Nossos Pais Estragaram Tudo. escrita por Tia Juuh


Capítulo 12
Perdido.


Notas iniciais do capítulo

Falaew galerê :3 Novo cap aqui pra vocês, espero que gostem e aproveitem até o fim dele ♥3



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Eu custei muito a dormir, fiquei pensando na ligação da Juuh, não sabia o que pensar sobre aquilo. Virava e virava na cama, e nada de dormir, quando me vi pairando em algumas alucinações que pareciam sonhos e logo a recepcionista estava batendo em minha porta dizendo que eu tinha que sair.

-Thanks for the place.

-Oh, for nothing sweetie…

*Tradução:

-Obrigado pelo lugar.

-Oh, por nada queridinho... *

Ela mastigava um chiclete e retirava-o da boca, aquilo era nojento. Parecia uma puta pobre, acho que ela era mesmo. Bem que aquele Hotel parecia um puteirinho... Oloko. Eu posso ter pegado AIDS por ter deitado naquela cama! MEU DEUS!

*Nota pro Futuro: Fazer exame de sangue e ver se ta com AIDS*

Bem, eu voltei ao hospital e logo fui ao quarto da Lorena e ela não estava lá, eu pensei que ela estava no banheiro ou coisa do gênero quando ouvi alguém chorando, olhei pelo corredor e vi que era a Milena.

-Miih! O que foi menina?

-A Marina... Ela começou a passar mal ontem de madrugada, e foi perguntar pra enfermeira se havia algum medicamento, ela tomou um remédio lá e começou a vomitar muito, a enfermeira disse ao médico que tava no pronto-socorro fazer uns exames nela e agora ela ta na sala de cirurgia Nando, eu to muito nervosa, meu deus!

-Meu deus Miih!

-Ah, e a Lorena ta no Pronto-Socorro conversando com as enfermeiras, ela não sabe que eu to chorando aqui e nem que a Marina ta numa cirurgia.

-Mas sem querer ser imbecil, por que a Marina ta em cirurgia?

-Pelo que entendi... Ela tava com um tumor no estômago.

-... – Ela chorava muito e eu não sabia o que fazer, ouvi passos rápidos me virei e fui abraçado por alguém.

-AMOR!

A Lorena pulou no meu colo e eu caí. Que delicia bater a cabeça na cadeira. Nossa.

-Ai amor, perdi o pouco de neurônios que me restava.

-SÉRIO?

-HURR DURR UHUM! HURR DURR!

A Lorena riu, mas logo viu a Milena chorando e levantou para consola-la.

-Senhorita Milena?

-SIM?!

-A Marina saiu de cirurgia e apresenta um quadro estável, mas ficara em observação, poderá vê-la amanhã de tarde.

-Ah meu deus obrigado! - A Milena abraçou o médico e ele retribuiu o abraço. – Obrigado Doutor!

-De nada querida.

Depois disso eu fui sair um pouco com a Milena, a Lorena não podia sair do hospital ainda, então eu e a Milena fomos buscar um sorvete pra ela.

-Quando que você viu que era... Lésbica?

-Quando eu vi que tava apaixonada pela minha pior inimiga.

-O que? Como assim pior inimiga?

-A Marina era minha pior inimiga na escola, a gente brigava, se xingava, eu já cheguei a bater nela, mas uns dias se passaram e eu comecei a ver ela com olhos diferentes, comecei a achar ela linda, perfeita e gostosa. Eu tinha medo do que era aquilo, ai eu vi que era amor, um dia no meio de uma briga eu a beijei, e ela sem pecar retribuiu o beijo, todos na escola ficaram pasmos e me zoaram muito por isso, me colocava pra baixo, me excluíam das coisas, eu não ligava, pois tinha minha Marina ali comigo, até que a mãe dela fez isso comigo, me deixou sem ninguém e sem caminho a seguir, por isso vim aqui atrás dela, eu a amo Nando, amo demais.

-Putz...

