Destinos Traçados escrita por Maria Clara Vieira, carol m


Capítulo 7
Descobrindo




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POV-Taylor:

Eu não sei o que me deu para abrir a porta com força... As duas pessoas que estavam dentro dela pararam de discutir e me encararam surpresos. Eu só poderia está muito maluco, ele tinha morrido.

Tínhamos acabado de receber uma chamada da central dizendo haver um homem bomba dentro de um galpão, e fazendo crianças de reféns. Acionamos logo a equipe Antibombas e partimos com as outras equipes. Porém quando chegamos lá fomos surpreendidos com fogo ao redor do galpão. Mesmo assim entramos, eu, Will e Frederico, junto com a equipe antibomba, e alguns dos soldados dos Dragões. No final daquela confusão, descobrimos que a bomba ainda não havia sido ativada, que o cara era um louco, querendo brincar com o exercito, Frederico quase matou o homem só de raiva... O que ele não fez, por que o controlamos!

(...)

"Tirem o infeliz pela porta dos fundos!" - Fred gritou ainda dentro do galpão e os Dragões o levaram. Já eu e William corremos para tirar as crianças do perigo. Lembro-me que estava levando uma garotinha para a ambulância, quando de repente escuto gritos. Assim que voltei a minha atenção para quem estava fazendo aquilo descubro que era uma jovem aos pratos.

. “Alya! Alya! Moço minha irmã ainda está lá dentro! Ela vai morrer.” - ela gritava ao mesmo tempo em que puxava William para a entrada do galpão quase destruído. Frederico que estava mais perto deles, tentou interceder. 

“Não dá mais... O galpão já está em chamas e seria muito perigoso.” - o Fred disse. Quando procurei William, ele já estava dentro do maldito galpão. Foi tudo muito rápido depois que ele entrou. Senti-me em câmera lenta.Vi a estrutura que segurava a frente do galpão cair, fazendo uma onda gigante de poeira e fumaça sobre nós!

“William...!” - Frederico gritou indo para perto dos escombros, William e a garotinha estavam presos e mal sabíamos se ainda estavam vivos. “William!”- Frederico ficou desesperado. Ele ainda conseguiu entrar e corri para auxiliá-lo.

Vi de relance os bombeiros virem atrás de nós. A fumaça parecia ter triplicado, e cada passo que dava ficava mais difícil para respirar e enxergar. Sentia meus pulmões rangerem a cada vez que tentava respirar, tive a impressão que ali seria o meu fim. Eu cai e quando olhei para o lado vi o corpo desfalecido de Fred.  Sentia que estava ficando desfalecido, mas antes da consciência se esvarri, escutei um barulho e em seguida  vi dois vultos se arrastando para o encontro da fumaça.

O que aconteceu depois? Não me lembro de nada relacionado ao acidente, apenas de acordar semanas depois no Hospital Nacional do Afeganistão, sem ideia de tempo, de realidade ou de se mais alguém além de mim havia escapado.

(...)

– O que significa isso? – eu disse o olhando sem entender nada.

– Eu vou explicar tudo o que aconteceu, por favor, se sente! – ele disse cauteloso apontando para a cadeira que tinha em sua frente.

– Eu não acredito que você pode fazer isso... Sabia que poderíamos não estar vivos agora? – eu disse com raiva.

– Vocês não iriam morrer! Eu estava lá monitorando cada passo dos três, não tinha como dar errado, vocês tinham que pensar mesmo que o William havia morrido... – a garota disse confiante e eu a olhei...

"Eu não acredito, que durante esse tempo, eu fui enganado pelas duas pessoas que eu achei que mais confiava... Que estaria pronto para morrer por elas! E agora, as mesmas apunhalaram-me pelas costas! Como isso é possível?” - eu pensei antes de me sentar na cadeira, para não cair de tão confuso que tudo havia ficado naquele momento.

“Sua irmã foi embora! Disse que precisava encontrar um motivo para viver, e que depois do que sofreu, ela não se senti boa o suficiente para estar conosco!” – minha mãe me disse chorando, assim que entrei em casa, pensando que encontraria minha irmã vindo me abraçar.

“Ela não pode... Como ela vai sobreviver? Ela acabou de sair do hospital, ela tinha que estar aqui, se recuperando do acidente” – eu disse revoltado olhando para minha mãe que só chorava. A minha família havia sido destruída no dia que Selena foi sequestrada.

 (...)

