Kalleya POV's.


"Sinceramente, não sei se posso levar isso adiante. Sei que o Nath é um cara legal mas...Não posso correr o risco de machucá-lo. Quando cheguei aqui, pensei que ia ser ignorada por todos, mas...Ele foi o único que viu algo especial em mim. E eu me sinto feliz por isso...

Se ele soubesse o que eu realmente sou, talvez ele nunca mais queira olhar pra mim...Mas agora não posso voltar atrás. Eu depositei toda a minha confiança nele. Ao menos meu lado bom, sim..."



A ruiva, mesmo sobre pensamentos, não resistiu as investidas de Nathaniel, que ficava cada vez mais ousado em cada beijo que dava. Com certeza, Kalleya nunca havia sentido algo similar. E ela sabia que ele estava diferente do normal. Aquele garoto sério e meio "certinho" havia se transformado em alguém insaciável e enlouquecido. E tudo aquilo, por causa dela, e o que a tornava especial. Quando ele avançou no pescoço dela, beijando e mordiscando, a garota apenas fechou os olhos, e sentiu algo diferente. E pelo que parecia, algo que ela escondia estava prestes a se revelar.

Era um segredo, que a deixava na linha tênue entre boa ou má.


Nathaniel POV's.


"Céus, o que está acontecendo comigo? A Kalleya parece tão serena...Mas algo dentro de mim despertou um desejo imenso por ela...Essa garota consegue me atrair de todas as formas possíveis. Eu não posso estar ficando louco, posso? Se eu estiver...Com certeza é por ela!

Mas ela parece tão fechada... Será que ela está escondendo algo de mim?"


- Nath, pare...
- Ahn, o que houve? Fiz algo errado?
- Não é nada disso...
- Então me diga o que você tem. Parece um pouco triste...
- Nathaniel, eu preciso te contar uma coisa.

Quando ela disse essas palavras em um tom sério, aquele clima havia se quebrado de repente. O loiro estava meio confuso com a atitude dela.

- Bem, então diga o que tem pra dizer.
- Nath... Vou tentar ser bem simples. Sabe essas orelhas de gato que eu tenho?
- Ah sei, o que tem elas? Acho elas bem bonitinhas por sinal. - Ele disse enquanto deu um leve beijo na bochecha da ruiva.
- Elas são reais.

Logo depois de falar isso, o loiro arregalou os olhos.

- COMO ASSIM? REAIS?
- Isso mesmo.
- Não consigo acreditar, sério.
- Bem, acho que isso prova alguma coisa. - Ela então balançou as orelhas, de uma maneira até "fofinha" para confirmar o que estava dizendo.
- Mexê-las desse jeito...Qualquer um pode fazer isso.
- Então ainda não acredita? - Ela sorriu irônica - Então vou te pedir uma coisa...Puxe uma de minhas orelhas.
- Tá brincando, né Kalleya?
- Não, não. Apenas faça o que eu digo, Nath!

Ele ficou meio ressentido, mas acabou fazendo o que a garota pediu. Só que ele acabou puxando com um pouco de força...

- Ai! Não precisava ser tão forte!

E naquele momento, ele descobriu que o que Kalleya disse era verdade.

- Nossa, você não estava mentindo... Mas agora eu preciso te dizer algo.
- E o que seria?
- Você literalmente, é uma gatinha.

Depois disso, os dois tornaram a se beijar, mas dessa vez Kalleya estava diferente. Ela correspondeu maliciosamente ao beijo do loiro, que se surpreendeu com isso. A ruiva, sorrindo o empurrou em uma das mesas da biblioteca, fazendo-o ficar deitado, e derrubando tudo o que havia ali. Nathaniel ficou estático, apenas olhou aquela garota rasgar a blusa roxa que ela vestia, com as próprias mãos. Daí ele percebeu, que ela havia algo a mais. Seus orbes ficaram iguais aos de um felino, e ele pode ver uma longa cauda negra surgir atrás dela.

- Nath...Eu te amo... Mas eu desejo maior toma conta de mim, e você é o meu escolhido para satisfazê-lo...

Ela continou a olhar fixamente para ele, quando num ato rápido ela deu um golpe no peito do rapaz, rasgando sua blusa com suas afiadas garras. Nathaniel, por sua vez, continuou parado, ele não acreditava no que estava vendo, muito menos no que estava acontecendo ali. Kalleya, vendo a sensação de medo dele, chegou mais perto, e juntou sua respiração à dele.

- Está com medo de mim, é?

