Te Esperaré escrita por Gabs


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Eu já tinha postado esse capítulo antes, porém ele ficou muito ruim, então o excluí logo depois. Entretanto, não consegui fazer nenhuma melhora nele. Acho que está muito confuso e desconexo, mas no capítulo 37 vocês entenderão tudo! :)



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O dia seguinte passou-se rapidamente e logo estávamos na quarta-feira. O clima em casa estava bem melhor. Federico finalmente entendera que éramos apenas bons amigos, e agora agíamos de uma forma quase normal. 

Mal pudemos acertar os detalhes do trabalho pois Ludmila não cooperava muito. Até pensamos em excluí-la do grupo, mas Angie jamais permitiria isso, por mais que não gostasse da atitude dela. Por fim, acabaríamos improvisando. 

Eu já estava atrasada para ir ao Studio. Maxi e León disseram que passariam em frente à minha casa, para irmos juntos. Porém, até agora, nenhum sinal deles. 

Uma nova mensagem chegou em meu celular e soltei um suspiro aliviado. Finalmente. 

"Já estamos aqui fora. León." 

Levantei-me rapidamente da cadeira e peguei minha bolsa.

— Já vai? — Papai perguntou.

— Sim. — respondi.

Dei um beijo em sua testa, peguei uma torrada e saí de casa. E lá estavam os dois me esperando com um pouco de impaciência. Revirei os olhos e logo me esgueirei para o meio dos dois. 

— Me dá um pedaço? — Maxi pediu, com os olhos fixos na minha torrada.

— Deixa de ser esfomeado! — León o repreendeu, rindo. — Você acabou de comer.

— Ainda estou com fome. 

— Bom, eu também estou! Preciso comer. — disse-lhe, rindo da sua expressão.

— Por favor, Violetta! Faça essa caridade ao seu melhor amigo! — Ele implorava e senti muita dó.

— Tá bom, tá bom! — concordei. — Só uma mordida.

Ele assentiu e quase arrancou a torrada de minhas mãos. Deu uma dentada voraz e entregou-me de volta. Arqueei a sobrancelha para ele, erguendo o pedaço que sobrara.

— Você comeu quase tudo. — afirmei, gesticulando para o alimento em minhas mãos.

Ele deu de ombros e riu. 

— E ainda por cima nem me agradece! — falei com um falso tom de indignação.

— Obrigada, amor da minha vida! — Maxi me abraçou com força e ficou beijando repetidamente minha bochecha, fazendo-me rir cada vez mais. 

— Ei, ei, ei. Já chega. — León nos separou e me abraçou logo em seguida, e então gargalhei. Ele não mudava nunca. 

— Então, vamos. 

Começamos a caminhar pela rua. Já estávamos bastante atrasados e Gregório, que nunca fora muito tolerante, faria todo um discurso pelo nosso atraso. 

— EI, ME ESPEREM! — Escutei alguém gritar quando já estávamos na esquina.

Olhei de relance para trás e vi Federico correndo em nossa direção. Coloquei a mão na frente dos meninos, fazendo com que eles parassem. O aguardamos e ele se juntou a nós, então voltamos a caminhar. 

Um silêncio um tanto desagradável pairava no ar. Por mais que tudo estivesse pacífico e resolvido agora, sempre ficava esse desconforto entre nós. Eu desejava com todas as minhas forças que tudo voltasse ao normal, mas sabia que com Federico ali, isso não seria possível. 

Chegamos ao Studio e fui para o vestiário feminino, a fim de trocar de roupa para a aula de dança. Quando o fiz, encontrei os meninos no corredor e fomos para o salão.

— Muito bem. Deem esse exemplo aos seus colegas, cheguem atrasados! — Gregório praticamente gritava para nós.

Apenas rolei os olhos e me juntei aos outros. León imitou o meu ato e pôs-se ao meu lado. 

— Da próxima vez que isso ocorrer, vocês não entrarão na sala. 

— Gregório, nós só nos atrasamos — Olhei no relógio de pulso — 10 minutos. Não é nada grave.

— Claro que é grave, e não use esse tom comigo, mocinha.

— Tom? Que tom? — perguntei, surpresa.

— Esse tom de superioridade. 

Olhei-o incrédula. Eu poderia discutir com ele, mas sabia que não valeria a pena. Gregório jamais aceitava o fato de estar errado e sempre acharia argumentos e mais argumentos para comprovar que estava certo.

Inflei as bochechas e soltei o ar lentamente, tentando adquirir calma. Não queria e não podia me estressar. Daqui há uma hora teríamos a apresentação de Angie e precisávamos estar relaxados e confiantes para isso. 

León afagou minhas costas de leve e sabia que ele estava tentando me tranquilizar. Por fim, consegui manter a calma e sorri com ironia para Gregório. Que bufou e começou a dar sua aula normalmente. 

