mais literal possível... Então, como eu posso voltar?

(Siegmund): No momento, você não pode retornar ao mundo de cima.

(Yuudai): Uh? Porque?

(Siegmund): Yuudai, a balança desse mundo está perturbada. O fluxo do tempo está entortando, pouco a pouco. Eu já não consigo mais prever os atos das pessoas no mundo superior. Até onde tenho conhecimento, um grupo de pessoas estão tentando levar meu Pai, que você conhece por Rei Negro, de volta à Terra. Isso implica muitas coisas no equilíbrio dos mundos.

(Yuudai): Certo, e o que isso tem a ver com o meu retorno ao mundo?

(Siegmund): Seu dever no destino, como meu sucessor na era em que a balança está alterada, é impedir tais pessoas de cometerem esse ato. Se conseguirem, será o fim do mundo. A magia que você adquiriu, na verdade, é extremamente primitiva.

(Yuudai): Primitiva?

(Siegmund): Sim. É o primeiro estágio de "evolução" da sua magia arcana. Uma magia não controlada, que não tem harmonia com a própria natureza. Antes de retornar, para conseguir passar pelo portal, você precisa evoluir sua magia.

(Yuudai): Entendo... Ao que me parece, isso significa ficar mais forte, certo? Certamente vou precisar disso para quando... ficar frente a frente com meu pai mais uma vez.

(Siegmund): Yuudai, venha comigo.

O velho desce as escadas. Fenrir faz um olhar para Yuudai seguir e vai logo atrás. Yuudai obedece.

Depois de vários lances de escadas em uma espiral quadrada, Yuudai e seus anfitriões chegam em uma sala iluminada por tochas. Em seu centro, há uma grande mesa de pedra.

Siegmund bate com a bengala no chão e estica a mão esquerda. Yuudai pode ver claramente a runa idêntica à de sua Form, de cor azulada, no mesmo lugar.

De sua mão esquerda, um círculo mágico é formado. Diferente do de Yuudai, esse não tem o negro das trevas, mas uma cor azulada. O centro é como o de Yuudai, mas tem uma diferença. Em seu perímetro, há outra faixa de magia. Nessa faixa, estão cravadas várias marcas de runas, que Yuudai reconhece como a linguagem antiga que viu algumas vezes. Várias runas são formadas com magia no perímetro do círculo mágico.

Da magia lançada, a mesa de pedra se move. Yuudai pode ver uma abertura por debaixo da porta. Dessa abertura no chão, desce uma escadaria. Siegmund agita seu cajado. Em resposta do movimento, várias tochas se acendem na parede do corredor subterrâneo, iluminando a escadaria que desce. Siegmund faz sinal para que os outros o sigam. Fenrir faz uma expressão apreensiva.

Ao adentrar o túnel, a mesa de pedra tampa a entrada. Eles continuam descendo. Em certa hora, Yuudai sente como se algo estivesse errado. Ele percebe que desceram por uma distância incrível, sobre-humana.

Ainda assim, a descida não acaba. Yuudai sente que eles desceram a escadaria por mais de uma hora.

Em certa hora, ele enxerga o fim do túnel, uma abertura onde a iluminação das tochas acabam. Eles chegam no final, o que tem depois disso é escuridão.

(Siegmund): Yuudai, esse é o limite do submundo. A partir daqui, você não conseguirá enxergar nada. Mas ande para frente e somente para frente. Se não andar para frente, cairá no infinito dos mundos e provavelmente ficará no espaço entre os universos por toda a eternidade. Apenas ande para frente.

(Yuudai): Entendido.

Mesmo apreensivo, Yuudai segue em frente. Em cerca de cinco minutos na mais completa escuridão em que pode imaginar, ele volta a ver luz. Uma luz começa a tomar conta de todo o ambiente à sua frente. Ele volta a ver Fenrir e posteriormente Siegmund. Então, a luz domina o ambiente.

Ele se vê em outro salão. Atrás dele, uma porta enorme, magnânima, de um metal bruto que ele não reconhece, esculpida com detalhes incríveis, se encontra fechada.

