Destinos Traçados escrita por Maria Clara Vieira, carol m


Capítulo 3
Filhinho de Papai!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... Hoje não tenho nada de especial para dizer... Só obrigada, que aqueles que estão lendo, e por favor comentem, só assim saberei se está boa, se não está... Ou seja, a opinião de vocês!



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– Ah... Ela tem cabelos pretos longos, é magra, alta, tem um jeito malandro e engraçado. – eu disse e ele ficou quieto, como se estivesse pensando, mas não tocou mais no assunto

POV- Luanna:

Tentei conversar com Clara, mas ela não abriu a porta do quarto, então horas depois eu e Bruna decidimos ir ao supermercado e levamos Frederico conosco, para vê se Clara saia do quarto.

Ele dirigiu até o supermercado, e descobrimos que ele estava realmente mudado, mas mesmo assim, ainda conseguia ser legal.

– O que viemos comprar aqui? – ele perguntou assim que entramos no supermercado, eu peguei um carrinho e o fiz ficar de um lado ao outro empurrando, atrás de nós.

– Enquanto fazermos compras, iremos dizer como Clara é agora, para quando nós voltarmos, não haver mais brigas! – Bruna disse sorrindo.

– Então, aquela Clara, meiga, fofinha, e nerd, ainda existe, só estão bem escondidas, lá no fundo... E a nova Clara, ela é mais descolada, não se importa com o que os outros falam dela, mas ela se importa muito com os amigos, ela é intensa, dramática, estressada, bagunceira, e baladeira... – eu comecei. – Ela é louca por academia, falem dela, só não critiquem o seu corpo dela, senão ela quebra o ser em pedaços! – Frederico revirou os olhos.

– Ela mudou tanto... – ele comentou surpreso.

– Mais uma coisinha, Clara é a capitã de torcida, ela tem que está em forma, por isso nem adianta dizer que ela está mudada. – Bruna disse. – E claro como líderes de torcida não podem viver sem sua popularidade em alta é normal ela sempre ter um caso com os jogares de futebol...

– Como ela pode ser tão...- ele deixou a frase morrer.

– Ela só estava cansada de viver uma vida chata e sofrida, daí, um lindo dia ela acordou e decidiu mudar tudo; Viver intensamente, não se importando com nada, ah... Mas mesmo assim, ela é uma ótima aluna... – eu disse sorrindo, pegando produtos de dieta nas prateleiras.

– Então ela desmente todas os ditados maldosos sobre lideres de torcida, loiras serem burras?! – ele nos encarou duvidoso e nós rimos. Tá bom, eu já tinha me esquecido de que ele já foi um adolescente, jogador de futebol um dia.

– Garotas, eu já fui um jogador de futebol, e sei tudo sobre lideres de torcida, popularidade, e coisas desse tipo... – ele sorriu. – Só é estranho ver sua irmã caçula ser uma líder de torcida e abraçando tudo que um dia ela própria disse que não se identificava. – ele completou.

Realmente nisso ele está certo, Clara odiava as líderes de torcida, mas depois de tudo que ela passou, um dia simplesmente ela acordou e decidiu mudar. No começo foi uma mudança muito radical, mas acabamos gostando e nos acostumamos com a fama escolar. E hoje somos o que somos, as garotas mais desejadas da escola.

Terminamos as compras, em menos de quatro horas, por que o supermercado não estava tão cheio quanto de costume, pagamos, e voltamos para casa. Mas claro, no caminho tivemos que ouvir Fred reclamar sobre a fila, e que se ele estivesse em serviço, poderia passar na frente de todos. – nós rimos muito.

POV-Clara:

Ter o Fred novamente em minha vida depois de tanto tempo separados, era algo que teria que me acostumar, ele estava completamente mudado, eu não reconhecia mais aquele Frederico que ficava comigo até eu dormir, ou que me levava ao parque nas tardes de verão... Ele estava ali, só não sabia como me aproximar dele novamente.

