Zumbis, Garotos E Armas! escrita por Andy


Capítulo 2
Estranha Detenção


Notas iniciais do capítulo

#Reeditado#Erros#M.P.



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Fiquei tanto tempo ali, pensando, que nem vi o tempo passar, acho até que em algum momento eu cochilei. Peguei meu celular e vi a hora.

18h:22min.

Droga!

Estava atrasada, me levantei rapidamente pegando minha mochila e saindo do ginásio.

O sol estava escurecendo, a tintura vermelho sangue destacava-se no horizonte. Entrei no corredor principal e fui direto para a sala do representante de turma.

— Desculpa o atraso! – falo abrindo a porta e vendo Melody e Nathanael em um bom papo com direito a alegres risadas.

— Estou interrompendo alguma coisa? – eu ainda segurava a porta, com meu corpo metade dentro da sala e metade fora.

— Não, não, pode entrar! – disse Nath colocando uns papeis em cima da mesa. Fechei a porta e entrei, jogando minha mochila logo em seguida em cima da mesa.

— O que vamos fazer? – perguntei encarando os dois.

— Que tal jogar Uno! – respondeu Melody com um sorriso meio tímido.

— Por mim tudo bem! – falei soltando um leve suspiro de alivio. Até que detenção não era tão ruim, eu devia aprontar mais coisas.

— Acho que tenho uma caixinha com as cartas no meu armário vou buscar! – disse Nath saindo da sala. Fiquei quieta, sem falar nada, Melody evitava um contato direto com meus olhos, mas ao que tudo indicava ela queria me falar algo.

— Então... – comecei. – Você costuma ajudar o Nath depois das aulas?

— Às vezes. Acabamos de terminar de organizar o que faltava por aqui, por isso não há nada pra você fazer. – respondeu ela apontando para umas pastas empilhadas no fim da sala.

— Bem, até que esse dia não esta tão ruim! – falo enquanto sento em cima da mesa. Fico um tempo em silencio balançando minhas penas como crianças sentadas em um banco onde seus pés estão bem longe do chão. E então lembrei da conversa de um grupo de docetes que ouvir no intervalo e de imediato pergunto:

— Ei! Melody, você tipo... Gosta do Nathanael?

— Gosto é claro, quem não gostaria? – respondeu ela corando.

— Sei! Mas... Então, você gosta só por gosta ou é gostar... De outra maneira. – tentei não ser muito direta, porém acho que fracassei. Melody olhava fixamente para a parede sem graça.

—Desculpa! Não quis força nada, foi só... Força de hábito. – falei tentando conserta o que fiz.

— Você é bem ousada, dá até medo! – disse ela sorrindo.

— É eu costumo causar essa impressão nas pessoas. – respondi também rindo. Nathanael apareceu na porta com as cartas em mão.

— Então vamos começar? – disse ele se aproximando da mesa e começando a embaralha-las.

— Nath, você por acaso, sabe se o Lysandre e o Castiel tem ensaio hoje? – perguntei fazendo uma entonação meio desinteressada.

— Tem sim! Eles já começaram, tentei convida-los para se unirem a nós mas eles tinham muito que fazer por lá.

— Ah, legal! – respondi forçando um sorriso. – Vamos começar?

Nath era muito bom no jogo, e a Melody não ficava atrás, mas eu... Não era boa em nada, nem em um simples jogo de cartas. Meu celular vibrou, o peguei do bolso e vi que era um sms de Kentin.

Depois de um tarde lerda, preciso de diversão. Já estou chegando ai!

Com amor Kentin.

Sorri enquanto lia a mensagem.

Voltando novamente minha concentração para o jogo percebi que estava com quatro cartas, Nath com duas e a Melody três, que dizer duas, pois ainda a pouco descartou uma de suas cartas.

— Ta o.k.! Eu admito, não sou boa nisso. – falo atirando minhas cartas em cima da mesa. Nath apenas riu enquanto descartava suas duas cartas amarelas em cima de outra da mesma cor dizendo uno.

Toc,toc,toc....

Ouvimos e logo em seguida uma cabeleira branca com olhos cor de mel apareceu.

—Surpresa! – disse ela entrando na sala com uma bolsa bem cheia.

— O que você esta fazendo aqui? – perguntei.

— Também estou feliz em vê-la... – disse Rosalya tirando guloseimas e outras besteiras da tal bolsa.

— Mas...

— Eu só estou aqui por você! – continuou depois de me interromper. De novo.

— Só que...

— Nem vem, você precisa sim da minha ajuda! – continuou Rosa começando a me deixar irritada.

— Você não...

— Posso sim, é meu direito como amiga.

— Tudo bem! – falei rapidamente antes que ela me interrompesse. Rosalya olhou para mim e sorriu, depois separou os pacotes de bolachas com variados sabores.

— Rosalya, estou realmente muito surpreso de te ver por aqui! – disse Nath.

— Eu também estou, foi meio que do nada que decidir vim. – disse ela estalado os dedos de uma das mãos. Aproximei-me da porta, ansiosa pela chegada de Kentin, será que ele já está nos arredores da escola?

— Aonde você pensa que vai? – perguntou Rosalya de maneira inquisidora quando peguei na maçaneta da porta. Mesmo sabendo os motivos de seu tom de voz eu simplesmente ignorei sua preocupação.

— Encontrar o Kentin! – respondi saindo e não aguardando sua resposta. Fui caminhando pelo corredor, dando passos devagar.

Quando estava próxima da saída para o pátio, senti um calafrio que percorreu meu corpo inteiro, o ar estava meio gelado e o vento trazia um silencio perturbador.

— Cadê você Kentin!? – falo para mim mesma cruzando os braços, e olhando para o portão de entrada da escola.

Eu não era o tipo de garota medrosa, mas, eu estava com a impressão que algo ruim iria acontecer.

Olhei para as arvores do pátio, elas estavam sobriamente assustadoras, dei alguns passos pra frente, disposta a esperar por Kentin na entrada da escola, mas um pequeno grupo de passarinhos que passaram de uma arvore para a outra me assustou.

Meu coração batia a mais de mil, agora eu tinha que certeza que algo não estava normal. Continuei meu trajeto, temendo o pior, e com o meu coração quase que na boca.

— Amy! – disse Lysandre, que havia acabado de entrar na escola e agora me puxava para dentro. – Vem comigo, não é seguro aqui fora! – dizia ele exasperado me puxando pela cintura tentando fazer com que eu me virasse no sentido oposto que estava.

Mas eu estava em uma espécie de transe, congelada, meu corpo não obedecia nenhum comando que eu lhe dava, um medo assombroso tomava conta de cada célula dele fazendo hipóteses horríveis surgirem em minha cabeça.

Lysandre deixou de lado a delicadeza e passou firmemente a mão em minha cintura usando sua força para me levar para dentro. Quando adentramos o corredor desvencilhei-me dele encostando-me à fileira de armários que havia ali e então controlando minha respiração em diversas séries de inspira expira, aos poucos meus sentidos e sensibilidade voltaram.

Lysandre me observava parecendo preocupado, levantei meu olhar para ele e sorrir tentando dize-lhe através do ato que estava bem. Mas quem conseguia mentir para o Lysandre mesmo?

Ah sim, ninguém.


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Notas finais do capítulo

As coisas estão ficando feia para nossos queridos personagens não é?