Digimon Beta - E as Cartas Acessórias escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 50
Desespero




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Verônica e Plotmon haviam conseguido salvar a vida de Levi e Renamon instantes antes de os mesmos serem destruídos pelos três ditadores Extremos. Agora, o tempo estava sob a influência da garota, que deveria manter tudo em segredo.

Os domadores tiveram uma breve conversa, quando são surpreendidos por uma voz misteriosa que exige as cartas que estavam com a garota.

Levi e Renamon são atingidos por dardos e acabam desmaiando.

— O que você fez com ele? – Pergunta a domadora de digivice em punho. - Quem é você?

A voz começa a gargalhar.

— Me entregue as cartas que possui. Há anos que venho procurando alguém que pudesse livrá-las daquele cofre para mim.

A garota fica surpresa. Ninguém naquele espaço-temporal sabia das Cartas Acessórias.

— Não sei do que está falando. – Diz a domadora tentando despistar.

— Não me faça de idiota! Eu vi que se teletransportou há poucos minutos.

— Não tenho nenhuma carta!

— Então, terei que pegá-las a força.

Verônica e Plotmon seguiam olhando em todas as direções quando um Wizarmon, pequeno digimon bruxo, surge por detrás do farol. A garota saca seu digivice e rastreia informações sobre o possível inimigo.

 

Wizarmon, um digimon no nível Adulto. Esse pequeno bruxo de vestes velhas e rasgadas, detém bastante conhecimento sobre ervas e feitiços do Mundo Digital. Sua principal técnica é a “Nuvem Trovão”.

 

Ao perceber que o digimon seguia se aproximando, Verônica dá alguns passos de costas e põe a mão sobre o bolso.

Plotmon se põe na defensiva.

— Não temos tempo a perder. – Diz o digimon. - Meu Senhor quer as cartas. Entregue-as.

Pelo tom de voz, a domadora percebe que aquele digimon não era o mesmo que lhe fez ameaças a pouco.

— Quem é o seu senhor?

— O meu senhor é o digimon mais poderosos que existe.

— Eu já disse que não tenho essas cartas.

— E por que segura com tanta força o bolso da sua calça? Não quero destruí-la, humana. Me entregue as cartas.

— Verônica já disse que não tem nenhuma carta! - Grita a digimon de bochechas rosadas.

— O que você vai fazer com Levi?

— Meu senhor precisa dele. Não necessariamente dele, mas de algo que ele possui.

Do mesmo local de onde surgiu o digimon bruxo, surgem seis Orgemons. Dois dos digimons ogros, cada um, levam Levi e Renamon desacordados do lugar.

— E antes que pergunte, os dardos possuíam uma generosa dose de Alcarpos. Seu amigo vai ficar bem.

— Capture logo as cartas que está com ela. - Grita o ser misterioso.

Wizarmon empunha seu cajado na direção da Verônica e dispara:

— Nuvem Trovão.

Uma descarga elétrica avança na direção da domadora a partir do cajado do digimon bruxo. Verônica e Plotmon correm e a técnica atinge o chão. Começa então uma eletrizante caçada. Wizarmon as seguiam voando e lançando sua técnica na direção da humana a da digimon, que conseguiam desviar por frações de segundos.

— Não quero fugir. Eu vou lutar!

Plotmon salta de encontro ao Wizarmon. O digimon bruxo a golpeia com seu cajado, lançando-a contra uma árvore.

— Evolução de Dados, já.

Um casulo de água envolve Plotmon, para a surpresa do digimon bruxo que para em pleno ar para observar. O casulo se dissolve, revelando a presença de uma guerreira humanoide que veste macacão azul, além de uma touca e luvas de mesma cor.

— Punho de Água.

Ranamon atinge Wizarmon, que acaba se chocando contra algumas pedras.

— Vamos aproveitar o momento, Verônica.

— Não a deixe fugir.

O digimon bruxo se levanta e avança na direção da domadora e da digimon.

Verônica rapidamente saca a “Carta Cronômetro”.

— Ataque-a antes que consiga voltar para o futuro!

Wizarmon posiciona seu cajado e dispara.

— Adição de Dados – Cronômetro.

Domadora e digimon desaparecem das vistas de Wizarmon instantes antes de serem atingidas pela técnica, que acaba se chocando contra uma árvore, queimando-a.

 

Verônica e Ranamon surgem atrás de Vadermon quando percebem que, na frente dele, elas haviam acabado de desaparecer. Murilo nota que sua colega havia, de alguma maneira, conseguido se livrar do enorme meteoro e agora estava atrás de Vadermon. O digimon alienígena olha por cima do ombro e nota que Verônica e sua digimon, agora evoluída, estavam atrás dele.

