Abri a porta do minúsculo apartamento que alugmos perto das linhas do metrô. Era um lugar feio de se ver, mas por conta disso, tornava-se reservado e longe de certos olhares. Mal entrei no apartamento e senti as mãos do Adam em minha cintura, abraçando-me por trás. Ele pôs seu corpo contra o meu e afastou meu cabelo do ombro, jogando-o para um só lado para que ele pudesse beijar meu pescoço. Ouvi o barulho da porta se fechar, mas como ele não tirou suas mãos de mim, concluí que ele havia empurrado a porta com o pé.

Virei-me de frente para ele, mas sem afastar nossos corpos um do outro. Envolvi-o também com meus braços, relaxando meus cotovelos sobre seus ombros largos. Suas mãos ágeis em minha cintura se tornaram mais firmes e com um impulso ele me ergueu no ar. Entrelacei minhas pernas ao redor dele enquanto ele me tocava. Eu o vi sorrir e não pude evitar corresponder àquele sorriso que fazia meu corpo se desmanchar de prazer. Nossas testas estavam coladas uma na outra e sem resistir à proximidade, comecei a beijá-lo. Minha intenção era ser carinhosa, mas não foi como planejei. Meu sangue corria quetnte pelo meu corpo, meu coração disparou, como sempre acontecia quando estávamos juntos.

Enquanto trocávamos nossos beijos, percebi que ele estava andando pelo apartamento e me carregando. Talvez eu devesse me preocupar com o fato de que ele não estava olhando para onde ia. Mas sinceramente, eu não me preocupei. O resultado disso? Minhas costas colidindo na parede. Interrompi o beijo, mas sem afastar nossos rostos. Soltei um gemido quando senti seu corpo encaixar-se no meu, pressionando-me um pouco mais contra a parede. Olhei para ele. Agora, no colo dele, eu estava um pouco mais alta que ele, mas nossos rostos se alinhavam. Segurei o rosto dele com as duas mãos e deslizei meus dedos pelo rosto dele fazendo o contorno das maçãs do rosto, sentindo sua barba já começando a crescer novamente. Delineei seus lábios com meus dedos, bem devagar e ele os curvou em um sorriso bobo.

Aproximei mais o meu rosto e passei a língua pelo canto da boca dele e no mesmo instante ele avançou em mim, roubando-me um beijo feroz. Ele tornou a beijar meu pescoço fazendo-me contorcer. Eu ainda estava segurando o rosto dele e aproximei minha boca de seu ouvido para que ele pudesse escutar minha respiração arfante. Eu sabia que ele gostava quando eu fazia isso.

Ele me segurou no colo com mais força e me levou até a cama distribuindo beijos apressados pelo meu corpo. O Adam aperfeiçoou sua habilidade em arrancar minhas blusas de mim ao longo da nossa relação e hoje posso dizer que mal sinto ou percebo quando ele faz isso. Quando me dei conta, avistei minha blusa pendurada em uma das hélices do ventilador de teto. Aquilo me deu vontade de rir, mas ocupei minha boca com algo mais importante.

Sentei-me de frente para ele e pus as mãos na cintura dele, por baixo da camisa enquanto ele procurava a abertura do meu sutiã. Subi minhas mãos pelas costas dele e levei uma das mãos até seu peito rígido, sentindo seus músculos se contraírem sob meus dedos. Deslizei a ponta das unhas levemente ao longo de seu corpo, desde o peito, até alcançar o botão de seus jeans.

De acordo com a minha percepção, a primeira coisa que fazemos é retirar as blusas. É claro que isso é relativo, mas pelo menos comigo é assim. De qualquer forma, a partir disso, o resto de nossas roupas não passaram de um vislumbre na memória. Na manhã seguinte, nós iríamos nos divertir encontrando cada peça em lugares inusitados, como no caso da minha blusa no ventilador. Mas naquele momento, tudo o que eu pensava era nele. Meus sentidos, meus impulsos, se direcionavam só a ele. Tudo era levado pelo calor do desejo, dos beijos sedentos e dos toques ardentes.

No fim de tudo isso, o que eu realmente me lembrava, foi de ter passado mais uma noite ao lado da única pessoa que podia me fazer tão feliz. Ouvi-o sussurrar eu te amo em meu ouvido naquela noite, quando nos esgotamos. Lembro-me também de sorrir para ele olhar para todo ele e ver meu batom carimbado em sua pele.