Ao seu fim, começamos a nos organizar para a apresentação, que seria na próxima aula. Voltei ao vestuário e troquei de roupa novamente. Encontrei-me com os meninos no Zoom, que organizavam os instrumentos. Ludmila fazia mais um de seus caprichos. 

— Eu não posso aceitar isso! Eu sou uma super nova, tenho que ficar com a parte principal da música. — Ela batia pé enquanto segurava um papel. Provavelmente com a letra da música. 

— Ludmila, todos vamos cantar igualmente. Você concordou com isso ontem, lembra? — León falava com um ar cansado, como um pai que explica algo pela quinta vez à uma criança de cinco anos.

— Não, não me lembro. Eu devo cantar tudo, vocês fazem os coros. 

— Jamais! — Maxi interveio. — Não vou cantar os coros de jeito nenhum.

— O coro combina bastante com você, que é um rapper medíocre. Vão por mim, estou poupando-lhes de um constrangimento. — Ela sorria de forma irônica e decidida.

— Não fale assim do Maxi. — falei pela primeira vez naquela confusão. — Você não está em posição de falar mal de ninguém, Ludmila.

— Ah é? E por que não? — Desafiou-me. 

— Acho que você não vai querer que eu fale de tudo o que você fez. — repliquei, e sabia que ela se lembrava perfeitamente do que fizera.

Ela abriu a boca para falar, mas a fechou rapidamente. Sabia que tudo poderia ser usado contra ela. Sorri, satisfeita. 

— Estão todos prontos? — Angie perguntou, enquanto sentava-se em uma cadeira em frente ao palco. 

— Sim. — Federico, León, Maxi e eu respondemos em uníssono.

— Eu nasci pronta, afinal, sou uma super star. — Ludmila falou, cheia de si. Todos nós, inclusive Angie, reviramos os olhos. 

Os alunos começaram a se sentar e Angie lançou-nos um olhar sugestivo, e sabia que essa era a deixa para que começássemos. Éramos o primeiro grupo, consequentemente nos apresentaríamos primeiro.

Respirei fundo. Ficava meio nervosa nessas situações, mas tinha que manter a calma. Afinal, cantar é o que eu sou. Não deveria me sentir assim. 

Os meninos começaram a tocar os instrumentos, e logo, estávamos cantando.

Enciende tu equipo
Sube el volume
Para entender al mundo
Abre tu puerta
Grita en tu muro
Para encontrar el rumbo
Deja que pase
Llora si quieres
Quita el dolor profundo
Rie por nada
Cuenta comigo
Dejale a tù corazon
Mostrà tù destino

Ven y canta
Dame tu mano
Cura tus heridas busca hoy tu melodia
Vamos
Ven y canta
Sigue cantando
Piensalo en color es hoy
Que tu sueño es mi cancion

Sueña mas alto
Dime que quieres
Muestra tu envida al mundo
Sigue tu istinto
No te detengas
Rompe tu laberinto
Si abre tus ojos
Luces y aplausos
Sube el telon
Y tu pulso vuela ( tu impulso vuela )
Rie por nada
Eres mi amigo
Dejale a tù corazon
Mostrà tù destino

Ven y canta
Dame tu mano
Cura tus heridas busca hoy tu melodia
Vamos
Ven y canta
Sigue cantando (ahora vien y canta)
Piensalo en color es hoy
Que tu sueño es mi cancion
Ven y canta
Dame tu mano
Cura tus heridas busca hoy tu melodia
Vamos
Ven y canta
Sigue cantando ( vien y canta )
Piensalo en color es hoy
Que tu sueño es mi cancion

El camino puede ser mejor
Si cantamos com el corazon

Ven y canta
Sigue cantando
El camino puede ser mejor
Si cantamos com el corazon
Cura tus heridas busca hoy tu melodia
Vamos
El camino puede ser mejor
Si cantamos com el corazon
De tu mano
Siempre juntos
Ven y canta
Sigue cantando
Piensalo en color es hoy
Que tu sueño es mi cancion

Fomos aplaudidos de pé e sorri aliviada. Apesar de todas as brigas, desentendimentos e a falta de organização, tudo dera certo. 

— Muito bem, meninos! Ótima performance. Viram como é bom trabalhar em grupo? — Angie perguntou, enquanto ainda aplaudia. 

— Trabalhar em grupo é bom quando não se tem talento algum. Já eu, que sou uma super nova, não preciso de um grupo. Eu sozinha já brilho bastante. — Ludmila sempre tinha que falar algo desse tipo.

— Ludmila, você não tem tanto talento como pensa para estar falando assim. Fale assim novamente e vamos para a sala do Antônio de novo. Já basta. — Angie falou fuzilando-a com os olhos. 

