Acordei.

Eram 12:10hrs. Nossa como dormi!

Tenho tanta coisa para fazer hoje.

Troquei de roupa.

Look do dia: Um vestido soltinho, lilás, com alças.

Arrumei meu cabelo e fui escovar os dentes. A porta do quarto do meu irmão estava fechada. Ele já acordou? Bati na porta. Nada.

Bati novamente. Nada.

Desci as escadas e chamei minha mãe.

– Mãe? - disse a procurando.

Ninguém respondeu.

Silêncio. Não estavam em casa? Avistei um pequeno papel na mesa. Fui ler o que estava escrito: "Filha, como você não acordou, eu, seu pai e seu irmão fomos ao shopping. Seu pai ficou com dó de te acordar. Não sei se vamos demorar, se quiser sair, liberado. Beijos mamãe."

Droga. Estava só em casa. O que vou almoçar? Canja? Merda...

Vamos ver o que temos na cozinha.

Miojo, canja, lasanha...É, vai ter que ser lasanha. Peguei da geladeira, e coloquei no forno. Agora é só torcer para dar certo...

Batidas na porta.

Quem será?

Abri a porta achando que era a Mel.

Não.

Era um homem, aparentando ter seus 45 anos de idade, com cabelos pretos, alto, magro e com uma roupa... estranha. Era uma roupa preta: Uma calça, parecida com calça social, uma camisa preta e um blaser preto por cima. Nossa, ele não sabe se vestir não?

– Olá? - disse o olhando de cima à baixo.

– Olá - disse o homem me dando um sorriso estranho.

– Bem, está procurando alguém...? - disse o fitando.

– Não. Na verdade, estou sim. Mas já encontrei... - disse o homem me encarando.

E agora? O que ele quer aqui?

– Vou direto ao ponto, o que você quer? - disse com a mão na cintura.

– Não vai me convidar para entrar? - disse ele espiando minha casa.

Convido ou não? Minha mãe não vai gostar nada...

– Olha, não convido estranhos para dentro de casa, desculpe - disse sorrindo e fechando o porta.

Ele não deixou. Colocou o pé antes. Ai que raiva.

– Eu preciso falar com você - disse ele agora mais seriamente.

– Sobre? - disse erguendo uma das minhas sobrancelhas.

– Seu futuro, se é que você me entende... - disse me dando uma piscadela.

Meu futuro...?

– Não entendo não... Poderia ir direto ao ponto? - disse confusa.

– Preciso falar com você sobre você ser uma vampira - disse ele sussurrando.

Como ele sabia? O que ele iria fazer à respeito?

– Entra... - disse abrindo mais a porta.

– Obrigada - disse entrando.

Ele entrou. Olhou a casa. E sentou no sofá.

Não queria ficar muito próxima dele, então, sentei no outro sofá.

– Qual é o seu nome mesmo? Luana, lívia...? - disse ele pensando.

– Luciana, mas pode me chamar de Lucy - disse sorrindo levemente.

– Então Lucy, preci... - começou ele.

– Desculpe interromper, mas, qual é sou nome? Por que não se apresenta? - disse olhando para ele.

– Claro - disse sorrindo - Meu nome é Crhis, sou "monitor", e "mensageiro" de uma escola...

– Hum... - disse mordendo meu lábio inferior.

– Lucy, eu sei o que anda acontecendo com você, sobre suas "mudanças"... E eu estou aqui, para lhe dizer o que você precisar, e para levá-la– disse ele me fitando.

– Me levar para onde? - disse assustada.

– Calma, um passo de cada vez - disse Chris sorrindo.

Respirei fundo. Pelo jeito, isso iria demorar.

– Olha, isso tudo está muito estranho. E como você sabe que sou uma vampira? Como eu sei se sou mesmo uma vampira?

– Simples, de acordo com os 5 passos, e seu nome está na lista– disse ele dando uma piscadela.

– Que lista? - disse assustada.

– Olha, vamos esclarecer as coisas aqui. Eu sou um vampiro, e como você já sabe, sou monitor e mensageiro da Escola de Vampiros. E você vai para lá. Querendo ou não. Você é uma Mal formada, e você vai para lá para aprimorar seus conhecimentos e abilidades. Tem vários jovens lá com o mesmo objetivo. Ah, e a lista. A lista é onde seu nome está, é onde ficam escritos todos os nomes de vampiros de todas as gerações, e você é um deles. Seu nome está lá - disse me encarando.

Não sabia o que falar. Tantas informações tentando ser absorvidas...

Fiquei olhando para o chão, incrédula com meu coração à Mil. E agora? E se eu não quiser isso para mim? Pelo o que ele disse, eu não tinha escolha. Era isso, ou isso.Consegui responder.

– Olha Chris, minha família deve estar chegando, e eles não vão gostar nada de ver você aqui, e vão fazer várias perguntas...Acho melhor você ir, e depois nos falamos... - disse já me levantando.

– Tá bom. Então arrume suas malas, você tem 10 minutos - disse sorrindo.

– O que? - disse em pânico - Eu não vou à lugar algum...!

– Lucy, lucy... Não me faz perder a paciência não querida...! - disse sorrindo estranhamente.

– É seu destino, ou você vai, ou você vai! - disse Chris dando de ombros.

E agora? Podia tentar sair correndo e gritar: "Tem um louco na minha casa", mas ele é um vampiro então, não.

– Olha, posso pelo menos esperar minha família chegar e me despedir? - disse com olhos piedosos.

Ele olhou para mim, deu um leve riso e disse:

– Pode.

Eu estava tão acabada. Como eu podia estar tão feliz ontem e hoje, péssima? Tinha vontade de sair, gritar, chorar, desabafar... Queria que aquilo nunca tivesse acontecido.

Era meu último dia como alguém "normal".

Meu último dia, com as pessoas que eu amo.