— Como conseguiram ser tão rápidas? – Indaga o digimon.

— Agora! – Brada a domadora.

— Tsunami.

Com sua técnica, a guerreira da água consegue fazer com que uma enorme onda avançasse na direção do Vadermon. O digimon saca sua arma e lança seu “Raio de Abdução” para se livrar da onda.

Murilo e Yashamon se aproximam da garota.

— O que vamos fazer? – Indaga o domador.

 

Metaletemon estava ofegante. A técnica que acabara de utilizar aniquilou todos os digimons que estavam por perto. A cidade havia sido completamente destruída. O digimon Extremo sorria ao perceber que havia acabado com todos os digimons que moravam ali. Subitamente, uma forte dor de cabeça o acomete e Metaletemon cai de joelhos com a mãos pressionando a cabeça. O digimon urrava de dor, rolava pelo chão. Lágrimas saiam dos seus olhos. Ele sentia constantemente aquela forte dor de cabeça. Mais urros são escutados até que o digimon começa a brilhar e acaba regredindo, tornando-se Etemon e Bento.

— Onde estamos? – Pergunta o garoto de cabelos cacheados. - Não me lembro de como viemos parar aqui.

— Receio que estamos sendo manipulados.

Do meio dos escombros sai um digimon semelhante a uma foca branca com marcas lilás pelo corpo. Estava muito machucado. O pequeno digimon desmaia.

Bento corre até ele e apoia a cabeça do digimon na sua perna.

O digimon gorila também se aproxima.

— O que ele tem?

— Esse Gomamon deve ter se machucado durante uma batalha.

O digivice do Bento brilha e emite informações.

 

Gomamon, um digimon no nível Novato. Essa pequena foca é muito esperta e companheira. É um excelente nadador e se locomove com certa dificuldade em terra. Sua principal técnica consiste em controlar peixes multicoloridos.

 

— Que dó! Espero que fique bem.

Gomamon, aos poucos, vai acordando. Ao ver que estava nos braços do Bento, sorri, fazendo com que o garoto retribuísse. O digimon Novato olha em volta e vê Etemon próximo de si. Muito assustando, ele se afasta do humano.

— O que houve? Não precisa ter medo.

— São vocês! O humano e o Etemon que estão evoluindo para um Metaletemon cruel e destruidor.

— É verdade que evoluímos para um Metaletemon, mas não somos nós que estamos destruindo tudo.

— Esse tipo de evolução não é o natural de um digimon. Vocês são os únicos que conseguem isso. Culumon resolveu passar o poder da evolução para os humanos e veja no que deu. Tudo está fora de controle.

Bento estava enojado consigo mesmo pelo simples fato de pensar que seria o verdadeiro culpado das atrocidades relatadas pelo Gomamon ferido.

— Não somos nós! – Brada o domador visivelmente irritado.

Assustado, o digimon avança na direção de Bento com suas garras extremamente afiadas. Gomamon salta na direção do rosto do garoto, que não se move. Etemon golpeia o digimon em pleno ar com um soco, convertendo-o dados a centímetros de distância do rosto do seu domador.

— Por que fez isso?! – Grita Bento, enquanto socava uma das pernas do digimon.

Etemon se defende dos golpes e o abraça. Ao sentir o aconchego do seu digimon, o garoto começa a chorar. Seu choro transparecia um misto de medo e angústia por tudo o que acabou de ouvir. “Eu não posso ser tão cruel assim”, pensa. Um farfalhar de asas atrai a atenção de Etemon que, ao olhar para o céu, avista Meramon com enormes asas de fogo carregando Carlos, e Digmon carregando Bárbara. A guerreira do solo avisa sua domadora sobre a presença do Bento e do Etemon. A domadora não se contém e grita pelo irmão incansavelmente.

Bento continuava chorando, fingia não ouvir o chamado.

Meramon e Digmon pousam.

— Bento! Bento!

A domadora gritava pelo nome do seu irmão esperando ouvir sua resposta.

Carlos, Meramon e Digmon observam Bento e Etemon, quando veem o garoto se livrar dos braços do seu digimon e seguir caminhando na direção oposta à que eles estavam sem falar absolutamente nada com a sua irmã, que continuava a chamá-lo.

— Bento, - diz o domador de cabelos negros bagunçados - tem certeza que deixará Bárbara aqui, preocupada contigo?

