Querido Scorpius,

Espero que esse tempo longe de mim não tenha acontecido nada, espero também que vocês dois estejam bem. Não tenho previsão para voltar para casa ainda, meu tratamento está demorando, mas mesmo assim receio que não voltarei. Peço que leia essa carta até o fim, sei como deve estar sendo difícil a você, também está sendo para mim, mas sinto muito, a vida é difícil.

Não sei se deveria estar chorando, pois sei que você vai continuar a sua vida, você é forte, pode viver sem mim.

Sentirei sua falta. Porém tenho que despedir-me de alguma forma, não poderei ir até ai, bem que eu gostaria. O tempo em que estivemos juntos, cada momento, eu levarei comigo, a cada momento me sinto mais fraca para ficar aqui.

Peço que cuide de Andie, não estarei aqui para vê-la crescer, ela é pequena, tão frágil, mas sei que cuidará dela e lhe dará carinho sempre.

Eu amo você Scorpius Malfoy, e para sempre vou te amar.

Minha hora está chegando, já não estou mais aguentando, eu sinto muito em te deixar assim.

Adeus. Com muito Amor.

Sua Eterna,

Rose Weasley

Scorpius terminou de ler a carta e percebeu que lágrimas involuntárias escorriam por sua face.

Não poderia terminar assim, ela não poderia se entregar para a doença.

Pegou Andie no colo, e saiu apressadamente.

A menina tinha belos cabelos ruivos, mas os olhos iguais ao dele. Tinha quase cinco anos, mas tinha uma inteligência igual à mãe.

Rose não o podia deixar, não agora.

Em menos de uma hora chegou à cidade vizinha, onde sua mulher estava hospeda, na casa de sua prima Lílian, a qual prometeu cuidar dela, enquanto a ruiva fazia o tratamento.

Chegando a rua onde Lílian e seu marido Hugo moram. Scorpius estacionou o carro rapidamente e logo desceu, já retirando Andie da cadeirinha e a levando consigo.

Tocou a campainha e logo um ruivo abriu a porta. Seu sorriso sumiu ao ver o loiro ali.

_Olá Scorpius, como vai? – perguntou fingindo um sorriso.

_Onde ela está? Onde está Rose? – perguntou e ele não respondeu – Cadê ela Hugo? Pelo amor de Deus me responde.

_Quem está ai Hugo querido? – Lílian disse e logo percebeu quem era, e sua expressão também mudou.

Afinal o que ocorrera?

_Já disse onde está Rose? – perguntou novamente, sua paciência estava se esgotando.

_Me dê Andie aqui Scorpius, vou levá-la para brincar com Alice, precisamos conversar. – e assim o loiro fez.

_Entre – Hugo disse – Lílian já volta.

Esperaram alguns instantes e logo a ruiva estava de volta, ela deu um longo suspiro e olhou para Scorpius.

_Você sabe o motivo para qual Rose veio morar aqui não é mesmo? – Lílian disse.

_Sim, ela veio para cá, pois precisava tratar da doença... Mas vocês não responderam minha pergunta: Onde está Rose? – disse impaciente.

_Minha irmã Scorpius, ela piorou desde anteontem – Hugo disse abaixando a cabeça.

_E por que não me contaram? Sabem para quê se serve um telefone? Poderia ter me ligado. – falou alterando a voz.

_Scorpius se acalme...

Lílian tentou.

_Me acalmar? Me acalmar? Você sabe o que está acontecendo? Estou pendendo a minha vida. Rose é minha razão de viver Lílian. Eu preciso dela. Andie precisa dela. Onde ela está? No quarto? Onde? Preciso falar com ela. – pediu, já estava perdendo as esperanças, mas aquele era apenas o começo.

_Ela não está aqui Scorpius...

_Onde ela está então? – preocupo-se.

_No hospital, falamos que o estado dela piorou. – Hugo disse tristemente.

_Só vou pedir uma coisa: Levem-me até lá, por favor – pediu.

_Eu levo você, Lílian, por favor, fique aqui cuide de Alice e Andie...

_Boa sorte Scorpius, espero que consiga – Lílian sorriu e abraçou o loiro.

Logo Scorpius se despediu da sua pequena, e seguiu com Hugo para o hospital onde Rose estava internada.

***

Chegaram ao local um pouco depois das cinco da tarde. O céu estava nublado. Logo que adentraram ao hospital, Scorpius pode sentir o cheiro de remédios, álcool e todos aqueles medicamentos que sentimos quando entramos em locais como este.

Scorpius então se dirigiu a recepção onde quase implorou para que deixassem entrar, apenas concordaram por ele ser seu marido, pois o estado da mulher realmente era grave.