O exercito interviu, mas não me deixaram tirá-la de lá, quem fez todo o serviço foi Frederico e William. Na época os conhecia de vista, Frederico, era dos Dragões Vermelhos, e William, nós estudamos algumas matérias juntos na faculdade.

(...)

Em relação à Selena, quando a encaminharam para o hospital, descobriram que ela havia sido violentada brutalmente, e que ela havia perdido o bebê, mas os médicos lhe disseram que com o tempo ela poderia ter uma vida normal.

(...)

Eu não sabia o que fazer, tentava assimilar o que estava acontecendo sem ficar louco... Coloquei os cotovelos nas pernas, passei várias vezes a mão no rosto e no cabelo, eu estava nervoso, irritado, e confuso com essa situação! Até que sinto a mão dela, apertar o meu ombro, a olhei de lado e ela sorriu.

– Selena... - eu sussurrei, e ela se abaixou me olhando nos olhos.

– Taylor, me perdoa! Eu sei que errei quando sumi do mapa, mas foi por uma boa causa... - ela disse me olhando nos olhos. E percebi, que aquela não era mais a mesma Selena de anos atrás, não era a minha irmã. O jeito como ela estava falando comigo, a confiança de minutos atrás, o olhar, as roupas, as poucas atitudes que percebi!

"Quem é essa Selena?" - eu me perguntei, a olhando sem reação, enquanto ela e William permaneciam calados.

– Selena, o deixa respirar! – William a chamou e ela se afastou de mim. – Reencontrar duas pessoas que ele jurava estarem mortas não é muito legal e ainda mais de uma vez só! – ele tentou tranquiliza-la.

–Como vocês se conhecem? – eu os olhando.

– Nos conhecemos quando eu perdi o meu filho!- Selena pareceu hesitar. – Você deve não saber, mas ele foi me visitar no hospital algumas vezes, e eu o fiz prometer-me que iria encontrar o meu sequestrador e que o iria fazer pagar pelo que aconteceu com o meu bebê! – ela disse séria, indo para o lado de William.

–Você querer vingança não irá trazer o seu filho de volta, só te fará ser igual a aquele cara! – disse decepcionado.

– Taylor, eu passei muito tempo sem saber quem eu deveria ser!- ela disse me olhando triste.  – Eu tive que encontrar forças para não querer morrer... E a partir da vontade de encontrar o meu sequestrador, que eu consegui viver por algum tempo. – eu balancei a cabeça negativamente não acreditando que ela havia se tornado um monstro.

– E você conseguiu encontra-lo? - perguntei e ela balançou a cabeça positivamente.  – Qual foi o sentimento que você teve depois que se vingou?

– Eu me senti viva como nunca havia me sentido antes... – ela sorriu com lágrimas nos olhos e eu abaixei a minha cabeça.

– Como você o encontrou?

– Eu a ajudei! Cumpri com a minha promessa!- William se pronunciou e eu o encarrei com raiva. Então se ela havia se tornado um monstro a culpa também era dele. – E não me arrependo de tê-la trazido para o FBI e lhe ensinado a ter coragem.

– Como isso aconteceu?

– Nos encontramos em uma cafeteria por acaso. Na época eu estava trabalhando para o FBI em pequenas missões, e acabei descobrindo que o sequestrador da Selena estava fazendo novas vitimas aqui...

–E quando nós nos encontramos ele me contou sobre o cara... – ela disse sorrindo. – Você acredita que Ele era procurado pelo FBI, na lista dos maiores torturadores de crianças e adolescentes? – ela encostou-se ao piro cruzando os braços.  – Primeiro eles analisam toda a vida da pessoa, depois as maltratam e as matam.

– Eu disse para ela que o pegaria, mas duas semanas depois, ela estava na minha porta pedindo que eu a deixasse pegá-lo. – William disse abrindo uma gaveta e me entregando uma pasta preta. – Ela não poderia matar uma pessoa, mesmo ele sendo um criminoso. E para a sorte dela, estávamos convocando pessoas para fazerem parte de novas equipes de campo do FBI.

 – O que é isso? – olhei para a pasta.

– Sua irmã ela não virou um monstro, ela se tornou uma heroína para as várias famílias das garotas  que foram abusadas e mortas pelo Gregory. – ele sorriu para Selena.

– E como ela conseguiu?

– Eu a treinei durante seis meses todos os dias, a mostrei como uma agente deve ser... No dia marcado para a seleção ela surpreendeu a todos inclusive a mim. – William sorriu orgulhoso.

