One Of Those Ghosts escrita por Cathy Dare


Capítulo 29
29º Capítulo:


Notas iniciais do capítulo

Nem vou falar muito, vamos ao capítulo.



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Katie P.O.V on.

Acordei um pouco zonza e fraca.

– Achei que não acordaria nunca. – Jesse estava sentado em uma cadeira perto da porta.

– O que foi que me deu? Você me drogou? – falei atropelando as palavras.

– Sem drama Katie foi só um calmante um pouco mais forte. Não tinha como te aguentar fazendo pergunta a noite toda. – ele falou calmo.

– Vai me explicar o por que de tudo? – sentei na cama, percebi que meus braços já não estavam presos. Mas tinham marcas vermelhas em volta de onde a faixa havia ficado amarrada.

– Em primeiro lugar acho que seria bom você se alimentar. – apontou pra bandeja que estava em cima de uma mesinha. Essa mesa não estava lá na noite anterior.

– Não, eu prefiro não comer. – fiquei desconfiada, óbvio.

– Acha que tem veneno? Se quiser eu experimento. – Jesse revirou os olhos. - Katie se eu quisesse te matar eu seria mais autêntico. – ele cruzou os braços na altura do peito. Me dei por vencida e comecei a comer, eu estava morrendo de fome.

– Por que me sequestrou? – terminei de comer e olhei pra Jesse.

– Porque você é minha garota e não pode ficar com nenhum outro cara a não ser eu. – ele me olhou calmo e falou de forma possessiva.

– Não importa o que você faça, eu nunca vou ficar com você de novo. – falei decidida e Jesse fechou a cara.

– É o que você pensa. Se não for do meu jeito não vai ser de jeito nenhum Katie. – levantou da cadeira irritado.

– Ah claro, eu sou com um brinquedo que você pediu de natal né? Se você quer, você tem. – falei aumentando a voz. Eu ja estava ficando de saco cheio, daquilo tudo.

– Cala a boca Katie. – Jesse se aproximou de mim, mas isso não me impediu de continuar. Eu já estava de saco cheio, será assim todos os dias? Até ele se cansar e me soltar?

– Cala a boca você. Você é um garotinho mimado, que não teve educação. Sempre conseguia o que queria. Será mesmo? – fui irônica e ele fechou mais ainda a cara. - No fundo a única coisa que você queria era amor do seu pai e bem você não teve. – falei revoltada e Jesse partiu pra cima de mim. Ele me deu um tapa na cara e eu cai na cama.

– Quem você pensa que é pra falar do meu pai. – Jesse me deu outro tapa forte, e saiu de cima de mim.

– É difícil ouvir a verdade né? - mal terminei de falar e Jesse me deu o terceiro tapa só que com muito mais força, senti como se todos os meus ossos tivessem sido quebrados.

– Você não era tão petulante enquanto esteve comigo, esse cara não te fez bem sabia? – ele gargalhou rindo do meu estado. - Eu sou bonzinho amor, mas se você me provocar eu posso virar uma fera. – Jesse saiu do quarto e trancou a porta. Eu sentia meu corpo queimando mais não durou muito por que logo adormeci.

Flashback off.

– Quantas vezes ele te bateu? – Danny falou irritado. Eu sei que nao era fácil pra ele mas era muito mais difícil pra mim contar tudo aquilo.

– Não teve muitas depois dessa. – falei sem emoção.

– “Não teve muitas”? – ele me olhou surpreso.

– Umas duas no máximo. – tentei continuar.

– E isso durou por quanto tempo? – ele respirou fundo.

– Praticamente 23 dias. – olhei pra baixo e Danny segurou forte minha mão.

Flashback on.

– Katie desculpa ter te batido. – Jesse me cutucou, acordei confusa.

– Como é? – olhei sem entender pra ele, que estava sentado do meu lado, com uma caixa de primeiros socorros.

– Você me provocou. – ele começou a passar a gaze perto da minha boca.

– Você é louco, completamente louco. – pulei da cama receosa. - Primeiro me bate e depois vem curar as feridas? Você é doente. – gritei.

– Eu te amo com a mesma proporção que eu te odeio Katie. – Jesse falou avoado, confesso que foi o momento que eu mais senti medo. Ele estava parecendo um psicopata.

– Espera aí, isso é o que eu estou vendo? – ele apontou pra minha mão e eu olhei perdida pra ele. - Você vai casar com ele? – Jesse gritou e eu entendi que ele estava olhando pro anel de noivado. Gelei.

