The Wits Game escrita por Mei chan


Capítulo 7
Prestes a morrer com lágrimas coloridas




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Eu nuca fui muto atlético, então correr, pra mim, não era muito bom, mas mesmo assim eu corri com todas as minhas forças. Ela já estava muito longe de mim, ainda chuviscava, (bem menos do que antes), e isso dificultava a visão, o lugar também não ajudava, haviam muitas esquinas com ruas estreitas que mais pareciam becos, ao entrar neles pareciam sem saída, e você só percebia que não era quando chegava próximo de mais uma esquina.

   Nessa nossa corrida podia ver o reflexo do sol (que saia tímido entre as nuvens apesar de não ter passado a chuva) refletir no cabelo daquela linda moça que eu perseguia sem nenhum motivo, quando pensei nisso eu parei de correr, "porquê eu estava atrás dela?" eu me perguntei, nem a conhecia só fiquei um pouco encantado com sua beleza e fragilidade, mas se ela podia correr tão rápido eu não precisava me preocupar, logo ela acharia sua amiga e ..........

Então eu parei para ver onde eu realmente estava, se antes eu não sabia, agora muito menos. O meu novo amigo peludo estava ao meu lado, por uns instantes eu tinha me esquecido dele, na verdade eu tinha esquecido de tudo, da katana, que sem  eu perceber, ainda estava na minha mão, da bolsa que o juiz me deu, e da ...... roupa vermelha que aquela mulher também usava.

Minhas pernas tem travado com frequência, e desta vez não foi diferente. Como eu era idiota, sem pensar, eu sai correndo atras de uma mulher que nem conhecia e que ainda por cima vestia as mesmas roupas que eu, como não percebi? Agora não tinha mais jeito, eu tinha que fugir o mais rápido possível dali, e só de pensar que teria que correr de novo me deixou cansado, tentei me acalmar mentalmente, fechei os olhos por uns instantes pensando em um modo de sair pelo menos vivo dali. Então organizei os pensamentos:

1- Eu NÃO estava com o Caeruleatus.

2- Não tenho força nem a menor experiência em defesa pessoal, não me garanto mesmo sendo com uma mulher.

3- Eu tinha um cachorro do meu lado que se mostrou muito bom em brincadeiras e acordar os outros a lambidas, não demonstrou nem um pouco de agressividade, não podia esperar que ele me ajudasse.

4- Eu tinha uma katana, mas o máximo que já fiz foi quebrar um cabo de vassoura nas costas de um dos meus poucos amigos enquanto brincavamos de espada.

Realmente eu estava numa situação "muito boa", eu pensei, finalmente abri os olhos e criei coragem para sair logo dali, mas já era tarde, quando me virei preparado para correr a bela moça estava na minha frente a menos de um metro de distância, no susto dei um passo para traz ma colidi com outra pessoa, me virei para ver quem era, uma mulher tão linda quanto a outra que tinha me encontrado primeiro, mas esta era morena, sua roupa também era vermelha do mesmo material que a nossa mas seu modelo era de um estilo diferente, não sei explicar.

- Vejo que encontrou sua amiga, que bom né, agora eu posso voltar tranquilo... - eu falei um pouco nervoso.

- De todos você foi o pior, nem chegou a correr atras de mim direito. - e elas duas riram.

- He... me desculpe eu não sou muito bom em correr sabe ...

- Que bom, assim nós não teremos trabalho. - foi muito rápido então não pude saber dá onde ela tirou mas depois de piscar os olhos uma vez ela estava com um enorme machado em sua mão.

- Meninas lindas como você não deveriam andar com coisas tão perigosas, não acha? 

- E homens frouxos como você também não deveriam ter uma katana sem ao menos saber usa-la, não acha?

Na mesma hora o cachorro começou a latir, e até eu me assustei, a mulher morena chegou perto dele e bem rápido ele correu para direção oposta, em poucos segundos nem o víamos mais.

- Até o seu cachorro é covarde.

- Olha eu sei que você não deve estar muito contente por eu não ter ajudado mas você já achou sua amiga se precisar de ajuda, porque não fala com o juiz? Tenho certeza que ele vai estar no cinema te esperando prontinho pra ajudar uma mulher tão linda.

- Ah, então finalmente percebeu que eu sou uma jogadora ?! Geralmente uso esse truque pra atrair nossas... "vítimas" mas nunca pensei que atrairia um jogador, muito menos o  preferido do juíz.

- Né !? Mas que conhecidência foi um prazer te conhecer... - eu tentei disfarçar sem muito sucesso, quem eu estava tentando enganar? Eu não sairia dali vivo nem por milagre, até o cachorro me deixou .

- Meu nome é Rouge*, e essa é Adeline Le`clair, o prazer é todo nosso, você vai facilitar muito a nossa vida.

- Como assim ?

- Você não precisa entender agora, au revoir* senhor covarde... - Ela pegou o machado, mas segurando de uma forma que fio ficasse de lado, e antes de eu perceber ela acertou a minha cabeça com a parte de metal e vi tudo escurecer.

 Mais uma vez eu levo porrada, como sou sortudo. Mesmo que por um milagre eu conseguisse escapar delas, estávamos em uma parte da cidade que eu nunca tinha ido antes, me esconder não seria fácil.

Eu já estava despertando, e quando finalmente acordei, me vi amarrado e sem roupa ( não estava completamente nu, pelo menos a cueca me pouparam ).

