6 meses antes dos Grandes Jogos Mágicos-X792- Magnólia

   Musica e muita gritaria.

   Era isso que se ouvia no antigo e recém reformado prédio da Fairy Tail.  

   Os dias de gloria haviam retornado.

    A Fairy Tail havia ganhado os Grandes Jogos Mágicos do ano anterior. E tudo havia se tornado como antes.

   A guilda estava cheia. Vários novos membros foram recrutados e apesar de tudo vários outros retornaram.

  Hoje era só mais um dia normal na agora, guilda mais forte de Fiore.

  Mira estava servindo os clientes no bar, quando avistou uma Lucy cabisbaixa num canto afastado. A loira murmurava baixinho e não percebeu quando a albina se aproximou.

- Ohayou Lucy!

- Ahñ... Ohayou Mira – respondeu a loira com a voz fraca.

- O que foi? Você não parece bem...

   A loira suspirou.

- Não é nada de mais é que... Bem a Erza esta numa época que só pensa em bolo, para piorar as docerias da cidade estão com uma promoção, tenho certeza que ela não vai parar de comer ate que todo o bolo de Fiore tenha acabado... O Gray Foi numa missão com a Juvia... O Natsu ainda não apareceu... E para piorar eu preciso pagar o aluguel ate amanha se não serei expulsa!

- Entendo... Bem a Erza é a Erza no fim das contas... Realmente é uma surpresa que aqueles dois finalmente tenham saído numa missão juntos... Também acho estranho o Natsu ainda não ter chego... - Disse a albina com um dedo no queixo, pensativa – Já sei, porque você não vai ate a casa do Natsu? Ainda não são nem 11 horas, vai ver ele ainda esta dormindo. – Finalizou com um sorriso.

  Um sorriso iluminou o rosto da loira.

- É mesmo... Nem tinha pensado nisso, arigatou-ne Mira- respondeu a loira bem melhor.

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   Lucy seguiu o conhecido caminho para a casa de Natsu com um sorriso no rosto. Não tinham sido só Juvia e Gray que haviam milagrosamente se aproximado, de certa forma ela e Natsu também. O que ocasionou em uma certa maga celestial começar a sentir borboletas no estomago cada vez que o rosado estava perto dela. Não sabia se ele sentia a mesma coisa que ela, já que havia Lisanna. Porem ela não desistiria tão facilmente, sem falar que “Contanto que o Natsu esteja feliz, eu também estarei” era assim que ela pensava.

   A maga celestial avistou o chalé e começou a dar passos mais longos e rápidos. Chegando à porta ela bateu rapidamente e a abriu.

- Natsu... Happy... -chamou à loira.

  Lucy abriu mais a porta e entrou fechando-a logo em seguida.

- Oyo... Luce...

   Ainda de costas a maga sorrio aquela voz, sim era a voz dele, pelo visto Happy não estava ali, pois se ele estivesse com toda a certeza já teria insultado a loira.

- Oi Lucy!

  A loira ficou paralisada. Virou-se rapidamente e viu o que não tinha reparado. Arregalou os olhos com surpresa por um instante e logo em seguida forçou um sorriso.

- Oi Lisanna!

   A albina estava em pé ao lado da rede de Natsu, onde o mesmo se encontrava deitado e com uma expressão sonolenta, ela segurava uma tigela redonda e uma colher.

  Lucy foi se aproximando cautelosamente enquanto ouvia os dois.

- N-Não precisa Lisanna...

- Nada disso, você tem que comer Natsu, se não, não vai melhorar.

- O que foi Natsu? – perguntou a loira agachando perto da rede.

   O mago estava muito vermelho, alem de suar muito, havia uma toalha branca em sua testa e ele respirava pesadamente.

- N-Não se preocupe Luce... É só um resfriado... Eu já ia para a guilda...

-Não minta Natsu... Você não me parece nada bem. – repreendeu Lucy.

- Viu? Eu te disse Natsu... Agora durma – mandou a albina.

- Você quer que eu fique aqui? – Lucy perguntou a Natsu ignorando Lisanna.

- Eu...

- Não, você pode ficar tranqüila Lucy, eu cuido do Natsu – disse Lisanna com um sorriso.

- Eu...

