Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 6
Queima de arquivo - Capítulo V




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Você foi visto por alguém quando vinha para cá? — Lana me perguntou assustada enquanto eu adentrava seu quarto sorrateiramente. Sorri e tirei o casaco, passei a mão no meu rosto para conferir se não havia sangue, meu rosto estava limpo. Então, respondi secamente a Lana: - Não. Todos ficaram apavorados na piscina, na hora que eu fui saindo da sala eles ficaram me olhando, todos em choque. Mas, tenho certeza que não fui seguido. — Ela deu uma gargalhada contida e começou a dobrar o casaco que eu havia vestido, colocando-o em uma mala grande, nessa mesma mala haviam várias armas, desde facões, machados e ganchos á pistolas. Olhei sem entender. Ela ainda estava sorrindo, acariciou meus cabelos e deu um leve beijo nos meus lábios e disse: - Não se preocupe. Tens corpo de homem e preocupação de criança... Você precisa ser forte, Richard! — Empurrei-a e disse: - Certo. Obrigado, agradeço que você sempre tenha tudo planejado, mas eu matei a Violet. E aí? O que você pretende fazer agora? — Ela me olhava nos olhos e disse calmamente: - Ainda estou sem acreditar que o Carlos foi capaz daquilo. Ele me parece ser um rapaz tão bom... — Olhei pra ela desacreditado, por mais que já esperasse que ela fosse fazer aquilo e disse: - Não sabia que você pudesse ser tão perversa, você vai mesmo acabar com a vida dele por causa do Klaus? — Lana me ignorou e ligou o som do quarto, colocou um cd de musica clássica e começou a despir seu vestido vermelho, de costas para mim. Quando estava totalmente nua, olhou para trás e disse: - Não vem pegar o seu prêmio? — Logo em seguida deu uma risada sacana. Ela pulou nos meus braços e começou a me beijar insaciavelmente e sorrindo. Comemorava o que acabará de ter feito, era a vitória da Lana. Mas, eu não esperava que eu pudesse fazer algo ainda mais sombrio. Depois de uma fervorosa noite de sexo, acordei ao lado dela. Ela estava com um sorriso no rosto enquanto dormia no meu peito. Alisei as costas dela e sussurrei no ouvido dela: - É uma pena Lana, mas você me viciou nisso. Não vou mais conseguir parar. — Ela só franziu a testa e deu um leve gemido de sono. Abri a mala e na hora que estava prestes a pegar a pistola, ouvi um estalo de uma arma sendo carregada. Olhei para trás e a Lana estava apontando um 38 para mim. Ela colocou os cabelos para trás com a mão esquerda e com a mão direita segurava a arma. Ela sorriu e disse: - O que você pretendia fazer Sr. Richard? Cometer outro assassinato? Matar a pessoa que lhe mostrou os verdadeiros prazeres da vida? Não tão rápido! Solte a arma! — Fiz o que ela mandou e na hora que coloquei a arma de volta na mala, Klaus entrou no quarto e viu a Lana apontando a arma pra mim. Assustadíssimo,  checou o corredor para conferir se havia alguém, fechou a porta calmamente e disse: - Foi você Lana? Você matou a Violet? E depois disso tudo ainda vai matar o Richard? Como você pode ser tão cruel? — Ela instantaneamente apontou a arma para ele e começou a chorar descontroladamente dizendo: - Eu só queria ser amada por você. Só queria que você percebesse que o Carlos não é quem você pensa, eu te amo como nunca amei alguém na minha vida Klaus! — Coloquei a luva que tinha usado na noite passada e discretamente fui me levantando, já com a arma na mão. Klaus olhou para Lana com desprezo e disse: - Você pode me amar o quanto quiser, mas a única coisa que eu sinto por você é repudio, nojo, desprezo! — Lana franziu a testa sem acreditar naquilo. Poucos segundos depois uma arma disparou contra o peito do Klaus. Não havia sido a Lana. Tinha sido eu. Klaus caiu no chão e colocou a mão no peito na tentativa de estancar o sangue. Estava aparentemente desacreditado e assustado. Agachei e dei um beijo na sua testa e logo depois disse: - Sinto muito. Não vou deixar que outra pessoa estrague os meus planos. Adeus Klaus. Bons sonhos! — Nesse momento, fechei os olhos do Klaus com as minhas mãos. Era como se eu tivesse visto a vida indo embora dele. Após isso, coloquei a arma mão do Klaus e tirei as luvas jogando-as pela janela. Puxei a Lana pelo braço e saí correndo pelo internato gritando: - Alguém nos ajude, uma pessoa se matou no quarto da Lana! Socorro! — Todos já estavam nas portas do quarto após ter ouvido os gritos. A Lana acompanhava meus passos correndo, mas seu olhar estava distante.