– É por isso que você não quer voltar pra mim. – ele jogou a caixa de primeiros socorros no chão com tudo.

– Não tem nada a haver com ele. – respirei fundo e Jesse gargalhou.

– Você é outra pessoa desde que está com... – Jesse nem terminou de falar e eu emendei.

– Não coloca o Brian no meio. – falei alto e ele me deu um tapa no rosto.

– Não me interrompe amor. – Jesse balançou a cabeça em negação. A unica coisa que pude fazer foi levar a mão no rosto, onde ele havia batido. - Minha querida sogra não te ensinou o quanto feio é inte... – Jesse me olhou revoltado.

– Não fala da minha mãe. – parti pra cima dele e Jesse me puxou pelo cabelo e me lançou no chão.

– Já pedi pra não me interromper. – Jesse bufou irritado e me chutou. - Você não está grávida né amor? Seria uma fatalidade eu matar o Brian jr. – ele me olhou com desdém e chutou outra vez.

– Sua mãe sempre me adorou. – Jesse me puxou pelo braço, fazendo eu ficar de pé. Eu mal conseguia respirar, com a dor na boca do estomago.

– Acho que está na hora de você entender como as coisas vão funcionar aqui. –  me empurrou na parede e pressionou meu pescoço me deixando quase sem ar. - Eu não quero que você fale sobre ele aqui, não quero que você me enfrente, entre outras coisinhas, estamos entendido? – ele apertou mais meu pescoço, fazendo minha cabeça doer por falta de oxigênio.

– Isso é muito mais que uma colônia de férias Katherine. – Jesse riu irônico e me jogou na cama.

Desde esse dia as coisas continuaram na mesma, foram assim durante muitos dias. Eu não falava mais nada, Jesse continuava o mesmo psicopata.

– Estamos aqui a exatamente 21 dias e você ainda não disse sim. – Jesse colocou a cadeira na frente da cama e sentou de frente pra mim.

– E não vou dizer. – falei seca.

– Vamos viver assim pra sempre? – ele arqueou uma sobrancelha.

– Faz como você quiser, eu não me importo. Eu não vou mais ficar com você e independente de quantas vezes você me bata. – olhei-o sem emoção.

Tanto tempo presa, parecia que eu estava enlouquecendo, era praticamente uma solitária. Eu sentia falta de oxigênio, de luz, de barulho, de vida, de tudo. Eu só não era zumbi por que eu ainda me alimentava e tomava banho a cada 3 dias.

– Você não se importa? – Jesse esboçou um sorriso maléfico. - Eu sei de uma coisa que vai fazer você se importar rapidinho. – ele se aproximou de mim e me pegou pelo braço, eu vivia constantemente fraca, só tinha uma refeição por dia.

Jesse me tirou do quarto pela primeira vez em 21 dias, e me colocou sentada em uma cadeira. Aquilo era um galpão, dava par ver uma cozinha improvisada perto da porta e onde eu estava era uma “pequena sala”.

– O que vai fazer? – olhei pra ele com raiva, que me amarrou e depois me amordaçou.

– Adivinha que número eu arrumei? – Jesse falou balançando o celular e eu tentei falar através da mordaça e nada resolveu.

– Alô Brian? – Jesse falou sério olhando pra mim. Senti meu peito apertar e só de saber que ele estava falando com Brian me apavorei.

– Eu estou com ela...não é assim tão simples...ok eu vou pensar...espera... – ele estava com cara de satisfação e com certeza aquilo não era uma coisa boa.

– Seu herói...eu realmente fico emocionado. –  tirou o telefone de perto do ouvido e falou comigo.

– Já pensei...sim...as 2 horas da tarde, não se atrase. – Jesse terminou de falar e jogou o celular em cima da mesinha. - O seu noivo está vindo te buscar. – o ênfase que ele deu no "seu noivo" quase me embrulhou o estomago..

– Ele falou que está disposto a ficar aqui se eu te soltar, e eu aceitei. – soltou a mordaça da minha boca, comecei a falar destrambelhada.

– O que está planejando? – voei pra cima dele que gargalhava.

– Eu não planejei nada, eu vou te soltar. – Jesse me empurrou e eu cai no chão. - Não me atormenta Katie, eu não quero bater em você. – ele levou as duas mãos a cabeça e falou cansado.

