Olhei assustada para aquele Zombie. O que será que ele vai fazer?

Me teleportei para frente daquele mob que poderia ser uma ameaça. Tudo bem, eu fui bem precipitada aquele outro dia ao bater nele, mas ele poderia machucar o Creeper ou o Spider... Ainda bem que a Cupa não estava presente naquela hora, porque se não, aquele Zombie iria virar vários pedaços de carne podre do jeito que essa pestinha é... Mas... Espera... Esse Zombie está na minha frente e a Cupa está aqui do meu lado! Tenho que fazer algo logo! Antes de falar algo, vi que o rosto de Cupa estava vermelho... De raiva? Eles já se conheciam?

— Pois não? — Falei educadamente.

— Ora, ora, ora... Olha só quem é, aquela Enderman que me bateu do nada! — Ele falou.

— D-Desculpe por aquilo, mas pensei que você poderia machucar os meus amigos e... — O Zombie me interrompeu.

— Não precisa se explicar, "altinha"... — O quê? Ele me chamou de altinha? Esse aí não tem muita criatividade.

— Já que a Senhorita Altinha me socou... Não seria nada mais justo que eu te socar também... — Me espantei um pouco.

Provavelmente eu fiz uma cara besta, mas o Zombie estava fazendo uma cara mas besta ainda, que se eu conhecesse melhor esse sujeito, juro que riria... Pois foi isso que aconteceu, só que ao contrário. Sim, ele começou a rir que nem um doido. Se eu entendi? Não, nem um pouco.

Elevei a minha mão até a testa, o Spider fez o mesmo, o Creeper ficou fitando o meu bolo até agora e a Cupa berrou e saiu andando pela caverna.

Olhei melhor aquele doido que ainda estava rindo, só que agora com a mão na barriga, que deduzo que esteja doendo. Ele usa umas roupas rasgadas e tem vários ferimentos pelo corpo, típico de um zumbi, mas... seu cheiro é de... Bebidas?

Parei de pensar quando do nada ele para de rir e me olha sem reação.

— É sério, eu quero te bater.

— Mas o que... — E de novo ele começa a rir. Acho que ele está bêbado.

— É brincadeira, eu não quero te bater não.

— Ér... Então, a conversa está legal, mas e o bolo?... Creeper! Espera os outros! — Disse o Spider quando viu o Creeper passando o dedo pelo bolo.

— Eu sssó queria provar.

— Mas tem outras pessoas para comer, seu esfomeado. — Disse o Spider ao Creeper com uma voz de brincadeira.

— É, que coisa feia Creeper, tem outras pessoas para comerem esse bolo, tipo eu. Oi. — O Zombie se intrometeu.

— Ei, seu intrometido, ache uma outra Ender... Digo, bolo... porque esse é meu... Ahm... o bolo é nosso... Quer dizer... Não é seu... — Quando o Spider falou isso vi que estava "um pouco" enrolado, então ele envolveu um de seus braços no meu. Senti que Creeper fez o mesmo.

— Não é, Ender? — Ele perguntou.

— Abracem o bolo, não eu. — Falei ríspida e tirei os braços dos dois do meu delicadamente.

— Ninguém toca nesse bolo até que a Cupa esteja aqui também. Fiquem vocês aí, que eu vou procurá-la. — Falei por final.

Fui um pouco fria, mas aquela situação me incomodava um pouco. Quando fui ir procurar a Cupa, escutei um comentário daquele doido risonho que saiu com um tom debochador, mas brincalhão:

— Ui, tomaram bronca.

Fui descendo e gritando o nome daquela doida que foi embora do nada. Alguns me xingavam por ficar gritando que nem uma doida, mas eu estou curiosa para saber o por que da Cupa berrar e sair andando por causa daquele Zombie...

Pensando bem... Eles até que se parecem, são dois bobos brincalhões...

Voltando a minha procura à Cupa, até agora não encontro essa menina, ela é boa em se esconder, ein? Até parece um Silverfish que some nas pedras...

Continuei andando, quando tropeço em algo parecido com um pé e caio. Olho para cima e vejo uma mão estendida para mim. Quem será? Olhe mais para cima, né, sua besta.

Vou subindo meus olhos e encontro os da Cupa.

— Você gossta de sser xingada ou o que? — Falou depois de destampar a boca para não rir e com uma voz risonha.

Aceitei a sua ajuda e me levantei batendo em minhas roupas para tirar a sujeira.

— Por que você saiu?

— Ah, é uma longa hissstória... — Quando a Cupa falou isso, ela olhou para um ponto invisível do teto da caverna e ficou calada.

— Cupa, você sabe que eu não sei ler pensamentos, né?

— Eu ssei, eu ssó esstou com preguiça de ter que explicar... Mass tudo bem... Vou fazer um resuminho: Aquele Zombie é o filho do dono da taberna que o meu pai vai... E lá ele bebe e tal...

— Ah, sim... Isso explica o cheiro de bebidas dele... Mas... Você não gosta dele só por isso?

— Não, é que quando meuss paiss ficam bêbados, eu que tenho que levá-losss para casa... E o Zombie ssempre me provoca falando umasss coisass imbeciss... E além do maiss, nósss noss conhecemos dessde maiss novoss.

— Posso até imaginar...

A Cupa ficou em silêncio... O bolo! O Creeper e o Spider vão me matar por causa do bolo!

— Cupa, vamos subir? Ainda tem o bolo lá em cima.

— Ah é! Até me essqueci do bolo! — Ela praticamente saiu correndo em busca do querido doce açucarado.

— Vamoss! — Subimos bem rápido. Eu fui puxada pela Cupa o caminho todo, o que um doce não faz com alguém?

Será mesmo que a Cupa não gosta daquele Zombie...?