Digimon Beta - E as Cartas Acessórias escrita por Murilo Pitombo


Capítulo 1
Seis Meses Após




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Seis meses havia se passado desde que João descobriu a existência dos digimons. Cada um dos garotos e garotas que estavam presos no mundo dos digimons seguiam levando a vida da forma mais natural e tranquila possível.

Davi retornou a Itabuna/BA, para dar prosseguimento a sua faculdade de Jornalismo.

Lúcia voltou para o Rio de Janeiro e tentava a todo custo transferir seu curso de Nutrição para a capital Baiana.

Rafael, João, Verônica e Carlos retornaram às aulas uma semana após o ocorrido. Até hoje um grande mistério rondava os corredores do colégio: Quem havia colocado aquela bomba na quadra? Com quais intenções fez isso? Como nenhuma pessoa presenciou o fato?

Nas demais cidades do Brasil, como: Curitiba, Fortaleza, Gama, João Pessoa, Matão, Passos de Torres, Pedrinópolis, Rio Branco, Rio de Janeiro, São Paulo e Uberaba, todos os domadores levavam uma vida normal. Com a ausência de alguns deles por mais de 24h, vários jornais noticiaram o desaparecimento desses jovens praticamente no mesmo dia, levantando suspeitas até para uma possível quadrilha de tráfico internacional de órgãos, que logo foi descartada devido às várias desculpas dadas pelos desaparecidos:

 

— Mãe... – Responde Alex, o garoto magro de pele branca e olhos rasgados, sentado sobre uma cama de solteiro. - Eu te disse que iria pra fazenda do meu amigo. Para de encher o saco!

 

— Papai! – Responde de maneira ríspida Bruno Soares, o mais novo dos domadores. - Eu te disse que iria fazer um trabalho na casa do meu colega até tarde, e que dormiria lá. Se você não se lembra, já não é problema meu.

 

— Mãe para de gritar!  - Pede Will, o domador de corpo redondo e bochechas rosadas. - Eu estava no corujão daquela Lan lá na liberdade... E nem venha com histórias: Eu te avisei!

 

— Já sou maior de idade! – Responde Leo, o domador magro de estatura mediana e amigo de Lúcia. - Não preciso te ligar de hora em hora avisando onde eu estou. Até por que, você não teria como você me escutar. A rave estava irada!

 

Apesar de várias pessoas em Salvador terem presenciando o aparecimento dos “monstros”, há alguns meses que esse assunto havia sido esquecido pela mídia. Ninguém comentava sobre os tais monstros que se tornaram notícias em todo o país e no mundo.

 

Um sol convidativo brilha no céu da capital baiana. Várias pessoas seguiam na areia da praia de Itapuã tomando sol sentados em cadeiras, ou deitadas em cangas. Outras seguiam se banhando no mar.

João caminhava de mãos dadas à Verônica.

— Tem notícias de Blaze? - Questiona a garota de cabelos castanhos volumosos.

— Não! – Responde o garoto, que carrega uma camiseta sobre o ombro, com pesar. - Desde que ele recebeu alta do hospital não consigo ter notícias. O pessoal não pode me passar o endereço dele.

— Ele estando bem é o que importa.

— Com certeza! É uma sensação de culpa a menos em minhas costas...

— Por que uma culpa a menos, João? Já conversamos sobre isso. Foi uma fatalidade o que aconteceu com Levi. Você e Davi não tiveram como ajudar, foi uma escolha dele. Culumon tentou salvá-lo, mas não conseguiu.

— Eu sei... Mas, sei lá! Por que nossos digimons não conseguiram atingir a Extremidade antes que isso ocorresse? E também, se eu tivesse apoiado ele com a ideia da fuga, ele poderia ter sobrevivido.

— Para vencer uma guerra temos que perder algumas batalhas. Pode até parecer insensibilidade minha, só que é a mais pura verdade. Você se sentir culpado vai modificar em que a morte dele? Em nada!

— Você tem razão. – Concorda o garoto, chateado.

A garota de olhar encantador e corpo magro, dá um beijo no João.

— Vamos passar na casa de Carlos antes de ir para casa? – Questiona Verônica.

