The Wits Game escrita por Mei chan


Capítulo 1
Entre projetores e pipocas


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira história, então por favor cuidem de mim



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The Wit's game

Viver neste mundo nunca foi uma boa opção. Mas na verdade o problema não é o mundo em si, mas sim as pessoas que nele vivem.

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Hoje é um dia como qualquer outro.Da minha janela do 20º andar vejo no meio de sorrisos falsos, expressões de insegurança que acabam me divertindo.Como sempre a minha diversão acaba rápido e tenho que trabalhar. Vivo uma vida tão normal que me dá náuseas e por mais que tente não consigo mudar isso, na adolescência tentei ficar em um grupo de marginais que roubavam e tal mas fui expulso, depois disso fiz de tudo para ser preso mas tudo que eu planejava acabava ajudando as pessoas no final, era deprimente ver a gratidão que surgia por eu tentar fazer algo de errado, isso não tinha nexo, nem fazia sentido, então eu desisti, não sou muito persistente nem defendo o que acredito, na verdade não defendo nada, sou indiferente, não me importo com coisas superficiais nem com o problema dos outros. Eu acabei fazendo uma faculdade qualquer, arrumando um emprego qualquer, morando em um apartamento qualquer (apesar de gostar dele ), não tenho o que reclamar mas é ... tedioso.

No caminho ao trabalho acabei me molhando, e provavelmente a chuva iria se tornar uma tempestade.

– Esqueceu o guarda-chuva, Higashi ?
– É, foi um descuido meu, não vi o noticiário hoje, não sei qual é a previsão do tempo mas parece que vai piorar.
– Observando as pessoas de novo ?
– Não tem nada mais que eu possa fazer para me divertir.
– Bom você poderia me ajudar com essa papelada, ultimamente recebemos muitas ligações, isso tem me preocupado, é impossível que tantas pessoas desapareçam de uma vez só.
– Você não deveria ficar surpreso, nós trabalhamos na parte de inteligência na busca de pessoas, seria estranho NÃO receber ligações, não acha ?
– Não tem nada de mais ficar preocupado com a segurança da cidade e você também deveria ...
– Não me importo, vim aqui só para pegar esses papéis, se você precisar de ajuda não me chame, chau Charlie.
– Espera você vai sair nessa ... chu...va.

Eu retiro o que disse, aquele dia não foi um dia como qualquer outro, depois que sai por aquela porta nem a minha vida foi a mesma, dias chuvosos nunca me deram sorte mas aquele dia foi diferente. Logo que sai percebi a chuva mais forte, e no meio raios e trovões de repente eu tropecei na elevação da calçada, cai em uma poça de água suja, e do nada alguém deu a maior porrada que eu já levei na vida. Depois disso eu não lembro muito bem, acho que fui colocado em algum saco, e quando eu acordei estava em o que parecia ser uma sala totalmente escura, e por mais inacreditável que pareça sentava em uma poltrona muito confortável, o cheiro de pipoca era inconfundível mas a dor da minha cabeça não me deixava associar as coisas. Depois de meia hora,( depois de tanto tempo já sabia que estava em um cinema mas também foi a única coisa que consegui pensar )o barulho do projetor começou e alguma coisa estranha apareceu na tela.
Eu não pude saber bem o que era, na verdade nem sei se era alguma coisa, estava tudo borrado, mas não fazia diferença, pois logo depois alguém começou a falar, com um uma voz intimidadora e ao mesmo tempo calma, jovem porém experiente.

– Desculpe-me pelos maus modos, sinto muito por não poder ser um bom anfitrião, porém acredito que ira me agradecer.
– Agradecer pelo que ? Pela porrada que me deu na cabeça ?
Me sentia um idiota falando um projetor de cinema mas tive a impressão de que ele podia me ouvir, e também isso não interessava eu só queria quem me levara até alí, e como eu iria voltar.

– Você é um pouco agressivo, do que pensei, mas deixe-me explicar, não haveria outra forma se não esta de você me ouvir, porque se o jogo começar e você não tiver as devidas instruções, irá morrer primeiro, mesmo que eu odeie admitir você é o meu preferido dentre os 7.
– Bom eu não ligo se eu sou seu preferido ou não, mas acima de tudo eu gosto de mulher então não vai rolar, e que papo é esse de jogos e de morte eu não gosto disso também então chau.
Tentei me levantar, e fui tateando o caminho até aonde tinha deduzido que a porta estava, forcei mas não consegui abri-la, e isso me deixou mais irritado.

