- Santana!! Graças a Deus te encontrei! – Escutei a voz de Rachel de longe, mas não consegui levantar meu rosto.

- Meu Deus, o que aconteceu Santie?? – Ela me envolveu em seus braços e retribuí de bom grado, sentindo as lágrimas caindo novamente. Por um tempo que eu não tenho ideia, a única coisa que eu conseguia fazer era chorar. Ela não me ama. Ela não me ama.

Rachel passava a mão pelo meu cabelo, e sussurrava coisas como “tá tudo bem” “você vai ficar bem”. Graças a Deus eu tenho a Berry. Me liberei do seu abraço e ela me encarava com os dois olhos arregalados.

- Ela não me ama, Rach. Não do jeito que eu quero. Não do jeito que eu preciso.

Ela me envolveu em seus braços novamente.

- Então ela não te merece, Sant.

- Eu não que... eu não consigo viver sem ela, Rachel. – Ela me encarava, acho que com compaixão.

- E apenas como amigas eu não consigo suportar mais. Cheguei no meu limite, Rachel. – Eu realmente não aguento mais ficar fingindo que asou apenas amiga da Britt, quando eu quero muito mais.

POV Rachel

Não sei o que dizer pra Santie. Estou tão chateada de ver ela desse jeito, queria tanto poder tirar essa dor dela... Eu não sei muito bem o que aconteceu, mas outra hora, se ela quiser, ela me conta. Agora preciso consolá-la. Aperto-a mais forte nos meus braços e espero ela chorar o quanto quiser. Algum tempo depois ela para e muda totalmente o semblante. Agora ela parece uma rocha, como se nada pudesse atingi-la, enquanto ela limpa as lágrimas bruscamente.

- Vamos anã, a gente precisa voltar pra aula. – Ela se levantou.

- Ahh não não não, senhorita Santana, você não vai fingir que o que acabou de acontecer não foi nada. Que se dane a aula, agora senta aqui e me conta o que aconteceu. – Eu não podia deixar ela simplesmente colocar um gelo nesse assunto.

Ela me encarou por um tempo, e por fim revirou os olhos e se sentou novamente ao meu lado, e começou a contar.

Depois de toda essa conversa, tivemos que sair com muito cuidado para não ser pega por ninguém, afinal estávamos matando aula, e fomos direto pro estacionamento. Nenhuma de nós tinha cabeça pra assistir as últimas aulas.

- O gigante não vai te procurar que nem um louco no final da aula não, Berry? – Santana zombou.

- Não. Já mandei uma mensagem avisando pra ele que já estou indo. Vamos pra casa.- Liguei o carro e segui na avenida movimentada.

POV Santana

Eu sei que não deveria estar fazendo tanto drama, afinal a Britt-Britt é muito inocente, e provavelmente ela só não entendeu o que eu quis dizer, mas estou magoada assim mesmo. A imagem dela se virando e correndo pro campo, me deixando lá, sozinha, olhando pro nada, não sai da minha cabeça. Mas preciso colocar minha mente pra trabalhar em outra coisa, senão vou ficar louca. Mas o que? Hmm... Ah! Já sei! Vou descobrir a verdade sobre essa história da Berry que ela não quer me contar. E vou descobrir isso o mais rápido possível, ou não me chamo Santana Lopez.

Ficamos andando pela cidade por um tempo, pra dar tempo da aula acabar, e chegarmos em casa sem o pai da Berry desconfiar que matamos aula, já que hoje ele estava de folga. Chegamos em casa e a anã subiu pro quarto pra falar com o gigante desajeitado que ela chama de namorado e eu fui em direção à sala de televisão pra começar a minha super investigação sobre o grande segredo da Berry, interrogando o pai dela pra extrair mais informações.

- Boa tarde sr. Berry. Como vai?- Tentei parecer casual.

- Boa tarde Santana, eu vou bem, e você? E por favor, me chame de Hiram. – Ele sorriu, simpático. O pai de Rachel era muito legal. Me abrigou numa boa e sempre me tratou bem. Vou ser eternamente grata a ele.

