–O que...? - Perguntou Darius tentando sair do abraço quando percebeu que eu estava chorando, eu senti a preocupação em sua voz. Segurei sua mão e neguei para que ele permanecesse ali.

A chuva gelada começou a cair com leves pingos, mas eu não sentia frio, eu não sentia medo, eu estava com Darius, estava entre seus braços, e eu não poderia querer estar em outro lugar nesse momento.

Olhei para seu rosto que parecia ter uma leve tristeza no olhar. Darius olhou em meus olhos, ele me transmitia tanta coisa. O mundo pareceu parar de girar, só existia eu e ele, e era assim que deveria ser. Seu rosto aproximou do meu, em seus olhos passava algo como a saudade, e seus braços me traziam a segurança que eu queria sentir.

Seus lábios macios roçaram de leve os meus, sua língua pediu passagem e eu logo a concedi, seu beijo era diferente, era apaixonado, era calmo, era algo que me levava as nuvens, que me fazia flutuar.

Sua boca saiu de perto da minha e senti um beijo no alto de minha cabeça. Encostei minha cabeça em seu peito e fiquei assim por um longo tempo.

–Ashe... - sussurrou perto de meu ouvido - vamos entrar, pequena. - Sorri contra seu peito pelo apelido que eu tanto gostava. - Você sempre pegou resfriado muito rápido..

–Vamos... - falei só então lembrando que eu estava vestindo apenas uma camisola curta.

Darius foi na minha frente abrindo a porta e me indicando para entrar enquanto ele ia pegar Nick no colo.

A casa era linda, de certo do jeitinho que eu iria querer que fosse minha casa. Por mais que eu soubesse que nunca havia ido ali, algo dentro de mim dizia que eu conhecia cada passo dela, e incrivelmente sabia que ao subir a escada na segunda porta a direita havia o quarto principal.

Escutei a porta se fechando e o cheiro de Darius invadiu todo o cômodo.

–Pode se sentar... - disse ele apontando para o safá no canto da sala. Fui até ele e me sentei. Senti seus olhos me queimarem enquando eu caminhava, de certo, só então percebendo o que eu estava vestindo. Darius botou Nick ao me lado e me deu um beijo na testa. - vou pegar uma roupa pra você. - Disse e logo seguiu para o segundo anda.

Em menos de 5 minutos Darius voltou com uma roupa na mão que mas parecia um pijama.

–Tome, - ele percebeu meu olhar questionador pela roupa. - An... é da minha irmã... Agora vá tomar um banho e se vista, vou te esperar para conversarmos... - Darius me deu um selinho que chegou cheio de correntes elétricas em meu corpo, mas logo pareceu se arrepender pelo ato. - O banheiro fica...

–Na primeira porta do segundo andar? - Darius apenas sorriu e afirmou com a cabeça.

Fui até o banheiro, tomei um banho rápido e vesti a roupa, desci até a sala e encontrei um Darius deitado sem camisa sobre o sofá com os braços atrás da cabeça vendo um filme qualquer.

Quando ele percebeu a minha presença, olhou em minha direção, nossos olhos se encontraram e ele sorriu. Darius apenas chegou um pouco para o lado se encolhendo e batendo ao seu lado, me indicando para deitar ali. Sorri e fui em sua direção.

O sofá era largo e assim não tivemos que ficar nenhum dos dois muito apertados. Na televisão passava um filme qualquer, o qual eu não prestava atenção. Senti o sono me consumir e fechei os olhos, de certo conversaríamos amanha.

...

Acordei na manha seguinte sorrindo, o que eu não fazia há tempos. Na verdade, nem me lembro quando foi que acordei assim.

Um cheiro gostoso invadiu a sala, e fui em direção a cozinha vendo um Darius sem camisa cozinhando maravilhosamente. Encostei-me na porta de entrada da cozinha e fiquei o admirando, eu já havia decorado cada passo dele, cada pequena mania, tipo quando ele ficava confuso agarrava o cabelo e o puxava. Eu sorria vendo cada ato pequeno dele, ele era tão... Sei lá, só sei que ele despertava uma coisa forte em mim.

–Ei, dorminhoca, acordou? – disse Darius sorrindo assim que percebeu minha presença. Caminhou em minha direção, me deu um beijo na testa e logo depois um selinho, como se ele fizesse aquilo todos os dias. – Com fome?

–Demais... – respondi sorrindo. Nick entrou porta adentro e pude ver a sua patinha enfaixada.

–Nick, já disse pra você ficar quietinho lá, não é? – disse ele pegando Nick no colo e logo percebendo o meu olhar. – Ah, eu levei ele na veterinária antes de você acordar, ela disse que ele ficará bem...

–Muito obrigada, Darius. – disse. – alias, precisamos conversar, não é?

–Se você não quiser falar, por mim tudo bem...

–Eu quero Darius, é a única pessoa que eu confio. – sorri para ele.