Un(forget)table. escrita por Phantasie


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

E aí, coisas lindas. :3
Não é um capítulo grande, exatamente por ser o prólogo. E como sua real função é dar a base na história. Espero que gostem.
xx, Phants.



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A lampada azul-celeste refletia no pequeno diamante em cima do anel de noivado. Samantha sorria enquanto o observava cintilar, o anel era lindo, com certeza, mas mesmo com todo esse brilho diamantino, nada brilhava mais que a aura da loira naquele dia. Ela ainda suspirava lembrando do pedido, fora tudo tão mágico, e ela esperou tanto para ver a cena do moreno ajoelhado aos seus pés, fazendo promessas e garantindo cumpri-las depois do tão esperado “eu aceito” de ambas as partes.

Quem acompanhou assiduamente o desenrolar dos dois, já tinha certeza que acabaria assim, com os felizes para sempre. Era perceptível que aquela relação de “Eu te odeio” gritada desde sempre por eles, não passava de um grande amor reprimido, espremido, escondido. Mas é claro que um dia vazaria, e não só vazou, como explodiu. Transbordou amor e desejo por todo lugar, eles se amavam de um jeito tão diferente. Com tapas, mordidas e os finalmente beijos. Se amavam a toda hora, a todo lugar. E ninguém jamais tinha visto um amor tão... odiavelmente amável. É admissível tal contradição, afinal, sempre foram um, o oposto do outro. Ela loira, ele moreno. Ela dos olhos claros, ele dos olhos negros como a noite. Ela um demônio, ele um anjo sem asas. Ela a descolada, ele o nerd. Peças diferentes de um quebra-cabeça que se encaixaram perfeitamente.

No mesmo lugar, Carly proferia algo há horas, e a loira fazia questão de não ouvir. Estava perdida em seus pensamentos demais para assimilar qualquer frase que a morena proferia.

– Samantha, caramba! - Gritou Carly, enquanto estralava os dedos, na tentativa de chamar atenção da amiga.

– Hãn, o-oque?

– Finalmente, né. Terra chamando Sam. - Gruniu, cruzando os braços enquanto a encarava. - Estou falando com você. Você não ouviu nada do que eu disse, não é?

– Claro que ouvi. - Retrucou imediatamente a loira.

– O que eu falei, então?

– Er... Desculpa. Não ouvi o que você falou. - Disse e mordeu o lábio inferior.

– Também pudera, não tira os olhos desse anel. Eu sei que eu não cintilo como ele, mas da pra prestar atenção um pouquinho em mim?

– Claro, desculpa. - Endireitou-se na poltrona, intercalando os olhares entre a amiga e o anel, antes de voltar a atenção totalmente em Carly. - O que foi?

Ouviu-se um suspiro, que partiu da morena.

– Você sabe o quanto eu estou feliz por você, não?

– Claro que sei. - Sam ergueu uma das sobrancelhas em sinal de curiosidade.

– E eu estou, estou mesmo. Vocês sempre se gostaram, e bem, é uma alegria presenciar e ser a madrinha de casamento dos meus dois melhores amigos. Mas vocês não acham que estão indo rápido demais?

Os olhos azuis da loira se arregalaram por uma fração de segundos, para depois cair em uma gargalhada, que cessou assim que notou que não tinha nenhuma graça e que a amiga estava falando mais do que sério.

– Rápido? - A loira riu agora, mas sem humor. - Nós somos apaixonados um pelo outro desde sei lá... meus treze anos? Ou antes. E você acha que nos casarmos com 21 anos é rápido demais? - Puckett não queria arrumar briga três dias antes do seu casamento, mas a amargura fora inevitável em sua voz. Nada do que a morena falasse entraria em sua cabeça, ela já estava decidida. Se casaria com Fredward.

– Eu sei, eu sei. Fui uma espectadora do romance de vocês, e não estou duvidando do tempo que vocês se gostam. Mas sabe quanto tempo passou desde que vocês re reconciliaram?

A loira negou com a cabeça, impossibilitada de falar algo útil sem ser grosseira.

