– Tudo isso foi só para me achar? - perguntei olhando para ela.

– Sim, e aqui está você! - disse ela rindo.

–Pode me matar - disse firme.

– Simples assim? - perguntou ela feliz.

Assenti e abaixei a cabeça.

– Estaca - disse ela para a Cah.

– Sim - respondeu ela indo buscar.

– Crhis! - berrou e mulher.

Depois de alguns segundos, ele apareceu.

– Solte a Katy, depois eu vejo o que eu faço com ela - disse a mulher sorrindo.

– Ok - disse ele soltando a Katy.

Depois que ele à soltou, ela se abaixou ao meu lado.

– Espere pelo Alex - disse ela piscando.

Fiz uma careta confusa, e ela foi puxada pelo Crhis.

– A estaca - disse a Cah aparecendo.

A mãe dela pegou e se aproximou de mim, e se ajoelhou na minha frente.

– Lucy, eu não vou falar que não dói... Por que eu não gosto de mentiras - disse ela sorrindo e olhando dentro dos meus olhos.

Um frio percorreu minha espinha. Eu vou ser morta! Como se fosse a coisa mais "normal" do mundo. Não vou ver minha família, nem meus amigos, não vou VIVER mais! Vou ser morta por uma... Uma sanguessuga psicopata!

– Está tensa agora Lucy? - perguntou ela sorrindo.

– Cadê a garota TÃO corajosa? - perguntou a Cah.

Engoli em seco. Eu estava tão... Tão tranquila! Agora estou com medo da morte... Mas quem não teria?

– Vai ser rápido... - disse ela rindo.

Ela encostou a estaca em cima do meu peito, onde fica o coração a empurrou um pouco. Um som escapou pelos meus lábios. Ela riu.

– Já está incomodando? - perguntou ela sorrindo.

Não respondi e olhei para seu rosto.

– Calma, logo piora - disse ela rindo.

Fechei os olhos, tentando me acalmar um pouco. Impossível. A estaca nem  entrou na minha pele direito e já está insuportável!

– Olhe pra mim - pediu a mulher.

E assim, eu fiz.

– Você não deveria ter nascido - disse ela preparada para afundar a estaca.

Fechei meus olhos com toda minha força possível e minhas mãos também. Minha respiração começou a ficar desregulada. Estou suando frio.
Senti o objeto de madeira ser pressionado contra minha pele cada vez mais. Ela está fazendo vagarosamente, para doer mais... Um som escapou pelos meus lábios. Realmente, é uma dor insuportável.

A morte. Quando eu pude imaginar que eu iria morrer assim? Você sempre acha que você vai morrer quando ficar velhinha(o), ou se bater o carro, ou se levar um tiro... Mas eu não. Vou morrer assim. Vou ser morta de um modo que eu nunca imaginei ser possível. Que eu nunca achei que existisse.

Ela começou a empurrar mais a estaca e uma dor se apoderou de meu corpo. Não consigo emitir nenhum som. Estou totalmente paralisada. Senti o objeto entrando cada vez mais... Parei com meus pensamentos, deixei a dor tomar conta de meu corpo e esperei pela escuridão.

Senti algo ser retirado de dentro da minha pele rapidamente. Abri os olhos assustada e olhei ao redor.

– ALEX! - berrei sorrindo.

Ele apenas me encarou e sorriu.

Olho para frente e vejo a mulher. Com uma estaca enfiada no peito. Como? Ela olha para dentro de meus olhos, pude sentir sua raiva, e sua pele começa e descolar de seu esqueleto, se transformando em cinzas.

Ou melhor, ela e o Crhis viram cinzas.

Sinto alguém desamarrando a corda de meus pulsos. Olho para trás e vejo a Katy. Sorrio abertamente e a abraço com força.

– Como? - perguntei sem esconder minha felicidade.

Ela riu.

– Eu te falei: "Espere pelo Alex" - disse ela piscando.

Olhei para ele, o qual sorriu.

– NÃO! - berrou alguém.

Olhei para o lado, e vejo a Cah. Ela está chorando. (?) Chorando? Como esse ser pode chorar? Achei que não tivesse sentimentos...!

Ela está ajoelhada, com as mãos bagunçando seu cabelo e chorando.
Pena. É a única coisa que consigo sentir. Não sinto raiva, nem rancor. Apenas pena. Ela sempre foi assim por causa da mãe dela, a qual agora, a perdeu. Para sempre.

Me aproximei dela e encarei seu rosto vermelho e molhado. Ela olhou para mim, e se levantou.

– Guarde o que eu vou dizer Lucy! Guarde BEM, o que eu vou dizer! Eu prometo que eu vou voltar, quando você menos esperar, e terminar de realizar o que minha mãe não fez com você - disse ela me fuzilando.

Depois de alguns segundos, ela sai pisando forte.

– Nossa... - disse a Katy se aproximando de mim.

– Eu sinto pena dela - disse me virando para encarar a Katy - Pena. Ela só é assim por causa da mãe dela. Ela perdeu a única pessoa que tinha.

– Não sei... - disse Katy pensativa.

Dei um leve sorriso olhei para o Alex. Sorri e fui até ele.

– Obrigada - disse o abraçando fortemente.

Senti ele sorrir.

– Da próxima vez, me conte onde vai, me conte tudo - disse ele rindo.

Assenti e enxuguei uma lágrima que insistiu em cair.

– Como você sabia onde eu estava? - perguntei sorrindo.

– Quando você sumiu, eu fiquei preocupado. Liguei para a Mel, para saber se ela tinha notícias suas, e nada. Então, a Mel decidiu vir para cá. Saímos para te procurar e encontramos a Cah indo em direção ao Prédio A. Contamos tudo para ela, a qual nos trouxe até aqui - disse ele sorrindo.

