Danny P.O.V on.

Liguei pela última vez no restaurante, eu queria tudo perfeito. Imagine quantos caras já devem ter convidado Katie pra sair? Então eu não posso fazer feio, eu quero deixa-la de boca aberta.

Fui me arrumar, eu também precisa estar vestido a caráter. Vesti uma camisa branca, uma calça jeans escura, um tênis preto, arrumei o cabelo, passei perfume.

Fiz o caminho de sempre, já era familiar.

– Danny chegou no horário? – Jessy franziu a testa e depois riu.

– Boba. – a cumprimentei com um beijo no rosto.

– Bom Harry diz que a coisa mais difícil que tem é você chegar no horário. – ela riu sapeca.

– Katie já está pronta? – olhei pro relógio eu estava no horário, eram sete horas em ponto.

– Vou lá chama-la. – Jessy sumiu pelo corredor.

Menos de 5 minutos Jessy voltou e disse que Katie já vinha.

– Vai sair hoje? – olhei pra ela que não estava arrumada nem nada.

– Não, Harry vai passar aqui.

– Vamos! – Katie apareceu na sala com uma cara não muito animada e eu fiquei de queixo caído. Katie estava com um vestido justo nude, pra mim é bege mas Jessy disse que é nude, um sapato de salto alto preto. O cabelo estava em um coque bagunçado e a maquiagem era o mais simples possível. Ela estava linda.

– Você está linda. – falei tentando disfarçar a cara de bobo.

– Você também está lindo. – Katie mordeu o lábio inferior tímida.

– Não voltem tarde. – Jessy tentou se manter séria.

– Estou brincando. – ela riu do próprio comentário. Nos despedimos dela e saímos.

– Em que restaurante vamos? – Katie falou assim que entramos no elevador.

– Nada muito diferente. – olhei pra ela que estava balançando a perna nervosa.

– Está bem? – olhei confuso pra Katie que sorriu sem mostrar os dentes.

– Odeio elevador. – falou sem emoção.

– Disso eu sei. Mas não é por isso que está aflita. – segurei a mão dela e estava gelada.

– Não gosto de sair, muito menos a noite. Muito menos um jantar, um lugar cheio de gente... – Katie começou a falar sem parar.

– Hey calma. – a abracei de lado.

– Eu fico um pouco nervosa. – ela tentou parecer calma.

O caminho foi calmo bem mais silencioso , Katie não disse muita coisa e eu preferi não enche-la. Mesmo de noite a frente do restaurante era bem iluminada.

– Boa noite sr. Styles. – o maitre falou em um sotaque francês. Sebastién Bilodeau nasceu em Paris, mas agora trabalha aqui em Londres. Ele começou fazendo estágio, então se tornou maitre. Não que isso seja importante no momento.

– Boa noite Bilodeau. – sorri pra ele que me indicou o local pra ir.

– Por que está tudo escuro? – Katie me cutucou e eu me segurei pra não rir.

– Você já vai entender. – continuei andando e ela agarrou meu braço.

– Odeio lugares desconhecido e escuros. – bufou. Bem Katie odeia muita coisa.

De repente as luzes se acenderam, foi surpresa pra Katie, não pra mim, eu já sabia o que iria acontecer. O restaurante estava vazio.

– Cadê as pessoas? – Katie franziu a testa.

– Não tem ninguém. – ri pela cara que ela fez.

– Isso eu percebi. – ela fez careta.

– Não tem e não vai ter ninguém. – segurei a mão de Katie que me olhou confusa.

– Explica? - Katie respirou fundo.

– Eu reservei o restaurante só pra nós. – terminei de falar e ela ficou de boca aberta.

– Co-mo assim? –  arqueou uma sobrancelha.

– Assim você não tem desculpa. O restaurante está vazio, você não precisa ficar nervosa com multidões e esse tipo de coisa. – fui curto.

– Não é um exagero? – Katie mordeu o lábio inferior.

– Você merece. – sorri pra ela que abriu a boca e não disse nada.