- Não se preocupe Lucy, eu fico aqui com a Lisanna... Pode ir numa missão sem mim. - Disse Natsu tentando sorrir.

- Então esta decidido. – exclamou a albina - Já Ne, Lucy!

- Já Ne...-disse a loira saindo pela a porta.

Lucy Pov. On

   Aquilo doeu.

   Senti as lagrimas preencherem meus olhos. Natsu baka! Soluços baixos tomaram conta de minha garganta, mas como ainda estava na frente da casa dele parei instantaneamente, rezando para que ele não tenha ouvido.

   “Se acalme Lucy! Isso não significa que ele gosta dela! Isso mesmo! Você mesma disse lembra? Não importa quem ele escolher contanto que seja feliz”! Disse-lhe uma voz interior enquanto ela se afastava da casa e descia a trilha “Sem falar que, bem, você precisa de dinheiro.”

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- AAAAAAH... Eu me esqueci do aluguel!- Gritei no meio da rua.

   Varias pessoas olharam pra mim e senti meu rosto ficar vermelho. Como se nada estivesse acontecido, fui andando o mais rápido que podia para a guilda.

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   Fiquei sem fôlego com a corrida e desabei numa cadeira próxima ao balcão.

- Bem vinda de volta, Lucy- sorrio Mira entregando-me um copo de água- Nee... Você foi ver o Natsu?

   As memórias de mais cedo voltaram retornaram e novamente meus olhos se encheram de lagrimas. Sacudi a cabeça expulsando tais pensamentos e respondi com um sorriso.

- Ele esta doente.

- Ahñ? Que raro. – disse sorrindo; Os olhos da albina de repente ficaram mais brilhantes – Por que não ficou lá e cuidou dele?

   Novamente lagrimas. Engoli o choro e abaixei a cabeça.

- Sua... Irmã esta com ele.

   Mira percebeu meu estado e segurou minha mão bem forte e sorrio com cara de culpa.

- Gomen...

- Tudo bem! Não se preocupe com isso, eu estou bem, de verdade. –respondi dando um sorriso- Eu preciso pegar uma missão para o aluguel, então, eu já...

- Ohayou Lu-chan, Mira.

   Virei à cabeça e não pude deixar de sorrir.

- Ohayou Levy-chan.

   A pequena maga azulada sorriu.

- Ohayou Levy! Nee, porque você não vai numa missão com a Lucy? –perguntou a albina.

- Hai, eu adoraria! –respondeu Levy gentilmente - Não se preocupe, eu estava um pouco entediada.

- Não precisa Levy-chan... -comecei fazendo gestos exagerados com as mãos.

- Eu já disse, não precisa se preocupar... Alem do mais, se eu precisa-se você também me ajudaria não?-perguntou sorrindo- Só um minuto, vou avisar o Jet e o Droy.

-Arigatou-ne Levy-chan- disse a ela sorrindo.

   Em resposta ela sorriu e foi em direção aos seus parceiros de time.

   Depois de uns cinco minutos, fomos juntas ao grande quadro de missões. Escolhemos uma do nosso nível, capturar uma dupla de ladrões na cidade de Likinus. Recompensa 160 jewel. Era perfeito! Eu ia conseguir pagar o aluguel e ainda sobrava! Combinamos de nos encontrar na estação às 13h já que eram quase de 12h. Fui para casa, arrumei uma pequena mala, comi alguma coisa e parti em direção a estação.

   Chegando La, avistei minha amiga e juntas fomos comprar as passagens e embarcamos. A viajem duraria cerca de uma hora. Sentamos uma de frente para a outra e fiquei olhando para a paisagem que passava vagarosamente pela janela.

   As palavras de Natsu ecoavam na minha mente. Será que eles tinham alguma coisa? Melhor, será que o Natsu sentia alguma coisa pela Lisanna...?

- Lu-chan? Porque você esta com essa cara?- perguntou a azulada

-Não é nada...

- Mentira. Eu te conheço. - interrompeu Levy.

   Olhei para ela que agora estava com os braços cruzados como se me espera-se falar. Suspirei alto e derrotada contei tudo o que havia acontecido. Ela ouviu todo atenciosamente e por fim comentou com um ar pensativo.

