I Knew You Were Trouble escrita por Juliane Bee


Capítulo 43
Heaven is a place on earth with you


Notas iniciais do capítulo

Helloooo! Sorry, I know I´m late, but.... I´M HERE NOW! Eu não sei o que aconteceu, mas alguns leitores desapareceram, assim como uns dez comentários : \ Gente, muito obrigada pelo apoio, eu amo vocês ♥ Aquele gostinho do final já está na minha boca, mais alguns capitulos e tchau. A Charlie é cabeça dura, mas nesse capitulo ela vai começar a mudar um pouco. Toda rebeldia dela vai passar, e ela vai entender que nós não podemos ir contra a vontade do destino. Cada um tem um propósito na vida, qual é o seu? Espero que curtam o capitulo, essa semana tem mais :) Aconselho o uso de lenços durante a leitura*
Sem mais, bom capitulo! (Não esqueçam de comentar)



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–Mesmo de cabeça quente ela fez a coisa certa. - Blake disse.

–E eu vou fazer o mesmo, vou ficar longe dela.

Eles me encararam.

–É melhor para nós dois, é a coisa certa.

Eu não quero causar mais sofrimento.

Pelo menos por enquanto, Charlie nas está em meus planos.

(...)

P.O.V Charlie

–Charlotte, você não vai ter como fugir disso para sempre - Vovó falou enquanto me preparava um chá.

–Eu só não quero ver eles, Vó, ainda não. Eu não quero brigar e falar coisas que não quero falar - como no episódio trágico em que descobrir estar sendo enganada por todos que conheço - e me magoar, magoar eles.

–Você está certa, Charls - Ela sorriu.

–Posso continuar me escondendo aqui? - Ela parou de adoçar o chá e me encarou do tipo "você só pode estar brincando" - Obrigada, Vovó.

Não poderia ter feito melhor escolha, aqui é o lugar onde eu deveria estar.

Depois daquela noite, eu peguei um avião e voei direto pra cá. Não tinha nenhum táxi no aeroporto, então peguei uma carona com uma mulher que estava no mesmo voo e indo ainda mais longe do que eu. Ela me deixou até na entrada da cidade e eu tive que ir apé até a casa da Vovó. Estava chovendo muito, e eu acabei batendo na porta dela ás 3 e meia da manhã, toda molhada e triste. Ela só abriu a porta e me encarou com seu mais doce sorriso e disse:

–Eu estava te esperando - E eu corri para seus braços.

Passei a noite no quarto de hóspedes, e por um momento, esqueci de tudo. Não consegui escapar dela, que pela manhã já me esperava na cozinha.

–Ele sempre me pareceu sincero, acho que ele realmente gosta de você - Disse quebrando o silencio.

–Vó, não vamos falar sobre isso.

–Charlotte Rose, eu até entendo você ter ficado chateada por causa do acidente, mas ele pagou a sua dívida, ele ajudou você, ele reconstruiu o que destruiu. Agora, você duvidar do que ele sente? Eu não consigo entender, pra que ser tão cabeça dura? - A olhei incrédula - Parece até..

–Pareço com quem? Com o meu pai? Aquele mentiroso que colocou dentro da nossa casa aquele garoto? Vó, não posso acreditar que você tá falando essas coisas - Levantei da mesa.

–Charlotte, você pode ficar chateada comigo, mas eu vou ter que defende-lo. Ele é um bom garoto, e eu vi no olhar dele como ele gosta de você. O jeito que ele olha pra você, é o mesmo jeito que seu avo me olhava. - Ela sorriu - E não adianta negar, porque você mudou com a chegada dele. Olha o que você se tornou, a mesma garota encantadora de antes. O brilho no seu olhar apareceu de novo, e eu não o via desde.. - Ela parou de falar.

–Desde a morte de Luke - Falei completando.

–Charlie, Luke morreu há quase dois anos. Está na hora de todos nós seguirmos em frente - Ela pegou em minha mão.

–Vó, eu não quero esquecer ele - Falei já com lágrimas em meus olhos.

–Você não vai, nenhum de nós vai. - Ela me abraçou - Ele marcou a vida de cada um de nós de algum jeito. Ele não precisa estar aqui para ser lembrado, a lembrança sempre vai viver em seu pensamento.

–Eu sei.. - Falei entre seus cabelos - Eu sinto tanto a falta dele.

Depois que ela terminou de afagar meus cabelos, deixei que ela fosse trabalhar. Arrumei a casa e resolvi sair. Tinha um lugar aonde eu queria ir. Quando as portas se abriram e o ar gélido veio de encontro ao meu rosto, eu senti uma sensação familiar. Estava com saudades de vir até aqui. Fui até Janet, que dessa vez estava sem os fones.

–Charlotte, há quanto tempo você não vem nos visitar?

–Ainda meio.. ocupada, nos últimos tempos, Janet - Ela sorriu compreensiva.

–Bom, você já sabe o caminho.

–Obrigada - Sorri para ela e sai de lá.

Segui pelo corredor e virei a esquerda. Bati na porta e obtive um "pode entrar".

–Charlie! - Um coro se formou.

–Eu estava morrendo de saudades de vocês - Falei olhando para cada um deles.

Gabe, Louise, Mary Jane, Lucas, Dexter e uma cama recém feita.

–E nós estávamos morrendo de saudades também - Louise pulou da cama e veio me abraçar.

A enfermeira Troian estava ao seu lado, e trouxe consigo o soro que estava ligado a pequena.