Quando dei por mim, estava nos braços da diretora Goulart que nos abraçou e beijou nossas testas dizendo: - Se acalmem crianças, tudo vai ficar bem. Tudo vai ficar bem! — Todos os alunos do internato nos olhavam apavorados. A Lana continuava sem reação alguma, estava em estado de choque. A diretora nos levou até a sua sala, onde nos ofereceu água com açúcar e em seguida disse: - Com calma, me digam como isso ocorreu. — Antes que eu pudesse falar, Lana disse: - O Carlos atirou no Klaus. Poucas pessoas sabem, mas eles eram um casal gay. Algum tempo atrás, o Carlos havia me pedido pra guardar uma mala no meu quarto. A mala era pesadíssima e tinha uma senha. Prontifiquei-me em guardar a mala e ele me implorou para que o Klaus não soubesse da existência dessa mala. Até aí, tudo bem. Ontem à noite vi o Carlos entrando no meu quarto, eu estava no banheiro e fiquei observando atentamente. Ele tirou um machado e um casaco preto com plumas no capuz da bolsa. Ele guardou a mala, mas eu fui olhar o que tinha ali. Haviam várias armas, capazes de matar qualquer pessoa facilmente. Desde facões até armas de fogo. Quando fechei a mala, o Carlos retornou ao meu quarto, ele estava vestido o casaco. — Nesse momento a Lana começou a chorar e a diretora começou a alisar as costas dela dizendo: - Calma querida, eu preciso saber o que aconteceu. Diga com calma. — Ela retomou o ar e prosseguiu em meio à lágrimas que desciam sem parar: - O casaco estava cheio de sangue e ele viu que eu estava mexendo na mala dele. Sem pensar duas vezes, ele sorriu e disse que era bom que eu soubesse guardar segredos. Naquele momento comecei a chorar, mas concordei. Logo quando ele saiu, liguei para o Richard pra contar tudo que havia acontecido. Ele me consolou e acabamos dormindo juntos. O Klaus entrou no quarto pela manhã cedo e nos viu juntos e teve uma crise terrível de ciúmes. Só que ele não esperava que o Carlos entrasse no quarto no meio do escândalo que ele estava dando. O Carlos não pensou nem duas vezes, logo atirou no peito do Klaus e depois na cabeça. Impiedosamente. — Durante a tentativa da Lana de persuadir a diretora, só fiquei de cabeça baixa, sem acreditar na encrenca que eu havia me metido. A diretora respirou fundo e disse calmamente: - Isso aconteceu Richard? — Balancei a cabeça em sinal de confirmação e comecei a chorar discretamente para passar a imagem de que estava apavorado com aquilo tudo. Ela alisou minhas costas e disse: - Tudo vai ficar bem crianças. Vou ligar para os seus pais e dizer tudo que aconteceu. Se vocês quiserem podem passar uns dias em casa pra esquecer tudo isso. Já acionei a polícia e vou ordenar que eles apreendam o Carlos. Tudo que vocês disseram foi filmado e gravado. o mais estranho é que o corpo do Klaus não estava no seu quarto Lana. Mas, tudo bem, esse desalmado vai pra trás das grades! Ninguém mexe com as minhas crianças e fica impune! Estão dispensados, descansem... — Por mais que estivesse de costas para ela, senti o olhar fuzilante da diretora, ela me encaravam em um teor de desconfiança e de indignação.

