Destinos Traçados escrita por Maria Clara Vieira, carol m


Capítulo 26
Os Millers + verdades


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem, por favor!!
Boa Leitura



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POV-Selena:

Hoje já era sexta-feira novamente como a semana passou voando, mas também a semana foi a mais agradável e calma desde a vinda de Frederico para cá. Nós estávamos bem próximos, ele conversava, ria e sorria mais nos últimos dias. E tentou ser compreensível quando disse na quarta-feira, que iríamos fazer um novo interrogatório.

Na manhã de quarta-feira, eu acordei, fiz minha higiene matinal, troquei de roupa vestindo uma calça jeans preta, blusa regata vermelha, calcei minhas botas, peguei minha bolsa juntamente com o celular e desci encontrando apenas William na cozinha.

– Cadê o Frederico? – perguntei tirando os olhos da tela do celular e olhando ao redor.

– Deve está ainda no quarto, né!- William disse dando de ombros comendo sua torrada.

– E depois dizer que as mulheres que demoram a sair. – reclamei subindo para o quarto de Frederico. Quando abri a porta ele estava vestido a calça. Meu Deus que visão do paraíso logo pela manhã. Federico, apenas d calça jeans, com o tórax bem definido a mostra e suas tatuagens que o davam certo charme. Foco, Selena!

– Eu já estou terminando. – Frederico indagou distraído e um impulso fez-me entrar no seu quarto e fechar a porta. No minuto seguinte, eu o empurrei fazendo-o cair sentado na cama e eu me sentei rápido no seu colo. – Bom dia para você também! – ele sorriu divertido e eu o beijei com vontade. Ficamos ali, nos beijando por muito tempo, até que Frederico tirou minha blusa e começou a beijar o meu pescoço descendo vagarosamente até os meus seios ainda com o sutiã. Ele me olhou duvidoso e eu sorri concordando. Ele voltou a me beijar e quando estava prestes a abrir o feche do um sutiã, escutamos duas batidas na porta.

– Vocês já estão atrasados! – William disse. – E, por favor, deixem para fazer suas putarias quando eu não tiver em casa! – ele exclamou e escutamos os passos se afastarem.

– Estamos atrasados! – exclamei me levantando e vestindo a roupa. – Vamos. – o chamei e ele me olhou com cara feia.

– Eu vou matar o William! – ele indagou se levantando e saindo do quarto ao meu lado

(...)

Uma hora depois:

Nós entramos na sala de Steven e o mesmo já estava a nossa espera. Ele nos cumprimentou, como de praxe, e nos sentamos para começarmos.

– Frederico, você quer continuar sendo interrogado aqui comigo e William também participando ou preferi ficar a sós com a Selena? – Steven perguntou.

– Aqui mesmo! – ele respondeu sorrindo fraco. Então nós começamos. Peguei um arquivo no armário de Steven, era o mesmo arquivo que William tinha lido sobre os Miller família, e eu tinha que mostrá-lo quanto antes para Frederico e, já que ele estava calmo e compreensível, talvez, nos ajudasse também a fechar as várias lacunas.

– Frederico, hoje nós não faremos um interrogatório... –indaguei abrindo a pasta. – Na verdade sou eu quem mais falará e você irá me interromper se tiver dúvidas, ok? – perguntei me sentando frente ao Mikaelson e ele concordou. – Há alguns anos, eu descobri coisas sobre a família Miller, que me deixaram com uma pulga na orelha. – comecei.

– O que está querendo dizer? – ele perguntou me encarando.

– Eu descobri a sua linhagem, pais, tios, avôs, bisavôs, e a cada parente que eu revirava a história, eu ficava mais intrigada como o passado deles e o seu futuro e dos seus irmãos se ligavam, talvez numa linhagem muito mais perigosa do que imaginávamos. – disse o entregando uma foto antiga. – Esses são os seus bisavôs, Lucy Hales e Theodor Miller, mas o mais importante no momento é Theodor. Ele durante toda a vida se dedicou ao trabalho, foi um péssimo marido, drogado, mas mesmo assim, nos seus momentos sóbrios, ele sabia ser um ótimo pai.

