Katie P.O.V on.

Escutei batida na porta e falei pra entrar.

– Oi amor. – Danny só colocou a cabeça pra dentro do quarto e sorriu pra mim.

– Pode entrar. – ri da cara dele. Ele sempre é tão bom pra mim e eu não me canso de dizer isso.

– Jessy falou que você estava estranha. – ele veio e sentou na beirada da cama.

– Jessy dedo-duro. – fiz careta e Danny me olhou divertido.

– Eu estou bem, só me senti cansada e toda essa história da Jessy querer sair. Dessa vez eu não posso dizer não. – puxei Danny pela mão.

– Culpa minha? – ele levantou o dedo parecendo criança e eu ri.

– Sim culpa sua. – encostei a cabeça em seu ombro.

– Sabe o que eu percebi? Desde que eu cheguei e você ainda não me beijou. – Danny fingiu ficar indignado e eu sorri boba pra ele, aproveitando a deixa pra beijá-lo.

Danny foi aproveitando a "deixa' e ficou por cima de mim, o beijo já estava mais envolvente e as passadas de mão também, as coisas já estavam realmente muito quente...

– Não Danny. – empurrei ele que ficou confuso.

– Eu não estou com cabeça pra isso hoje. – apoiei minha cabeça no travesseiro. Não diria a ele, mas minha cabeça estava em Brian, na morte dele.

– Tudo bem. – Danny apoiou a cabeça na minha barriga. Eu sabia que ele havia ficado desapontado, mas eu não conseguiria fazer nada, minha cabeça estava tão longe.

De uma coisa eu tinha certeza, Danny era paciente. Desde que estamos namorando, nós nunca transamos.

– Sim, eu falo pra ela. – Jessy estava no telefone.

Me aproximei e sentei ao seu lado tentando escutar.

– Semana que vem? Sim eu já entendi. – continuou e eu desistir de escutar a conversa. Liguei a tv e coloquei no canal de sempre.

– Era do consultório da Denise, ligaram pra avisar que semana que vem não terá consulta. – Jessy falou assim que desligou o telefone.

– Como assim? – arregalei os olhos.

– Parece que morreu algum parente da Denise, então ela vai ficar fora até quinta-feira. – ela pegou controle remoto da minha mão e mudou de canal, assim deixando em um seriado americano.

– Eu estava assistindo. – repreendi Jessy que riu.

Agora você é uma nova Katie, não assiste mais canal do boi. –  falou sem olhar pra mim e eu fiz careta.

– Já pensou em que roupa vai usar hoje? – Jessy me olhou de rabo de olho.

– Ainda não. – suspirei cansada. - Não tem um lugar menor pra gente ir não Jessy. – falei chorosa. Jessy havia colocado na cabeça a ideia de nos quarto irmos a um show acústico do James Blunt. Quase enfartei quando Jessy disse aonde iríamos, eu tentei fazê-la mudar de ideia, mas não consegui.

– Lá é tranquilo Katie. – Jessy sorriu.

– É um show. – falei apavorada.

– Mas é um show acústico. Nada de multidões, lugar lotado ou coisa do tipo...confia em mim. – Jessy segurou minha mão e eu fiz careta.

– Sempre que você ou o Danny diz pra eu confiar em vocês, é porque não é boa coisa. – revirei os olhos irritada.

– “Não vai ter muita gente” e olha lá a Katie na London Eye lotada. – imitei a voz de Danny.

– “Não vai ter muita gente” e olha lá a Katie em um show do Iron Maiden. – imitei a voz de Jessy, e ela apenas riu.

– Não exagera Katie. – ela continuou rindo e eu bufei cansada.

– Eu estou indo tomar banho, recomendo que faça o mesmo. – Jessy levantou e foi em direção ao seu quarto. Continuei sentada vendo tv, agora no canal que Jessy havia colocado.

– Já está pronta Katie? Harry e Danny já chegaram. – Jessy bateu na porta.

– Estou pronta. – abri a porta do quarto e Jessy ficou de boca aberta.

– Qual é o problema? – fiz cara de poucos amigos.

– Fazia tempo que eu não via você tão bonita. – Jessy sorriu feliz pra mim.

– Obrigada. – retribui o sorriso, eu estava bem diferente de como eu me vestia. Sempre de qualquer jeito, mas hoje não. Estava com um vestido azul-marinho de uma alça só, um ancle boot preto (eu nao sei como escreve...relevem), o cabelo estava cacheado e meio preso. A maquiagem eu havia feito os olhos esfumaçado e um batom claro.

