Acordei 6:30 novamente, com o despertador. Não posso acreditar que dormi tanto assim! Peguei no sono eram umas 18:30hrs. Dormi sem escovar os dentes, sem colocar um pijama!

Hoje é Sexta!

Mel vai vir aqui! Corri para o banheiro, escovei meus dentes e troquei de roupa.

Meu look: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=68794389&.locale=pt-br

Estava tão animada. Tinha que ficar bem bonita para me encontrar com Mel!

– Lucy - disse Katy assustada - Que roupa é essa?

– Eu sei que não é uma roupa adequada, mas, Mel vem me visitar hoje, logo depois do almoço, e eu tenho que ficar bonita - disse com um largo sorriso - Ou, vou ficar ouvindo ela falar na minha cabeça pelo resto do dia...

– Mas, você ficou linda com esta roupa! - disse Katy sorrindo.

– Obrigada - disse rindo.

– Vou me trocar - disse Katy indo para o banheiro - Ah, Lucy, o Alex vai adorar– disse ela agora dando uma piscadela antes de fechar a porta.

Tonta...

Escutei meu celular vibrar. Uma nova mensagem:

"Lucyyyy, vou te visitar hoje. Estou dando saltinhos aqui pelo meu quarto! Que saudades miga! Vou aparecer aí 13:30hrs. Me apresente todos os seus amigos, e a escola toda. Isso é uma ordem, não um pedido ;) "

Estou tão animada. Duas coisas vão acontecer hoje: 1 - Ver Mel. 2- Festa à fantasia.

– Vamos - disse Katy.

– Sim senhora - disse abrindo a porta.

Descemos as escadas e fomos para o restaurente. Encontramos Cah e Alex sentados no maios papo. O que ela estava fazendo com Alex? Está dando em cima dele? Calma Lucy, eles são amigos...

– Bom dia crianças - disse Katy.

– Bom dia... - disse Alex me olhando.

Ele gostou do meu look!

– Nossa Lucy! - disse Cah sorrindo - Por que você se arrumou toda hoje?

– Porque Mel vem me visitar! - disse me sentando.

– Quem é Mel? - disse o Alex curioso.

– Minha melhor amiga - disse feliz.

– Lucy, vem, vamos pegar algo para comer - disse Katy me puxando.

Não estava com fome. Estou ansiosa.

Então, peguei: Alguns morangos e pedaços de abacaxi.

– Quero que você me apresente essa tal de Mel - disse Cah bebendo suco.

– Ela vai adorar conhecer vocês - disse sorrindo.

Alex ficava me encarando. Podia sentir seus olhos verdes me fitando.

O sinal bateu. Fomos todos para a sala.

– Bom dia alunos - disse o professor animadíssimo - Hoje nós vamos na floresta, e vocês vão tentar caçar!

Floresta? Caçar? Eu esqueci com-ple-ta-men-te disso. Minha roupa vai se sujar to-da!

– Algum problema Lucy? - disse o professor sorrindo.

É, ele percebeu minha cara ...

– Não é nada.

– Mas você não precisa ir junto se não quiser - disse ele sorrindo - Você já conseguiu, então, pode ficar...

Nunca pensei que ficaria tão feliz em ouvir isso! Ele me liberou. Todos os outros foram para a floresta. Entrei no meu quarto e fiquei pensando na fantasia que iria vestir. Verdade! Estava me esquecendo, tenho que encomendar a minha fantasia!

Desci correndo as escadas e fui para o Prédio A., na diretoria. Era uma sala confortável, e arrumada.

– Olá querida - disse uma mulher - Precisa de alguma coisa?

– Olá - disse sorrindo - Sim, preciso. Sabe, eu preciso encomendar uma peça para a festa à fantasia.

– Ah sim. Sorte que você chegou à tempo. O que é?

Expliquei para ela. Que acabou rindo da minha fantasia, mas, eu queria ir com ela! Sempre quis. Voltei para meu quarto e olhei no relógio: 10:15hrs. Logo minha turma volta da floresta. Deitei na minha cama e fiquei pensando na Mel, no Lucas... Lucas! Eu prometi que ligaria!

Peguei meu celular correndo e disquei o número.

– Alô? - disse minha mãe.

– Mãe! Que saudades - disse quase berrando.

– Lucy? Que bom que ligou! Estava preocupada! O Lucas me contou que você ligou, e que prometeu que ligaria - disse minha mãe animada.

– Estou morrendo de saudades! Hoje a Mel vem me visitar - disse rindo.

– Que bom! Próxima sexta, vamos eu, seu irmão e seu pai - disse ela alegre.

Isso me alegrou mais ainda. Próxima sexta... - Mal posso esperar!

– Hoje vai ter uma festa à fantasia no colégio... - disse sorrindo.

– Aproveite hein! Vai vestida de...? - disse minha mãe curiosa.

Contei para ela. Ela nãoi ligou, para ela era "normal", e para qualquer seria normal. Ficamos conversando por quase uma hora.

– Mãe, vou almoçar, qualquer dia desses, ligo novamente. Beijos.

– Vou esperar... Beijos te amo - disse minha mãe rindo.

– Também te amo.

