O Diário De Alice escrita por F Lovett


Capítulo 8
Kill Me


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais saiu!



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Alice não quis acreditar. Mas a verdade estava to óbvia que ela já não sabia mais o que pensar.

Iracebeth voltara. Não tinha certeza disso, mas por que outra razão os cavaleiros vermelhos fariam todo aquele caos no castelo da Rainha Vermelha? Seria por causa de Sarah? Não, pensou Alice, isso seria demais. Sarah mal chegara e já conseguira comandar todo aquele exército? Não, não podia ser...

- Precisamos nos preparar – disse a Rainha Branca de repente, voltando para dentro do castelo. – Prevejo uma nova guerra chegando.

- Guerra? Não podemos ter outra guerra! Não quero que se arrisquem novamente!

- Mas agora a escolha não é só sua, Alice. Desta vez está envolvendo mais pessoas. Temos uma invasora!

Alice respirou fundo e fechou os olhos.

- Da última não me deixaram escolher também.

- E você venceu. Estou errada?

- Estaremos aqui, Alice – disse o Chapeleiro, dando um leve sorriso louco. – Sempre.

As horas foram se passando e nenhuma ideia veio a mente de Alice. O barulho vindo do castelo da Rainha Vermelha estava cada vez maior e aquilo apenas piorou a situação. Todo e qualquer barulho irritava Alice. Ela precisava de silêncio, mas naquele momento era a última que conseguiria.

De repente todo o barulho dos cavaleiros vermelhos parou. Como se tudo aquilo tivesse sido um rádio que acabara de ser desligado. Alice, então, voltou a varanda para ver se conseguia notar alguma diferença no local, mas nada via. Não tinha a visão do castelo, mas sabia que vinha de lá.

- Por que eles pararam? – Alice perguntou.

- Está na hora – disse a Rainha Branca.

- Está na hora de que?

- De reunirmos nosso exército novamente – respondeu.

- Mas assim tão rápido? – Alice sentiu-se pega de surpresa. – Sem nem sequer tentarmos chegar a um acordo com ela?

- E alguma vez conseguimos chegar a um acordo com ela?

Sem dizer mais nada, Alice seguiu a Rainha Branca, o Chapeleiro, o Coelho Branco e a Lebre de Março para fora do castelo, onde conseguiram reunir todo o exército depois de um bom tempo.

- Estamos em tempos ruins – começou a Rainha Branca. – Iracebeth parece ter retornado e dessa vez ela tem uma aliada desconhecida. Alice é a única que sabe de quem se trata e garante que é perigosa. Precisamos proteger o nosso reino de uma ameaça.

Todos acenaram concordando.

- Nossa campeã está de volta! Pelo bem do reino!

Gritos de "vivas" vinham de toda parte. Como se não estivessem prestes a ir a uma guerra, os cavaleiros brancos pareciam fazer uma festa. Pareciam não ter ideia do perigo que os esperava.

Alice não sabia porque, mas de repente achou que deveria ir na frente. Acreditava que poderia resolver aquilo sozinha – pois toda essa confusão começou com a invasora. – Mas não sabia como fazê-lo. Sair sem ser vista parecia uma missão impossível.

Mas ao olhar para um canto perto das árvores, notou a presença de um objeto: seu diário. Como ele fora parar ali? Quem o pusera? Teria sido Sarah?

Alice correu até o diário e o abriu. Precisava saber se estava no mesmo estado. Aparentemente estava tudo certo, mas havia um bilhete dentro dele.

Meu exército já está preparado. Sabe onde nos encontrar.

Boa sorte. Vai precisar.

Alice amassou o bilhete e voltou para perto da Rainha Branca, soltando fogo pelo nariz.

- Ela está nos esperando.

A Rainha Branca acenou com a cabeça e fez menção para todos irem em frente. De repente todo o medo que Alice tinha fora embora. Agora era uma questão de honra: ela tinha que acabar com aquilo de uma vez por todas, nem que para isso fosse preciso matar Sarah.

Um frio na barriga surgiu: ela nunca matara uma pessoa, apenas o jaguadarte da Rainha Vermelha. Mas não era a mesma coisa.

Alice balançou a cabeça e tentou pensar em qualquer outra coisa, mas nada vinha. Ela olhou, então, para o Chapeleiro, andando ao seu lado e sorriu. Sorriu pensando em tudo que ele falava, em como era fácil não pensar em nada quando ele estava por perto, como tudo parecia fácil quando se é louco. Ela sentia-se uma louca perto dele, e isso a fazia feliz.

O Chapeleiro pareceu notar o olhar dela sobre ele e quando virou a cabeça, Alice desviou seu olhar para frente, corando um pouco.

Estavam novamente no campo de batalha: estava da mesma forma que estivera quando a ultima guerra terminou. A Rainha Vermelha foi a primeira a surgir no campo de visão de Alice por causa da sua imensa cabeça, apesar de que sua aparência estava um pouco cansada. Logo ao lado dela estava Sarah, parecia uma cópia mais jovem da Rainha Vermelha. Alice quis vomitar ao ver aquela cena.

Então – gritou Sarah, do outro lado – É guerra que vocês querem?

- Não queremos guerra – respondeu Alice, pondo-se a frente. – Você não merece estar aqui.

Sarah deixou escapar uma risada curta.

- Não mereço? Alice, você está fazendo desse... como é mesmo o nome que você deu? Ah, País das Maravilhas um lugar horrível! Nada de interessante acontece, ninguém morre, nada! É sempre a mesma coisa, sempre monótono!

- Sarah, nunca chegaremos a um acordo.

Estavam chegando ao centro do campo. Diminuíram o tom de voz, a conversa estava sendo apenas entre elas. Era preciso apurar bem os ouvidos para ouvir de onde os outros estavam.

- Não pode haver outra guerra – disse Alice.

- Por que não?

- Porque você não merece estar aqui.

- Mereço tanto quanto você.

- Vamos acabar com isso.

- Eu sei como acabar e não haver guerra.

- Como?

- Mate-me.


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Notas finais do capítulo

Reviews sempre bem-vindas (:



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