– Um ano, Sam. Em um ano vocês namoraram, noivaram e agora vão casar! Sem contar que ele te pediu em casamento no mês passado.

– E não é o suficiente?

– Não... Quero dizer, eu sei que vocês casariam de qualquer jeito. Mas eu acho que isso está indo rápido demais. Você casada, amiga, já se imaginou?

Por um momento, Samantha se imaginou acordando às seis e meia, indo pra cozinha e preparando o café da manhã de seu marido. Ele apareceria às sete e meia na cozinha já vestido formalmente para o trabalho, a mesa já estaria feita. Se cumprimentariam com um mero “Bom dia, amor. Acordou as crianças?”, e então seguiriam suas vidas. Samantha em casa, limpando, varrendo, sendo uma mãe responsável – ou tentando -, e no final do dia ainda estar com um sorriso no rosto para esperar o tão ocupado Freddie. Ela nem se lembraria mais do gosto de seus beijos, ele não tinha mais tempo. Mas eles ainda se amavam, com certeza...

– Sabe o que eu imagino? É que você está com inveja. - Samantha proferiu, espantando toda aquela cena de filme de sua cabeça. Ela estava certa do que faria.

– Inveja? - Carly retrucou, incrédula.

– Sim, inveja. Porque a tão Carlotta Shay não te permite ser menos do que os outros, e está mordida porque eu vou casar antes de você. Enquanto teu namoradinho te enrola há três anos.

– Ele não me enrola, Samantha! Nós, ao contrário de você e seu noivo, estamos indo devagar...

– Quase parando. - A loira completou, em desafio.

– Não. Não mesmo. Olha, eu só quis dar minha opinião, sou sua amiga.

– Mas eu não te pedi nada. - Cuspiu as palavras, enquanto voltava a encarar o anel. Ela não deveria ter parado de fazer isso.

– Sério isso? - Fora as últimas palavras de uma última conversa das melhores amigas. O motorista apareceu logo, balançando as chaves do carro.

– Vamos, meninas?

Nenhuma das duas falaram mais que um rugido inaudível, e caminharam até o Porsche estacionado do lado de fora da loja de vestidos. Tinham ido escolher o vestido de Samantha em outra cidade, em uma loja caríssima e muito original em suas criações. Tudo isso para que a loirinha tivesse o dia perfeito.


O resto da viagem fora um silêncio total. A loira e a morena estavam magoadas demais para proferirem qualquer coisa. Agora tudo o que se ouvia era o barulho da chuva batendo no teto do carro e os ranger dos pneus ao fazer as curvas.

O motorista não tirava os olhos da estrada, ele sabia mais do que ninguém que corriam riscos e foi o primeiro a sentir quando as coisas perderam o controle. A roda dianteira afundou em um buraco no meio da estrada, fazendo o carro perder o equilíbrio. Samuel, o motorista contratado por Marissa para ajudar na locomoção para os preparativos, girou o volante o máximo que conseguiu. Mas não foi o suficiente. O controle sobre o veículo se perdeu totalmente. Samuel sentiu um arrepio na espinha ao ter um dejavú desta mesma cena. Ele já havia sonhado com isso, ou algo assim. E tinha certeza, ele morreria ali. Quando as passageiras notaram a situação, arregalaram os olhos enquanto respiravam pesado, amedrontadas. Samantha abafou o grito, mas Carly gritou. Gritou implorando por sua vida. Mesmo à beira da morte, as duas não se falaram, apenas agarraram a mão uma da outra enquanto sentiam o carro deslizar por um abismo qualquer. A loira tentou manter a calma, mas entrou em pânico ao ver o motorista já desacordado balançando como um boneco de pano enquanto o carro rodopiava. Sentiu o carro bater em alguma coisa, que em vez de pará-lo, o fez capotar e dar alguns giros no ar, como se voasse. Samantha gritou o nome de Freddie, e de repente, tudo ficou preto.



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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sim, foi um início trágico. :c
Luto pelas meninas, e por Samuel. Quem morre?
Quero reviews, hein. :3