E eu sabia que precisava dele, sabia que desde que o vi chamar por mim na escola, eu havia o perdoado por me abandonar também; E que não era culpa dele, Ryan e Alexia terem ido embora e nunca mais quererem falar comigo, mas eu estou muito confusa com tudo que o dia de hoje se transformou.

(...)

Eu já estava há muito tempo trancada no quarto chorando e me martirizando pela minha vida... Eu tinha que me levantar, tinha que me mostrar forte, uma Clara que eu venho sendo desde que Katherine me abandonou...

Eu me levantei, fui até o banheiro, troquei de roupa, coloquei um vestidinho florido simples, prendi os meus cabelos loiros num coque desajeitado, e finalmente sai do quarto.

A casa estava em silêncio, fui até a cozinha, peguei os sanduiches que havia preparado com as meninas, os coloquei no micro-ondas, e fiquei o esperando esquentar.

– Decidiu sair do quarto? – escutei a voz masculina atrás de mim  e eu me virei rápido.

–Taylor?! – eu o olhei com a mão no coração de susto, respirando aliviada por ser ele e não Frederico.

– Eles saíram, e Fred me pediu que ficasse aqui no caso de... – eu o interrompi, ao mesmo tempo em que me virava para pegar os sanduiches no micro-ondas.

– Para se certificar de que não fugiria e não que tentaria fazer nada de estúpido? – perguntei o olhando, mas não deixei que ele respondesse. – Manda-o ficar tranquilo, eu sei me cuidar, tive que aprender isso quando toda a minha família me abandonou, e eu tive que viver com as minhas melhores amigas. - eu disse chateada, indo para a sala de TV e sentando no sofá.

– Clara, eu sei que tudo que você viveu foi como um pesadelo, mas todos têm que superar as dificuldades, todos têm problemas, e sabe, se não os existissem, a vida não teria graça, seria tudo fácil demais... – ele disse sentando ao meu lado e me olhando nos olhos.

– Você não entende... Sem dúvidas, é um filhinho de papai que foi brincar de ser soldadinho de chumbo no exercito, enquanto os outros lutam de verdade para sobreviver. - olhei-o com raiva.

Não era para falar daquele jeito com o cara que arriscou a vida para salvar a vida do meu irmão, mas ele só tentou, não salvou. E mesmo ele estando certo, ele não podia quer me dá lição de moral. Não hoje!

– Você é pior do que estava se mostrando ser garota... Eu não sou filhinho de papai, e eu estou no exercito para lutar por esses que tentam sobreviver, mas algo os impede! – ele se levantou. – Garota, estúpida, que vive só se importa com si mesma! – ele resmungou. Eu não me contive, me levantei rápido e o puxei pela manga da camisa, ele se virou me olhando sério.

– Você não pode falar assim de mim na minha própria casa. – esbravejei. – Quem é você para me xingar ou quer me dar lição de moral, você mal me conhece! – gritei o olhando, e ele pegou meus pulsos com força, me fazendo o soltar.

– Sou uma pessoa que quer te ajudar! Uma pessoa que já viveu coisas que podiam ter me derrubado, mas, só me fizeram ser forte, e determinado, adjetivos que não se encaixam no seu perfil agora... – ele sorriu cínico me soltando, mas aquela conversa estava longe de terminar. Eu o puxei novamente e ele me olhou sem paciência. – Como assim? - eu disse o olhando com desdém.

–Você finge ser forte, não se importar, mas que na verdade, muito do que você mostrar para as outras pessoas, é só uma máscara muito mal feita.– ele se virou, indo para o quarto, me deixando sozinha. Eu fui até a banquinha que tinha um vaso, o peguei o jogando com força na parede perto da porta.

Minutos depois de pura raiva, e descontrole, senti Taylor me puxar com força para trás, e tirar o vaso que estava em minhas mãos.

– Me solta, seu idiota, ridículo! – eu me mexia tentando me soltar de seus braços, mas foi inútil... Eu me dei por vencida, e me calei. EXAUSTA!