Hugo então ficou esperando enquanto Scorpius fora direcionado junto com o médico ao quarto onde Rose estava.

Encarou a porta, sua esposa estava ali, será que tudo daria certo? Ela voltaria para casa com ele?

Suspirou e o médico lhe disse que ele teria meia hora, apenas meia hora para ficar ali com sua amada.

Entrou e logo a viu, estava cheia de fios fincados em sua pela, a expressão da ruiva era de tristeza absoluta, parecia que estava imaginando o que aconteceria.

_Rose...

_Scorpius... Como... Como descobriu? – perguntou pausadamente, sua respiração estava fraca, precisava de fôlego para respirar.

_Lílian e Hugo me contaram, mas foi tudo por minha causa recebi sua carta...

_E ela já não estava boa? Tinha me despedido de você Scorpius. Não percebeu? Eu vou morrer.

_Não diga isso. – disse nervoso.

_Mas é a realidade, eu vou morrer Scorpius, não tem mais cura. A doença já se espalhou, eu não tenho mais forças a continuar. – disse rapidamente, pois sua respiração estava falha.

_Não, você tem que lutar, não pode me deixar – ele falou.

_Realmente... Você é um... Idiota. Prometa-me uma... coisa. – tentou puxar o ar que lhe faltava.

_Qualquer coisa. – passou às mãos pelo rosto da ruiva.

_Cuide de Andie, de carinho a ela... Prometa que vai ficar bem quando eu lhe faltar.

_Rose...

_Prometa Scorpius, por favor.

_Eu prometo Rose. – falou com um aperto no coração.

_Me beije – pediu, e ele não disse mais nada, sem inclinou e juntou seus lábios.

Assim que se separaram Rose lhe olhou e sorriu.

_Eu serei sempre sua eterna Rose Weasley, e para sempre vou te amar. – passou as mãos pelo rosto do homem ao qual viveu um bom tempo e logo seu coração falhou.

O sorriso sumiu de seu rosto, sua mão caiu, e pode ser ouvido o barulho dos aparelhos.

Logo Scorpius não viu mais nada, fora retirado do quarto e uma equipe médica entrou.

Segui para onde encontrava Hugo, e sentou ao seu lado tentando esconder as lágrimas.

_O que ouve lá Scorpius? – o ruivo perguntou.

_Ela vai morrer Hugo, vai morrer. – disse nervoso, já não tinha o controle de si próprio.

Passou algum tempo e o doutor veio lhe falar, Rose já não estava mais entre eles.

Havia morrido.

A fonte de sua alegria tinha terminado. Tudo estava acabado, ele nunca mais iria ver seu sorriso, mais nada, pois Rose Weasley tinha ido embora. Para sempre.

***

Um ano havia se passado desde que sua Rosa tinha ido embora. Que ela tinha ido para longe de si. Scorpius tentava manter sua promessa, cuidava de Andie, a menina agora já não chorava tanto quando antes, os pesadelos cessaram, sua filha estava sendo curada junto com ele.

_Papai, a mamãe está ai não está – a ruiva apontou para o túmulo, onde com letras garrafais e bonitas estava escrito: Rose Weasley, esposa, mãe, mulher batalhadora, deu o melhor de si por sua família. Amada por muitos em especial seu loiro.

_Sim querida, mas podemos dizer que agora ela está em outro mundo, um mundo melhor que o nosso. – Scorpius forçou um sorriso.

_Ela gostava de mim papai? – a ruiva perguntou.

_Com toda certeza, ela lhe amava pequena, como papai te ama.

_Também te amo papai. – sorriu – E hoje podemos ir ao cinema?

_Claro que sim, coloque a rosa vermelha ai, pequena – falou para a menina que depositou a rosa sobre o túmulo da mãe.

_Eu te amo mamãe, sempre – a menina disse assim que Scorpius a pegou no colo.

Scorpius então também colocou seu buque de rosas sobre o túmulo e sussurrou baixinho:

_Eu te amo para sempre, Rose Weasley, seu eterno Scorpius Malfoy.

E então sorriu para sua filha, e logo os dois saíram do local.

Apenas não sabiam que de um local alto, talvez nas nuvens alguém lhes observava e sorria.

_Eu também te amo Scorpius Malfoy, obrigada por cumprir sua promessa, eu te amarei sempre. – sussurrou.

_Rose seu tempo acabou – ouviu uma voz doce.

_Já estou indo – disse rapidamente – Sempre, sua eterna, Rose Weasley.

E assim é a vida, cheia de reviravolta, mas uma coisa estava certa, Scorpius Malfoy sempre seria de Rose Weasley, e Rose Weasley sempre seria sua eterna, Rose Weasley.