Diário De Um Pseudopsicopata escrita por Ramon Leônidas


Capítulo 25
Encerrando Amores - Capítulo XXIV


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de pedir, se não for muito incomodo, que ao lerem os capítulos comentem. Falem o que devo melhorar, elogiem, critiquem, mas comentem! Isso irá me estimular a escrever mais para vocês. Boa leitura!



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Depois de toda aquela cena na frente de toda a alameda das mansões, no momento que Alice cruzou a porta, comecei a aplaudir ela e sorrir. Ela abaixou a cabeça envergonhada e mexeu no cabelo, com um sorrisinho no canto do rosto. Subiu as escadas:

Você não imagina o quanto doeu em mim fazer isso com a minha própria mãe. — Sussurrou enquanto me abraçava firmemente.

Estranho, ela me disse que você não sabia disso, que era um segredo mortal. —Falei acariciava seus braços levemente com a ponta dos meus dedos.

Bessie gosta de testar a lealdade das pessoas, ela estava testando a sua. Obrigado por não ter comentado comigo. Agora sei que posso confiar em você, não confio em pessoas fofoqueiras. Eu te amo, Richard! Falou Alice enquanto segurava meu rosto firmemente e me beijava. Sorri e continuei a alisar seus cachos.

Descemos a escada e começamos a almoçar. Quando estávamos quase acabando, alguém aperta a campainha da mansão. Observei de longe a Alice abrir a porta, na hora que ela abriu, eram dois policiais:

Sou a policial Megan, e esse é meu parceiro Borges. Viemos buscar Richard Rhodes, queremos o depoimento dele sobre a morte de Annie Richards, uma jovem que foi brutalmente assassinada nessa manhã. Recebemos uma denuncia anônima na delegacia de que ele poderia ter algum envolvimento com a morte dessa moça. Ele está presente? — A policial falava em tom de autoridade enquanto mostrava seu distintivo.

Rapidamente, levantei-me e antes que Alice respondesse:

Sim, estou aqui. Sou Richard Rhodes. Podemos ir? — Antes de sair pela porta, dei um longo beijo na testa de Alice e continuei: - Voltarei em breve.

Não, eu vou junto! — Falou ela enquanto segurava minha mão. Segurei-a pelos ombros:

Você não vai á lugar algum. As delegacias são lugares feios, não servem para você. Não se preocupe, posso me virar bem.

Vou entrar em contato com o advogado da família agora. Não se preocupe meu amor. Tudo ficará bem! — Falou a moça em tom de preocupação. Sorri para ela e dei as costas. A policial algemou minhas mãos e me escoltou até o carro.

Os vizinhos olhavam todos atônitos aquela cena.

Que foi? Nunca viram um carro de polícia? Vão cuidar das suas vidas! Burgueses idiotas! — Alice gritava descontrolada enquanto se enrolava em seu roupão de seda.

Observei ela gritar com todos na rua, enquanto a viatura ia para longe da mansão e dela. Talvez meu coração estivesse com ela, mas não podia me dar ao luxo de me apaixonar novamente.

Megan? Algumas pessoas da alameda das mansões fizeram uma denuncia agora. São cerca de três denuncias. Afirmaram que uma senhora entrou em uma das casas com uma arma e algum tempo depois foram disparados cerca de cinco tiros. Sei que você acabou de vim de lá, mas preciso que volte para checar o ocorrido. — Estavamos a caminho da delegacia quando a policial recebeu esse chamado.

Câmbio. Estou na escuta, Sargento. Estou fazendo o retorno nesse momento. Peço reforços, foram muitos tiros. É perigoso apenas dois agentes comparecerem á cena do crime. Câmbio desligo. — Respondeu Megan enquanto fazia o caminho de retorno á Alameda das Mansões.

Parece que não é você o responsável pelo assassinato. Eu registrei a queixa e foi uma senhora que prestou a denuncia. Quem você acredita que era a senhora? — Falou o policial Borges enquanto me cerrava com seus olhos negros.

Eu estava com o olhar perdido. Olhava para o chão, estava preocupado com o que estava acontecendo.

