Finn e eu já estávamos a caminho do Centro Experimental, ele olhava pela janela do enorme ônibus azul turquesa que andava rápido demais , seus cabelos corriam para trás deixando a mostra seu rosto de semblante triste. Eu não conseguia dizer nada para ajuda-lo, a angustia em mim não permitia tal conforto fraterno. Então fiquei ali, encarando o banco da frente, lá uma garota de cabelos claros chorava compulsivamente, sozinha.

–Chegamos. - a voz firme da Anna surgiu de repente. - Garotos de treze a dezesseis anos esperam no veículo, o restante vêm comigo.

Eu olhei para Finn antes de sair, mas seu rosto continuava imóvel na janela.

O ônibus havia acoplado a saída com a entrada do CE, eu entrei direto em uma ala completamente branca, com exceção de alguns frascos coloridos que se encontravam dentro de armários de vidro em pontos chaves da enorme sala. Grupos com cerca de cinco pessoas era direcionado a um corredor especifico do lugar.Eu fui junto com a menina de fios claros, a qual ainda chorava, e mais três garotas, que pareciam ter idades bem próximas, ao corredor número seis.

O corredor levava até a uma sala com o mesmo aspecto da primeira, com a diferença de macas espalhadas pelo cômodo amplo. Para cada uma de nós havia duas pessoas uniformizadas de branco, médicos.

–Vocês podem escolher a onde querem se deitar meninas. - uma das médicas disse com um sorriso receptivo. Nós vamos fazer experiências com vocês até seus olhos pararem em suas costas, mas pode escolher onde isso vai acontecer.

Pensei na tradução para a frase da doutora.

Eu caminhei em direção a primeira maca que minha vista alcançou. Não conseguia pensar mais, só queria que tudo acabace logo, que dez anos se passasse em dez segundos, que uma injeção fosse o bastante para que o tempo acelerasse.

Deitei e respirei o mais fundo que consegui, a dupla de médicos já estava disposta ao meu lado.

–Nome? - um dos dois perguntou, não sabia bem quem, os dois usavam máscaras brancas tapando a boca e o nariz.

–Alyssa. - respondi de imediato. - Alyssa Blair.

–Tudo bem Alyssa, feche os olhos e conte até três.

Apenas obedeci.

–Um. -disse meio incerta do que estava fazendo.

Senti uma substância gélida em contato com meu braço direito, e depois uma mão coberta por uma textura suave de luvas segurou meu ante braço.

–Dois.

Meus braço estava completamente esticado quando senti a agulha fina e gélida como uma lasca de gelo o perfurar, o conteúdo correu rápido em minhas veias, e de repente senti minha língua pesando cinquenta quilos, tentei abri os olhos mas minhas pálpebras também ganhavam peso.

–Três. - Mas dessa vez não tinha sido eu quem disse.