– Por que está me contando isso? – Frederico me perguntou com a testa vincada.

– Eles moravam em Berlin de 1910, podiam ser um casal que se passasse despercebido como qualquer outro. – dei de ombros. – Mas existia algo sobre o seu bisavô que a pobre Lucy, só foi descobri quando viu seu marido e filho mais novo mortos, ambos decapitados com as bocas sujas de drogas.

– Você está dizendo que o meu bisavô era traficante alemão? – Frederico perguntou se levantando rápido. – Como você descobriu isso? – o moreno perguntou nervoso.

– Deixa-me terminar toda a história que você saberá como eu encontrei todas essas informações, por favor. – pedi vendo–o sentar-se novamente.

– Continue, sou todo ouvido.

– Realmente o seu bisavô era traficante, e para o azar de sua esposa, ele já tinha inserido todos os filhos homens nos negócios da família. E Lucy, como mulher, não podia fazer nada, além de rezar que os seus filhos voltassem a cada noite sãos e salvos.

– E meus avôs, também se meteram com isso?- Frederico perguntou curioso.

– A criação de sua avó foi diferente graças a sua bisavó, que com medo que a jovem Clarice, apesar de mulher, também se envolvesse nos negócios da família. Ela pediu que a jovem fosse bem educada e vivesse em um internado de freiras até os 15 anos, onde estaria totalmente segura juntamente com a sua irmã Gracie. Contudo, ao voltar para Berlin, à menina ainda seguindo as regras do internato, aceitava tudo que seus pais diziam ou faziam sobre sua vida. Foi quando aos 16 anos, seu bisavô a prometeu em casamento para o filho de um amigo, do mesmo ramo de negociações, o nome do rapaz era Harold Afonse. Clarice estava prometida a ele e os dois se conheceram pessoalmente nos bailes da cidade, a jovem parecia gostar do pretendente. Porém... – me calei e o mostrei desenhos dos supostos Harold, Clarice e Joseph, que tinha pedido para Luanna desenhar de acordo com as descrições que descobri.

– A mulher parece com a Clara. – Frederico disse em sussurro.

– Às vezes os bisnetos ou netos nascem parecidos com os avôs, assim como é são parecidos com os pais, uns mais do que os outros. – expliquei. –Esses são Harold, Clarice e Joseph. – apontei para cada um.

– Joseph? – Frederico perguntou confuso. – Mas Clarice não se casou com Harold?

– Como eu estava contando. Clarice e Harold começaram a se conhecer durante os bailes da cidade, mas foi nesses mesmos bailes que Joseph Lincoln apareceu, ele era filho de um dos inimigos dos Miller, e se aproximou de Clarice, a cada baile eles tornavam-se mais íntimos. – continuei. – Mas na primavera de 1961, sua avó finalmente casou-se com Harold e o casamento deles tinha tudo para ser perfeito, entediante, chato e... – fui interrompida com William me chamando a atenção. – Ah, desculpa! – sorri olhando para meu amigo.

– Então, como a Selena disse... – William se meteu no meu relato e continuou a contá-lo. – A Clarice estava casada com Harold, com uma vida boa e segura, mas mesmo assim, ela ainda pensava em Joseph, daí os dois voltaram a se encontrar escondido.

– Então, a vovó era uma adultera? – o moreno perguntou olhando para William que deu de ombros sorrindo fraco.

– Joseph e Clarice se encontravam as escondidas, até que um dia, Clarice decidiu fugir de casa e pedir abrigo ao Joseph, louco como o jovem era, logo a aceitou, mas só depois que ele descobriu o porquê dela ter ido atrás dele. Ela estava grávida, supostamente dele.

– Eles construíram uma vida e o maior medo de Lucy se tornou real, Clarice se envolveu e muito nos negócios da família criando até mesmo inimigos. Mas foi com o segundo filho que, ela abandonou o negocio da família e tentou até pouco antes da morte fazer com que Joseph também largasse os negócios.

– Então, nós temos um tio mais velho? Onde ele está? – Frederico perguntou apressado.