– Se vocês demorassem mais um pouco, eu juro que ia lá trazê-las a laço. – Harry falou divertido e Jessy deu um beijo estalado nele.

– Uau, Katie você está linda! – Danny que estava sentado levantou depressa, mordi o lábio inferior sem-graça. Não é sempre que recebo elogios.

– Obrigada! – cheguei perto dele e lhe dei um beijo curto, Danny ainda sorria bobo pra mim.

– Agora vamos, antes que o outro aqui tenha um ataque, por termos demorado. – Jessy olhou divertida pra Harry que fez uma careta hilária.

– Muita areia pro seu caminhãozinho Danny. – Harry abraçou Danny de lado.

– Eu faço duas viagens. – Danny me olhou e eu revirei os olhos. Abestado.

Não sei que acordo eles fizeram, mas fomos no carro do Danny.

A entrada não estava cheia, e quando entramos eu vi que lá dentro também não estaria cheio, sorte minha. Não era bem um show acústico, seria mais um show particular. Havia umas mesas com cadeiras pros convidados, um palco pequeno e com pouca iluminação, um bar e garçons a disposição de todo mundo.

Confesso que eu sentia falta disso, sair com a Jessy, me divertir, rir. A noite foi perfeita, de lá fomos direto pra casa e uma coisa eu sei James Blunt canta super bem.

– Já que hoje não tem consulta, nós poderíamos passar em casa. Você ainda não conhece minha casa e nem o Bruce. – Danny falou empolgado parecendo criança.

– Eu pensei em ficar em casa e aproveitar mais um dia aqui dentro. – fiz cara de cão que caiu da mudança e a fisionomia de Danny mudou, de empolgado pra desapontado.

– Nada disso. Eu vou ficar fora uma semana inteira, vamos fazer uma coisa diferente hoje então. – ele fez carinho no meu cabelo e eu me dei por vencida de novo, quero dizer como sempre.

– Tudo bem, mas uma passada rápida. E só por que você vai ficar fora a semana toda. – tentei ficar séria mas acabei rindo da cara que ele fez.

Deixei um recado pra Jessy na porta da geladeira e lá fomos nós, conhecer a casa dele.

– Harry mora nesse prédio. Ele pretende se mudar, eu só não sei quando. – Danny apontou pra um prédio que passamos em frente de carro.

– E por que não se mudou ainda? – arquei uma sobrancelha.

– Não sei, vai entender o Harry. – Danny me olhou divertido.

– Chegamos! – ele falou elétrico. Danny morava na mesma rua que Harry.

A frente da casa era bem bonita. Toda branca com um jardim invejável, duvido que seja ele que cuide daquilo.

Danny digitou a senha e o portão também branco se abriu.

– Nossa precisa de tudo isso? – olhei surpresa pra Danny que riu.

– Eu sou famoso aqui na Inglaterra Katie, preciso me precaver em relação aos ladrões. – me olhou de lado e eu concordei com a cabeça.

Descemos do carro e fomos pra conhecer a casa.

– Bem-vinda a minha casa...que um dia será sua. – Danny coçou a cabeça tímido, achei aquilo o máximo. Eu nunca havia visto ele tímido.

– Esse é o Bruce. – Danny pegou o beagle no colo, o cachorro era branco e caramelo. Sempre adorei cachorro.

Danny colocou o Bruce no chão e começamos a fazer um tour pela casa dele. Todos os cômodos eram grande e espaçosos. A sala era decorada com branco e preto, a cozinha e a sala de jantar levava uma decoração em preto e inox, os pisos eram claros pra destacar. A sala de tv era toda branca e o sofá era azul, pra combinar a decoração levava as mesmas cores, e ainda tinha um estúdio no andar debaixo.

– Agora o andar de cima. – foi me puxando pela mão.

No segundo andar haviam seis quartos. Havia o quarto de Danny, quatro quarto de hóspedes e um sexto onde ele guardava todos os instrumentos, e prêmios que havia ganho com a música. O quarto dele que tinha as paredes cinza claro e a decoração era em tons pastéis pra não fugir da combinação do andar de baixo.

– Sua casa é linda Danny. – sentei na escada que ligava os quartos com a sala.