— Vamos.

 

Davi, o garoto alto de pele extremamente branca e ruivo, tentava levar seu dia a dia sem levantar grandes suspeitas. O caos instaurado em toda a cidade, principalmente entre os demais amigos e familiares do seu amigo, o angustiava a cada dia. Era o único que tinha plena certeza de que Levi não voltaria para casa. Havia sido assassinado pelos três ditadores Extremos em uma perigosa batalha no Mundo Digital. E para preservar todo o mistério acerca da existência dos digimons e do seu mundo, ele não poderia dizer absolutamente nada. Teria que encenar, por toda a sua vida, o desaparecimento de Levi.

Sempre participava de buscas em hospitais, albergues e necrotérios da região, demonstrava tristeza. Não a tristeza pela perda de um grande amigo, mas aquela que fulmina e corrói, a cada dia, amigos e familiares que convivem com o desaparecimento de pessoas queridas.

— Não sei se consigo continuar com essa farsa...

Davi se joga de costas sobre sua cama, visivelmente angustiado.

Uma das portas do seu guarda-roupas se abre. Uma digimon verde de forma humanoide, com longos braços que se aproximam do chão, e uma enorme flor sobre a cabeça, surge caminhando.

— Você precisa ser forte! – Aconselha Palmon. - Eu compreendo quando diz que contar aos pais do Levi que ele está morto será mais confortante do que seguir com essa mentira, alimentando esperanças de um dia encontra-lo vivo. Mas, Culumon foi bem enfático ao dizer que vocês precisam esconder nossa existência.

— O cara era o meu melhor amigo. A gente ia nas festas, marcava de sair com nossa galera... É difícil ter que aceitar sua morte, principalmente em ter que escondê-la dos demais.

— Eu sei que você é forte e que vai conseguir uma boa saída para esse problema.

 

— Bem que a gente podia marcar um dia para ir ao Mundo Digital. – Propõe o garoto magro de cabelos bagunçados e óculos de armações negras. - Saber como é que estão as coisas por lá! Afinal, Culumon está em nossos digivices.

Carlos estava sentando em uma cadeira, de costas para uma pequena escrivaninha, enquanto João e Verônica estavam sentados em sua cama.

— Falando em digivice... – Manifesta-se o garoto de barba cerrada. - Ainda estou com o aparelho de Blaze.

— Você não devolveu?

— Eu não sei onde ele mora. – Justifica-se. - O hospital não quer liberar o endereço dele.

— E se a gente deixar o digivice com Guilmon? – Propõe Verônica.

— Sei não... – Balbucia João, pensativo.

— Melhor não! – Responde Carlos de maneira taxativa. - Por hora é bom continuar contigo.

— Sabe de Rafael? – Pergunta a garota passando as mãos pelo cabelo e caminhando até o espelho preso em uma das portas do guarda-roupa.

— Ele disse que iria no Mundo Digital com Gabumon.

— E Terriermon? – Pergunta João em seguida.

Uma pequenina mão surge debaixo da cama e puxa o pé do garoto, assustando-o.

— Eu to aqui! – Grita o digimon.

— Eu vou te pisar!!!

O garoto, de corpo e altura mediana e pele bronzeada, levanta o pé para pisar na pequenina mão, só que o digimon consegue recolhe-la a tempo.

— Você é pior do que ele... – Diz Verônica, sorrindo.

— Ele quem?

— Terriermon!

Carlos começa a ri.

— Não teve graça, quatro olhos! – Manifesta-se João.

— Claro que teve! Agora, voltando a falar sério. Estava conversando com Lúcia há pouco.

— Como que ela está? – Adianta-se Verônica, tornando a sentar-se ao lado de João.

O digimon de grandes orelhas que se arrastam pelo chão, braços e pernas pequenas, cabeça enorme e sinais verdes espalhados pelo corpo, sobe na cama e se senta sobre o colo da domadora de olhar estonteante.

— Ela me disse que está bem e que, além de Leo, Albert e Bruninho também moram lá.

— Bom que a gente mantém contato com eles! – Afirma o garoto de barba cerrada.