Desligou. Quantas saudades! Hoje o meu dia será perfeito! Vou passar a tarde inteira com a Mel, fofocando e rindo. Desci as escadas e fui almoçar.

Meu prato: Salada e arroz de forno.

Quando ia me sentar, avistei o Alex sozinho, e fui me sentar com ele.

– Oi - disse sorrindo animadamente.

– Oi - disse ele rindo levemente - Tá animada hoje né?

– Muito - disse sacudindo meus pés.

– Que bom... - disse ele olhando para a mesa.

Algo estava errado. Ele estava triste... Mas por que?

– Alex - disse seriamente - O que foi?

– Nada Lucy... - disse ele sem me olhar.

– Olha, eu só quero ajudar... Mas se não quer me contar, não precisa - disse sorrindo.

– É que... - disse ele me olhando.

– É que... - disse.

– Nada Lucy - disse ele sério.

Ele não quer me contar. Mas ve-lo triste deste modo, me partia o coração. Para não ficar um clima pesado, comecei a puxar assunto.

– Então... - disse normalmente - Você tem irmão ou irmã?

– Sim, uma pequena de sete anos - disse ele sorrindo.

– Como ela chama? - disse rindo.

– Clara.

– Nome bonito...

– E você Lucy, tem algum? - disse ele sorrindo e me encarando.

– Sim, um pirralho de 15 anos - disse fazendo uma careta.

Alex riu.

– Ele se chma Lucas, é popular, vive com um bando de carrapatas metidas grudadas nele, ele é muito bonito e Mel tem uma quedinha por ele - disse revirando os olhos.

– Ele tem 15 e você... 16 ou 17? - disse ele bebendo suco.

– 16 e você...? - disse rindo.

– 17.

– Alguém vem te visitar hoje? - disse sorrindo.

Alex ficou sério. Sua expressão mudou completamente. Ele ficou triste, sério e não respondeu minha pergunta.

– Eu disse algo de errado? - disse fitando a mesa.

Claro Lucy! Que pergunta mais idiota...

– Não... - disse ele friamente.

Ótimo, agora teria que ficar olhando para sua cara, triste, séria e sombria. Parabéns...!

– Desculpa... - disse sem o encarar.

Ele sorriu de leve.

– A culpa não é sua Lucy - disse Alex me olhando.

– Mas... Não fica assim! - disse tendando animá-lo.

Ele riu.

– Eu acho que te devo uma resposta... - disse ele me encarando.

– Alex, se não quiser responder não precisa... - disse o encarando também.

– Não, eu vou responder! É que... Antes de eu vir parar aqui, eu já não tinha uma relação muito amigável com minha família. Antes de minha irmã nascer, até que as coisas iam bem, mas depois... Eu era pequeno ainda, não sabia aceitar Clara, minha irmã. Brigava muito com meus pais, ameaçava sair de casa, fazia todos os dramas de uma criança - ele suspirou - Mas minha mãe e principalmente meu pai não entendiam isso! E o tempo foi passando e eu aprendi a gostar de Clara, hoje eu a amo muito. Mas meus pais não, eles são afastados de mim, como se Clara tivesse roubado meu lugar, minha mãe é estúpida comigo, e meu pai, nem me olha na cara. Então eu tive que me virar muito, quando tinha dúvidas sobre algo, ou era internet, ou ficava sem saber. Me deixavam fazer tudo que queria, sair, dormir fora, porque, não queriam eu lá. Eu comecei a me revoltar com isso, até o dia que... Que eu enfrentei meu pai. Eu precisava fazer isso, tinha que saber o por que de tudo! Isso foi a gota d'água. Nunca mais nos falamos depois disso. Podia sair sem falar com eles, fazer o que eu quiser. Só falava com Clara, e que meus pais estavam quase me proibindo. Até o dia que vim parar aqui, minha mãe nem ligou, não me abraçou, nem meu pai. Não falaram aquelas coisas que pais falam, apenas Clara, que ficou muito triste. Eles ficam incrivelmente felizes, por eu ter saido de casa.

Eu fiquei calada. Não tinha o que falar! Isso... isso é tão ruim. Eu não sabia, e fiquei esfregando minha felicidade na cara dele, de alguém vir me visitar. Estava com vontade de chorar, por ele. Por não falar nada, por ter que olhar aqueles olhos verdes cheios de dor.

– Eles simplesmente pegaram ódio de mim - disse ele encarando a mesa.

Ódio. Uma palavra tão forte, mas ele não usava brincando, ele estava a usando com seu verdadeiro significado.

– Eu... Eu não sei o que falar... - disse o encarando.

Ele riu levemente.

– Não precisa falar nada. São meus problemas não seus - disse ele tentando sorrir.

– Luciana? - disse Crhis se aproximando.

– Crhis? - disse fazendo uma careta.

– Temos uma visita para você. Suba para seu dormitório, ela está a sua espera - disse Crhis, que logo depois se afastou.

– Chegou! - disse Alex sorrindo.

Meu coração começou a bater fortemente. Vou ver a Mel!

– Alex, fique com seu celular ligado, logo mando uma mensagem para nós nos encontrarmos - disse me levantando alegremente - Tchau.

Sai correndo igual a uma louca em direção ao Prédio D., subi es escadas e abri a porta.