Bessie. Bessie Andrews. Ela era a governanta e também a mãe da Alice. Ela vendeu a Alice para a patroa. Hoje, pouco antes do almoço, Alice a expulsou da mansão. Acredito que a senhora seja ela. — Falei em um tom de sussurro e perdido em meio a todos os acontecimentos do dia. Megan me encarava pelo retrovisor.

Claro! Então, ela usou o crime brutal de hoje pela manhã e te acusou para atingir a filha! Como não pensamos nisso antes, Borges? — Falou Megan com uma voz de que havia sido vitoriosa nesse caso.

Ninguém imaginaria uma trama tão macabra e maligna. Amor materno é algo que ultrapassa todos os limites do possível e do imaginário. Agora, só espero que a minha Alice esteja viva. Só rezo para que ela esteja viva. — Me sobrepus sobre Borges respondendo Megan.

Estávamos passando pela portaria do condomínio, todos os condôminos nos olhavam, aparentavam estar totalmente apavorados. Era muita coisa para um dia só! Na hora que chegamos, olhei para a janela de vidro de cima, e Bessie estava com um tiro no meio da testa e segurava firmemente a cortina branca que era usada na janela. A cortina branca estava quase que totalmente suja de sangue. Megan soltou minhas algemas e me tirou de dentro do carro. Imediatamente, corri para dentro da mansão e na hora que entrei, vi Alice no jogada no chão, na base da escada. Seus olhos estavam abertos e não piscavam mais, seus olhos estavam sem brilho e sua boca um pouco aberta.

Alice, por que me deixastes agora? Você foi uma das únicas pessoas que não me traiu, uma das únicas pessoas que não me deu as costas. Você não devia ir embora!— Estava sentindo algo que nunca havia sentido antes. Meu coração doía de verdade. Peguei Alice pelos ombros e comecei a sacudi-la.

Acorde Alice, acorde! Não me abandone, não me deixe! Acorde meu amor! — Gritava com todas as minhas forças.

O ombro dela estava com um ferimento, provavelmente uma das balas havia pegado de raspão. Tudo que eu conseguia ver era seu rosto brilhar através dos flashes de câmeras da imprensa que já havia invadido o condomínio e as sirenes dos reforços policiais que chegavam ao local, cada vez mais amontoadas. Abracei-a e gritava com todo meu coração, um grito de pavor, de indignação, de medo, de saudade, talvez de amor. Dois grandes homens me pegaram pelos braços e me afastaram do cadáver.

Levaram-me para uma ambulância. Fiquei lá dentro, observando tudo que acontecia com um grande e grosso lençol, tomando um chá de camomila pra acalmar os nervos.


Meu coração não parava de doer, nunca havia sentido compaixão por ninguém, mas dessa vez foi diferente. Não tardou para que eu chegasse á uma conclusão: meu coração doía daquela forma, porque o amor que ela sentia por mim era puro e verdadeiro, e era recíproco. Não tardou para que o IML chegasse e levasse os dois corpos dentro de sacos pretos. Todos os meus sonhos dentro de um saco preto. Logo atrás dos sacos pretos, vi um homem branco olhar para trás e andar rapidamente. Ele trajava um capuz preto e andava com pressa. Deixei tudo na ambulância e fui atrás dele. Quando o homem percebeu que estava sendo seguido, começou a correr para uma área de construção do condomínio, um local muito mal iluminado e totalmente inabitado. Corri o mais rápido que pude e consegui alcançar o homem, me joguei em cima dele e ambos caímos. Na mesma hora, puxei o capuz do rosto dele e surpresa:

Jimmy? O que você faz aqui? Quando você voltou da Suíça? — Falei em um tom baixo. Ele se arrastou pelo chão para se distanciar de mim.

Me desculpe Richard. Fiz isso por amor. Não consigo me imaginar longe do seu irmão, e pior, não consigo me imaginar armando contra ele. Não posso continuar ao seu lado nessa loucura! — Ele falou, estava encolhido e chorando. Aproximei-me dele, segurei seu rosto fortemente pelo queixo.