-Hun... Lu-chan, não acho que eles têm alguma coisa, quer disser aqueles dois desde pequenos pelo que eu me lembro viviam grudados, e ate agora nunca vi nada de diferente de antes.

- Eu sei... ”Suspiro”... Mas ainda sim fiquei meio mal... mais mudando de assunto... Nee, Levy-chan, e o Gajeel?- perguntei adicionando um sorriso no final.

   O efeito da pergunta foi instantâneo, a azulada ficou mais vermelha que um tomate e virou o rosto bruscamente.

- N-Não s-sei do que você esta falando.

- Serio? Vocês não fizerem nenhum progresso? – perguntei curiosa com uma voz inocente.

   Nesse estagio Levy já estava mais vermelha que os cabelos de Erza e subindo. Do nada, sua expressão mudou como se estivesse se lembrado de alguma coisa e se tornou severa.

- Não é como se fosse possível... Não com aquela garota pendurada nele quase o tempo todo!

- Você esta falando da Laary?

   Laary Kotori, ex-Phantom, ela estava na mesma época que Gajeel e Juvia, porem por motivos que ela não pode explicar saiu antes da época que a Phantom atacou a Fairy Tail. Ao que parece ela é muito poderosa, alem de muito bonita. Possui os cabelos branco-prateados curtos e olhos num tom castanho-amarelo. Aparentemente é super afim do Gajeel e não tem vergonha disso, sempre que pode, ou seja, sempre que Gajeel estava na guilda, ela literalmente pula em seu pescoço e ficava ali ate ele tira-la. Quem não gosta nem um pouco disso, obviamente era Levy.

- Hun-hun, ela é realmente irritante comigo! – disse a azulada com uma mistura de raiva e frustração no rosto.

- Serio?- estreitei as sobrancelhas, Laary sempre me tratou bem nas poucas vezes que conversamos. Foi então que uma luz se acendeu na minha cabeça e sorri. É claro, pensei estralando os dedos – Ela sabe que o Gajeel gosta de você, por isso te trata mal.

   Mais uma vez a azulada corou e virou o rosto.

-Impossível, não tem como aquele brutamonte gostar de mim. – disse com a voz morrendo- Por isso, para de pensar essas coisas, Lu-chan!

- Hai, hai, hai – disse-lhe sorrindo.

   A viajem seguiu silenciosa com cada uma presa nos próprios pensamentos. Assim que chegamos fomos à procura do cliente que inclusive era o prefeito da cidade. Assim que chegamos a sua casa, um grande e majestoso chalé, ele nos explicou com mais detalhes o trabalho. Os ladrões eram dois e assaltavam juntos os bancos da cidade. Existiam dois bancos, o Leste e o Oeste. Eles os assaltavam em ziguezague, como na noite anterior eles haviam assaltado o Banco Leste, essa noite eles iriam ao Oeste. Porem havia um detalhe, eles não eram ladrões comuns, ambos utilizavam Magia de Velocidade. Nossa missão era simples, capturá-los e levá-los a policia local. (NA: Eu sei, é uma missão ridícula... Gomen T.T)

   Ainda tínhamos algumas horas ate o anoitecer, por isso resolvemos dar uma volta pela cidade. Ficamos tagarelando e resolvemos procurar uma pousada para passar a noite. Achamos uma realmente fofa. Era grande e rústica e se localizava próxima a estação de trem, para irmos embora rapidamente de manha.

   A noite chegou bem rápido e ficamos escondidas dentro do banco graças à magia de Levy e esperamos os bandidos. Não demorou muito e vimos um borrão passar por nos, ele parou de frente a porta do cofre e em seguida um segundo vulto de juntou a ele. Olhamos-nos por uns breve instantes e juntas os atacamos. Chamei Taurus e Levy usou sua Solid Script e juntas deixamos ambos desacordados. A azulada conjurou corrente e pedi a Taurus para levá-los ate a policia. Entregamos os bandidos e pegamos nossa recompensa, dividimos o dinheiro entre nos e caminhamos para a pousada.