- Tudo bem. – Sorri de volta. – Então.. hmm.. Hiram.... eu tenho uma pergunta.- Olhei pra ele, e ele franziu o cenho rapidamente.

- Pode falar. – Ele me encorajou.

- Então... nós estávamos conversando a uns dias atrás sobre a Rachel, e você disse que teve um tempo que você queria muito ver a Rachel feliz como ela está agora. Hmm... Que tempo foi esse? O que aconteceu pra ela ter ficado tão triste?

Hiram se mexeu um pouco no sofá, meio incomodado. Me arrependi de ter perguntado. Já ia pedir desculpas e sair dali quando ele começou a falar.

- Rachel nunca teve uma vida muito fácil. Ela sofria bullying na antiga escola por ser baixinha e por sempre gostar de cantar e atuar, desde bem pequenininha. E isso a magoava muito. E ela sofreu bastante também quando perdeu a mãe. As duas eram muito próximas. – Os olhos de Hiram se escureceram e ele se entristeceu visivelmente.

- Eu sinto muito Hiram. Nem imagino como deve ter sido isso. – Tentei consolá-lo. Nossa, nem imaginei que esse segredo da Berry podia me trazer tanta tristeza.

- O que mais me machuca é pensar que isso tudo pode não ter acabado. – Ele abaixou a cabeça.

Peraí, como assim? Tudo isso o que?

- Tudo bem papai? – Rachel adentrou na sala. Ah, mas não é possível! Eu tava quase descobrindo alguma coisa muito importante! Maldita Berry!

- Não meu anjo, tá tudo bem. Vem aqui assistir televisão com a gente, vem. – Ele acenou pra Rachel, que sentou do seu lado de bom grado. Não tive mais coragem de tocar no assunto depois que a Rachel chegou, mas não desisti disso.

POV Rachel

Graças a Deus hoje é sábado, assim vou poder passar o dia todo com o meu amor. Santana foi pra casa do Kurt, pra eles fazerem uma maratona de filmes depressivos, já que ambos estavam se sentindo daquela maneira. Marley ia passar o dia todo com Jake, já que eles tinham começado a namorar a pouco tempo.

Finn veio me buscar em casa e conversou um tempo com meu pai. Fico tão feliz em ver que os dois se dão bem. Logo depois saímos em seu carro em direção ao shopping, onde íamos comer alguma coisa e assistir um filme de comédia romântica que estava em cartaz.

Chegamos e fomos direto pra lanchonete, pois estávamos ambos morrendo de fome. Finn, como sempre, comeu um x-burger enoooorme, que eu com certeza não conseguiria comer nem a metade. Fiquei apenas no sanduíche natural. Pagamos uns sorvetes e resolvemos passear pelo shopping até chegar a hora do filme.

- Você tá bem, princesa? – Finn me encarava, enquanto afagava o dedão em minha mão, que ele segurava firme.

- Tô sim, bebê, é só que... – Não consegui terminar a frase. Ele parou e soltou a minha mão, logo depois colocando no meu queixo e levantando o meu rosto, me forçando a olhar pra ele.

- O que tá acontecendo Rach? Pode me dizer. – Ahh, aqueles olhos nos meus... me traz tanta felicidade que dá medo.

- É que eu... tô tão feliz, sabe? Não estive feliz assim por muito tempo. E tenho medo disso tudo desmoronar de uma hora pra outra, e...- Finn me interrompeu, colocando seu dedo em meus lábios.

- Shhhh, não pensa assim. Eu tô aqui, e não vou embora, tá bom? Nunca. – Ele me envolveu em seus enormes braços. Tá aí, era só eu estar nesse lugar, que tudo de ruim simplesmente sumia, magicamente.

- Agora vamos, senão vamos perder o filme. – Ele disse, passando o dedo em seu sorvete e logo em seguida, tão rápido que não tive reação, passou por todo o meu nariz.

Só consegui olhar pra ele, com os olhos arregalados e a boca aberta, me divertindo.

- Se eu fosse você, correria sr. Hudson. – Olhei pra ele com malícia e ele me olhou meio divertido. Comecei a correr atrás dele como uma louca, e corremos, os dois, rindo e gritando no meio do shopping lotado.