Zumbis, Garotos E Armas! escrita por Andy


Capítulo 23
Na dúvida: Corra!


Notas iniciais do capítulo

Então, amadas leitoras, antes de mais nada gostaria de lhes contar uma pequena historinha:
A algumas semanas atrás cheguei na minha sala de aula de manhã e fiquei sabendo que havia uma novata na turma. Como representante de turma não demorei muito a conhece-la. Estávamos sentadas eu, uma amiga chamada Amanda e Renata, a novata. Sendo que a minha amiga estava com o caderno de desenho da Renata e de repente eu vi um desenho de um garoto com cor de olhos diferentes:
— Parece o Lysandre! -comentei.
— Mas é o Lysandre. - afirmou Amanda mostrando o nome dele abaixo do desenho, sendo que ela não conhece amor doce.
— Você é docete? - me perguntou Renata. E então eu afirmei e agora somos amigas.
E eu contei tudo isso para dizer que foi ela que escreveu o capitulo que vou postar agora!



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P.V.O. Castiel e Leigh

Após conseguir matar os snakes, o grupo de Castiel segue em direção ao cofre do banco. Não houve maiores problemas, apenas o inevitável: zumbis, por todos os lados. Virando corredores e sempre atento, Castiel ia disputando a dianteira com Katherine. Os dois, marrentos como sempre, não cediam o lugar, e por isso faziam uma corrida silenciosa por todo o caminho até o cofre. Claro, até se lembrarem de que Elie está com eles, e que está machucada, não podendo correr ou chamar a atenção dos demais zumbis.
— Então é isso? Vocês estão arriscando a própria pele e a nossa para roubar o banco? – disse Katherine, indignada por tê-los seguido para ir até lá.
— Se vamos sair da cidade precisamos de dinheiro, ou você acha que vamos ficar pedindo esmola por aí? – retrucou Castiel.
— Primeiro: vocês nem sabem se as outras cidades estão seguras. Segundo: e se não estiverem, o que vocês vão fazer com todo o dinheiro que roubaram daqui? Comprar uma mansão no Havaí e viverem felizes para sempre, enquanto o resto do mundo se explode? – disse Katherine, provocando Castiel. Ele era teimoso e brigão, mas isso a atraía nele como um ima de pólos diferentes. Ele era igual a ela, o que provavelmente geraria brigas por todo o tempo que estivessem juntos, mas mesmo assim, ela ainda queria estar com ele.
— Depois nós vemos isso, agora precisamos descobrir como abrir esse cofre. Quando estávamos indo buscar a senha, fomos salvar a sua irmã já que alguém não estava por perto – disse Castiel, irônico como sempre.
— Você... se arrepende de ter me salvado? – perguntou Elie, com a voz chorosa e os olhos cheios de lágrimas.
— Claro que não, não me arrependo de ter te salvado – afinal de contas, se eu não tivesse te salvado eu não teria conhecido sua irmã. Castiel quase riu por ter pensado isso, mas se controlou e continuou – Sempre é bom reunir e salvar sobreviventes deste inferno. Mas agora temos que descobrir como abrir esse cofre antes de sair daqui.
— Que tal usar a senha, cabeção? – disse Katherine.
— Você é surda ou o quê? Acabei de dizer que não temos a senha.
— Sai da frente – disse Katherine, empurrando Castiel da frente do painel digital do cofre. Este era o cofre da família Salvatore, ela sabia a senha, já que era a filha mais velha do milionário. A porta do cofre se destrava com um barulho alto, que assusta à todos, inclusive Katherine, que nunca havia aberto ou mesmo precisado abrir o cofre da família.
— Espera um minuto, você sabia a senha o tempo todo? – pergunta Castiel, espantado.
— Sim, algum problema?
— Então você já saqueou o cofre antes de nós? Espertinha, agora passa a grana que também precisamos dela – disse Castiel, estendendo a mão em direção à sua rival. Ele não acreditava que ela o tivesse enganado esse tempo todo e o tivesse feito ir até lá para descobrir que ela já pegou tudo o que tinha lá dentro.
— Castiel! – gritou Elie, o que chamou a atenção dos dois – Nós somos filhas do dono desse cofre, por isso a Kathy sabe a senha.