– Foi fácil me tornar a queridinha do diretor do FBI, e ser convocada para pegar o Gregory foi só uma consequência! – ela se sentou na poltrona e continuou. – Encurralá-lo num beco escuro, sem movimento e fazê-lo achar que eu fosse uma pobre garota que estava perdida... Foi engraçado! – ela riu.

– Ver a cara dele pedindo por misericórdia, foi ótimo. – ela disse levantando as mãos.  – Infelizmente, ele me atacou e por defesa tive que atirar nele. – ela fingiu ficar chateada.

Eu fiquei a olhando sem reação por um tempo, tentava convencer a mim mesmo de que ela não era um monstro como pensava. Ela me olhava feliz, e eu deixei que um sorriso fraco escapasse dos meus lábios para fazê-la pensar que estava bem.

 – Obrigado por me contar! – eu disse me levantando. Na verdade depois que descobri sobre ela e William até esqueci o motivo de estar aqui, mas William me impediu de sair.

– Não te chamamos aqui para contarmos sobre o passado de Selena, mas por que precisamos da sua ajuda. – ele disse receoso antes de eu sair da sala.

– Que tipo de ajuda?- o perguntei me virando para eles.

– Frederico... Ele está trabalhando para uma máfia Búlgara e nós temos que pegá-la antes que ela tome todo o poder na Europa e se isso acontecer eles também vão querer dominar os EUA.

– Bulgária?

– Você sabe de alguma coisa? – Selena perguntou de supetão.

– Já faz algumas semanas que eu encontrei mapas, e coordenadas da Bulgária no quarto de Frederico e em seguida o vi discutindo com alguém sobre Clara...– William e Selena se entre olharam e naquele momento a ficha caiu. Frederico estava tentando proteger Clara de alguma coisa.

William fez uma ligação e minutos depois recebeu um fax e  entregou o papel para Selena.

– Os mesmos números que entram em contato com Frederico, estão entrando em contato com o apartamento das meninas, e pelo que estou vendo aqui... São ligações de pouca duração e frequentes.

– Selena, você vai atrás do Frederico! – ele disse jogando uma chave para ela. Selena saiu da sala e minutos depois voltou com uma mala e pegou o armário atrás da porta armas e munição.

– O que vocês faram? – eu perguntei assim que vi as armas

– Traremos Frederico de volta para os EUA e com ele aqui começaremos a planejar como capturar toda a máfia sem machucar ninguém. - William disse sério.

– O que eu farei? – perguntei sério, eles sorriu e me explicou que no momento deveria apenas cuidar para que Clara e as garotas ficassem seguras.

– Estou levando algumas roupas, para se for preciso eu me disfarçar, até chegar nele... – Selena informou colocando um vestido e outra roupa na mesma mala.

– Então eu só precisarei cuidar da segurança delas?

– Isso mesmo! Você irá para o apartamento, ficará lá até eu nós te ligarmos!- ele disse me entregando uma maleta. – Colocará escudas, micro câmeras, tudo que tem dentro dessa maleta por todo o apartamento e fique alerta. – Selena saiu carregando duas malas e logo depois eu sai e Will veio em seguida.

– Coloque isso e não tire, é um ponto entre nós três, vou tentar te manter informado do que acontece na Bulgária. – William disse me entregando, na mesma hora eu a coloquei no ouvido.

– Boa sorte! – disse antes de Selena entrar no helicóptero.

– Boa sorte, e fique de olho no ponto pode ser que  eu precise da sua ajuda. – ela me deu um abraço rápido e decolou.

(...)

As horas seguintes até eu chegar ao apartamento foram as mais tensas. Eu peguei um helicóptero de Washington para Los .Angeles, o que não demorou muito a chegar, em menos de duas hora, eu estava na pista de aterrisagem, indo em direção a um carro que me esperava. O motorista disse que me levaria onde eu quisesse, mas queria eu mesmo dirigir, e chegar o mais rápido possível, então o dispensei.

Quando estava quase perto do apartamento das meninas, tentei ligar para Clara...

“Oi aqui é a Clara, não posso atender no momento, deixe seu recado e que eu retorno assim que puder beijos!” – estava na caixa postal. Então liguei para o apartamento, chamou algumas vezes e a linha foi atendida.

– Olha aqui, para de ligar, senão eu ligo para policia! – Luanna disse rude, e eu soube naquele instante, que William e Selena estavam dizendo a verdade, e mais do que nunca tinha algo de errado, com as meninas e provavelmente com o Frederico.


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