Os Olhos Do Lince - Fic Interativa [HIATUS] escrita por BelovedCherry


Capítulo 6
Uma Nova Chance


Notas iniciais do capítulo

Demorei...! ^^' Gomene minna-san! T^T Minhas ideias fugiram e não sabia o que escrever por isso também não está muito longo...
Nos vemos lá em baixo! o.~



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Quando acordo novamente, vejo que já está tarde. As cores alaranjadas e arroxeadas das nuvens entram pela janela a dentro colorindo todo o espaço onde estou.

Aos poucos, à medida que retomo a consciência, vou apercebendo-me que estou no meu quarto deitada na minha cama.

- Parece que voltei a desmaiar... este corpo de humana é mesmo frágil e... - levanto-me ficando sentada na cama - ... o que é que foi tudo aquilo?! Aquelas vozes e depois todos aquelas dores e tonturas... e ainda aquela visão em que eles eram animais... eu... eu... será que... não. Isso era fácil demais!

- A falar sozinha priminha?

Olho na direção da porta e vejo o Daniel a espreitar com um sorriso no rosto.

- Não!... - digo corada cruzando os braços.

Ele ri um pouco e entra no quarto para de seguida se sentar ao meu lado na cama.

- Estás melhor?

Eu aceno positivamente com a cabeça e depois olho bem para mim. Estou de pijama vestido. "Espera um segundo...". Olho para o P-kun desconfiada e ele parece perceber a minha dúvida porque arregala os olhos e cora de vergonha.

- N-não penses nessas coisas! F-foi a Yera!

Eu convenço-me mas ainda fico a olhá-lo pelo canto do olho. O meu priminho cora ainda mais e diz:

- Já disse que não fui eu que te vesti tá?! Pára com isso!

Ele parece ficar meio chateado porque cruza os braços e vira-se de costas para mim.

- Ah, como eu adoro ver o meu priminho corado!

Lanço os meus braços ao redor do seu pescoço e abraço-o enquanto uma das minhas mãos lhe aperta uma bochecha.

- Ai! Eu não sou um bebé para estares sempre a fazer-me isso! - reclama virando-se para mim logo depois de eu largar a sua bochecha.

Assim que vejo uma expressão séria na cara dele fico um pouco assustada. São raras as vezes em que ele fica assim.

- Agora diz-me. O que é que se passou lá na escola?

- Não sei a que te referes... - digo nervosa com o olhar posto nas minhas mãos que brincam com os lençóis.

- Talvez o facto de seres tão bruta e antisocial na escola ou o facto de teres desmaiado duas vezes na aula de desporto te lembrem de alguma coisa. Nunca pensei ver-te assim! E isto refere-se às duas coisas.

O seu tom decepcionado e preocupado fazem-me entristecer. "Odeio ter que fazer isto com quem eu gosto, mesmo que se trate de um humano! Será que lhe devo dizer o que se passou de verdade? Afinal de contas o P-kun sempre foi verdadeiro e simpático comigo..."

- Na escola sou assim porque nenhum humano me dá hipótese de ser simpática. Eles julgam muito pelos actos e por vezes não me controlo e... - tento dizer tudo sem perder a coragem. "O que irá ele fazer depois?... Para os humanos sou uma aberração..." penso preocupada. "Não importa... pelo menos, não agora..."

Respiro fundo e olho bem para os olhos chocolate do Daniel.

- Eu... eu não sou...

Logo neste momento?! Robert entra no quarto. Trás com ele uma bandeja prateada com alguns medicamentos em cima e um copo de água.

- Ah, a menina Gween já acordou?

Suspiro e atiro-me de costas para a cama fechando os olhos.

- Sim Rob...

- E vejo que o menino Fisher veio vê-la. Hum... será que o menino pode tomar conta da sua prima? Tenho que ir coordenar as empregadas para ver se está tudo bem - diz o homem colocando a bandeja na mesa de cabeceira ao lado da cama.

- Claro! Podes estar descansado Robert! Eu dou-lhe os medicamentos - diz P-kun com um sorriso simpático.

- Muito obrigada menino.

Assim que o mordomo se vai embora e volto a sentar-me e depois gatinho cansada, em cima da cama, até à ponta do colchão para alcançar os medicamentos. O Daniel apenas fica a observar enquanto eu me estico toda para pegar nos comprimidos sem ter que me destapar. Ele apenas reage quando já estou quase a tocar neles e pega-lhes facilmente enquanto se levanta da cama. Eu suspiro pesadamente e resmungo deixando-me cair em cima da almofada.

- O que é que me ias dizer? - pergunta enquanto me dá para as mãos dois comprimidos e o copo.

Eu tomo tudo de uma só vez para não ter que sentir aquele gosto amargo e depois coloco o copo de volta na bandeja.

- Nada... - murmuro de olhar no chão.

- Hum... se tu o dizes - diz encolhendo os ombros enquanto se ajoelha ao lado da cama. - Estás melhor?

Eu aceno positivamente com a cabeça e sorrio para ele.

- Estou bem melhor... não te precisas preocupar.

- E quanto ao que me ias di-

- Não era nada importante! - interrompo de repente.

- Certeza? - pergunta com um olhar duvidoso.