Ele me olhou sério, e minha respiração estava ofegante, ele me envolver com os braços, e nos abraçamos com força, pela primeira vez, eu chorei com toda a força que me restava, ele ficou calado, escutando meu choro, e me segurando para não cair.

– Me desculpa pelo que eu te disse, eu não deveria ter... – ele começou a dizer, mas eu o interrompi colocando meus dedos em seus lábios, o fazendo se calar.

– Não precisa me pedir desculpas, você está certo sobre o que disse. Desde o inicio, eu tentei criar uma garota forte, mas essa função não está sendo bem desempenhada.   – eu disse sorrindo fraco.

– Eu sei que não me conhece, mas me deixa te ajudar? – ele pediu.

– Por que quer tanto me ajudar? Sendo que eu sei que o Frederico mandou que você não tentasse nada comigo? – eu disse desconfiada, e percebendo a bobagem que havia acabado de dizer. No mesmo instante, eu fiquei vermelha e abaixei a cabeça.

– Eu... Não estou tentando nada com você! É algo mais pessoal do que você pensa... – ele levantou meu rosto e me fazendo olhá-lo.

– Ele vai me matar se souber que eu fiz tudo isso! – eu indaguei tentando mudar de assunto e olhando ao redor.

– Que tal eu te ajudar? A gente limpa essa bagunça, você se comportar... E eu posso te contar algo sobre qualquer coisa que você queira saber... – ele disse e eu ri.

– Posso confiar? – eu o olhei tentando fazer graça.

– Vem logo! – ele me puxou para a cozinha, mas parou de repente. – Onde tem uma vassoura e uma pá? – ele me olhou sorrindo maroto e eu apontei para o armário de serviço, ali era onde guardávamos tudo de limpeza. Ele abriu e pegou o que iriamos precisar, e voltamos para a sala para começar o trabalho.

– Então como você conheceu o Fred e o Will? – eu perguntei de um lado da sala.

– Conheci o William, enquanto estávamos na universidade. Já Frederico, eu o conhecia de vista e pelo que falavam sobre ele e o seu trabalho lá dentro. - ele disse me olhando. – Mas só o conheci pessoalmente, e descobri quem ele era, quando seu irmão entrou na emergência ensanguentado  e todo o hospital se mobilizou para cuidar dele, o que não acontecia quando um soldado entrava no hospital. - ele explicou.

– Como assim? – perguntei curiosa.

– Ele é o líder da equipe especial do exercito, Dragões Vermelhos, por isso toda a mobilização no hospital. A equipe só é 'usada' em casos extremos, quando o exercito não consegui conter rebeliões, por exemplo. - ele indagou pensativo.

– Então, ele é um tipo de heróis?- perguntei sorrindo.

– Não é exatamente um herói! -ele fez uma careta e agora sim eu fiquei desconfiada. Então o que ele era? – Eles são treinados para sempre usarem a violência para conseguir o controle. E me desculpa dizer isso, mas Frederico é o pior deles, ele manipula as pessoas, é impulsivo, agressivo, e cada dia que passa, ele se torna menos normal.

 Senti-me desconfortável depois do que Taylor me contou, não queria pensar em meu irmão como um cara desumano, não foi isso que nossos pais nos ensinaram!

No instante seguinte, tentei mudar de assunto, e mudar o foco da conversa para Taylor.

(...)

– E você, é formado em quê?- eu perguntei pegando a pá que estava cheia de cacos, os despejando no lixeiro.

– Medicina! -ele riu. Droga sua burra, se ele disse que conheceu Frederico quando estava na emergência é porque ele é médico.

No final das contas, conversamos sobre ele e coisas que ele já viu nas missões. Porém, quando tentei saber sobre sua família, ele sempre se esquivava, quando percebi, parei de insistir no assunto.


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Notas finais do capítulo

Boa Tarde :), Maria Clara!