– Até para a Mel você ligou? - perguntei sorrindo.

Ele deu de ombros.

– O que eu não faço para te achar... - disse ele se aproximando.

Sorri e selei nossos lábios.

– Ér... Agora deixe que eu conto a melhor parte! - disse a Katy sorrindo.

Me separei do Alex e a encarei.

– O Crhis me soltou e me levou onde o Alex estava. Como o Crhis é um lerdo despercebido, eu combinei com o Alex dele tentar te soltar. Contei tudo para ele, o que estava acontecendo e ele apenas assentiu. Antes dele ir ao seu encontro, achamos uma estaca, no meio de alguns livros, porque nós estávamos na sala que parece uma biblioteca. Então ele veio até aqui junto comigo. Mas você acha que foi fácil distrair o Crhis? Foi! A Sophia estava lá, a qual nos ajudou a desenvolver o plano e nos contou sobre coisas que nós não sabíamos, as quais te conto depois. Ela começou a falar sobre não sei o que com o Crhis, enquanto nós saiamos. Só que quando ele percebeu, veio correndo até aqui. Só que já era tarde. O Alex enfiou a estaca, no que se pode chamar de coração, da mãe da Cah - disse ela sorrindo feito boba.

– Espertinho vocês, não? - disse rindo - Mas... Quem matou o Crhis?

– Esqueci de te contar! - disse a Katy animada - A mãe da Cah se casou, com o Crhis. Mas tipo, se casou mesmo. Aliança e eles fizeram um pacto de sangue. Quando os vampiros se casam, eles fazem uma aliança, de que quando um morrer, para o outro não sofrer, ele terá que morrer junto... E isso já explica tudo! - disse ela sorrindo.

Não aguentei e comecei a rir. Mas não estou rindo por causa da morte deles, e sim, por causa da minha felicidade. Eu estou aqui, inteira.

Ele riram também, mas logo meus olhos encontraram uma pessoa que eu não queria ver. A Mel.

Uma tristeza se apoderou do meu corpo e eu me ajoelhei ao seu lado.

– Ela não está morta - disse uma voz vindo da biblioteca.

Sophia!

– Co-Como assim? - perguntei tentando absorver suas palavras.

– A sanguessuga não sugou todo seu sangue. Ela achou que a dose que ela tirou, seria o suficiente. Mas não foi. Então, vamos dizer que a Mel está desmaiada. E agora, o sangue da Mel, está lutando contra o "veneno", depositado da sanguessuga. Se o sangue dela combater o veneno, ela morre. Por que está fraca, desnutrida e sem uma boa quantidade de sangue. Mas, se o "veneno" vencer, ela vira uma vampira - disse a Sophia observando a Mel.

Um sorriso surgiu em meus lábios. Então a Mel não está morta...! Mas pode ficar...

O Stevan também está apagado. Mas logo ele acorda...

***
O vento da primavera sopra em meu rosto. Flores estão caídas, o sol nos esquenta. E aqui estou eu, viva. Me lembro detalhadamente de tudo que ocorreu. Desde o primeiro minuto.

Hoje, eu tenho 28 anos. O tempo voa não? O Alex está aqui do meu lado, estamos sentados em um banco de madeira atrás de nossa casa. Casa? Isso mesmo. Nós estamos casados, fizemos o pacto de sangue e tudo mais. Minha mãe e meu pai continuam morando na mesma casa. A Katy está noiva do meu irmão... E a Mel? A Mel, está viajando com o Stevan, eles voltam amanhã de manhã.

O que aconteceu depois que nós deixamos a escola? Soltamos os professores, e explicamos tudo à eles. Os alunos voltaram para suas casas. Voltei a morar com minha mãe, o que foi pura comemoração. Voltei para o meu antigo colégio, onde tive que aturar a Francesca... Lembram dela? A loira com rostinho angelical... A Mel teve que me segurar para eu não morder o pescoço dela... Haha.

Apresentei o Alex para minha família. Meu pai demorou para aceitar... Mas minha mãe fez sua cabeça. Conheci a irmãzinha do Alex. Ela é linda! Mas, ele não voltou a falar com a família... Começou a morar em casa. Tive que explicar toda a história para minha mãe.

Me casei com: 25 anos. É uma idade boa, na minha opinião. Logo depois de me casar, ganhei o maior presente de todos!

Minha princesinha. Ela tem três anos, e se chama Alice. É loira igual ao Alex, e seus olhos são da mesma cor que os meus. Ela está brincando no jardim, e colhendo algumas flores, por que ela disse que vai fazer um buquê para mim. Alice também é vampira. Contei isso para ela desde pequena. Ela não conta para ninguém.

Ah, a Sophia é a nova dona da escola de vampiros. Pode parecer loucura, mas ela é experiente e decidiu continuar com à escola. Ás vezes, passo lá para relembrar as coisas boas, e visitar minha amiga.

Senti algo apertando fortemente minha mão.

– Eu te amo - disse o Alex no meu ouvido, o que me fez arrepiar.

– Também te amo - disse e o beijei logo em seguida.

Fiquei observando minha pequena brincar... Amanhã a Mel volta, e ela vai me contar tudo sobre essa viajem! Está tão calmo... Consegui tudo o que queria.

Uma brisa balançou meus cabelos. Fechei os olhos, como agradecimento de tudo que ganhei.

– Oi Lucy - disse uma voz familiar atrás de mim, provavelmente sorrindo - Lembra de mim? Eu prometi que iria voltar... Não prometi? Sou uma mulher de palavra. Vim terminar o que minha mãe começou...

Abri os olhos violentamente.