   Ainda estava cedo, então antes de jantar resolvemos pegar um caminho mais afastado da cidade para podermos relaxar. O caminho era tranqüilo e só se ouvia o som baixo dos grilos da floresta ao nosso lado e o som da cidade ao longe. Conversamos sobre banalidades ate que ouvimos um choro e ao que parecia uma voz tentando ser confiante. Entreolhamos-nos e ouvimos o choro de novo.

- Deve ser alguém perdido.

- Sim, vamos lá, parece uma criança. - disse Levy já entrando na floresta.

- Matte! Levy-chan!- disse seguindo a azulada.

   Andamos floresta adentro, ora desviando de galhos caídos, ora de arbustos, ate chegarmos a uma pequena clareira iluminada pela lua onde havia duas pequenas criaturas. Dois Exceeds. Um usando uma fantasia e um de orelhas pontudas. O primeiro chorava, enquanto o outro dizia algo como “não se preocupe”. Levy se aproximou cautelosamente dos gatos e sorriu gentilmente para eles quando eu a seguia.

 - Oi, eu sou Levy, vocês estão perdidos? – perguntou se agachando.

- Sou Frosch. – respondeu o gatinho fantasiado com voz de choro.

- Não estamos perdidas sua idiota! – disse o gatinho com orelhas pontudas olhando para Levy.

- Nos só queremos ajudar seu mal agradecido. – disse ao gato.

   Ele caminhou ficando próximo de mim e revidou com os bracinhos cruzados.

- Ninguém esta falando com você, loira aguada!

- Loira aguada? – uma veia saltou da minha testa. – Ok, se é assim, vamos embora Levy-chan!

- Hun, podem ir! Não precisamos da ajuda da Fairy Tail! – retrucou.

- Já que é assim... Levy-chan vamos! – disse virando e seguindo para o caminho pelo qual viemos. – Levy-chan?

   Virei-me e vi que a azulada estava com o gatinho de cosplay no colo tentando acalmá-lo, o que deve ter funcionado, pois o mesmo sorria. Ela brincava com ele como se ele fosse um pequeno bebe.

   Meu queixo caiu. Encarei o gato ao meu lado que estava igualmente surpreso. Ficamos os dois encarando-os e finalmente Levy veio ate mim com o pequeno gatinho aconchegado em seus braços. Os olhos da azulada brilhavam como os de uma criança que havia acabado de ganhar um animal de estimação, sem mencionar o enorme sorriso que ela tinha no rosto.

- Fro disse que eles se perderam de seus donos quando ele estava perseguindo uma borboleta.

- Sim, o Lector veio atrás do Fro mais nós nos perdemos mesmo assim.

   O gatinho de orelhas pontudas, chamado Lector, abaixou um pouco a cabeça e resmungou “Cale-se Fro”.

- Hu-hu-hu... Quem é que não estava perdido mesmo? – perguntei com a mão na boca e os olhos brilhando.

- Cale-se, sua gorda! – gritou Lector.

   Gorda?! Uma veia saltou da minha testa e sem pensar direito me agachei e levantei o “gatinho” pelas bochechas.

- Quem você chamou de gorda? Gato presunçoso! – Uma aura negra se formou em volta de mim enquanto aquele gato tentava segurar as lagrimas.

- Pare com isso Lu-chan – pediu Levy.

   Coloquei o gato de novo no chão e cruzei os braços, virando o rosto mostrando minha insatisfação. Levy e Fro soltaram um pequeno riso enquanto Lector esfregava as bochechas com as patas.

- Como já esta tarde, fiquem com a gente e amanha bem cedo nós vamos procurar seus amigos,ok?- perguntou Levy enquanto seguia pelo caminho que viemos.

- Para Fro tudo bem.

- Hun, se não tem jeito... - disse Lector indiferente. Eu ainda mato esse gato.

   Seguimos o caminho para fora da floresta em silencio, quer disser eu e Lector enquanto Levy e Frosch conversavam animadamente. Após alguns minutos chegamos num trecho em total breu. As arvores impediam a passagem da luz lunar e ouvimos um barulho bem macabro, senti alguma coisa se segurar no meu braço e gritei.

- Lu-chan?! – Levy perguntou – Solid Script Light.

   Uma pequena palavra tomou forma e iluminou o local. A azulada se virou em posição de ataque com o exceed de cosplay na cabeça, quando me viu suspirou aliviada e pediu.