–Pensei que tivesse esquecido de nós - Afaguei seu cabelo fininho, graças a quimioterapia.

–Claro que não, eu só estive estudando bastante e acabei me atolando de trabalhos.

–Você já vai se tornar uma médica? - Lucas perguntou sem desgrudar os olhos da janela.

–Ainda não, Lucas. Falta mais algum tempinho - Sorri me imaginando de jaleco branco.

Peguei Louise no colo, e a coloquei de volta em sua cama. Dei um abraço em cada um deles e fui até Troian.

–Onde está Bella? - Ela fitou o chão e soltou a respiração.

–Charlie, nós não conseguimos te avisar..

–O que aconteceu? - Perguntei já temendo o pior.

–Ela piorou. O pulmão começou a entrar em falência, assim como alguns órgãos - Ela colocou as mãos na cabeça - Transferiram ela para uti, mas isso já faz algumas semanas.

–Eu tenho que vê-la - Sai de lá correndo, sabendo que cada minuto seria precioso.

A Uti ficava no último andar, e o elevador estava cheio. Peguei a escada, e depois de três andares cheguei esbaforida.

–Com licença - Bati de leve no ombro de uma médica.

–Charlotte - Senti uma tontura e me segurei na parede para não cair - Você está bem?

Minhas mãos começaram a tremer e tudo começou a voltar. As mesmas palavras daquele dia, o mesmo sentimento.

–Dra.Sullivann..

–Eu sei, querida. Ainda não é fácil, não é? - Assenti com a cabeça - Acredite, pra mim nunca é também. Faz tempo que não te vejo, como está?

–Eu não posso falar agora, por favor, onde a Bella está?

–Siga reto e depois vire a direita - Ameacei ir, mas ela segurou meu braço - Ainda não é o horário de visitas, mas eu vou permitir sua entrada. Charlotte, ela está muito fraca.

–Pode deixar - Andei, mas virei de costas - Muito obrigada, por tudo - Ela sorriu, entendendo do que se tratava.

Quando cheguei no quarto, escutei apenas os aparelhos apitando. Um calafrio percorreu minha espinha e a sensação familiar voltou. Bella estava pálida, e seus cabelos escuros estavam curtinhos - ela mantinha um fio ligado a cabeça - enquanto sua respiração era fraca, quase um suspiro. Peguei em sua mãozinha, agora tão frágil e a acariciei. Sentei em uma poltrona ao seu lado, e vi um livro na cabeceira da cama. A Bela e a Fera. Comecei a contar a história, a preferida dela.

–E no final, eles viveram..

–Felizes para sempre - Quase um sussurro, me fazendo abaixar o livro - Eu estava te esperando, Chars.

–Desculpa a demora - Sorri tentando disfarçar as lágrimas.

–Não tem problema, eu sabia que você viria - Ela conseguiu forças para sorrir - Não fique triste, eu estou bem, eu não sinto nenhuma dor

– Só consegui acariciar a mão dela, pois da minha boca não saía nenhum som - Voces não podem ficar tristes quando eu for embora, vai ser melhor. Eu sei que já vivi tudo o que tinha para viver, e que fiz o que tinha que fazer. Eu nunca vou deixar vocês, eu sempre vou estar aqui.

–Você não vai ir embora, você vai melhorar - Ela sorriu fraca.

–Algum recado para Luke, eu tenho certeza que ele vai estar me esperando no céu. Ele sempre foi meu anjo da guarda - Não consegui conter os soluços e me debrucei sobre a cama pequena dela - Não chora, você sabe como ele gostava de ver todo mundo sorrindo.

–Eu sei, Bella - Enxuguei as lágrimas e sorri.

–Obrigada, Charlie - Ela pegou em minha mão - Eu digo que você mandou um beijo pra ele.

A abracei forte.

–Charlotte, Bella tem que descansar - Dra.Sullivann abriu a porta.

–Tchau, Bella. Eu volto pra te ver de novo.

–Adeus, Charlie - Disse baixinho.

Saí do quarto e me derreti em lágrimas na cadeira da sala de espera. Não era justo, como anjinhos tão pequenos podem nos deixar? Bella ainda tinha a vida inteira pela frente, não era justo. Me recompus e sai de lá, era muito doloroso.

Na ala pediátrica, no meio do corredor tinha um mural repleto de fotos. Luke estava na maioria delas, sempre sorrindo. O que ele fez pelas crianças que tanto ajudou, eu nunca vou conseguir esquecer. Em cada lugar que ele entrava, trazia consigo a alegria. Mesmo quando sofreu o acidente, ele não perdia o bom humor. Os médicos que o atenderam tinham gosto de ir visita-lo, e em seu enterro, o hospital em peso compareceu.

Talvez essa fosse sua vocação, alegrar os outros. E assim que ele vai permanecer comigo, toda vez que eu me sentir alegre, me sentir bem, eu vou lembrar dele. Ele nunca me deixou, e nunca vai me deixar, porque cada um tem dentro de si um pouquinho dele. E isso nem a morte pode tirar de mim.

Se tudo fosse fácil,

Mandaria a saudade embora,

Estaria te odiando agora,

Como se fosse fácil apagar você de mim..

Saudade eu tenho toda hora,

Que você me vem na memória..

Eu penso 24 horas em você

Estou sem tempo pra te esquecer.

Mas se tiver que me deixar, vai deixando devagar..

Deixa eu me acostumar, com a sua ausência.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Espero que sim :)
Muito obrigada por tudo!
Próximos capitulos, muitas emoções...
Boa semana!
Mil beijos,
Ju ♥