– A história não termina com a morte de Clarice... – disse. – Dias antes de sua morte em um incêndio na casa da família, ela estava morrendo de medo que Joseph descobrisse um segredo. – continuei.

– Ai caramba, o primeiro filho era, na verdade, do marido, é isso? – Frederico arregalou os olhos e eu sorri satisfeita por ele está acompanhando a história.

– Dai começa um mistério com inúmeras perguntas e ambíguas respostas. – indaguei. – o entregando uma copia de uma das páginas de um dos vários diários de Clarice Miller, em que eu e Clara descobrimos quando fomos à Alemanha. – Primeira pergunta seria: quem foi o verdadeiro incendiário? Poderia ter sido o seu próprio avô, que já descobrirá o segredo de Clarice e a matou por se sentir traído; Ou poderia ter sido Harold influenciado pela rivalidade entre sua família e os Lincoln, o que tem de mais terrível na vida de uma pessoa do que perder toda a família?

– Essa pergunta é contraditória, poderia ser qualquer um dois, mas mesmo assim, eles tinham motivos para não serem. Harold era pai do primeiro filho de Clarice; e Joseph amava de demais a minha vó e o sentimento era reciproco, mesmo que ela tenha guardado esse segredo. – Frederico argumento.

– Foi exatamente isso que também pensamos, até descobrimos que no momento em que ocorreu o incêndio Clarice achou que só conseguirá salvar um dos garotos. – William, concluiu. – Mas todas as nossas tentativas de solucionar o mistério só batiam com uma única pessoa.

– Então vocês conseguiram encontrar o filho da puta que matou a nossa avó? Como? – Frederico perguntou ansioso.

– Quando perguntamos a nossa mãe se ela sabia sobre o passado dos nossos avôs paternos, ela disse que só sabia da existência de um irmão seis anos mais velho que nosso. Ela também nos contou que chegou a vê-lo uma vez, quando Bernardi apareceu do nada, querendo levar o nosso pai de volta à Alemanha, dizendo estar com o nosso avô e que eles eram realmente a família de Richard, não nossa mãe, a vovó Gracie e você.

– Seu pai sabia sobre a existência de um irmão, mas também sabia o que o pai supostamente fez a sua verdadeira mãe, e ele além de não querer ser igual ao pai e ao irmão, Richard tinha uma família que precisava do seu auxilio. – completei o pensamento de William. – Katherine também nos contou que após Richard não querer acompanhar o irmão, Bernardi se “conformou” com a rejeição e partiu, mas dias após de sua partida, Katherine foi atacada e presa junto com você ainda bebê, dentro de casa, onde os agressores atearam fogo e fugiram em seguida.

– O mesmo estilo de “acidente”, mas em épocas totalmente diferentes justificado por quê? – Frederico sussurrou baixou pegando as informações e as reorganizando. – Harold, Clarice e Joseph, um triângulo amoroso entre rivais, que no final das contas Joseph ganhou a jovem, casando-se e tendo filhos com ela. Mas um deles, não era filho do casal, mas sim do inimigo. – refletiu.

– Por que Clarice só salvaria uma das crianças se apenas um deles era de braço? – Steven perguntou intrigado.

– Deveria ter alguém mais na casa, que protegeu o mais velho, tirando-o de dentro da casa enquanto a mãe e o irmão mais novo morriam queimados. – Frederico pegou uma caneta e escreveu o nome de Clarice e de Richard em um papel. – Se Joseph soubesse a verdade e tivesse incendiado a casa como forma de vingança, ele salvaria meu pai e deixaria Clarice e Bernardi morrer, ou seja, a traidora e o bastardo.

– Mas foi o contrário... – William se levantou indo para o lado do irmão. – Era apenas para Bernardi sobreviver. – meu amigo e Frederico se entreolharam e eu arregalei os olhos percebendo que estávamos talvez indo no caminho certo.

– O incendiário foi Harold, que deveria quer vingança por sua esposa ter o traído com seu inimigo, mas salvou a vida do primeiro filho por que, provavelmente, sabia que Bernardi era seu filho e não de Joseph. – concluir. – Mas se Harold salvou o filho, por que Bernardi disse a Richard que ele estava, na verdade, com Joseph? – perguntei.