O domador congela por alguns instantes ao ouvir isso.

Bárbara se cala.

— Vocês têm que se afastar de mim. – Diz o garoto após se virar lentamente.

— Por que você está nos evitando? Já não basta o tempo que ficou ao lado de Blaze?

Bento se enfurece com Bárbara.

— Droga! Já disse pra me deixarem a sós. Eu não quero a companhia de ninguém.

Carlos e Bárbara se assustam com a atitude do garoto.

— Vocês estão vendo que tudo à nossa volta está destruído? Provavelmente isso aqui era uma cidade. Imaginem a quantidade de digimons que moravam aqui e que eu acabei de destruir. Eu destruí todos eles e não me lembro de absolutamente nada. Quando evoluímos, perdemos o controle sobre nós.

— Iremos te ajudar, cara. – Argumenta Meramon. - Mas você precisa colaborar conosco.

— Se fosse tão fácil como pensam...

Bento olha para seu digivice e, tomado por uma raiva, o lança longe com todas as forças.

O aparelho percorre uma parábola no céu e, antes de tocar o chão, retorna para a mão do seu dono como que atraído por um ímã. Carlos, Meramon e Digmon ficam impressionados ao ver o digivice voltar. Era como se o aparelho tivesse vida própria. O digivice, então, brilha e Etemon também, sendo envolvido por um casulo de luz logo após.

O corpo de Bento também começa a brilhar.

— Fujam imediatamente. – Diz o garoto, chorando. - Eu não consigo controlar.

— Tente resistir. Você não pode deixar que o digivice ordene a evolução.

Carlos corre na direção do Bento para tomar o digivice das suas mãos, porém o garoto é envolvido por outro casulo de luz. Os dois casulos se fundem, surgindo Metaletemon.

— Hora da diversão, meu bem. – Diz o digimon com uma expressão que contrastava com a apresentada até a pouco tempo por Bento e Etemon.

Metaletemon ergue seu indicador direito e antes que pudesse invocar sua técnica, uma forte dor de cabeça o acomete, fazendo-o gritar. Bárbara quer ajudar seu irmão de alguma forma, mas não sabe como. Digmon a segurava.

— Bárbara, por favor minha maninha, saia daqui. – Diz Metaletemon.

— Eu vou ficar. Vamos te ajudar.

— Você não pode fazer nada.

A dor de cabeça se intensifica, fazendo o digimon Extremo arfar de dor. As artérias do seu pescoço saltam. A feição de dor magicamente desaparece do rosto do digimon, e um sorriso maquiavélico surge em seus lábios. Metaletemon avança na direção da garota cega e salta, pronto para lhe dar um chute. Digmon entra na frente na sua frente e acaba sendo golpeada, regredindo logo em seguida.

— Esferas de Fogo.

Meramon lança várias esferas de fogo no inimigo a uma velocidade incrível. Parecia que o digimon de fogo possuía mais de dois braços.

O digimon inteiramente feito de metal consegue se desviar de todas.

— Adição de Dados – Multiplicador.

Carlos adiciona a carta “Multiplicador” no Meramon, e dois clones do digimon de fogo surgem no campo de batalha, atacando Metaletemon. Apesar da desvantagem, o digimon Extremo consegue se defender e atacar ao mesmo tempo, revelando ser um ótimo lutador. Os Meramons tomam distância e atacam ao mesmo tempo com o “Punho de Fogo”. Uma explosão acontece.

Após se dispersar a fumaça da explosão, Metaletemon se revela completamente ileso.

— A gente tem que dar um jeito de fugir daqui. – Avisa Carlos, preocupado.

— Eu não posso abandonar meu irmão!

Bárbara estava com Fanbeemon nos braços.

— Eu sei que te prometi. Só que ele é muito poderoso.

Metaletemon consegue golpear os três digimons com sua técnica “Espírito da Escuridão”. Os Meramons falsos desaparecem e o verdadeiro é atingido, regredindo para Terriermon.

O digimon caminha na direção de Carlos e Bárbara.

— Essa não...

— O que aconteceu?

— Ele derrotou Meramon e está vindo para cá.

Fanbeemon forçava sua saída dos braços de Bárbara, que a segurava com força.

— Fica quieta, você está fraca. – Diz a garota de longos cabelos cacheados e olhar fugitivo.

— Não. Preciso ir!

— Bárbara, - avisa o garoto de olhos verdes - use a Recuperação.

Bárbara segue o conselho de Carlos e, mesmo sem querer que sua digimon fosse, utiliza a carta “Recuperação”. A digimon abelha restaura suas forças e voa na direção de Metaletemon.