– Obrigado. – Danny se aproximou de mim e fez gestos pra eu levantar.

– Vem, você ainda não viu tudo. – Danny me puxou pela mão de novo, e agora fomos conhecer o quintal.

Tinha uma churrasqueira e várias mesas com cadeiras, um gramado enorme e dois gols.

– Hoje está muito quente. – me abanei. Era um dos dias mais quente de todo o mês em Londres.

– No futuro eu quero colocar uma piscina aqui. – Danny apontou pra um lado grande do quintal.

– Mas em Londres quase nem esquenta, vai ser só pra ocupar espaço. – olhei divertida pra Danny que fez careta.

– “Hoje está muito quente”. – Danny imitou a minha voz e eu dei um tapa em seu ombro de leve.

– Hoje é uma exceção. – revirei os olhos.

Ficamos sentados no quintal aproveitando o sol e o silêncio que lá tinha.

– Danny vamos embora. – falei sem abrir os olhos.

– Mas já? – Danny me cutucou.

– Vai chover. – levantei de seu colo.

– Eu estou de carro. – Danny arqueou uma sobrancelha sem entender.

– Mesmo assim, vai que alaga a rua. – me defendi e ele riu.

– As vezes eu acho que você é piadista Katie. – Danny continuou rindo e eu só ri por causa de sua risada, escandalosa e engraçada, uma risada tão contagiante de ouvir.

Entramos no carro de Danny e pegamos o caminho pra casa.

– Vamos tomar sorvete? – Danny me olhou de lado, antes que eu respondesse ele desligou o carro e foi descendo pra entrar na sorveteria.

– Danny vai chover. – olhei meio desesperada pro céu. Ele me ignorou, atravessou a rua e ficou esperando que eu fizesse o mesmo.

– Parece criança, nunca viu sorvete. – revirei os olhos irritada e Danny riu da minha cara.

Entramos na sorveteria e tomamos o sorvete, só assim Danny ficaria feliz.

– Isso é o mais perto de um encontro que eu já tive com você Katie. – ele pegou na minha mão e eu não expressei nada.

– Promete pra mim que um dia você vai aceitar sair comigo pra jantar? – Danny arqueou a sobrancelha.

– Prometo. Há muita coisa que ultimamente eu ando fazendo. – falei divertida e ele riu. Como eu mesma disse, começou a chover. Quando se estuda ciência você fica ciente disso, muito sol resulta em chuva forte a famosa “chuva de verão”. Mesmo que aqui seja Londres, as vezes tem chuva de verão.

– Então vamos embora? – Danny pagou os sorvetes e ficou olhando pra mim.

– Qual é Danny, está chovendo. – gesticulei com as mãos e Danny revirou os olhos.

– É só o tempo de nós atravessarmos a rua e entrarmos no carro. – Danny apontou pro carro do outro lado da rua.

– Mas está forte. – falei chorosa, ele riu de mim e continuou andando.

– Vem. – Danny ficou parado no meio da rua debaixo da chuva.

– Não! – cruzei os braços na altura do peito.

– Você não é de açúcar Katie. Quanto tempo faz que você não toma chuva? – Danny tirou a água do olho eu ri da sua cara

– Certo, você venceu como sempre. – bufei cansada de sempre ceder.

– Chuva lava a alma. – me puxou e colou nossos corpos.

– Minha mãe sempre me dizia isso. – olhei pra Danny. A chuva continuava forte. Muito forte.

– Qual foi a última vez que dançou debaixo da chuva. – Danny falou divertido.

– Eu nunca dancei debaixo da chuva. – falei rindo, Danny parecia uma criança feliz. Ficamos dançando debaixo da chuva, até que ele parou de dançar me olhou sério e em seguida me beijou.

Cada beijo parecia único, um diferente e melhor que o outro. Danny fazia eu me sentir viva.

– E qual foi a última vez que beijou debaixo da chuva? – Danny sorriu fraco pra mim.

– Eu também nunca havia sido beijada debaixo da chuva. – sorri de volta e sem perder tempo voltei a beijá-lo. O beijo começou a ficar mais apaixonado, é mesmo com a chuva fria, os nossos corpo estavam quentes.

– Danny, nós estamos no meio da rua. – empurrei Danny e me afastei.

– Está deserto. – Danny olhou pros dois lados da rua.

– Mesmo assim, vamos embora. – repreendi ele.

Entramos no carro e rumamos pro apartamento.