– Talvez Joseph não tivesse mais nenhuma ligação com Bernardi, mas como o rapaz queria que o irmão se juntasse a ‘família’, Bernardi jogou a isca. – Steven indagou dando de ombros. – Porém, Richard não aceitou e usando aquela frase que você disse... – Steven apontou para mim. – O que tem de mais terrível na vida de uma pessoa do que perder a família? – Steven perguntou e Frederico se levantou chateado.

– Filho da mãe! – Frederico indagou bagunçando o cabelo de maneira nervosa. – Primeiro pai, depois o filho. Esses dois merdas queriam destruir na nossa família. – o moreno disse entredentes olhando para William. – O que aconteceu com eles?

– Ninguém sabe sobre Bernardi, já Harold morreu. – dei de ombros – E o seu avô continua vivo, provavelmente até hoje, porém ninguém sabe onde ele está. – dei de ombros.

– Como foi que você fez isso, hein? – ele perguntou me encarando e eu fiquei gelada com seu olhar. – Não foi só perguntando a vovó Gracie.

– Eu acho que essa parte da história eu posso contar em casa. – indaguei desviando o olhar e me afastando do Mikaelson.

(...)

Foi impressionante como Frederico matou a charada rapidamente. Mas por que será que eu estava me sentindo perigosamente amedrontada com tudo aquilo? Talvez, apenas estivesse impressionada com a trágica e romântica história dos avôs dos Miller. É deve ser isso!

Depois de uns alguns longos minutos no trânsito, eu e Frederico chegamos sãos e salvos. Por mais que ele estivesse chateado agora, Frederico não se exaltou durante o meu relato. Assim que entramos em casa, Frederico subiu para o seu quarto e eu fiquei na sala mexendo no celular, mas na verdade, eu só estava querendo dá um tempo para Frederico ficar sozinho e respirar.

Eu fui para o meu quarto, tomei banho, troquei de roupa e fui ao quarto de Frederico. Bati duas vezes na porta e escutei a tranca da porta ser aberta. Entrei em silêncio e o vi deitar na cama de solteiro com as mãos atrás da cabeça.

– O que foi, hein? – ele perguntou grosso me encarando. Eu o olhei por alguns segundos e depois sorri me aproximando.

– Você quer conversar? – perguntei me sentando próximo a ele. – Nós poderíamos... - tentei dizer, mas fui interrompi pelo moreno.

– Não Selena, eu não quero conversar. – ele indagou ainda sendo grosso. Eu o olhei nos olhos e me levantei rápido, contudo, senti sua mão na minha, não deixando que eu me afastasse. – Desculpa... – ele disse se sentando. – Eu sei que você quer me ajudar, mas minha cabeça está mil por hora... – ele sorriu fraco e eu me sentei ao seu lado o abraçando.

–Vem comigo! – o puxei pela mão. Nós saímos do seu quarto e entramos no meu. – Eu percebi que você não tem dormido bem, então... – disse me sentando na cama e puxando comigo. – Você vai esquecer qualquer problema, vai relaxar, vai deitar a cabeça no travesseiro e eu estarei aqui caso você tenha algum pesadelo. – indaguei sorrindo e ele se deitou na cama. – Ok?- perguntei e ele concordou segurando na minha mão.

(...)

Já fazia mais de duas horas que Frederico estava em sono profundo, e assim que ele adormeceu sua mão soltou a minha. Contudo, eu continuei ali perto dele, vendo-o dormir tão tranquilo, sem preocupação, sem medo, apenas ele. Sorri vendo, de repente, a corrente prata em seu pescoço, era aquelas correntes de identificação que os soldados sempre usam. Aproximei-me devagar e observei o que tinha escrito nela.

“Nós protegemos quem não pode se proteger”

Tirei cuidadosamente a corrente do seu pescoço e sorri com a ideia que acabará de ter. Guardei a corrente na minha bolsa e espero que o moreno não sinta falta dela tão cedo.