— Espera um minuto, vocês são filhas de Dean Salvatore? – pergunta Leigh, que até agora não havia dito completamente nada.
— Sim, algum problema? – respondeu Katherine, colocando as mãos na cintura em sinal de desafio.
— E por que diabos não nos disse antes?! – exclamou Castiel, indignado com a atitude de Katherine.
— Por que vocês não perguntaram – disse Katherine, com sinal de deboche na voz – Agora entrem lá de uma vez antes que apareçam problemas por aqui. Eu e Elie vamos ficar de fora, vigiando a entrada.
Castiel e Leigh entraram no cofre, cheio de dinheiro e barras de ouro. Nossa, ela é rica mesmo! Pensou Castiel. Havia várias gavetas cheias de dólares, e, empilhadas no fundo do cofre, havia algumas barras de ouro maciço. Cada um abriu uma gaveta e despejou todo o dinheiro que lá havia dentro de suas respectivas mochilas. Enquanto colocava o dinheiro dentro da mochila, pela primeira vez Castiel se deu conta de que a mansão que vão se refugiar poderia ser delas.
— Espera um minuto – começou ele, ainda concentrado em colocar o dinheiro dentro da mochila – Se vocês são filhas de Dean Salvatore, aquela mansão na saída da cidade é de vocês?
— O que você acha? – disse Katherine, ainda de costas pra ele e montando guarda. Castiel bufou.
— E por que motivo, razão ou circunstância você não nos disse esse detalhe antes? – perguntou Castiel.
— E por que esse detalhe seria tão importante? – perguntou Katherine, dando uma olhadela para trás e se virando novamente para frente, para manter guarda.
— Por que vamos nos refugiar naquela mansão? – disse Castiel, em tom de deboche – Tínhamos um plano.
— E que plano é este? – pergunta Katherine, pela primeira vez sem debochar de Castiel.
— Eu e Leigh viemos para o banco pegar o dinheiro. Os outros se dividiram e foram para a escola pegar a nossa transferência, para o shopping pegar armas e munição, para os apartamentos pegar nossa documentação e uma de nós ficou no hotel, esperando os outros voltarem – disse Castiel, lembrando-se que Amy estava sozinha naquele hotel. Preocupou-se por um momento por ela estar sozinha, mas depois lembrou-se que ela era forte, provavelmente estava segura e bem – Depois iríamos para a mansão planejar como sairíamos da cidade.
— Vocês não estão sozinhos? – perguntou Katherine.
— Não, por que estaríamos?
— Não sei, talvez por que estão assaltando o cofre da minha família? – disse Katherine, em tom de deboche. Se virou para encarar Castiel, que fechou a mochila, colocou-a nos ombros e começou a encará-la de volta, até que viu uma criatura horrenda atrás dela. Era parecida com S.N.4, mas eram ainda mais feia, e maior. Ao invés de patas, possui enormes garras, brancas e afiadas. Seu corpo é coberto por músculos, e seus dentes são grandes, pontudos e afiados, como presas. Estava se movendo na parede, o que deveras o assustou. Ótimo, mais criaturas estranhas. Pensou.
—Atrás de você! – gritou Castiel para alertar a parceira. Katherine se virou, mas foi lenta de mais. A criatura desconhecida pulou em cima dela, fazendo-a cair no chão.
Castiel tirou a arma do coldre e começou a atirar, enquanto Katherine usava as duas mãos para evitar que a criatura a mordesse. Leigh correu em direção a Elie, puxando-a para trás, para longe daquela coisa. Katherine pegou uma faca que tinha presa a sua cintura e começou a esfaquear a lateral do corpo do monstro, o que, infelizmente, foi em vão. Os músculos eram duros de mais, o que impedia qualquer arranhão sobre sua superfície. Os tiros também não faziam muito efeito, apenas leves arranhões na “pele” da criatura, até então desconhecida pra eles. Castiel chegou perto do monstro e lhe deu um belo chute na cabeça, que a fez cair para trás, deixando Katherine livre. Castiel ajudou-a a levantar-se, e logo se preocupou. E se ela tiver sido arranhada?
— Você está bem? – perguntou Castiel para Katherine, que ainda estava arfando.
