Desembarcamos eram 11 da manhã. Comi a viajem inteira, estar grávida tem essa vantagem de se comer e não engordar por causa da comida, minha barriga cresceu um pouquinho, já estava com três meses de gravidez. Até hoje eu e Bill não ficamos nos perguntando como aconteceu, não reclamamos, o que foi, foi e devemos aceitar, se bem que aceita um filho não é nada normal, você não aceita, você já ama desde quando fica sabendo. O meu probleminha no cérebro foi até esquecido, já que ele enm deu sinais de ainda estar ali.

_Uau! Que vista linda! – disse Bill olhando pra praia de Ipanema enquanto tirava os óculos escuros.

_Lindo mesmo! – concordou Georg. Ambos estavam embasbacados, imagina se olhassem Copacabana sem turistas(isso ia ser um milagre, só de madrugada mesmo, e nem assim direito).

  Nós íamos ficar no apartamento da minha mãe, que ficava a uns dois quarteirões da praia, e perto da feirinha que eu adorava ir quando pequena, a feirinha de domingo de Ipanema.

 O apartamento da minha mãe era grande o suficiente para todos nós, esse nós éramos: Bill, Eu, Georg, Lipe, Julie e minha mãe, a Marcela e o Gustav iam ficar na casa dos pais dela, eles estavam viajando e liberaram a casa pra ela. Tom decidiu ficar na Alemanha e Katie também, ai tadinho do Tom! A Katie é bem vingativa quando quer.

Passamos a primeira semana na praia praticamente o tempo todo. O Bill amou a praia, lhe mostrei uma das praias mais famosas do mundo também(ali do lado). Minha mãe andava pra lá e pra cá resolvendo problemas com a empresa e com um cara chamado Frank, ele daria um bom padrasto, quando ela ouviu isso de mim quase teve um ataque.

_Gente, chega de praia – falei quando vi Lipe e Bill se arrumando para ir à praia – vamos ver outras coisas! Vamos à Quinta da Boa Vista, não é muita gente que conhece, e turistas são poucos – depois de um assedio das fãs turistas na praia a dois dias decidimos que ficaríamos longe de turistas e muitos aglomerados! Como tem maluca apaixonada por eles! A mídia ainda não sabia da minha gravidez...mas...logo surgiriam boatos e por aí é uma coisa infindável.

_O que é a...a.... – Bill enrolou, ele realmente não sabia nada de português.

_É uma espécie de jardim, lá moraram os “imperadores” do Brasil a um século e alguns anos. É um lugar muito bonito.

_Okay, então vamos. – todos fizeram carinhas felizes, eu peguei raquetes de frescoball e fomos no carro da minha mãe, ela tinha dois, um ficou sob minha guarda.

_Aqui é a Quinta da Boa Vista! – nós andamos um pouquinho e chegamos perto de um lago, o laguinho mal-cuidado que ele estava, achamos um pedaço de grama boa pra colocar uma toalha pra um piquenique. Enquanto Bill, Georg e Gustav( tínhamos chamado ele e a Máh para ir junto) se sentavam, eu e Máh fizemos uma dupla para o frescoball, Lipe e Juh decidiram caminhar um pouco pelo lugar.

_Georg! Gustaaaav! Biiiill! – era uma fã, será que eles nunca tinham sossego, vida de famoso não era fácil.

_Uma fã de vocês! – eu disse. Eu tinha pedido para o Bill dispensar os seguranças, era seguro ir pra lá.

_Ai, vocês me dão um autógrafo? – disse ela em português.

_Ela quer um autógrafo de vocês – traduzi.

_Claro. – deram o autógrafo e fomos embora. Apareceu mais um fã, um fã muito estranho por sinal, ele perguntou se eram mesmo os Tókio Hotel e sei lá mais o que, virei tradutora junto da Marcela.

 Nós reviramos a Quinta inteira naquele dia, por fim fomos exaustos cada um para a respectiva casa.

_Ângela! – Bill me chamou da sala exatamente 45 minutos depois de chegarmos. Fui ver o que era.

_Oi!

_Vamos ver um filme? – de onde saia a energia, eu estava exausta, e ainda eram 18 horas

_Fofo, eu to cansada demais. Tem certeza? – eram as férias dele, eu já conhecia tudo, não custava nada levar ele ao cinema. E eu precisava relaxar também.

_Tenho – ai meu Deus.

_Então vamos, mas mais tarde, filme bom só mais tarde okay?

_Tá.

Saímos eram oito da noite. Pedi um motorista particular, cansada demais pra dirigir, queria poupar as energias.

Assistimos A Proposta (legendado é claro), eu chorei de rir do filme.

_Nossa aquela hora do cachorro eu quase desabei de tanto rir. – eu e Bill estávamos comentando sobre o filme na saída. O motorista falou que esperaria no estacionamento.

_Eu também, mas eu gostei também do romance na história – disse ele me dando um beijo.

_Hum, vou te trazer mais vezes pra ver um filminho viu!? – ri um pouco.

_Ah, programa em família né! – disse passando a mão na minha barriga, eu adora aquilo.

Chegamos ao estacionamento, não tinha ninguém a vista.

Avistamos o carro a uns metro de distância, tinha um homem parado perto do motorista, mas nem dei atenção, entramos no carro, o motorista parecia ser outro. O homem que estava fora entrou no carro enquanto o motorista trancava as portas e vinha com um lenço na mão para cima de mim.

Tentei gritar, o que era aquilo? O mais alto colocou o lenço no meu rosto enquanto o outro cara que tinha entrado no carro fazia o mesmo com Bill.

_Bill! – era pra ser um grito, mas saiu um som abafado e como se eu estivesse com sono.

.

Acordei com a cabeça doendo, tinha sido um sonho? O que tinha sido aquilo?

Foi real estávamos numa espécie de barraco, tinha uma porta a dois metros de mim que parecia ser o banheiro, estava deitada em um colchonete duro pra caramba, Bill estava desacordado ao meu lado. Na mesa haviam dois homens, pareciam ser os dois que estavam no carro. Como eles tinham conseguido seqüestrar a gente u nem sabia e nem queria saber, eu queria saber como sair dali. Mas...como?

Eu vi aqueles dois malucos olhando pra mim, eu olhando pra eles, olhando pra 9mm da mão de um deles. Fiquei apavorada, Bill estava inconsciente ao meu lado. Só aí eu percebi a enrascada em que realmente estava.

Um celular tocou, um funk tenebroso. Ambos os homem saíram pela outra porta do cômodo, a mais longe de nós, mos continuaram olhando até saírem pela porta. Cutuquei Bill para ele acordar, tinha uma caneca com água ali do lado, apenas molhei a mão e joguei um pouco nele.

_Bill,até que enfim acordou, fomos sequestrados!
_O que!?
_Fica quieto! Eles estão vindo!