Ludmila, mais uma vez, bateu pé, mas desceu do palco e sentou-se em uma das cadeiras. Provavelmente estava morrendo de vontade de falar algo, mas sabia que isso só a prejudicaria. 

Os outros dois grupos se apresentaram. Cami, Naty, Brako, André e Napo cantaram Juntos Somos Más. Fran, Tomás, Broduey, Isabella e Roberto cantaram Ser Mejor. Foram todos maravilhosos. Ao fim das apresentações, Angie nos dispensou e dirigiu-se para a sala dos professores, alegando que tinha que conversar com Pablo. 

— Vamos para o Restó? — León perguntou enquanto eu guardava minhas coisas.

— Eu estou um pouco atrapalhada aqui. Vai na frente que eu te alcanço. — Dei um meio sorriso para ele. O mesmo assentiu e saiu do Zoom. 

Aos poucos, o local ia se esvaziando. Eu permanecia ali, ainda toda atrapalhada com meus objetos que estavam espalhados em cima do piano. Nunca fora muito organizada. 

Fui colocando-os, aos poucos, metodicamente dentro da bolsa, e quando por fim acabei, suspirei aliviada. Virei-me para ir ao Restó e dei de cara com Federico à minha frente.

— Pensei que já tinha saído. — comentei, recuperando-me do susto que ele me causara.

— Eu estava indo para o Restó, mas lembrei de que tenho assuntos a tratar com você. — respondeu, coçando a nuca.

— Novamente? Federico, nós já conversamos sobre isso... 

— Não é isso que você está pensando. — Ele me interrompeu. — Vai me deixar falar?

— Tudo bem. 

— Só quero agradecer por você ter me perdoado. Eu sei que já faz um dia e eu, como qualquer pessoa normal, deveria ter esquecido isso e agir com normalidade. Porém, sinto que preciso te agradecer. Você é importante pra mim. — Ele sorriu. Não pude deixar de sorrir de volta.

— Você é um grande amigo. — Segurei suas mãos. Era a pura verdade. Apesar de todos os seus defeitos, ele era um ótimo conselheiro e amigo. 

— Eu sei. — Ele estufou o peito, com um ar convencido e dei um tapa em seu braço. — Mas sério, muito obrigada.

— Não precisa agradecer. — respondi simplesmente. 

Ele me abraçou com ternura e hesitei um pouco antes de abraçá-lo de volta, não sabia o porquê de tanto sentimentalismo. Afinal, fora apenas uma simples confusão, que inclusive, já havíamos resolvido. Desvencilhei-me de seus braços quando percebi que aquilo já estava durando demais e lancei-lhe um olhar repreendedor. Ele deu um sorriso maroto. 

E então, de repente, algo mudou em seu rosto. Ele pareceu se lembrar de algo importante e crucial, e isso era suspeitoso. Porém, antes que eu pudesse perguntar, ele me deu um beijo estalado e rápido na bochecha, fazendo-me ter um misto de surpresa e choque. 

Antes que eu pudesse repreendê-lo — por mais que aquilo tenha sido um ato inofensivo — identifiquei alguém nos observando de braços cruzados na soleira da porta. Gelei ao reconhecê-lo. León.

— Então é verdade. — falou com uma voz fria.

— O que é verdade? — Arqueei uma das sobrancelhas.

Não estava nervosa pelo beijo que Federico acabara de me dar. Afinal de contas, fora na bochecha e León sabia que havíamos feito as pazes. O que me assustava era a forma como León me olhava. Um olhar acusativo e estranho.

— O que a Ludmila me disse.

— O que a Ludmila te disse? — Eu não entendia absolutamente nada.

— Esquece. — Ele se retirou rapidamente, deixando-me boquiaberta.

Corri atrás dele. Ludmila? O que ela teria dito a ele? Eu estava com a consciência limpa e sabia que não fizera nada de errado. Logo o alcancei. Esgueirei-me para sua frente, impedindo a sua passagem.

— León, eu não estou entendendo nada.

— Não se faça de sonsa. — A fúria prevalecia em seus olhos.

— Sonsa? Mas o que eu fiz?

— Violetta, acabou.

— Acabou? Está terminando comigo? Mas por quê? — Senti meus olhos ficarem marejados de imediato.

O que eu fizera? Não fazia a mínima ideia. León estava tão bravo e inconsciente. Ludmila aprontara algo.

— Sim, acabou.

Ele contornou meu corpo e saiu, batendo a porta do Studio com força. 


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Notas finais do capítulo

Vocês devem estar se perguntando: "DAFUQ? POR QUE O LEÓN TERMINOU COM A VILU?" "Por que o Federico fez isso se rolou aquele clima entre ele e a Fran?" "Qual o plano da Ludmila?" No próximo capítulo tudo será esclarecido e vocês entenderão. Por favor, deixem seus reviews, por mais que o capítulo tenha ficado ruim.
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