- Absoluta.

Envio-lhe mais um sorriso feliz e grande. Ele parece ficar satisfeito em vê-lo pois passado um pouco sai do quarto com o pretexto de que vai deixar-me descansar mais um pouco e depois, mais logo, volta com o meu jantar.

Assim que a porta se fecha o meu sorriso desvanece e, durante uns segundos, aperto a almofada contra a minha cara enquanto grito com toda a minha força esperando retirar cá para fora toda a raiva e frustração que estou a sentir por não ter conseguido contar-lhe.

- Que ódio! - digo entre dentes enquanto dou pequenos murros na almofada. - Não sei se tão cedo voltarei a ter coragem...

Volto a colocar a almofada debaixo da cabeça e viro-me de costas para a porta enquanto o meu olhar fixa um ponto inexistente, algures nos lençóis alaranjados da cama.


 

***


 

Volto a acordar por sentir o meu ombro ser abanado. Bocejo. "Devo ter adormecido..." penso enquanto esfrego os olhos. Viro-me e vejo o P-kun a sorrir para mim enquanto me dá os bons dias.

- Bom dia?! - pergunto confusa - Não me vieste trazer o jantar?

- Não sabia que eras sonâmbula - ri um pouco -  Vi trazer-te o jantar passadas umas horas mas estavas a dormir. Acordei-te e comeste o que te trouxe meio sonâmbula. Assim que terminaste deixaste-te cair em cima da almofada e em segundos já estavas mesmo a dormir!

À medida que ele fala vou tendo vagas recordações do que se passou, inclusive a cara assustada e confusa do meu priminho quando eu caí para o lado.

- Parecias ter desmaiado! É normal ter ficado assustado! - reclama como se novamente conseguisse ler os meus pensamentos.

"Vou deixar de falar comigo mesma... vai na volta ele ouve mesmo os meus pensamentos!" penso enquanto me sento na cama pronta para me levantar.

- Onde vais? - pergunta Daniel.

- Vestir-me não? Temos aulas daqui a hora e meia - digo enquanto me dirijo até ao roupeiro, depois de verificar o relógio que está por de cima da minha cama.

- Mas estás em condições de ir à escola? - pergunta preocupado enquanto ajeita a mochila no ombro.

- Claro! Já estou bem melhor! Só preciso de tomar um banho fresquinho porque estou cheia de calor!

- Nem está assim tanto calor.

- É claro que está! Eu até estou a transpirar um pouco - retruco indignada.

- Então afinal ainda estás pior! - reclama Daniel - Estás toda vermelha, a transpirar... e olha só! - coloca a sua mão na minha testa e diz sarcástico - Dá para fritar ovos na tua testa!

- Não exageres! Só preciso de um banho fresco e fico bem.

Adentro a casa de banho do meu quarto com a roupa pendurada no meu braço.

Enquanto tomo banho volto a ouvir as vozes na minha cabeça. "Uma última oportunidade... Uma última chance de esperança...". Neste momento a minha temperatura baixa e grito assustada ao sentir a água mais gelada do que antes.

- Estás bem Li? - oiço a voz do Daniel do outro lado da porta.

- Sim! Mas não entres! - grito enquanto desligo o chuveiro e me enrolo na toalha.

Olho para o meu reflexo no espelho e toco com a mão na testa.

- Já não estou quente... - murmuro surpresa.

- Lesli! Demoras muito? - pergunta o meu primo enquanto bate à porta.

- Vou já sair! - grito como resposta.

"Mentira..." penso "...ainda nem me vesti!"

Passados uns minutos saio da casa de banho já arranjada e pego na minha mochila que está ao lado da cama.

- Vamos?

- Pareces melhor! Devias ter razão em relação ao banho... - diz pensativo ao ver a minha disposição alegre voltar - Vamos!

Descemos até à cozinha onde o pequeno-almoço estava servido e ao lado da mesa, de pé e com um sorriso, está Rob.

- Bom dia menina Gween e menino Fisher! A menina está em condições de sair para ir à escola?

- Claro Rob! Estou muito melhor! Só precisei de descansar um pouco. Mas sinto-me fraca...

Finjo exageradamente e sento-me enquanto coloco a cabeça para trás e toco com a mão na testa, como se estivesse prestes a desmaiar. O P-kun ri e Rob dá um sorriso mas logo faz um cara preocupada, entrando na brincadeira.

- Então seria melhor a menina comer algo...

- Óptima ideia! - exclamo já direita na cadeira num piscar de olhos.


 

Depois de comermos, eu e o Daniel seguimos a pé até à escola.

- Lesli... - chama.

- Sim?

- Hoje vai... hoje vai ser... como ontem?

Olho para ele e vejo uma expressão receosa na sua cara. Suspiro bem fundo enquanto volto a olhar para o caminho.

- Receio bem que sim P-kun...


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Notas finais do capítulo

Este cap tá meio chato mas era necessário para entender o que vai acontecer a seguir. A partir do próximo cap irão aparecer mais personagens e FINALMENTE! vai começar a parte importante da fic! o.~
Comentem onegai...T^T se não vou achar que ninguém lê a fic...

Bjokinhas no kokoro! ♥