O Triângulo Psíquico escrita por Alicia Gayle


Capítulo 9
Primeiros Vínculos


Notas iniciais do capítulo

Estava ansiosa para postar esse, boa leitura!



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- Como sabe o nome dele? – Penny questionou. –

Taylor me olhava fixamente, do mesmo modo que eu o olhava.

- Annabeth? – ele se esforçou para a voz sair. –

- Vocês se conhecem? – ela olhava para nós, mas nós não desviávamos o olhar um do outro. –

- Filho, seu nariz está sangrando!

Então eu percebi que o meu também estava. Pus a mão tentando estancar. O sangue jorrava, a minha mão ficou ensanguentada.

- Ah meu Deus, o seu também Annabeth! Bryan me ajuda aqui. – ela acenou. –

O olhar dele me penetrava, meus pensamentos estavam confusos e as ideias aleatórias. Bryan e Penny falavam comigo, mas eu não sabia o que, apenas enxergava os olhos negros na minha frente e mais nada.  O nariz dele estava sangrando bastante, porém ele ignorava.

- Parem de fazer isso! – Bryan chacoalhou meus ombros. –

Finalmente vim à tona.

- O que foi Bryan? – estava muito confusa. –

- Caramba, o... o seu nariz está sangrando muito. –

- Vamos leva-los á enfermaria. – ordenou Penny. –

Taylor permaneceu calado. Bryan estava com os braços ao meu redor. Praticamente me carregando até aquela porta branca com uma típica cruz vermelha na frente.

Deitei forçadamente na cama. Bryan tirava fios de cabelos rebeldes do meu rosto. Eu não estava entendendo nada, era tudo muito estranho. Procurei Taylor pela sala, ele estava imóvel sobre a cama.

Penny falava com ele, mas ele a ignorava e me encarava. Retribui o olhar fixo. Taylor tossiu algumas vezes então cuspiu sangue. Minha mão estava tremula, eu percebi que não era só a mão, meu corpo todo estava.

- Annabeth! Annabeth! – Bryan segurou meu rosto. – Olhe para mim, concentre em mim, olhe nos meus olhos. – tentei enxerga-lo. – Annabeth, por favor! Calma, calma Anna.

“Está tudo bem”, o ouvi na minha mente. Bryan sabia que era o jeito mais fácil de eu escuta-lo. Eu o ouvi, ouvi sua voz também, mas estava cada vez mais difícil ouvi-lo.

Pisquei devagar, até não poder mais abrir o olho e tudo ficou quieto por muito tempo. Não havia pensamentos, nem sonhos ou imagens, só a minha respiração. Abri os olhos tão devagar quanto uma lesma.

O borrão começou a ganhar forma. Bryan estava sentado, com os joelhos servindo de apoio para os braços e a cabeça, declinada sobre as mãos. Tentei falar, minha voz falhou.

- Bryan. – sussurrei. –

Eu não estava se quer falando direito. Ergui a mão e acendi e apaguei o abajur ao lado do sofá em que ele estava. Bryan olhou para ele, em seguida olhou para mim. Fazendo uma cara de espanto veio até mim, tão rápido que pareceu estar voando.

- Anna! – tinha uma expressão de surpresa. -

- Oi. – murmurei. – O que houve?

- Não faz isso comigo, sério. – ele sorriu. –

Bryan abaixou e me deu um beijo delicado na testa.

- Como se sente?

- Bem. – olhei para o lado, o soro estava conectado a minha veia. – Ainda tenho 18 anos?

- Tem sim. – ele riu. – Só ficou desacordada o dia todo e me matou de preocupação.

- Desculpa.

- Está tudo bem agora.

- Já posso sair daqui?

- Se está mesmo se sentindo bem, você pode sim.

- Estou ótima. – me espreguicei. –

Quando finalmente saímos do quarto, Penny estava sentada na sala de espera. Assim que me viu, se levantou.

- Annabeth, precisamos conversar.

- Não seria melhor outra hora Penny? – Bryan interferiu. –

- Já esperei tempo demais. – disse firme. – Por favor, Anna, se você estiver de acordo, podemos ir até a minha sala conversar.- esperou minha resposta.-

Olhei para Bryan, “Não vá”, ele sussurrou na minha mente. “Eu preciso ir” respondi “Teimosa!” rebateu. Ele me olhou feio e voltou os olhos para Penny.

- Claro.

Ela seguiu em frente e eu a segui. Vi Bryan ficar na sala enquanto nos afastávamos. Pensei mil coisas, tipo aquelas coisas que você pensa quando alguém diz “Eu quero falar com você” ou “Precisamos conversar”. Ela abriu a porta de sua sala.

- Sente-se. – encostou-se à mesa. –

Sentei-me a uma poltrona em frente a ela. – Então, o que tem a me dizer?

- Eu sinto muito por tudo. – ela buscou as palavras certas. – Isso que está acontecendo na sua vida, mas creio que você herdou coisa demais do seu pai.

- Do que está falando?

- Deixe-me que explique a melhor. Existe algo chamado Tragman, um objeto cobiçado que pode transferir o poder de um psíquico a outro.

- E o que isso tem haver comigo?

- Quando o seu pai veio aqui na Central, eu era jovem. O meu pai era o líder da CDS. Eu tinha poder, porém eu nunca o quis. Eu vi em seu pai o desespero em te proteger, então ofereci o meu poder à ele, e passei através do Tragman. Só que nos não sabíamos que ele só passava metade do poder ao outro. Eu tentei ser normal, mas o poder permaneceu em mim amadurecendo. Taylor nasceu e herdou os meus genes.

- Está dizendo que o poder que passou para o meu pai está em mim?

- Exatamente! O que aconteceu com você e Taylor foi o reencontro de poderes. Foi incrível. - ela comentou. –

- Eu não posso transferir para ele, com o Tragman?

Já tinha arrumado encrenca com o poder de meu pai, imagine com o de Penny.

- É muito arriscado, você pode morrer afinal o que te manteve viva foi a união do meu poder junto ao do seu pai. E o corpo de Taylor pode rejeitar o poder, devido à falta dele por tanto tempo. Eu jamais arriscaria as suas vidas.

- O que acontece se eu transferir para uma pessoa normal?

- Morte instantânea, o corpo humano não é capacitado nem compatível.

- Estamos condenados.

- Sinto muito.

- Não Penny, você salvou a minha vida duas vezes. – ela sorriu. –

- Faria tudo de novo.

- Mas e a minha conexão com Bryan?

- É isso, uma conexão, uma ligação que eu nunca vi antes, um poder que foi feito para o outro, mas você e Taylor são como um só. – aquelas palavras ecoaram na minha cabeça. –

- Então, é como se fossemos um triângulo psíquico?

- É mais ou menos isso.

- É muita informação.

- Eu sei que é querida, mas eu estou aqui para tentar te ajudar.

- Obrigada. – respirei fundo. -


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Notas finais do capítulo

E ai o que acharam?