Acordei de surpresa com muitos gritos e choros altos. Mas eram choros e gritos de uma criança, que criança estaria da casa do Marcos? Abri meus olhos lentamente e vi, não estava na casa do Marcos, eu estava em um hospital, sujo, com alguns resíduos nos cantos, mofado e todo quebrado.. Mai que porra?

-Tem alguém ai?

Eu falava isso em cada corredor que eu virava, não havia resposta vinda de nenhum deles. Logo o Hospital começou a mudar, enquanto eu andava ele ficava limpo, repintado, cheio de vida, quando ele estava perfeito me deparei com uma sala, era um berçário, vi que no centro dele tinha uma única criança, tão sozinha e assustada, sem noção do que estava acontecendo. Eu procurei por uma porta e não achei, logo comecei a ver fantasmas de pessoas ali batendo no vidro do berçário e logo vi o fantasma de uma cobra se entrelaçando no pescoço do bebê, indefeso, só podia chorar. Os “fantasmas” gritavam por ajuda e a cada segundo chegavam mais e mais enfermeiras, médicos, pacientes, visitas de pacientes e no centro daquela maloca, tinham duas pessoas que me chamaram a atenção, pareciam... MEUS PAIS?

Eu acordei. Marcos estava dormindo ainda, não quis acorda-lo, fui lá fora e deitei na rede, passei um tempo ali pensando naquele sonho, mas que porra teria sido aquela?

-Ah! – Lorena saiu pela porta e se assustou por me ver ali.

-Oi Lorena.

-Oi...

-Olha, desculpe ter te beijado. É que eu gosto de você... Eu acho.

-Não foi nada. Eu gostei... – Ela abaixou a cabeça.

-Gostou?...

Ela me beijou.

-Eu amei – Sussurrou ela em meu ouvido.

Ela estava em cima de mim, nós dois deitados na rede, bem juntos, ela levantou e me chamou pra dentro, eu fui seguindo ela, quando vi suas amigas tinham ido embora (Eram 4 da tarde...), ela me jogou em sua cama, fechou a porta e começou a me beijar, tirou minha blusa, estava desabotoando minha bermuda, quando o Marcos entra no quarto:

-MAS QUE PORRA? VOCÊS SÃO IRMÃOS CARALHO!

Eu fiquei ali parado, sem reação pra variar.

-Marcos, você não tava dormindo?... – A Lorena estava brava. Acho que alguém queria fazer umas coisinhas... Hehe.

-Cala a boca vagabunda! – Ele deu um tapa na cara dela. Mais legal mesmo era que ela tava em cima de mim e eu tava sem blusa e com a bermuda desabotoada. Super bacana a situação.

Caíram lágrimas de seus olhos.

-E VOCÊ SEU VAGABUNDO? EU NÃO TE DISSE QUE ELA ERA SUA IRMÃ? E AINDA ASSIM VOCÊ IA COMER ELA? – O Marcos ia me bater, eu já tava até vendo.

-Desculpa cara, mas ela é gostosa.

NOSSA! FERNANDO, QUE FRASE LEGAL PRA SE FALAR, SEU DOENTE!

-ARGH! – Ele pulou em mim e começou a me enforcar, que delicia morrer.

A mãe dele, ou minha mãe... FODA-SE, chegou e empurrou o Marcos de cima de mim, eu acho que não morri por pouco.

-Você ta bem Nandinho? – Disse a Lorena se esfregando em mim.

-Eu to... – Eu a empurrei.

-Ahn?? – Ela não entendeu o porquê do empurrão.

-O Marcos tem razão... Nós não podemos fazer isso. Tchau Lola.

Eu lhe dei um último beijo e fui embora, estava muito confuso.

Chegando a casa meu pai esta logo ali na frente de casa conversando com a vizinha na calçada.

-Oi Filhão! – Acenou pra mim – Se divertiu no Marcos?

-Como você pode?

-Ahn?

-COMO VOCÊ PODE ESCONDER QUE A MÃE DO MARCOS É MINHA MÃE? COMO VOCÊ PODE DIZER QUE ELA ESTAVA MORTA?

-Fernando quem te contou isso?

-ELA MESMA! E MINHA IRMÃ E EU NOS APAIXONAMOS FELIZ COM ISSO?

-O QUE? VOCÊ E A LORENA?

- É PAI, EU QUASE COMI ELA HOJE DE MANHÃ! QUE OTIMO.

-COMO ASSIM FILHO DA PUTA?

-É PAI EU QUASE TRANSEI COM ELA!

Meu pai se acalmou e eu fui batendo o pé pra dentro de casa e me tranquei no quarto. Ouvi meu pai saindo de carro. Era minha chance.