— Falando em contato... – Prossegue Verônica. - Tem um grupinho afastado.

— Lúcia me disse que Albert é um deles. – Pontua o garoto de óculos. - Certa vez ela o encontrou próximo ao colégio dele, por volta de meio-dia, e ele a tratou sem muita cerimônia.

— E Lúcia queria que o garoto fizesse o quê? – Diz João, sorrindo. - Uma festa?

— Eu entendi o que ela quis dizer. – Explica a garota. - Tudo bem que não a tratasse como melhor amiga, mas que desse um pouco de atenção, até pelo elo que todos temos.

— E ai? – Diz Carlos se levantando da cadeira.

Terriermon salta do colo de Verônica para o ombro do garoto.

— Vamos ou não vamos? – Finaliza.

— Vamos! Só lembre-se de que o tempo agora está sincronizado. – Reforça João.

— Não diga. Sério isso? - Diz Carlos fazendo gozação.

— Lógico que é! Vai dizer que você não sabia? Faz seis meses e você não percebeu nada?

— João, acorda! – Interrompe Verônica aos risos. - Ele ta tirando onda com a sua cara!

João lança um chinelo, que estava no chão, na direção do Carlos, que logo desvia.

— Relaxa, meu irmão. – Diz Carlos, também sorrindo. - Eu sei que você é lentinho.

— Lentinho? – Interroga o garoto de barba e cabelo curto forçando uma incompreensão. - Lentinho é você, seu bocó!

— Vamos parar com a discussão? – Esbraveja Verônica se pondo de pé. - Da última vez que vocês discutiram, não terminou nada bem.

 

Em um belo casarão, localizado em um dos melhores bairros da capital do Paraná, uma mulher magra, alta e elegante, subia as escadas portando uma bandeja de café da manhã. Seu rosto, moldurado pelos cabelos loiros que lhe chegam aos ombros, expressava um misto de dor e alegria. Ao chegar no ponto mais alto da escada, seu andar passa a ser mais cuidadoso. Não queria gerar o mínimo de barulho que, em vista daquele enorme corredor localizado no primeiro andar, ecoaria como um imenso estrondo. Com muito esforço e sem o apoio das mãos, ela consegue entrar por uma determinada porta.

O quarto estava escuro, apenas uma fresta da janela estava aberta. Pelo pequeno espaço, o pouco da iluminação que conseguia entrar ajudava a quebrar o clima sombrio do cômodo.

De frente à janela entreaberta estava um garoto de estatura alta. Pele branca, corpo robusto, olhos verdes. Seu olhar é fixo, centrado e intimidador.

O garoto seguia perdido em seus pensamentos.

Flashes dos instantes em que o pequeno tiranossauro vermelho se esbarrava em si, derrubando lhe do mezanino, invadia sua mente. Visualizava, com riqueza de detalhes, o exato momento da queda até segundos antes de tocar o chão e tudo se escurecer.

— Getúlio!

A voz da sua mãe, que repentinamente surgiu dentro do quarto, o assusta.

O garoto, que trajava apenas uma cueca samba-canção, vira-se e olha para sua mãe sem muitas cerimônias. Sua fisionomia é fria. Não esboçava qualquer traço de sentimento.

— Te assustei, filho? – prossegue a senhora percebendo que o assustara.

 Blaze nada diz e caminha até o banheiro, deixando a porta aberta.

Desconcertada, Lucíula coloca a bandeja de lanche sobre uma escrivaninha.

O chuveiro é ligado.

 - Preparei um lanche pra você. Tem suco de laranja, umas torradas, queijo... Tem uma maçã aqui, também, se você quiser. Hoje, bem cedo, fui ao supermercado e comprei essas coisinhas que eu sei que você gosta.

O garoto nada responde.

Instantes de silêncio se fazem até o chuveiro ser desligado.

Blaze sai do banheiro enrolado a uma toalha vermelha.

— Por que toda essa bajulação? Só porque eu cheguei à beira da morte?

— Não, filho! Eu só quero te tratar bem. Esse acidente serviu para me mostrar que não damos valor as pessoas que amamos enquanto estão vivas. Que, do nada, alguém que tanto amamos pode nos deixar sem que possamos nos despedir.