Todos já estavam nos quartos, apavorados com o que acabara de acontecer. A polícia ainda não havia chegado, mas a neve sim. Havia começado a nevar na noite anterior a que cometi o assassinato e desde então não tinha parado. O céu escuro dava uma aparência sombria ao internato. Logo quando saí da sala da diretora, encostei a Lana na parede e beijei-a como nunca havia beijado. Em seguida disse sorrindo: - Você foi fantástica! Mas, a diretora terá que morrer. Acho que ela não acreditou em nós. O Carlos ainda está aqui? — Lana parecia preocupada, ela apenas balançou a cabeça em confirmação e saiu de perto de mim, se afastando. Espreitei pelas brechas da janela a diretora atender uma ligação, ela parecia estar com raiva e pude ouvir claramente quando ela disse: - Como assim não poderão mandar nenhuma viatura para cá? Temos dois psicopatas e mentirosos patológicos no internato, todos correm perigo aqui! Sim, gravei tudo. Eu tenho as fitas para provar... Não há nenhum reforço aéreo pra mandar imediatamente? — Logo em seguida, ela ouviu o que aparentava ser outro não e desligou o telefone com raiva. Em seguida olhou pra janela e viu que estava sendo observada. Me escondi no canto de uma parede e ela saiu da sala pra olhar quem era, mas não me viu. Fui para o quarto da Lana e ela estava deitada na cama, chorando. Apenas a claridade da luz do banheiro iluminava seu rosto pálido de tanto chorar. Sem meias palavras disse: - A diretora já sabe quem nós somos. Mas, não se preocupe. Vou dar um jeito nela. — A Lana levantou a sobrancelha e disse: - Eu sabia que iria mudar sua maneira de ser, só não esperava que fosse tão drasticamente. — Coloquei a minha luva e disse: - Isso é só o começo. Vou matar todos que ousaram tentar me destruir. Todos! — Ela parecia assustada com as minhas afirmações. Peguei o gancho e disse: - É hora de sentir um pouco de sangue quente no meu rosto! — Na hora que cheguei perto da sala da diretora, pude perceber que ela estava em uma ligação e disse: - Amiga, não consigo falar com você desde cedo. Já te deixei vários recados, por favor, retorne para mim. É a diretora Goulart! É sobre o seu filho. Ele está fora de controle. É muito provável que ele seja um psicopata, ele já matou dois alunos. Desculpe-me minha indelicadeza por estar jogando isso assim em você, mas não há outra forma. Ligue-me de volta o mais breve possível! — Abri a porta suavemente e o barulho de porta velha abrindo assustou a diretora que me olhou da cabeça aos pés e disse: - Você? Que gancho é esse? Rich, podemos conversar! — Olhei para ela fixamente e disse: - Palavras não valem nada diretora, mas atitudes sim! E as suas atitudes, acabaram de me mostrar de qual lado você está.  — Logo após dizer isso, cortei-lhe a garganta. Ela colocava a mão no pescoço em um esforço inútil de parar o sangramento. Buscava ar onde não tinha, os olhos arregalados declaravam o pânico, seus dedos puxando o carpete demonstravam seu desespero. Me olhava apavorada enquanto estava se deitando no carpete para morrer. Quando ela estava deitada e aparentemente morta, cuspi no rosto dela e disse: - Viu? De que adianta tanto carinho com os alunos se é apenas falsidade? Foi sua escolha diretora. Apenas sua. A maldade nunca vence. Você foi uma falsa, nos traiu. — Nesse momento a Lana abriu a porta, seu rosto inchado de chorar demonstraram mais pavor que eu já vira em toda a minha vida. Ela ficou assustada ao ver a diretora morta no chão e eu sorrindo ao olhar o cadáver. 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo:
Richard Rhodes (Protagonista)
Lana Miller (Garota mais rica e poderosa de Gladstone)
Inês Miller (Informações confidenciais)
Marie Goulart (Diretora de Gladstone)
Vivien Sullivan (Melhor amiga de Lana / Irmã e namorada da falecida Violet)
Klaus Klein (Um dos mandões de Gladstone / Namorado de Carlos)
Carlos Albuquerque (Um dos mandões de Gladstone / Namorado de Klaus)
Lugares:
Berna (Capital da Suiça)
Gladstone (Internato)



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