Lá estava ela, parada na minha frente. Longos lisos cabelos negros caídos levemente pelo seu rosto pálido. Olhos escuros e um longo vestido branco. Acho que ela assustaria qualquer um que a visse, mas não a mim, ela não sabia quem eu era. Soube que ela era japonesa, eu sou americana. Eram, exatamente, meia noite, eu estava sozinha em casa, com ela. Eu não dizia nada, enquanto ela emitia sons semelhantes à um arroto esganiçado. Havia sangue por todo seu corpo e sua cabeça estava inclinada como se seu pescoço estivesse quebrado, e realmente estava. Eu a fuzilava com o olhar, mas ela não se mexia nenhum centímetro. Queria poder me aproximar e arrebentá-la, porém não se pode matar o que já está morto...

- Você se acha um máximo, não é? Então, vamos! Mostre-me do que é capaz!
Assim que essas palavras saíram de minha boca, ela se pôs a me encarar com raiva. Ela tinha ódio de mim, eu deveria ser a primeira pessoa que não tinha medo de enfrentá-la e ela não se conformava com isso. Com passos lentos, ela se aproximava de mim e eu não recuava. Ela realmente achava que ia conseguir, que ia chegar pela minha porta, me encurralar e então, torcer meu pescoço e me matar, que nem ela fez com as outras... o problema é que eu não sou igual as outras. Não sou alguém que foge da batalha depois da provocação. Não sou alguém que tem medo de espíritos e maldições. Não sou alguém que é fraca na hora que mais precisa ser forte. Não sou alguém que é morta, sou a que mata. E quem eu sou? Bem... Isso eu não posso dizer. Mas digamos que Kayako Saeki está à apenas um passo... de enfrentar a escuridão...