Novamente o garoto ignora as palavras ditas pela sua mãe e caminha até o guarda-roupa. Sem se importar com sua presença, o garoto se livra da toalha e veste uma cueca, camiseta e bermuda. Após, caminha até a cama e calça um tênis que estava próximo.

Blaze pega seu celular, carteira e chaves que estavam ao lado da bandeja de lanche.

— Vai onde? Por que está agindo dessa maneira desde que deixou o hospital? Aconteceu alguma coisa antes que eu não estou sabendo, Getúlio?

— Isso não lhe diz respeito!

O garoto sai do quarto deixando sua mãe atônita diante da sua reação indiferente.

 

Um garoto magro, de estatura média e cabelos negros caminha pela recepção de um hospital até chegar ao balcão.

— Moça, por favor, - implora - eu preciso do endereço daquele garoto que foi encontrado por um grupo de turistas.

— Não estou autorizada a te passar essas informações. Você não se diz amigo do paciente? – questiona a recepcionista impaciente - Como que você não sabe o endereço dele?

— Você não entende que...

— Quem não está entendendo nada aqui é você, guri! – exalta-se a mulher de cabelos negros preso em um rabo de cavalo - Já te disse diversas vezes que não posso passar informações sobre os pacientes. Se tu voltares a insistir neste assunto, irei procurar o teu responsável e o conselho tutelar. Estamos entendidos?

— Não quer ajudar não ajude. – responde o garoto espremendo ainda mais os seus olhos naturalmente estreitos - Agora não diga que eu não avisei!

— Isso é uma ameaça? – questiona a recepcionista.

 O garoto apenas sorri e, sem dizer absolutamente nada sai caminhando.

Um segurança se aproxima da recepcionista.

— O que aconteceu? – pergunta - Eu te vi discutindo com aquele guri.

— Acredita que faz aproximadamente seis meses que esse guri vem aqui querendo saber o endereço daquele rapaz que foi encontrado por um grupo de turistas e se tornou manchete nos jornais?

— E o que ele quer?

— Vai saber... Avise aos demais, Cardoso, para não autorizar sua entrada desacompanhado de um adulto.

— Está certo. Vou repassar a informação.

 

É noite.

Verônica caminhava tranquilamente pelos corredores de um Shopping acompanhada por uma garota que possui a mesma altura que o João. Loira, corpo escultural definido na academia. Voz levemente rouca.

Ambas conversavam e gargalhavam.

— Que nada, Véu! Faz anos que eu passei Cadu pra próxima da fila.

— Ah, Flávia. No seu caso a fila voa, né?

— Você como sempre exagerada... Acho que a primeira vez que fiquei com ele foi no niver do Rafa.

— Aquele aniversário foi muito bom. Principalmente por causa do seu porre.

— Abafa amiga. Até hoje o pessoal pega no meu pé, acredita? Por causa disso fiz uma promessa: Nunca mais vou colocar uma gota de álcool na boca.

— Ta conseguindo manter a promessa?

— Manter a promessa? Assim, conseguindo não to, não! Só que aquela foi a última vez que fiquei bêbada.

— Ainda bem! Odeio bêbado. São todos chatos... Quer dizer, a maioria.

João encontra as meninas e cumprimenta Verônica com um selinho e Flávia com um beijo no rosto.

— Demorei?

— Um pouco... – responde a garota magra.

— Ainda não me acostumei com a ideia do namoro de vocês... É estranho.

— Por que é estranho, Fafá? – pergunta João.

— Porque é!

— Vamos parar com o papo furado e vamos logo para a fila da bilheteria. – interrompe Verônica - Se é que ainda tem ingressos pra sessão das 20:40.

— Se não tiver eu armo um barraco, meu bem! – manifesta-se a garota de voz rouca.

— Essa eu quero ver! – apoia o garoto abraçado à Verônica.

— João... – repreende a garota de cabelos volumosos e castanhos - Para de apoiar as loucuras da Flávia. Ela tem que se comportar. Tá ficando famosa...