-A sorveteria é logo ali vamos!

Estávamos indo atravessar a rua quando a Milena gritou.

-NANDO CUIDADO!

E eu fui atropelado, acho que voei uns 10 metros, senti minha cabeça doer e não sentia muito bem meu corpo, lembro-me daquela dor como se fosse ontem, eu não enxergava bem, e meus ouvidos também não ouviam direito, eu ouvia muitos barulhos, gritos, a sirene da ambulância, eu senti que iria morrer. Eu senti a morte em meu corpo. Logo me deparei em um lugar escuro, era estranho eu me sentia demasiado confortável ali, de repente me deparei com uma pessoa me olhando, uma pessoa pequena, tipo uma criança, no instante que eu olhei pra ele, ele correu pra mim gritando meu nome, me abraçou e começou a chorar em meus braços que agora o acolhiam.

-Calma. Quem é você?

Ele não me respondia, ergui seu rostinho todo inchado do choro e vi, era eu. Eu quando criança, chorando, como sempre. Quando eu era criança chorava muito, muitas pessoas zoavam comigo por eu nunca ter tido uma mãe, muitos sequer falavam comigo e quando eu passava na rua, ouvia de longe as mães comentando:

-Esse ai é o moleque sem mãe, ta ai perdido no mundo essa peste, mais um pra dar dinheiro ao tráfico, pago pra ver que em 10 anos esse menino já ta usando drogas.

Eu fingia não ligar, sempre andei com a cabeça erguida, mas no fundo, doía e quando eu chegava em casa, cumprimentava meu pai e me trancava no quarto pra chorar. Meu pai sempre soube disso, mas ele dizia que chorar lava a alma, eu pensava que minha alma era a mais limpa então. Até os 13 anos eu chorava todo dia, depois eu comecei a perceber que isso não ia me ajudar, então comecei a me esforçar na escola, a fazer amigos, mas ainda faltava alguma coisa... E essa coisa era “me achar”. Eu nunca achei meu lugar no mundo, pra mim eu era um ser inútil...

-Nando? Para de chorar seu imbecil.

-O que? -Olhei para trás e vi, era meu pai, ah meu deus quantas saudades!- PAI!

Eu o abracei.

-Me solta seu imbecil! – Ele me empurrou e eu cai.

-Pai?

-Não fale comigo como se estivesse tudo bem, você me deixou! Logo eu que fiz tudo pra você seu ingrato! Eu juro que se eu soubesse que você estava na barriga daquela mulher eu teria dado um soco no útero dela.

Eu comecei a chorar, não sabia que meu pai pensava assim. Não sei se aquilo era realidade ou não, só sei que eu fiquei chocado demais. Meu pai era o meu super-homem, meu amigo, meu tudo...

-Nando! – Alguém me abraçou, mesmo sem saber quem era aquele abraço era muito reconfortador. – Vai ficar tudo bem filho.

Era a mãe da Lorena. Ou minha mãe... Creio que sim, seu abraço era confortante igual de mãe mesmo.

Antes que eu pudesse raciocinar direito todos desapareceram. Bem longe de mim vi um feixe de luz no meio da escuridão, comecei a andar para essa luz, vi aquela mesma criança, eu, chorando, comecei a correr pra tentar ajuda-la, me ajudar, mas quanto mais eu corria, mais distante ficava aquilo. Eu corria, chorava e gritava, eu não sabia o que fazer. Logo começo a ouvir vozes ecoando na escuridão enquanto eu corro.

-SEU INUTIL! NUNCA VAI SER NINGUÉM NA VIDA! BASTARDO! ORFÃO! SEU IDIOTA! LIXO DA SOCIEDADE! DROGADO! MONSTRO! SEU LIXO!

Essas coisas me atingiam uma a uma a dor era tremenda, mas eu continuava correndo sem parar.

-Forças Nando! Você consegue! Você sabe disso! Você é um vencedor!


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Notas finais do capítulo

Bjão gente :*



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