Eu não sabia o que fazer, mas sabia que não podia deixar a Milena morrer. Eu não tinha um plano, mas acho que a Lorena tinha um:

-Psiu! Vamos fazer o seguinte, a gente espera eles dormirem e pegamos a Milena, vamos rezar pra ela não ser devorada até lá.

-Ok, mas e se forem devorar ela?

-Ah... A gente corre pra lá pega ela e sai correndo.

-Ta.

Nós esperamos, esperamos e esperamos, logo a noite caiu, mas como já havia imaginado vários índios guardavam as portas da cabana onde os corpos ficavam.

-Vamos fazer um buraquinho atrás e entraremos por lá!

-Nando, mas isso faria barulho não achas?

-Ah... Então o que faremos?

-Espera ai.

*WORK HARD, PLAY HARD, WORK HARD, PLAY HARD*

-DESLIGA ESSA MERDA!

-NÃO CONSIGO CARAMBA!

Logo, uma multidão de índios canibais estava em nossa volta, que ótimo né?

-CORRE!

Eu a e Lorena começamos a correr, ficamos girando em volta da tribo e Lorena entrou na cabana dos corpos, eu continuei a correr igual um imbecil.

-VAMOS NANDO!

Vi as duas do outro lado da bagaça, dahora gente, já tamo tudo fudido por eles serem canibais, ainda vocês vão me fazer atravessar tudo de novo. Obrigado.

Eu comecei a correr, mas em instantes eu me encontrava preso, canibais a minha frente, atrás de mim, e em meus lados, ou seja, FUDEU CARALHO!

-SOCORRO!

-HAAAAAAAY!

A Milena começou a bater em todos eles e abriu um caminho pra mim, nós fomos correndo e finalmente chegamos à praia, o helicóptero sobrevoava a ilha.

-AQUI!

-NÓS ESTAMOS AQUI!

-SOCORRO!

O helicóptero desceu, coloquei a Milena lá antes então a Lorena começou a me empurrar, entrei, quando fui puxar a Lola, eu vi, os índios tinham pegado sua perna.

-SOCORRO NANDO! PUXA-ME! PUXA-ME!

-EU TO TENTANDO!

Eles morderam a perna dela, fudeu.

-AHHHHHHHHHH!

-URGH!

Eu a puxei com o máximo de força que tinha, uma de suas pernas foi bruscamente arrancada.  Tinha um médico lá, fez um curativo provisório na perna da Lola.

-Quando chegarmos em terra firme, levaremos ela ao hospital. E vocês dois também.

-Ok.

-EU NÃO VOU NEM FUDENDO! – Milena... NÃO FODE CARALHO!

-Por quê?

-EU ODEIO HOSPITAIS E NÃO VOU!

-Vai sim. É pro seu bem Mi.

-FODA-SE! EU NÃO VOU!

-VAI SIM!

-NÃO! NÃO VOU!

Eu dei-lhe um tapa na cara.

-VAI SIM E FICA QUIETA! VIRA MULHER MENINA!

-... – Ela se calou. Eu estava estressado demais, bufava e suava igual um porco.

-Nando, pede desculpa!

-O que? – Eu estava tão nervoso que nem me toquei que havia batido na Milena.

-Você bateu na Milena seu animal, pede desculpa!

-Não, ela mereceu, tem que parar de ser criancinha!

-NÃO! EU NÃO MERECI! VOCÊ SABE O QUE É VER SEU PAI APODRECER NUM HOSPITAL? EU ODEIO HOSPITAL PORQUE AS PESSOAS VÃO LÁ PRA MORRER! IGUAL MEU PAI FOI! VOCÊ NÃO SABE NADA DE MIM, NÃO PODE ME JULGAR COMO SE FOSSE DEUS, VOCÊ NÃO PASSA DE UM BOSTINHA QUE NÃO PRESTA PRA NADA, SÓ PRA BATER NOS OUTROS E MAGOAR TODO MUNDO, VOCÊ VAI QUEIMAR NO INFERNO SEU ARROMBADO!

A Milena chorava e gritava comigo.

-Desculpa Milena... Eu não sabia.

-ENTÃO POR QUE FALOU ESTUPIDEZ? VOCÊ NÃO SABE ENTÃO CALE A BOCA!

Ela estava realmente brava, e tinha por que.

-Ela tem razão Nando. – A Lorena tava contra mim? Como assim?

-Mas Lola!

-Nós estamos chegando pessoal! – O piloto disse isso e logo a Milena grudou na janela pra ver onde íamos pousar. – Nós vamos pousar direto no hospital.

-NÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO!  EU NÃO QUERO! – Ela chorava enquanto falava aqueles olhos cheios de lagrimas, eu queria morrer por ter de ver aquela menina chorar.

-Milena, para com isso, não se preocupe, você não vai pro hospital pra morrer...

Eu a beijei. A Lorena ficou pasma, não olhei muito pra ela, estava perdido nos lindos olhos esverdeados da Milena. Uma ruiva de matar.