– Você pode até tentar, mas não vai conseguir, as portas estão trancadas por fora e só serão abertas quando eu terminar de falar. Mesmo que você não goste, já está dentro do jogo, você foi um dos poucos escolhidos a dedo por mim, e caso não ache a morte conveniente sugiro que me escute, pois a única forma de sair vivo, é ganhando o jogo.
– Se eu só preciso te escutar para abrir as portas... Não tem jeito, mas anda logo que eu tenho trabalho para terminar.
– Você não precisa mais se preocupar com o trabalho.
– O que ? Então eu vou ganhar um prêmio é isso ?E não vou precisar trabalhar pro resto da vida?
– Logo vai entender mas ....
– Anda logo, tá me fazendo perder tempo.
– Se você tem pressa... Não é complicado, tem poucas regras e o objetivo é único, permanecer vivo.
– Blá blá blá
– Ser desta maneira não ajudará nem um pouco nesse jogo, mas pelo menos preste atenção. Quando começar, a realidade que você conhece não ira mais existir. Até que você ganhe, serão novas regras daqui para frente. Você estará competindo com outros 6 jogadores que já foram apresentados a esse "mundo" então já está em desvantagem. Primeira regra, você não pode matar diretamente os concorrentes...
– Eu gostaria de saber como se mata alguém sem ser DIRETAMENTE.
– Você verá. Segunda regra você possui o equivalente a 3 vidas que só podem ser passadas a outras pessoas com o seu consentimento, e o mesmo vale para os outros. Terceira regra, apesar das outras pessoas que não estão no jogo perceberem a diferença da nova realidade, elas não podem saber sobre nada.
– E porquê alguém contaria para outras pessoas ?
– Querendo ou não no jogo você precisará de ajuda, mas só poderá pedi-lá para as pessoas certas o que é esclarecido na quarta regra. Cada participante tem um ajudante fornecido por mim, ele será o ÚNICO que poderá auxiliar durante a competição.
– Um cachorrinho, sempre quis ter um...
– Acho melhor ter respeito pelo seu futuro companheiro, pois ele pode te deixar a hora que quiser, e seria uma pena se você ficasse sozinho.
– Que seja.
Quinta regra ...
– Você não disse que tinha poucas regras?
– O número de regras é equivalente ao número de jogadores. São 7 no total. Quinta regra, será disponibilizado uma pequena grande quantia que você poderá usar quando precisar, cada jogador tem um limite diferente que terá de ser descoberto pelo próprio, e esse limite não pode ser ultrapassado. Sexta regra, o contato com familiares, amigos, ou qualquer pessoa, que não seja participante, é proibido...
– E finalmente a última regra, se puder ser rápido eu agradeço, a proposito, sabe me dizer se a chuva já passou?
– A chuva, nem o mau tempo irão embora até o jogo acabar. Apesar de essa ser a última regra é mais complicada, a sétima regra só sera anunciada durante o jogo e provavelmente será decisiva para a vitória de um dos jogadores. Mais uma coisa, caso uma destas regras for descumprida por um dos jogadores ele será imediatamente desclassificado, e será exposto as consequências.
– Como alguém pode ser punido por regras de um jogo maluco que fomos forçados a entrar?
– " Forçados " não diria forçados, como disse antes os jogadores foram escolhidos por mim e logo você ira perceber que todos de uma forma ou de outra tem algo em comum, pediram para estar aqui, estou errado ?
– Eu nunca te vi, não sei quem você é, nem conheço esse jogo que tá falando, como poderia te pedir alguma coisa?
- Se não me engano, você passa suas manhãs antes do trabalho observando as pessoas pela janela, sentindo raiva, inveja por viver uma vida movimentada, sendo alegre, triste ou dolorosa, você inveja os que tem motivos para sorrir, principalmente os que sorriem falsamente. Você pediu por isso, você sentiu sua vida tediosa, e por isso que falei que iria me agradecer, eu garanto que sentirá tudo menos tédio.

Eu parei, por 5 longos segundos eu parei até de respirar, eu moro no último andar de um prédio com poucos moradores, em um bairro afastado da cidade, também não chamo a atenção, não tinha como alguém me espionar nem ter interesse por isso, e o pior não tinha como saber o que eu penso.

– Como você ...
– Como eu sei ? eu já disse que escolhi cada jogador, seria estranho eu não saber pelo menos um pouco de você.

Eu me recuperei, e até então eu tinha levado tudo na brincadeira, não que acreditasse no jogo maluco, mas o fato de ser observado era perturbador. Sempre observei as pessoas, mas ninguém tinha interesse em mim, era como se vivesse num mundo a parte. Queria sair de lá logo, então resolvi fazer o jogo dele literalmente.

– Tá, então deixa eu ver se entendi. A partir de agora vou estar numa nova realidade, competindo sem motivo algum com outas 6 pessoas, sendo que não posso matar ninguém, nem morrer mais que 3 vezes, não posso falar do jogo pra outas pessoas, só posso receber ajuda do meu cachorrinho, não posso gastar mais do que uma quantia desconhecida e não posso ter contato com ninguém que conheça !?
– Basicamente sim, exceto pelo fato de que você você esta competindo para se manter vivo.
– A sim agora você esclareceu tudo, já posso ir embora ?
– Sim, tudo o que precisa está em uma bolsa em baixo de sua poltrona.
– Aham tá, e a quem devo agradecer mesmo ?
– Meu nome tem pouca importância, mas pode referir-se a mim como JUIZ.

Ficou tudo escuro, o projetor parou, então me levantei e nem me preocupei com bolsa, apertei a alavanca da porta. Não tinha esquecido da chuva mas cai sentado depois de ver a tempestade que me aguardava.


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