O jantar foi ótimo, como não tinha ninguém Katie não ficou nervosa e nem aflita. Com o tempo ela vai sair pra todo tipo de lugar comigo e não vai sentir mais medo nenhum.

– Katie por que você estava estranha hoje? – olhei pra ela que respirou calmo e me respondeu.

– Tive um pesadelo essa noite, fiquei um pouco perturbada com aquilo. – Katie fez careta.

– Não precisa ficar assim, agora você tem eu, vou estar sempre do seu lado. – dei a mão pra ela que segurou forte.

– Eu te amo Danny. – Katie sorriu fraco pra mim.

– Eu também te amo. Muito. – soltei a mão dela e continuei dirigindo. Invés de pegar o caminho do apartamento de Katie, peguei o caminho da minha casa.

P.O.V off.

Katie P.O.V on.

Chegamos na casa do Danny e dessa vez eu não reclamei. Estamos juntos a quase 6 meses e eu posso contar os dedos quantas vezes apareci aqui.

– Tem certeza que está bem? – Danny arqueou uma sobrancelha. Era tão fofo vê-lo preocupado comigo.

– Sim estou. – sorri tentando ser o mais sincera possível.

– Danny preciso te contar uma coisa. – esperei ele se sentar no sofá do meu lado e continuei.

– Eu nunca te contei o que aconteceu a 3 anos atrás. Não é porque eu não confiava em você, mas porque eu nunca estive pronta. – respirei fundo e Danny ficou olhando pra mim.

– Acredito que você não saiba de muita coisa né? – olhei pra ele que concordou com a cabeça.

– Tem certeza que quer falar sobre isso? – Danny segurou minha mão.

– Sim tenho. Ás vezes é preciso enfrentar nossos fantasmas. – lembrei da Denise falando isso. Ela sempre quis que eu falasse sobre, mas eu preferia continuar tendo pesadelos do que contar pra alguém o que aconteceu lá.

Flashback on.

Cheguei na casa de Jessy que já estava me esperando pra tomarmos café juntas.

– Então como ele recebeu tudo? – Jessy colocou café pra nós e sentou esperando que eu começasse a contar.

– Ele ficou calmo, o que é bem estranho. – franzi a testa desconfiada.

– Simples assim? – ela também achou estranho. - Mas ele não disse nada? – deu um gole no café, esperando eu continuar.

– Ele falou que não ia me impedir de ir embora, porque eu ia ver que não vivo sem ele. – falei achando engraçado. - Jesse deve estar precisando de gardenal. – emendei e Jessy riu junto.

Eu achava engraçado, mas mesmo assim era de se desconfiar. Jesse é o tipo de cara que recebe um não e aceita. Ele sempre disse ser apaixonado por mim e agora eu venho e termino com ele.

Não vou dizer que não sinto muito, eu estaria mentindo. Passamos muito tempo junto, mas Jesse começou a ficar diferente, e a paixão que eu sentia por ele começou a diminuir. Eu tentei lhe dizer isso, entretanto Jesse não aceitou logo de cara, e agora ele diz que eu vou sentir sua falta

Flashback off.

– Bom, esse foi só o começo. – suspirei.

– E ele aceitou assim? – Danny levantou a cabeça do encosto do sofá e olhou pra mim e eu ri. Ainda tinha muita coisa pra vir.

– Calma Danny, Brian nem entrou na jogada ainda. Jesse pirou quando eu comecei a namorar Brian. – olhei pra Danny que pareceu entender.

Flashback on.

–Demorou pra chegar. – olhei pra Brian que sorriu.

– Parece que a cada sexta-feira o trânsito fica maior. – ele fez careta e eu ri.

– Vai tomar um banho, o jantar está pronto. – dei um beijo curto nele e fui arrumar a mesa de jantar. O telefone começou tocar, sai correndo pra atender.

“- Katie..”. – Jesse mal terminou de falar e eu o cortei.

– Como conseguiu o meu número? – falei calma.

“- Sou um cara esperto Katie, a pergunta certa seria, por que demorou tanto?” – Jesse foi irônico.

– Não enrola, o que você quer. – falei impaciente.