-Fique perto de mim.

    Assenti com a cabeça e caminhei bem perto dela. Olhei para Lector que ainda demonstrava um pouco do choque que havia sentido mais cedo e o mesmo me olhou um tanto envergonhado. Sorri travessamente e ele me fuzilou com os olhos. Sim, o que eu havia sentido no meu braço anteriormente era, nada mais, nada menos do que Lector, ao que parecia esse
 “corajoso” gato tinha ficado com medo anteriormente. Reprimi um riso que não passou despercebido por Lector que rangeu os dentes e murmurou “Droga”.

   Depois de alguns minutos saímos da floresta e chegamos à trilha em que estávamos. Seguimos para a cidade que apesar da hora, estava um verdadeiro alvoroço, indo em direção a pousada.

- Estou com fome – reclamou Lector – Mas, vai ser impossível para eu comer já que minhas bochechas estão tão doloridas... - terminou com uma voz de choro.

   Reprimi um palavrão e cerrei os punhos. Gato chato eu vou quebrar o seu pescoço. Levy e Fro riram ao perceber a cena.

- Hai, hai, hai vamos comer! – disse Levy.

- Fro também! - exclamou o gatinho com um sorriso que por acaso ainda estava no colo de Levy.

   Caminhamos um pouco mais a procura de um lugar para comermos, quando ouvimos:

- Frosch!

-Lector!

   Viramos-nos e demos de cara com Sting Eucliffe e Rogue Cheney. Sim, os Dragões Gêmeos da Sabertooth. Eles vinham apressadamente com expressões de alivio no rosto.

-Rogue-kun! Fro esta aqui! – acenou o exeed do colo de Levy.

-Sting-kun! – exclamou Lector.

   Os dois ficaram uns cinco passos de nós e nos encararam um tanto surpresos.

- Fairy Tail? – perguntou Sting incrédulo.

- Ele é seu companheiro Fro? – perguntou Levy ao gato, ambos nos duas esperamos a resposta do gatinho ignorando a pergunta do loiro.

-Hai Levy-chan! – respondeu Frosch – Esse é o Rogue-kun. – disse pulando do colo de Levy para os braços de Rogue. – Rogue-kun aquela é a Levy-chan. – sorriu o exceed.

   O moreno olhou para Levy e eu posso jurar que vi os olhares dos dois se encontrarem.

- Onde vocês estavam? – perguntou desviando os olhos de Levy por um momento.

-Gomen, Rogue-kun, nós nos perdemos. - respondeu Fro.

-A culpa é do Fro. – disse Lector rudemente indo para perto de Sting. – Ele se distraiu com uma borboleta e acabou se perdendo.

- Você também, não? – perguntei cruzando os braços. Ai que gato irritante! Mas também né olha só quem é o dono.
- Ninguém esta falando com você, Loira burra... - resmungou Lector.

-Loira burra? – uma veia saltou da minha testa e uma aura negra começou a se formar em minha volta.

- Ai... De novo não... - suspirou Levy e Fro soltou um pequeno riso enquanto os Dragões Gêmeos ficaram sem entender.

Porem eu nem estava ouvindo, com um sorriso sádico me agachei rapidamente e peguei Lector pelas bochechas levantando-o do chão enquanto o mesmo segurava as lagrimas que se formavam nos seus olhos.

- Você ainda não aprendeu, não é? Gato marrento. – perguntei

- Lu-Lu-chan, pare com isso... – disse Levy com uma gota na cabeça.

- Oe, solte meu gato. – disse Sting com superioridade se aproximando e segurando meu pulso. O toque foi inesperado, senti uma corrente elétrica passar entre nós e meu braço se arrepiar inteiro. Era uma sensação estranha, porem de certa forma boa. Olhei para ele e percebi que o mesmo me olhava com as sobrancelhas franzidas como se tivesse sentido o mesmo choque que eu, ficamos nos encarando ate que perguntei com uma sobrancelha levantada.

-E se eu não quiser?

Sting me olhou surpreso, como se não acredita-se que eu não estava o obedecendo e simplesmente largou meu braço e se afastou.

-Lu-chan, solte o Lector, anda! – pediu Levy me puxando.