— Lá vem vocês...

— Mas você não disse que tomou aquele porre no aniversário do Rafa por causa da sua aprovação como vocalista da banda “Cais do Porto”? – pergunta João.

— Foi... Mas é que eu não gosto desse tipo de bajulação! Continuo a mesma de antes. Só que agora a chata da Paula Nóbrega fica me controlando pra eu não fazer besteira e estragar com minha carreira

— Ela é a empresária? – questiona Verônica.

— É! – responde a loira de olhos castanho claro.

— E isso não é bom? – pergunta João.

— Claro que é! Você sabe que eu sou destrambelhada. Preciso de alguém me colocando freio. E, também, não levo o mínimo jeito pra carreira acadêmica.

 

Uma balada estava apenas começando na capital Carioca.

Lúcia e Leandro resolveram sair para se divertir com alguns amigos. A garota negra de cabelos cacheados curtia a festa como há tempos não fazia. Bebidas, danças e muito beijo na boca animava a todos. O melhor do psy trance mundial remixado naquele exato momento dava o tom da festa, acompanhado por canhões de luz, gelo seco, luz negra, telões com efeitos especiais, malabares e Bartenders, que agitavam uma grande legião de fãs do gênero.

Em um determinado momento, Lúcia segura o garoto magro de pele branca e cabelos castanhos pelo braço e o leva até um lounge, sentando em um dos pufes presentes no local de descanso.

— Há muito tempo que eu não saia pra me divertir!

— Deu pra perceber! – responde Leo sorrindo - Ta parecendo que essa é a sua primeira festa.

— Eu quero mais é curtir! Depois daquela loucura que vivemos no Mundo Digital, acho que é o melhor que tenho a fazer.

— Somos dois!

Um casal de mulheres entra no lounge e passam a trocar carícias.

Lúcia e Leandro veem a cena e sorriem.

— Água! Quero água! – diz a garota mudando de assunto.

— Vamos comprar.

O garoto segura sua amiga pelo braço, puxando-a em direção ao balcão, quando é surpreendido pela Lúcia. A garota o puxa com mais força e o segura pela nuca, beijando-o de forma ardente. Leo envolve seus braços ao redor da cintura dela, forçando seu corpo ao corpo da garota negra.

Após alguns instantes ela solta o garoto, empurrando-o.

— A água... – diz Lúcia como se quisesse lembrá-lo.

— Por que você fez isso? – questiona Leo sem entender.

— Me deu vontade!

— Assim, do nada?

— Sempre tive a curiosidade de te beijar só para saber como é teu beijo. Relaxa, Leo. Isso não vai mudar em nada nossa amizade. Agora vamos atrás da minha água!

Após comprarem a água, a dupla acaba voltando para pista de dança onde estavam os seus amigos, e continuam a curtir a festa.

As horas se passaram num piscar de olhos. O teor de álcool no organismo de cada jovem dentro daquela casa noturna se elevava e a festa cada vez mais ficava melhor.

Lúcia e Leo se despedem dos seus amigos, e seguem em direção à saída.

— To molhado de suor. – comenta Leo passando a mão pelos cabelos molhados.

Ambos caminhavam pela calçada da casa noturna.

— Eu também amigo...

— Amanhã você tem aula cedo, não é?

— Tenho sim.

— Ainda ta com a ideia louca de ir morar em Salvador?

— Lógico que to! Mas só poderei ir no final do ano. Até lá decido se farei outro vestibular e tento convalidar as matérias que já cursei, ou se tentarei transferir.

Enquanto caminhavam, Leo avista uma praça de táxi do outro lado da rua e sai correndo para não perder o único veículo que estava livre no momento. Ao atravessar próximo a um cruzamento, um carro em alta velocidade surge na rua oposta, até então deserta, e vai na direção do Leo, que não percebeu a imprudência do motorista.

A garota de pele negra percebe a grande tragédia que estava prestes a acontecer.

— LEO!!!

Infelizmente não havia mais tempo. O carro em alta velocidade acaba atropelando o domador, que é arremessado a vários metros do local do impacto, já inconsciente.

 

Continua...


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