“- Eu quero você, como eu sempre quis...” – ele ia continuar com a ladainha de sempre e eu o cortei outra vez.

– Se for isso eu vou desligar... – foi a vez de Jesse não deixar eu terminar de falar.

“- Eu sumo por 2 meses e você arruma outro cara.” – a voz de Jesse já havia mudado.

– Nós não estávamos mais juntos Jesse, o que tem demais nisso. – bufei irritada.

“- Ele é um mané, você sabe disso?” – foi a vez de Jesse bufar.

– É até pode ser, eu tenho imã pra namorar manés. – desliguei na cara dele.

Eu e Brian estávamos juntos a 7 meses. Durante um bom tempo Jesse não sabia que eu estava namorando, e a 2 meses ficou fora da cidade.

– Você sabe que não é uma boa ideia. – Jessy balançou a cabeça nervosa.

– Calma Jessy, o Jesse é agressivo mas ele nunca encostou um dedo em mim.

– É, só que ultimamente ele está diferente. Ele parece revoltado. – Jessy fez cara de medo e eu ri.

– Além disso, nós só vamos conversar...nada demais. – ri fraco e ela fez careta nao achando graça alguma.

– É em um lugar movimentado, ele não vai poder nem gritar comigo. – tentei confortar Jessy que se conformou.

– Brian sabe? – ela arqueou uma sobrancelha e eu bufei.

– Claro que sim, ele deu um ataque igual o seu. – falei divertido e Jessy sorriu.

Flashback off.

– A partir disso as coisas mudaram? – Danny estava curioso.

– Sim e mudaram pra pior.

– No começo Jesse era só um ex-namorado chato que não aceitou ser deixado, mas depois se tornou um louco obsessivo. – revirei os olhos cansada. O estranho é que eu não me sentia mal em estar tocando no assunto, estava me fazendo bem.

Flashback on.

Entrei na cafeteria de sempre, Jesse não havia chegado ainda. Então resolvi pegar uma mesa no canto, longe de todo mundo. Jesse podia ter um ataque e começar a falar alto, a última coisa que eu queria era um ataque de pelanca dele.

– Desculpa a demora. – Jesse falou e foi sentando.

– Não esquenta. – dei um gole no capuccino que eu havia pedido.

– Você está linda hoje...quero dizer como sempre. – ele sorriu e eu não expressei nada.

– Vamos direto ao assunto, eu não tenho muito tempo. – menti, eu tinha o dia inteiro livre.

– Volta pra mim..por favor. – Jesse pegou na minha mão e eu puxei de volta.

– Jesse eu não quero mais falar sobre isso. – falei calma.

– Você não pode simplesmente me trocar por ele. – ele gesticulou com as mãos.

– Eu não te troquei Jesse. Eu só comecei a namorar o Brian 2 meses depois. – tentei explicar.

– Aproveitou que eu fiquei fora. – Jesse não se convenceu. - Então eu sumo por mais um tempo e agora já está morando com ele. – ele alterou a voz.

– Eu fui morar com você, só tínhamos 3 meses de namoro. – revirei os olhos e Jesse bufou.

– Mas é diferente, porque eu te amo. Eu sempre vou te amar. – Jesse passou a mão na tatuagem do punho, a tatuagem que era meu nome. Se tinha uma coisa que eu sempre amei em Jesse eram as tatuagens. Ele tinha várias tatuagens, algumas nos dois braços, uma na costa e uma no punho.

– Se você pediu pra conversar comigo, pra insistir nessa história eu vou embora. – fui levantando e Jesse segurou no meu braço.

– Katie, por que? – Jesse também levantou.

– Acabou Jesse, eu não amo mais você. – soltei meu braço e peguei a bolsa que estava do meu lado na cadeira.

– E por favor não me procura mais. Não vá atrás da Jessy e muito menos do Brian. – sai sem dar tempo de Jesse continuar com a mesma ladainha.

Katie P.O.V off.

*Maítre é responsável por agendar os clientes em restaurantes, coordenar quem vai servir qual mesa - garantindo máxima eficiência no atendimento - e lidar com as reclamações dos clientes.