POV's Cupa

Zombie? Foi ele que... fez isso? Mas por quê? Pensei que ele estava zangado comigo... Mas pensando bem... ele ficou bravo quando eu comecei a falar com aquele cara lá. Será que... não, não, impossível. Cocei os olhos, para ver se eu não estou ficando maluca. Mas era realmente ele.

Pingou algumas gotas no meu capuz, que logo escorreram para a minha testa. Virei-me para trás para não me molhar e me deparo com um morcego — que apareceu like a ninja —, que logo veio para cima de mim, fazendo eu andar para trás e logo cair no chão.

Acabei por fazer barulho e ficar molhada, porque eu fui cair direto na poça da mini cachoeira. Típico filme clichê: acontece algo para a garota principal que faz ser percebida pelo galã, então o galã vai acudi-la e tem todo aquele clima romântico. Quando eu era mais nova, esse era meu sonho, e ainda continua sendo, mas a única coisa de errada que está acontecendo aqui é o Zombie! Ele não pode ser meu príncipe encantado, meu surfista salvador, meu samurai, ou meu Mario da vida. Isso não está certo!

O Zombie veio correndo até mim e se ajoelhou.

— Você está bem? — Falou ele, com uma reação aflita no rosto.

— Eu essstava melhor antess. — Cruzei os braços e virei o rosto. Ele riu. QUÊ? Como assim ele riu? Ele está querendo levar um tapa na cara, né? Huunf.

— Então... Quando vai falar que me seguiu até aqui, porque está apaixonada por mim? — Me virei bruscamente para ele.

O mesmo estava sentado, apoiando os braços no chão. Eu estou vermelha... mas de RAIVA! Pulei para cima e comecei a dar vários socos no peito dele. Derrubei-o no chão, continuando com o meu ataque, enquanto ele ria cada vez mais alto. Passou uma esqueleta velhinha que olhou para a gente como se fossemos doidos.

Saí de cima desse imbecil que continuava rindo. Ele se sentou e parou um pouco com o escândalo.

— Issso é para aprender a não sse meter comigo. — Cruzei novamente os braços.

O Zombie tirou o meu capuz e bagunçou o meu cabelo. Tirei a mão dele da minha cabeça e ajeitei um pouco o estrago que ele fez. Botei o meu capuz e olhei para ele, que tinha um sorriso besta estampado na cara.

— Então... Agora você vai dormir em qualquer lugar?

— Talvez... — Falei, olhando para o lado.

— Hum... você quer ir na minha casa comer alguma coisa?

— Não obrigada. Não esstou com fome. — Menti, não quero ir para a casa dele.

A mãe do Zombie vai ficar falando de casamento ou coisa parecida... Ai... fico toda arrepiada ao pensar nisso.

— Aqui fora está frio... e você está toda ensopada, que aliás, me molhou também com seu ataque . É melhor entrar para não ficar resfriada.

— Não esstou com frio! — Menti de novo. Na verdade estou morrendo de fome e frio, estou fazendo o máximo para não tremer.

— Você está arrepiada, como não está com frio? — Pronunciou ele, puxando levemente o meu braço.

— Esstou arrepiada por outra coisa.

— Hum, é por o quê então? — Percebi o tom de voz dele diferente nessa última frase. Percebi também que falei bobeira.

— Nada envolvido com você. — Puxei o meu braço.

Nesse instante a minha barriga roncou, me incriminando. Droga! Pensei que fôssemos amigos, barriga.

— Não está com fome não? — Balancei a cabeça em negativo como resposta. — Que pena... minha mãe estava preparando a janta agora... e depois vai ter sobremesa, sabe... é daqueles doces que os humanos costumam comer. Meu pai pegou, quando estava atacando em alguma vila. Bem, acho que você não vai querer.

Ele se levantou e tirou a poeira da roupa.

— Bem... Eu já vou indo. — Então ele passou dois dedos pela testa, fazendo um sinal de despedida. Ele se virou e começou a dar lentos passos.

Senti novamente como se eu estivesse sozinha. Eu estou ficando doida, só pode.