O loiro continuou calado. Kalleya então prosseguiu:

- O que houve, Nath? - Ela disse enquanto levava uma de suas mãos aos lábios dele - O gato comeu sua língua?
- Kalleya...
- Hihi, finalmente falou alguma coisa... Você não me deseja? Então o que está esperando?

A ruiva deitou-se sobre ele e o beijou, sendo correspondida na mesma hora. Dessa vez os dois se desejavam de igual para igual, pois enquanto ele a beijava, Kalleya arranhava de leve as costas nuas do rapaz, enquanto ria maliciosamente. Parecia que ela ia dar sua cartada final.

- Porque ri tanto, Kalleya? Aposto que está feliz porque você hoje é somente minha.
- Acho que você se equivocou, Nath...

Do nada, ela segura os braços de Nathaniel com força, e as afiadas garras dela entram em sua pele. Ele tentou gritar, mas não conseguiu, pois fora hipnotizado pelo olhar felino de Kalleya, que estava fixo nele. Ela sorri mais uma vez, e duas presas aparecem. A ruiva havia se transformado.

- Kalleya... O QUE É VOCÊ?
- Você não precisa saber... Nath...Tudo o que você tem que saber mesmo, é que sua essência agora me pertence.

Ela se aproximou mais, e foi em direção ao pescoço do rapaz, respirando lentamente, e em uma fração de segundos, cravou suas presas ali. Logo em seguida o sangue que caía lentamente do pescoço de Nathaniel, tingiu o corpo dele e os lábios de Kalleya num tom escarlate. Ela fincou suas garras com mais força nos braços dele, fazendo mais sangue jorrar. Depois de sua investida inesperada, ela deitou o corpo inerte do loiro na mesa da biblioteca, e fechou os olhos dele. Seus orbes topázio não tinham mais brilho. Daí, Kalleya sabia que tudo havia acabado. E não era bom ficar ali.

- Bem... - A ruiva disse enquanto limpava o sangue de deus lábios - Hora de bater em retirada.


Kalleya abriu a porta da biblioteca, e olhou mais uma vez para o corpo que havia acabado de deixar, antes de sair.

- Que merda, Nath...Uma pena que tenha que acabar assim.

Na calada da noite, a princesa felina saiu em passos lentos pela escola, sem deixar rastros. Mas algo ainda estava por vir.

No dia seguinte, as coisas voltaram ao normal em Sweet Amoris, exceto por todo mundo ver Ambre aos prantos. Kalleya não resistiu em falar com ela, por mais que a odiasse.

- Ora, ora. Mas a patricinha está chorando? O que foi? Bateram em você, foi?
- Cale-se, sua idiota! Estou assim por causa do Nathaniel!
- Mas o que aconteceu com ele? - Ela perguntou se fazendo de desentendida
- Ele desapareceu, garota!

Ao ouvir as palavras de Ambre, a ruiva ficou espantada.

- COMO ASSIM? Desapareceu?
- Não estou sabendo de muita coisa, mas...Tentei procurá-lo na escola inteira, e quando cheguei na biblioteca, tudo estava revirado... O que aconteceu afinal? - Ambre saiu correndo chorando mais ainda, deixando Kalleya perplexa.

- Tenho certeza que o havia matado, e ninguém vai suspeitar disso, mas ele some assim do nada... SERÁ QUE...??

Kalleya ficou desesperada. E decidiu que iria sair daquele lugar o mais rápido possível. Ela esperou o dia acabar, e foi para sua casa arrumar suas coisas. Ela estava prestes a sair de Sweet Amoris, sem dar alguma explicação. Mas seria melhor do que suspeitassem de algo...
Na calada da noite, ela saiu da cidade, e pensou que tudo aquilo teria finalmente acabado, quando ela ouve uma voz.

- Kalleya, espere.

Quando ela se vira para ver quem a havia chamado, eis que seus temores se confirmam. Quem estava na frente dela, era nada mais nada menos que seu amado, Nathaniel. Porém ele estava sem marcas, não estava ferido, e agora também possuía orelhas felinas amarronzadas, e seu olhar estava feroz.

- N-Nath...
- Achou que iria escapar assim do nada? Pois bem, você está errada.

Kalleya ficou paralisada. Não acreditava nem um pouco no que estava vendo.

- Não pode ser! Você está morto!
- É o que parece, mas agora sou igual a você.

Nathaniel sorriu de canto, enquanto Kalleya não conseguiu dizer uma palavra sequer.

- Está na hora de eu dar o troco, pelo que você fez comigo.

~Owari