   Suspirei alto e larguei o gato chato, que assim que chegou ao chão foi direto para o ombro de Sting. Maldito, eu ainda te pego! Fui para o lado de Levy e ambas encaramos os tigres. Um silencio incomodo encheu o ar.

- Ano... Bem, ate mais, Fro, Lector. – Disse Levy sorrindo e acenando.

- Bye, bye, Frosch, Medroso-san – disse com um sorriso travesso. Lector me mostrou a língua e me olhou com ódio, enquanto eu sorria.

-Ah... Já? – perguntou Fro com a voz chorosa. – Levy-chan você e a Lucy-san já vão? – ele desceu do colo de Rogue e caminhou ate Levy.

-Sim, vamos voltar para a guilda amanha. – respondeu Levy se agachando ficando bem próxima a Fro.

   Frosch analisou a azulada com lagrimas nos olhinhos.

-Não fique assim... - pediu Levy pegando-o no colo. Podemos nos ver sempre que quiser.

-Serio?

-Sim!

-Então, ate mais Levy-chan. – sorriu Fro abraçando Levy desajeitadamente – Lucy-san. – disse acenando para mim enquanto ia para o colo de Rogue que não pude deixar de perceber, encarava Levy com o rosto sem expressão.

   Olhei para a azulada e a mesma entendeu o que eu queria dizer, ficamos de costas para o pessoal da Saber e começamos a andar.

-Ei vocês! – gritou Sting.

-Sim?- perguntei virando para encará-lo.

-Por que nos ajudaram?

-Como assim?

-Por que ajudaram Frosch e Lector? – o loiro já parecia desconfiado.

- Particularmente não temos nada contra vocês... – começou Levy dando de ombros.

- Sem falar que, bem, não somos o tipo de pessoas que deixam gatos perdidos na floresta. – terminei cruzando os braços.

   Sting ficou com as sobrancelhas levantadas e os braços cruzados, então quando novante viramos pra irmos embora...

-Obrigado, por terem ajudado-os – disse Rogue.

   O loiro olhou para o parceiro como se ele tivesse acabado de vomitar,assim como Lector que deixou a boca ligeiramente aberta, Frosch sorria e bem nós, eu obviamente não acreditei no que tinha ouvido muito menos Levy que por acaso virou e encarou o moreno com surpresa. Ele mantinha ainda a mesma expressão de sempre porem ainda olhava a azulada.

-Não foi nada... Tchau... – disse Levy se virando de uma vez com uma ligeira com avermelhada nas bochechas.

Dei um sorriso de canto, o que significava isso? Dei de costas aos quatro e fui atrás da minha amiga que precisava me explicar umas coisinhas.

Lucy POV. Off

   Enquanto isso ainda na mesma praça, os dois Dragon Slayer estavam perdidos em pensamentos sentados num banco junto com seus exceeds.

-Tsch, que droga, agora devemos a elas! – exclamou o loiro com as mãos na cabeça.

- Não se preocupe Levy-chan e Lucy-san não pensam assim. – disse Frosch.

-Não seja idiota Fro. – falou Lector. – Sting-kun e Rogue-kun são os magos mais fortes de Fiore! Eles não precisam da ajuda de ninguém, agora que essas fadas nos ajudaram, nós precisamos retribuir. E outra coisa, por que você chama aquela fada de Levy-chan?

- Fro gosta muito da Levy-chan! Quando você estava brigando com a Lucy-san, ela animou e acalmou o Fro. Ela é muito fofa e gentil! – sorriu – Rogue-kun, podemos visitá-la algum dia? – perguntou olhando para o amigo.

-Visitá-la? – perguntou Rogue com a mesma expressão de sempre.

-Hai, Fro também quer agradecer.

- Tudo bem. – respondeu com um pequeno sorriso.

   As mandíbulas de Sting e Lector caíram. “Rogue Cheney sorrindo? E ainda concordando em visitar as fadas? O que há com ele?” pensou Sting.

- Obrigada, Rogue-kun! – respondeu o gatinho sorrindo.

- Cara... Que bicho te mordeu? – perguntou o loiro olhando para o companheiro incrédulo.

- “Suspiro”... Se for por Fro, eu não me importo.