— Esspera! — Falei, olhando para baixo e apertando uma mão contra a outra.

Ele parou de andar, mas continuou virado. Suspirei e levantei a cabeça.

— Qual é a janta que a ssua mãe esstá preparando? — Soltei ar da minha boca e dei um pequeno sorriso.

O Zombie se virou e me estendeu a mão. Eu aceitei a sua ajuda e subi.

— Na verdade eu não sei, eu só queria que você viesse comigo. — Então ele sorriu. Por que ele está sendo assim comigo? Mas na verdade... ele sempre foi assim.

Mal botei o pé na casa, que a mãe dele já vem em cima de mim.

— Cupa! Como vai?

— Oi, tia...

— Pode me chamar de sogra, não tem problema. — Botei a mão na testa. Sabia que ela iria fazer isso.

— M-Mãe! — Se indagou o Zombie.

— Tudo bem, pode me chamar de tia, mas eu ainda prefiro a outra opção... — Ela fez uma cara chorosa e continuou. — Então querida, quer comer alguma coisa?

— Sssim, por favor. — Escutar aquilo foi uma alegria para meu estômago.

Depois de o Zombie ter me entregado uma toalha, nós fomos jantar (inclusive a irmãzinha peste do Zombie, a Zune). Acabamos de comer e a mãe deles foi lavar os pratos. Fomos para a sala e a Zune começou a falar:

— Então quer dizer mesmo que você vão se casar? — Falou alegremente a Zune.

— Até você com isso? Não tem muito a sua cara. — Se indagou o Zombie.

— Se vocês se casarem, eu posso ficar com o seu quarto, que é maior que o meu!

— Agora sim tem a sua cara. — Zombie botou a mão na testa. Pareceu até a Ender agora... Pensando nela... O que será que está acontecendo lá agora? Eu até que gostaria de saber...

(...)

Já era mais ou menos dez e meia da noite e a mãe do Zombie mandou a Zune dormir. Eu e o Zombie continuamos conversando, ele estava até que... engraçado.

— Hey, quer ver uma coisa legal? — Opinou ele.

— Depende do que for. — Respondi.

— Você tem que falar se aceita ou não. — Fiquei com uma cara meio boba. Como assim falar se aceita ou não? O que ele está pensando?

— Ér... quer dizer, você tem que falar se quer vir ou não. É para ser uma surpresa, se não perde a graça. — Falou ele meio embolado e com o rosto vermelho.

— Hum... tudo bem... — Respondi com um pouco de receio.

— Então espera sentada aí que eu já volto. — Ele saiu em disparada, enquanto eu ainda estava sentada no sofá. Depois ele voltou fita preta.

— Fecha os olhos.

— Hum, já não estou gosstando... — Mas mesmo não gostando, fechei os olhos, estou curiosa.

Ele retirou o meu capuz e botou a fita em meus olhos.

— Pronto, agora se levanta que eu vou te guiando.

— Droga. Eu odeio esssass coisass, sseu eu não estivessse curiosa...

— Ah, então a senhorita está curiosa? — Falou ele com um tom brincalhão.

— Ei, fica quieto! — Falei meio constrangida, ele pareceu se divertir com isso.

Nós fomos andando até algum lugar. Nesse tempo, eu tropecei em algumas pedras e ele se esqueceu por onde era o caminho algumas vezes. Até que chegamos.

— Pronto.

Ele tirou minha venda e eu pude admirar a bela vista que tinha de onde ele me levou. Olhei em volta e percebi que estamos em uma montanha bem alta.

— Olha para cima... — Sussurrou o Zombie.

Levantei a cabeça e vi um céu bem escuro iluminado por várias estrelas.

— Que clichê... — Eu falei, mas acho isso tudo realmente muito bonito.

— Você acha? Eu gosto, acho bem bonito. Pensei que você gostaria, porque eu acho que você é... — Então ele parou.

— Que eu ssou...? — Perguntei. Ele me puxou e me deu um beijo no rosto. Chegou mais perto do meu ouvido e...

— Acho que você é bonita que nem as estrelas.