Maldito. Espero que você morra da pior forma possível. Você vai morrer pelas mãos desse homem que você tanto defende e ainda ajuda em suas maldades. Você tropeçará no seu amor estupido e egoísta que não lhe permite enxergar a verdade! — Praguejei em tom de desprezo.

Ele segurou meu braço e falou calmamente enquanto o alisava:

Me desculpe Richard. Não posso e não vou continuar te ajudando. Apenas aceite isso. E se eu cair, cairei junto com o homem da minha vida. Isso soou meio gay, mas eu não ligo. O amor não nos deixa pensar nessas coisas. Sinto muito, preciso ir. — Jimmy levantou-se com dificuldade e deu as costas para mim enquanto colocava seu capuz negro na cabeça e pegava a chave de seu carro no bolso.

Ele caminhou durante 200 metros e entrou em um carro popular que estava estacionado ao lado de uma pequena floresta que havia condomínio. Passou pela minha cabeça que aquela talvez fosse a minha chance de descobrir qual teria sido o paradeiro do Robert, então corri o máximo que pude para a mansão dos McClain e peguei a chave do Audi. Alguns policiais tentaram me impedir de entrar, mas ultrapassei a barreira policial afirmando que era o namorado da vítima.


Peguei o carro e saí o mais rápido que pude para a entrada do condomínio, Jimmy estava prestes a sair. Comecei á segui-lo á alguns metros de distância e com o farol baixo para que ele não percebesse a minha aproximação. O jovem rapaz parecia nervoso e apressado, ele fez algumas ultrapassagens que quase fizeram o carro derrapar em alta estrada. Logo quando entrou na área suburbana da cidade, ele diminuiu a velocidade e ligou o rádio no ultimo volume em uma estação de rock hardcore. O que ele pretendia fazer? Jimmy parou na frente de uma casa de subúrbio tradicionalmente americana amarela. Buzinou algumas vezes e gritou por “Rob”. O rapaz rapidamente saiu da casa, Jimmy saiu do carro e correu para dar-lhe um longo e intenso beijo. Malditos. Robert alisou a cabeça do rapaz e sussurrou algo em seu ouvido, fazendo com que ele rapidamente abrisse a porta pro meu irmão entrar no carro. Eles partiram dali em alta velocidade, continuei seguindo-o. Estavam indo em direção á área industrial da cidade. O que eles dois planejavam agora? Eles pararam em uma fábrica abandonada e nem desconfiaram que houvessem sido seguidos. Robert correu para dentro da fábrica, ele estava completamente despido, logo atrás dele estava Jimmy, ainda de roupa. Estacionei o carro longe dali e corri para segui-los. Na hora que cheguei ao local, me escondi atrás de um barril de ferro. Robert estava abrindo uma gaveta e pegando uma pistola dali. Segurava uma arma e apontava contra o rosto do homem que havia acabado de matar uma pessoa pra provar o tamanho do seu amor por ele. Nunca erro nas minhas previsões. É lamentável, porque eu realmente gostava do Jimmy. Robert sacou a arma, deu um longo beijo na bochecha do rapaz e continuava apontando a arma contra sua cabeça. Ele parecia implorar pela vida, mas meu irmão não se importava muito com isso. Com um sorriso sarcástico no rosto, ele disparou exatos sete tiros contra o rosto do Jimmy que agora havia se tornado alguém irreconhecível.

Tentei me levantar pra fugir e na hora que estava saindo, o barril de ferro que eu estava escondido atrás caiu no chão fazendo um barulho estrondeante. Robert apontou a arma para mim:

Não ouse correr. Você vai morrer de qualquer forma. Venha até a mim agora, Richard. Chegou a hora do acerto de contas. — Ele gritava, parecia estar enfurecido.



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Notas finais do capítulo

Personagens no capítulo:
Richard Rhodes (Protagonista)
Alice McClain (Irmã de Vanessa McClain / Paciente do manicômio)
Bessie Andrews (Governanta da mansão McClain / Mãe de Alice McClain)
Robert Rhodes (Irmão de Richard)
Jimmy Simmons (Namorado de Robert / Filho da diretora)

Lugares:
Westview (Cidade Natal do Richard)
Alameda das Mansões (Condomínio Luxuoso da Alice)
Área Industrial de Westview