— Vou proteger Bárbara da maneira que posso.

O digivice da Bárbara emite um forte brilho e Fanbeemon começa a brilhar de maneira ofuscante. A digimon é envolta por um casulo de luz que cresce assustadoramente. Ao se dissipar, o casulo revela a presença de uma gigantesca vespa metálica de abdômen maior que o tronco e a cabeça. Possui dois pares de propulsores sobre os ombros, olhos vermelhos, braços e longas antenas.

Carlos saca seu digivice e rastreia informações.

 

Waspmon, um digimon no nível Adulto. Essa vespa cyborg utiliza o enorme ferrão em seu abdômen para poder atacar, além de ser extremamente ágil no céu. Sua técnica é o “Ferrão Turbo”.

 

A vespa cyborg pairava no ar enquanto apontava seu ferrão metálico na direção do Metaletemon. Uma poderosa energia começa a se concentrar.

— Fanbeemon evoluiu?

— Evoluiu, sim.

Metaletemon continuava caminhando na direção dos domadores, até que Waspmon consegue reunir bastante energia em sua calda.

— Ferrão Turbo.

Um poderoso raio laser avança na direção do inimigo. O digimon Extremo cruza os braços na altura do rosto e consegue se defender da ofensiva que, apesar de se uma poderosa técnica, era a técnica de um digimon Adulto. Com um movimento de braço, Metaletemon consegue desviar a rota do raio laser para o alto e salta em direção rival, acertando-lhe um chute.

Waspmon cai no chão com forte estrondo.

— Acho que só restaram vocês.

Bárbara abraça Carlos, com medo. Não havia nada que eles pudessem fazer.

— Não tão depressa!

Um grito atrai a atenção dos domadores e de Metaletemon. João e Flávia chegam ao local da batalha voando com seus digimons, que prontamente atacam o inimigo, afastando-o.

Após deixarem seus domadores próximos dos outros dois, Shurimon e Kazemon avançam no Metaletemon.

— Como vocês estão? – Pergunta a domadora de voz rouca.

— Estamos bem. – Responde Carlos.

— Aquele digivice... ele tá controlando Bento. – Diz Bárbara, aflita.

— Tem certeza? – Pergunta João.

Carlos e Bárbara contam toda a história de como encontraram Bento e Etemon, e da conversa que tiveram pouco antes do domador evoluir de maneira forçada.

Waspmon levanta voo e passa a ajudar Kazemon e Shurimon.

— Ferrão Turbo.

— Lâmina de Sombras.

— Ciclone Imperial.

O digimon consegue desviar de todas as técnicas e rapidamente ergue o indicador.

— Espírito da Escuridão.

Raios negros caem sobre os três digimons, fazendo-os regredir. Metaletemon olha para os humanos e sorri, para o desespero de Flávia.

Carlos tentava acalmá-la.

— Temos uma alternativa. – Diz o garoto de barba cerrada, confiante. - Vamos torcer para que dê certo.

João saca a carta “Força Extrema”.

Outra forte dor de cabeça ataca Metaletemon. Novamente, o digimon ouve a mesma voz firme e impactante dentro de sua cabeça. Dessa vez, ela lhe dizia: “Não ataque esses domadores, eles são amigos”. O digimon Extremo tenta resistir à ordem, só que não consegue e acaba acatando. Sua dor de cabeça passa.

Os domadores olhavam angustiados para aquela cena. João estava prestes a adicionar a carta quando Metaletemon fita-os.

— Não vou mais atacá-los.

Os domadores ficaram perplexos, não sabiam o que fazer. “O que o fez mudar de atitude tão de repente?”, pensava João. Surpreendentemente, um enorme raio de energia desce do céu em diagonal na direção de Metaletemon, que se vira e espalma suas mãos para barrar a técnica. O digimon macaco fazia uma força fora do comum. João, Carlos e Flávia olham na direção de onde vinha à poderosa energia e se deparam com o cavaleiro medieval de capa vermelha.

— Temos uma pendência desde a última vez que batalhamos. Aviso que dessa vez não cometerei os mesmos erros.

— Isso é o que veremos.

Dukemon intensifica sua técnica e Metaletemon continua segurando-a com as mãos. O digimon de metal é arrastado de costas, seus pés cavavam o chão, até que consegue se estabilizar. O digimon de Blaze avista João e os demais.

— Quer dizer que hoje é meu dia de sorte.

Logo após, chegam Fernanda e Alex com seus digimons no nível Adulto.

 

Continua...


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