— Sim, tirando alguns pequenos arranhões, mas nada grave. E não, não fui arranhada e nem mordida por aquela criatura. Não vamos conseguir matá-la.
— Então vamos para o plano B: CORRE! – disse Castiel, puxando Katherine pela mão e correndo em direção ao corredor de que haviam vindo. Eles até se sentiriam bem e especiais em estar segurando as mãos um do outro, se não fosse pela situação em que se encontravam. Leigh pegou Elie no colo e correu atrás deles, os alcançando rapidamente. A criatura se levantou e lançou sua língua em direção a Castiel, segurando seu tornozelo e fazendo-o cair. O grupo parou por um momento, enquanto o monstro se lançava pra cima de Castiel, prendendo-o ao chão e tentando mordê-lo, como fez com Katherine. Castiel colocou suas mãos sob o pescoço da criatura, tentando enforcá-lo, mas era duro de mais para ser ao menos apertado, ele não fazia nem cócegas na criatura.
Katherine, vendo aquela cena, pegou o machado que havia ao lado do lugar que antes havia um extintor de incêndio e acertou a cabeça do monstro com toda a sua força, derrubando-o para o lado e criando um talho ao lado do que parecia ser a boca. A criatura ficou sem se movimentar, então o grupo simplesmente continuou a correr em direção à recepção do banco. Ao chegar lá, ouvem um grito estrondoso vindo do corredor que acabaram de sair. Aquela “coisa” havia acordado, e agora estava atrás deles. Na recepção haviam vários zumbis, atraídos pelos gritos e disparos.
— Continuem correndo, e não parem! – exclamou Castiel, indicando a porta principal para o grupo.
Continuaram a correr, seguindo as instruções de Castiel, sem parar. Ao chegar à porta, o monstro apareceu pelo corredor, sendo atrasado pelos vários zumbis que agora estavam se agrupando, indo em direção ao grupo de sobreviventes. Havia alguns carros no local, e uma viatura policial que estava capotada no meio da avenida.
— Para a viatura! – gritou Castiel, seguindo na frente para a mesma. Arrombou a porta traseira do camburão, indicando para todos entrarem para se esconder de todos os zumbis e daquela criatura horrenda. Todos adentraram a viatura capotada, então Castiel encostou as portas e ficou espreitando pela fresta que elas deixavam. Viu zumbis serem completamente jogados pra fora do banco pela criatura, que volta e meia arrancava e comia alguma parte deles. Após ter trucidado e matado todos os zumbis do local, comendo parte de seus corpos, olhou à sua volta e percebeu que o grupo de humanos havia sumido. Deu outro grito sobre-humano, o que fez com que todos dentro da viatura tampassem os ouvidos pela altura e a freqüência daquele grito, e pulou na parede do banco, escalando a mesma e subindo até o telhado, sumindo da vista dos sobreviventes.
— Já podem respirar – disse Castiel para o restante do grupo – Ele já foi.
— E os zumbis? – perguntou Leigh.
— Ele os matou.
Todos? – perguntou Katherine, espantada. Castiel fez que sim com a cabeça. Ele abriu a porta do camburão para que todos pudessem sair. Um por um, todos os quatro foram descendo da viatura.
— Que diabos era aquilo? – pergunta Katherine, para ninguém em especial.
— Não sei, mas não quero ficar aqui para descobrir. Vamos – disse Castiel, seguindo na avenida em direção à mansão.
— Onde pensa que vai? – pergunta Katherine.
— Ora, para a mansão, pra onde mais eu iria?
— Encontrar o resto do pessoal? – pergunta Katherine, em tom de deboche – Vamos para o hotel.
— Não, vamos para a mansão. Nenhum deles é mais uma criança, todos sabem se virar sozinhos.
— Não, o combinado entre vocês foi ir para o hotel e depois ir para a mansão. E a sua amiga? – pergunta Katherine, indignada pela frieza do parceiro.
— Ela sabe se virar sozinha. Demoramos muito por aqui, eles já devem ter ido pra lá. Eu não vou arriscar a minha vida e a de vocês para ir para o hotel e descobrir que os outros foram para a mansão e ter que refazer todo o caminho – disse Castiel, apontando para o lado onde ficava a mansão.