– Eu não quero dinheiro nenhum pra te soltar é só ele vir sem a policia. – ele continuou falando, veio até mim e me puxou até o quarto novamente.

Não consegui dormir a noite toda, algo me dizia que o dia seguinte seria intenso.

– Vem, levanta. – Jesse me puxou pelo braço e me colocou de pé.

– Se vai manter o Brian como refém eu prefiro ficar aqui. – olhei pra ele que fez careta.

– Eu não estou nem aí para o que você quer. – Jesse ainda me puxando pelo braço me colocou sentada na cadeira.

– Se você tentar algo, eu uso. – apontou pra arma no cós da calça.

Depois de muitos minutos escutei a batida na porta, Jesse sorriu convencido, só podia ser Brian.

– É um homem de palavra. – ele abriu a porta pra Brian que entrou.

– Agora solta a Katie. – Brian olhou raivoso pra Jesse que riu irônico.

– Sem pressa ok? – Jesse se aproximou de mim, me pegou pelo braço e me levou em direção a porta.

– Acho bom você ir embora ou as coisas vão terminar mais cedo por aqui. – Jesse fechou a porta na minha cara e eu fiquei do lado de fora.

O que eu faria a partir daquilo? Eu jamais deixaria Brian ali com Jesse. Dei a volta no galpão tentando achar algo que eu pudesse usar a meu favor, como um pau, ferro sei lá, tudo seria bem vindo. Escutei um barulho enorme lá dentro, estavam destruindo a casa/galpão. Se eu fosse morrer ou não, eu não me importava, eu entraria lá de qualquer jeito.

Depois de alguns longos minutos consegui, entrar no galpão. Eu nao estava com medo por mim mas sim por Brian.

– Katie, por que você é tão teimosa? – Jesse estava caído com a boca sangrando, Brian não estava muito diferente, ele estava com a sobrancelha cortada e estava de pé com a mão na barriga.

– Já chega Jesse, as coisas não precisam terminar assim. – falei perto da porta.

– Sou eu quem determina quando acaba. – Jesse me olhou revoltado. - Eu ia acabar com ele de uma forma bem diferente Katie, mas já que você está aqui na platéia. – Jesse tirou a arma do cós da calça e olhou pra mim.

– Não faz isso Jesse. – implorei, senti um nó na garganta. Eu saba bem o que ele iria fazer.

Ele queria isso o tempo todo, te rme levado pra lá foi só uma isca pra atrair Brian.

– Está na hora de você ver, o seu namoradinho partir dessa pra melhor. – Jesse apontou a arma pra Brian e sem dó, piedade ou sentimento de culpa disparou 3 tiros.

– Não! – gritei desesperada. Tudo aconteceu em questão de segundos.

Corri até Brian que caiu no chão sangrando.

– Eu vou chamar resgate, vai tudo ficar bem. – eu apoiei a cabeça dele em meu colo.

– A polícia já está vindo. – Brian falou cansado.

– Não fala, pra você não se cansar. – falei chorando e com a voz embargada, ele passou a mão no meu cabelo.

– Não vai dar tempo. – Brian segurou na minha mão forte, tentando me passar calma.

– Cala a boca Brian. – eu não queria ouvir aquilo.

– Não adianta. – ele me olhou com carinho e eu senti um aperto enorme no meu peito.

– Não diz isso. – eu já chorava sem parar. Eu preferia estar no lugar dele.

– Katie, eu te amo. – Brian falou baixo e fechou os olhos.

– Não faz isso comigo Brian. Pelo amor de Deus, não faz isso comigo. – comecei a balançá-lo tentando acordar e nada.

Ele estava morto.

– Brian volta pra mim, por favor não me deixa. Não me abandona, pelo amor de Deus. – falei desesperada. Era o meu maior pesadelo, Brian havia morrido nos meus braços. Ele havia sido morto da forma mais cruel e fria.

Ele não merecia aquilo, eu não merecia aquilo. Brian era o homem da minha vida e havia sido morto por tentar me salvar. A um minuto você tem tudo o que quer e em uma revolta do destino acaba com tudo.

Era como se uma parte minha tivesse morrido, e a outra não quisesse viver. Eu estava em um estado de quase morte. Agora eu não tinha só medo de Jesse, eu tinha pavor. Viver pra mim já não era tão importante e tudo havia perdido o sentido. Brian se foi e com ele a minha vontade de viver.

Flashback off.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam?



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