- Ele acordou, se formos fazer vamos fazer logo! - falou a moça morena de que Rouge me apresentara com Adeline.

- Não tenha pressa, ele não sairá dai tão facilmente, antes temos que pensar em um jeito de fazer com que não deixe rastros, não podemos ser pegas pelo juiz.

- Acho que esta sendo muito cautelosa, desde que descobrimos como fazer, nunca fomos pegas.

- Oi gente, então.... sabe eu, é que vocês poderiam pelo menos me explicar o que pretendem fazer comigo, e porque eu estou quase pelado. - eu me arrependi de não ter ficado na minha.

- Cala a boca, o que você quer? Que eu te bote pra dormir de novo ? - Falou Rouge.

- Ah não precisa ter esse trabalho, eu só acho que seu vou morrer tenho o direito de saber como.

- Fica queto, nós precisamos pensar. - Então Adeline veio em minha direção e me virou.

Até então eu não tinha reparado onde eu estava, era um comodo grande, com apenas uma lâmpada fraca no centro, o que deixava o ambiente escuro, em baixo dessa lâmpada havia uma pequena mesa de madeira e uma cadeira onde a Rouge estava sentada, em um dos cantos da parede, Adeline se apoiava, quando ela me virou me deparei com o outro lado do cômodo. Eu preferia não ter visto, por isso me arrependi de não ter ficado calado, lá tinha uma mesa cirúrgica e uma mesa pequena de metal com vários equipamentos que não pude distinguir. No chão, bem do lado da mesa, haviam alguns corpos de homens jogados de qualquer maneira, um deles estava com os olhos abertos, mas na parte onde deveria estar a cor "normal" dos olhos, estava vermelho do tom da roupa da Rouge. 

E eu que achava que estava em uma situação ruim... Iria ficar bem pior, mas do nada alguém bateu na porta, eu pensei que fosse um milagre, alguém viria me salvar, mas a esperança logo acabou quando vi que a Rouge que abriria a porta já estava com o machado em mãos. Ela abriu a porta deixando a claridade entrar e sem exitar acertou a cabeça da pessoa que estava do outro lado, ela pegou algumas sacolas e colocou do lado de dentro e logo depois puxou pelos pés o pobre entregador e amarrando-o como fez comigo.

- Então é assim que vocês pegam as suas vítimas? - Eu perguntei curioso.

- Não costumamos usar esse método, eu prefiro o pequeno teatrinho que deu muito certo com você, ou nem tanto. - Disse Rouge num tom que eu não gostava. 

- Antes de fazermos com o covarde, faremos com esse entregador, você está precisando recarregar desde aquela última vez. - Falou Rouge referindo -se a Adeline. 

- Tudo bem, você fica com o carinha de preto, não sei se vou aguentar.

Juntas elas levaram o entregador até a mesa cirúrgica tirando sua roupa, (do ângulo que eu estava pude ver tudo claramente), enquanto Adeline preparava uma seringa, Rouge chorava da mesma forma quando eu a vi mais cedo, seu rosto estava avermelhado e muitas lágrimas saíam de seus olhos, mas dessa vez não eram lágrimas comuns, elas também eram vermelhas ( mas não pareciam sangue ), na mesma hora ela pegou um pequeno frasco e no seu próprio rosto coletou algumas lágrimas, quando terminou Adeline pegou esse frasco e o acoplou na seringa, e para o meu desespero ela injetou aquelas lagrimas nos olhos castanhos do entregador. Ele se contorceu de agonia, aos poucos os olhos dele ficaram vermelhos iguais ao do corpo que estava em baixo da mesa, e só depois que toda a íris estava vermelha ele parou de se contorcer o que me fez pensar que já tinha ido " descansar em paz ", mas logo depois, começaram a cair lágrimas da cor de seus olhos, anteriormente castanhos, e Adeline já as coletara com outro frasco.

- Mas o que vocês estão fazendo ?!

- Fique calmo que logo chegará a sua vez.

 Isso não me confortou então eu preferi ficar calado novamente.

Agora Rouge estava com um material parecido com o de enfermeiras quando vão dar "pontos" em machucados, e começou a fechar o umbigo do entregador com esses mesmos pontos. 

Eu não entendi nada, e provavelmente aquela maluquice iria acontecer comigo num futuro assustadoramente proximo.

Quando elas terminaram, o jogaram na pequena pilha de cadáveres em baixo da mesa, e vieram na minha direção.

- Olha, será que antes de enfiar esse troço no meu olho vocês podiam me matar logo? - Eu falei enquanto elas me colocavam em cima da mesa.

- Mas aí não vai funcionar. - Adeline falou já preparando a agulha. - Será que você não poderia bater nele de novo? Não quero de fazer isso enquanto ele está acordado.

- Acho que se eu bater nele acabarei o matando. Vamos com calma, mas logo depois que você injetar teremos que fechar tudo. - Falou Rouge analisando o meu corpo.

- Como assim? O que você quer dizer com fechar tudo?- Eu estava desesperado.

- Se você não quer bater nele, então pelo menos explique, ele vai morrer mesmo, talvez assim fique quieto.

- Tudo bem. - Agora Rouge olhava para mim. - Vamos lá covarde se é a verdade que você quer, a verdade você terá.

* Rouge - Vermelho em francês.

* au revoir - Adeus em francês


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Notas finais do capítulo

A Rouge é uma jogadora nova na história, tanto ela quanto sua ajudante Adeline, são belas francesa que representam a cor vermelha.



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