— E se os outros estiverem machucados? Castiel para de ser cabeça dura e pense nos outros pelo menos uma vez! – disse Katherine.
— Pensar nos outros? Eu estou pensando nos outros. Se tivesse acontecido alguma coisa, eles teriam acionado o sinalizador e saberíamos. Eu estou pensando em vocês e na sua segurança! Mas você é cabeça dura de mais e não vê isso! – disse Castiel.
— Seu idiota! – murmurou Katherine, correndo na direção de Castiel e pulando em cima do mesmo, o jogando ao chão e tentando bater nele. Leigh segurou Katherine antes que tivesse a chance de dar vários socos seguidos em Castiel e a tirou de cima dele. Castiel olhou na direção de sua agressora com certa admiração no olhar. Ela era forte, e morreria para proteger seus companheiros e sua irmã. Leigh soltou Katherine, fazendo a mesma ficar na sua frente. Andou até o meio dos dois e virou-se para Katherine.
— Primeiro: Castiel só está pensando na nossa segurança, entenda – disse Leigh, depois virou para Castiel e continuou – Segundo: Kathy está certa, o combinado foi irmos primeiro ao hotel e depois para a mansão. Então, vamos seguir para o hotel. Se não tiver ninguém lá, vamos para a mansão. E sem discussões.
Katherine olhou para Castiel com cara de deboche, e Castiel mostrou sua língua para ela. Seguiram a avenida em direção ao hotel. A briga de Castiel e Katherine chamou a atenção dos zumbis, que agora apareciam de todos os lugares. Começaram uma leve corrida pela avenida, tentando desviar o máximo dos zumbis que apareciam, porém vez ou outra tinham de atirar ou lutar com um deles.
Ao virar a esquina da avenida, eles se deparam com o posto de gasolina, antes usado por Castiel, Leigh e os outros como refúgio, até ser atacado por um S.N.4.
— Droga – diz Castiel – Temos que ir logo, apressem o passo.
— Por que? O que aconteceu? – pergunta Katherine, sem entender o que estava acontecendo.
— Tentamos passar a noite aqui, mas apareceu um S.N.4. Causamos a explosão do posto, mas não voltamos pra ver se ele estava vivo – respondeu Leigh.
— Um S-o-que? – pergunta Katherine.
— S.N.4. É parecido com aquele bicho de quem fugimos no banco, mas é menor, não tem garras e é mais fácil de matar – respondeu Castiel. Apareceu um zumbi por trás do posto de gasolina queimado, cambaleando e indo na direção do grupo – Não falei? Vamos.
O grupo continuou seu trajeto seguindo pela rua, atirando nos zumbis que apareciam. Os tiros acabaram atraindo cada vez mais zumbis, que acabaram tapando a rua que iriam seguir para chegar ao hotel. Castiel se virou para tentar voltar, porém mais zumbis vinham em sua direção. Estavam encurralados.
— Droga, são muitos. O que faremos? – diz Katherine, entrando na frente da irmã para protegê-la. Os outros fazem o mesmo, formando um círculo de três pessoas em volta da pequena.
— Se tivéssemos ido pra mansão isso não teria acontecido – disse Castiel, debochando de Katherine e de Leigh.
— Para de ser cabeça dura e arruma um jeito de escaparmos – disse Katherine, começando a atirar nos zumbis à sua volta. Leigh fez o mesmo, enquanto Castiel procurava uma saída à sua volta.
— Me sigam – disse ele, correndo em direção a um beco e levando Elie consigo em seu colo, enquanto os outros iam de costas, atirando nos zumbis à sua volta. Se viraram de costas para os zumbis e correram em direção ao beco onde Castiel e Elie se encontravam. Todos os quatro continuaram correndo beco adentro, enquanto os zumbis se apertavam tentando passar pela estreita passagem da entrada. Castiel viu sangue no chão e nas paredes em um certo ponto do beco, se lembrando que haviam passado por aquele beco antes. Fora o beco por onde fugiram do posto em direção ao hotel, e agora estavam indo na direção contrária que haviam ido naquele dia, ou melhor, noite.