Ele olha o salão. É incrível. O chão é de um material perfeitamente branco. As paredes são de pedra, como um castelo antigo, mas uma pedra branca, reluzente. O teto do local, a cerca de vinte metros de altura, é do mesmo material. Yuudai não acha de onde está vindo a iluminação local, é como se estivessem a céu aberto. À sua frente, o salão se estendia como um corredor, com cerca de quinze metros de largura. A três metros das paredes laterais, pilares brancos, como dos templos romanos, se ligavam até o teto. Eles seguiam a linha do salão formando um corredor entre as duas fileiras de pilares. No meio, um belo tapete vermelho indicava a direção.

(Yuudai): Que lugar incrível...

(Siegmund): Admire este lugar. Este salão já foi o Hall do Grande Templo do Império, contruído por meu pai. Achei que era um ótimo cenário para este lugar.

(Yuudai): Uau... algo assim foi construído há milênios... Não dá pra acreditar.

No fim do corredor, duzentos metros depois, outra grande porta, de cerca de sete metros de altura, idêntica à anterior, do mesmo material que Yuudai não reconhecia, se estendia pela parede, fechada. Siegmund se posicionou de frente para o centro da porta e deu seu cajado para Fenrir, que segurou com a boca. Então, ele abriu os braços e os estendeu para frente.

(Siegmund): Vou te explicar o que está acontecendo, Yuudai. Eu preciso te ensinar a real Magia das Trevas. Mas, antes disso, você precisa entender como toda a história da magia funciona. E este lugar te mostrará algo que você jamais esquecerá.

Siegmund se concentrou na porta. Suas duas luvas brilharam no mesmo tom transparente. Depois, foram gradualmente mudando, juntamente com a cor da luva. A esquerda foi adquirindo uma aura negra e ficando igual à de Yuudai, e a direita foi adquirindo um tom puramente branco. Após isso, as runas nas costas das luvas foram mudando para os tons escarlate e violeta.

A mesma marca da luva se formou em baixo-relevo no metal, exatamente no centro da porta. Uma metade tomou um brilho escarlate, e a outra metade, um brilho violeta. Respondendo à magia de Siegmund, a porta se abriu no meio.

A iluminação era bem menor na nova sala. Yuudai e os outros entraram e a porta se fechou. As luvas de Siegmund voltaram gradualmente ao prateado original.

(Siegmund): E a história se inicia aqui.

A nova sala era um salão de dimensões magnânimas, mais incríveis que a sala anterior. Tinha cerca de oitenta metros de largura e comprimento, e mais cinquenta de altura. Dez metros à frente, uma área na sala se estendia por um degrau abaixo do nível do chão, e se estendia em um retângulo de sessenta metros de largura que se estendia até cerca de quinze metros antes do final da sala. Do lado oposto, após o degrau, havia um enorme trono vermelho.

No centro do lugar em baixo relevo, havia uma grande área circular, de vinte por vinte metros, na qual se formava uma espécie de alçapão, do mesmo metal estranho das portas anteriores. Uma estrela de quatro pontas estava desenhada no centro do círculo, e em cada ponta havia um pequeno círculo em baixo-relevo no metal.

(Siegmund): Esta é a sala do trono. Abaixo desse alçapão, está trancado o Grande Rei Negro.

A informação chega a Yuudai como um baque.

(Yuudai): Trancado? Na história, ele havia sido derrotado e morto, custando as suas vidas...

(Siegmund): Na verdade, não foi exatamente isso que aconteceu naquele dia. Yuudai, agora eu lhe contarei a verdadeira história da origem de todos os Arcanist, que se passa há alguns milênios atrás.


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Notas finais do capítulo

Pqp, quanta descrição, quanta explicação, quanto papo, coisa entediante hahahahahaha. Bom, aqui vamos com mais uma saga. Espero que agora eu termine feliz com o jeito que estarei escrevendo no final. See ya.



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