   Uma gota apareceu na cabeça de Sting “Ele só sabe falar isso?” pensou.

- Ah, é mesmo! – disse o loiro num salto como se tivesse se lembrado de algo. – Se formos a Magnólia, podemos encontrar o Natsu-san não? – seus olhos brilhavam.

   Rogue apenas suspirou.

- Então eu vou com você! – exclamou o loiro animado.

   O moreno apenas suspirou novamente e se levantou com Frosch em seus calcanhares.

-Vamos logo, precisamos achar um lugar para passarmos a noite.

-Oe, vamos comer alguma coisa primeiro. Estou morrendo de fome! – falou Sting seguindo o moreno.

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    Os quatro tigres após se fartarem num restaurante seguiram pela cidade ate pararem na frente da primeira pousada que viram. Era grande com um jeito rústico, e ficava próxima a estação de trem. Não que eles se importavam com isso, eles apenas precisavam dormir o mais rápido possível. Adentraram no saguão e foram falar com a atendente que deu a eles o quarto 78. Seguiram para o segundo andar e pararam na porta de frente para o 77. Entraram no quarto e imediatamente Sting se jogou numa cama com Lector ao seu lado e Rogue foi para outra com Frosch.

Sting POV. On

   O que diabos foi aquilo? Aquela sensação, aquele choque, que droga que aquela maga estava fazendo comigo?

   Olhei para minha mão mais uma vez como se eu pudesse ver algo, alguma marca qualquer coisa, porem, nada, não havia nada. Era inacreditável que aquela pele macia tinha provocado tal choque... Perae, pele macia? Sting o que você esta pensando?!Porcaria, o que esta acontecendo comigo? AHHHHH...

Sting POV. Off

Rogue POV. On

   Frosch dormiu quase que instantaneamente, porem eu não conseguia pregar o olho. Sentei numa poltrona próxima a janela e fiquei ali, observando a lua imerso em pensamentos. Pensamentos que deveriam estar na minha cabeça. Pensamentos que estavam me deixando intrigado. Pensamentos que giravam em torno de algo inesperado para mim. Um cheiro cítrico misturado com o dos livros. O cheiro que agora estava impregnado em Fro. Intenso e hipnotizante, e ao mesmo tempo um perfume calmante que eu nunca havia sentido. O perfume de uma fada.

Rogue POV. Off

   Enquanto isso no quarto 77, certa azulada se remexia sem parar e sem conseguir pregar o olho na cama.

Levy POV. On

   Por mais que eu tenta-se dormir, era inútil. Estava confusa e intrigada, por uma coisa pequena, porem de certa forma importante.

Flashback On.

-Nee, Levy-chan, por que ficou vermelha quando o Rogue ficou te olhando? – perguntou-me a loira enquanto estávamos saindo de um restaurante completamente satisfeitas.

-N-não foi nada de mais... Eu só fiquei muito surpresa com o que ele falou. Quero disser, ele é Rogue Cheney, não acho que ele seja o tipo que agradece.

-Serio? Hunn... Ou será que você goxxxxtou dele?- perguntou a loira maliciosamente.

   Senti meu rosto esquentar.

-L-Lu-chan, para de falar besteiras! – disse fazendo cara de brava.

-Hai, hai. – sorriu a loira – Estou brincando.

Flashback Off.

   Eu realmente fiquei surpresa com aquilo, mas não foi por isso que fiquei vermelha. Foi por outra coisa, uma coisa realmente ridícula: seus olhos. Rogue tinha olhos vermelho-sangue que transmitiam certo encanto e ao mesmo tempo medo. Eles se pareciam com os olhos dele. Por um momento vi Gajeel não Rogue. Porem, os olhos dos dois apesar de parecidos eram completamente diferentes. Os olhos de Gajeel transmitem mais medo do que encanto, enquanto os de Rogue mais um estranho encanto do que medo.

   Peguei-me comparando os dois e isso me deixou completamente envergonhada. Pode não fazer o maior sentido, mas, eu não conseguia entender... Se Gajeel era único para mim... Por que eu o comparei com Rogue?

   Sacudi minha cabeça com força, queria desesperadamente expulsar essas idéias da minha cabeça, com o tempo adormeci,sonhando com duas orbes vermelhas.