Atravessaram o beco sem maiores problemas, apenas vez ou outra em que aparecia um zumbi na saída do beco, onde tinham que atirar enquanto corriam. Quando chegaram ao outro lado perceberam alguns poucos zumbis espalhados por aquela rua, que agora estavam indo na direção deles, até que ouvem uma explosão que chama a atenção de todos, inclusive dos zumbis, que agora iam em direção ao clarão que havia se formado na direção contrária da rua em que tinham que seguir.
— O que foi isso? – pergunta Elie nos braços de Castiel.
— Eu não sei – responde o mesmo – só espero que todos estejam bem – dito isso, Castiel segue a rua para o lado contrário de onde ouvira a explosão, e avista uma praça botânica.

P.V.O. Lysandre e Bea

— Estou aqui! – gritou Bea, enquanto escondia o kit de primeiros socorros em uma prateleira. Havia pegado uma jaqueta na boutique para esconder o curativo. Lysandre não podia saber que ela estava infectada, a mataria naquele mesmo lugar. Ela queria ser útil antes de ser morta por ele.
— Bela jaqueta – disse ele, notando que ela havia pegado a jaqueta na boutique. Bea enrubesceu.
— Ah... obrigado, eu acho – disse ela, tentando dar o seu melhor sorriso de tudo bem – Como vamos sair daqui?
— Não sei – disse Lysandre – Você está bem? – perguntou o mesmo, ao notar a forma como Bea agia. Por enquanto, sim. Pensou ela.
— Estou. O que acha de irmos até a cobertura para tentar chamar pelos outros? – respondeu Bea, tentando desviar do assunto o mais rápido possível.
— E como faremos isso? – perguntou Lysandre.
— Podemos usar o sinalizador.
— Bem pensado – disse Lysandre – Mas antes precisamos de uma rota para seguir. Está cheio de zumbis e S.N.4 lá fora.
— E se formos pela saída dos funcionários? Lá deve ter uma escada que dá na cobertura. Podemos usar a saída da boutique mesmo – sugeriu Bea, e foi esse o caminho que fizeram. Passaram pela saída de funcionários da boutique em que antes estavam, seguindo um longo e largo corredor procurando por uma porta em que tivesse a indicação de ser a escada. Não haviam zumbis por ali, já que era a saída de funcionários, e o horário em que aconteceu o holocausto todos estavam trabalhando.
Lysandre achou uma porta para a escada dos funcionários, que daria no estacionamento do shopping, porém ela estava emperrada. Continuaram andando pelo corredor, cada um de um lado, procurando pela escada que os levaria para cima.
— Achei! – exclama Bea ao abrir a porta que dava em direção à escada.
— Ótimo – diz Lysandre. Adentraram a porta e começaram a subir. Era uma escada pequena, e não muito alta, já que estavam no último andar do shopping. Bea só tinha um pensamento: tinha que tirar Lysandre dali vivo, nem que fosse a última coisa que ela faria, e provavelmente seria a última coisa que faria. Estava preocupada, quando se tornaria uma zumbi? Quando tentaria comer seu próprio parceiro? E, no meio de tantas preocupações, e de tantos quandos e por quês, havia uma curiosidade: como era ser zumbi? O que sentiam, quais eram seus estímulos? O que os levava a apenas comer humanos? O que os levava a ser tão selvagens? Bea queria descobrir, porém nunca poderia contar aos outros, muito menos voltar a ser humana para conseguir contar aos outros. Chegaram ao fim da escada, onde havia uma porta de metal. Bea tentou abri-la, mas estava trancada.
— Droga, está trancada – disse ela.
— Afaste-se – disse Lysandre, puxando-a levemente para trás. Puxou sua arma do coldre e apontou em direção à fechadura da porta, atirando logo em seguida. O barulho foi ensurdecedor fazendo com que os dois colocassem as mãos na orelha por alguns segundos.
Finalmente, a cobertura do shopping. Era um espaço enorme de cimento, e no meio havia uma grande cúpula de vidro, onde seria o centro do shopping. Lysandre olhou para cima, não havia estrelas no céu, tampouco ele estava nublado. O céu está sofrendo junto conosco neste inferno... Pensou. Foram em direção à parede da entrada do shopping, onde havia um banner enorme de LED, que piscava com o nome do shopping. Ali era o lugar de onde tentariam, de alguma forma, chamar a atenção dos outros.
— Tem pessoas ali – disse Bea, ao ver um grupo de pessoas em frente ao shopping, todos vestidos de preto segurando o que pareciam ser armas.
— Parecem militares, talvez vieram salvar os sobreviventes. Vamos chamar a atenção deles – disse Lysandre. Os dois começaram a gritar para chamar a atenção dos Homens de Preto, o que foi bem sucedido. Eles os perceberam no terraço do shopping, e então, quando parece que tudo está ruim, sempre pode ficar pior. Os Homens de Preto começaram a atirar na direção dos sobreviventes, tentando matá-los. Lysandre e Bea, sem entender a situação, tentaram se esconder na mureta que havia no fim da parede, para a “segurança” de quem fosse lá em cima.
— Por que estão tentando nos matar? – perguntou Lysandre.
— Ta aí uma coisa que gostaria de saber – disse Bea – Talvez pense que somos zumbis.
— E o que sugere para mostrar que não somos?
— Não sei, atirar de volta? – sugeriu a garota, que agora estava começando a sentir dores no ombro mordido.
— Alguma ideia melhor? – perguntou Lysandre, se abaixando ainda mais.
— Não – disse Bea, já se levantando e atirando na direção deles e se abaixando novamente. O tiro não acertou ninguém, mas fez com que os Homens de Preto continuassem a atirar. Eles não achavam que eram zumbis, sabiam que eram sobreviventes, queriam matá-los.
— Querem nos matar – disse Lysandre.
— Então vamos matá-los primeiro – disse Bea, se levantando e atirando na direção deles. Lysandre fez o mesmo, mas não se sentia confortável em atirar em desconhecidos sobreviventes desse apocalipse. Não demorou muito e os tiros cessaram.
— Será que isso é uma armadilha? – pergunta Bea para ele, se escondendo atrás da mureta.
— Só tem um jeito de descobrir – disse Lysandre, espiando por cima da mureta, depois sentando-se novamente e virando-se para Bea – Acho que não, vamos nos levantar.
Os dois se levantam e começam a olhar para baixo, na direção dos Homens de Preto. Estavam a maioria deixando o local, ficando apenas três homens. Um estava em pé, e um agachado segurando o terceiro nos braços.
— Vamos – disse o homem que estava em pé. Lysandre e Bea ouviam a conversa.
— Não! Você viu o que eles fizeram? Eles mataram o William! Eu nunca vou perdoá-los! – disse o que estava agachado ao lado do que supunham ser William, que agora estava agonizando no chão após receber um dos tiros da Bea no peito. Ele tentava receber um sopro de vida, mas a única coisa que recebia em seus pulmões era sangue.
— Vamos Vacily! Você não pode fazer nada. Os zumbis e S.N.A.S. que estão lá dentro darão conta do recado, eles não sairão vivos daí – disse o que estava de pé.
— Vá você! Eu vou ficar aqui e dar um jeito neles – disse Vacily.
— Vacily, entenda, eu já perdi um homem aqui, não posso perder dois!
— Está duvidando da minha capacidade? – disse Vacily, olhando diretamente para o que estava de pé. Após alguns segundos de silêncio, Vacily volta a olhar para William, que agora jazia morto em seus braços. Ele fechou seus olhos, o colocou no chão e se levantou, ficando na altura do que estava de pé, e continuou – A morte de William não vai ser em vão. Eu vou explodir esse maldito shopping com eles junto! Encontro vocês depois.
— Vá se ferrar – disse o outro, então se virou e seguiu os outros homens, deixando Vacily no local. Ele tirou uma carteira de cigarros e um isqueiro do bolso e acendeu um cigarro. Colocou-o na boca e deu uma longa tragada, soltando a fumaça pelo nariz. Começou a remexer na mochila de armas que estava carregando e tirou de lá um detonador, enquanto procurava as bombas.
— Ele vai explodir a gente! O que faremos? – disse Lysandre, se afastando da mureta.
— Vamos nos esconder no banheiro dos funcionários, se ele entrar aqui não irá nos encontrar e poderá achar que viramos zumbis ou fomos trucidados por eles – sugeriu Bea, correndo em direção às escadas.


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Notas finais do capítulo

Eeeeeeh! E ai o que achou? Ela escreve bem né? Eu super amei...



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