Logo depois Frederico acordou tranqüilo, parecendo outra pessoa. Porém, com uma única idéia na cabeça. Descobrir como eu havia descoberto tantas coisas sobre sua família. Droga.

– Um dia eu estava na Alemanha e ouvi alguém falar sobre o império dos antigos mafiosos alemãs e o sobrenome Miller apareceu no meio... – comecei. – Foi assim que eu comecei, procurei uma coisa aqui outra ali, mas informações detalhadas mesmo, quem descobriu foi a Clara. – indaguei receosa vendo Frederico me encarar de boca aberta.

– Como assim a Clara? – ele perguntou.

– A Katherine contou a Clara sobre os Miller terem inimigos e que esses poderiam chegar nela, mas na verdade sua mãe não estava exatamente se referindo aos Miller, mas A Búlgara. Daí, a sua irmã decidiu procurar quem realmente era os seus avôs, ela foi à Alemanha, e até hoje eu não sei como Clara Miller descobriu coisas tão rápido melhor do que os detetives que eu pedi ajuda descobriram... – continue.

– O que ela descobriu? – o morno perguntou sério.

– Ela simplesmente descobriu tudo! – exclamei sorrindo. – A casa que os seus bisavôs moraram, que se transformou num museu, passagens secretas que eram desarmadas por meio de um jogo que vocês brincavam quando criança. E nos final da passagem, nós acabamos descobrindo arquivos, na verdade, eram diários de Clarice, escritos por ela, por Gracie e continuados até talvez o nascimento de Clara, escritos por Joseph.

– Então, se os relatos do nascimento de minha irmã foram escritos pelo meu avô, ele pode está aqui, nos Estados Unidos, quem sabe, vivendo em Los Angeles... – Frederico me olhou e eu dei de ombros, por que não tinha descoberto isso ainda. Por mais quem eu já tenha conversado com um rapaz, meses depois que eu voltar da Alemanha, que afirmou ter visto Joseph uns dois anos antes. Mas na época, ele não sabia onde o velho foi.

– Por que você está procurando pelo velho? – o rapaz alto, moreno, de olhos castanhos escuro, perguntou.

­- Um assunto que eu só posso tratar com ele. - comecei. - Será que você pode me dizer onde ele está escondido? – perguntei.

– Escondido? – o rapaz perguntou e gargalhou em seguida. – O que te faz pensar que Joseph está escondido? – ele se aproximou me encarando.

– Eu sei quem ele é... – sorri vendo o rapaz ficar tenso. – É assunto de família! – exclamei.

– Quem é você? – o jovem perguntou mudando sua postura e tornando-se repentinamente agressivo.

– Meu nome é Selena Holt, eu sou agente do FBI e... – fui interrompida com um tapa na cara.

– O que o FBI quer conosco? – o rapaz perguntou puxando meu rosto e me olhando nos olhos.

– Quem é você? – perguntei séria tentando me controlar para não acabar com aquele merda. – Por que se colocou no meio da pergunta?

– Meu nome é Isaac... Isaac Licoln, neto de Joseph Licoln. – ele disse. – Melhorou? – o jovem perguntou sorrindo. Eu o encarei piscando os olhos tentando absorver a novidade. Meu Deus!

– Você não sabe onde está o seu... – tentei dizer, mas Isaac começou a rir.

– Acredite... Mas se eu soubesse onde o velho está pode apostar que eu não estaria aqui nos Estados Unidos. Porém a última vez que eu tive noticias dele a quase dois anos, Joseph estava morando em Los Angeles e até então eu venho procurando-o em cada canto dessa cidade, mas nada.

– Já pensou que ele possa não está mais aqui? – perguntei o encarando.

– É óbvio que pensei... – Isaac indagou nervoso. – Meu avô viveu muito tempo aqui, então por que só agora ele sairia e não avisaria a mim onde ele foi?

– Como assim, “viveu muito tempo”? – perguntei curiosa.

– Selena, você me parece uma garota esperta para não fazer esse tipo de pergunta e ainda mais foi você mesma que descobriu sobre Joseph, o mínimo que deveria era saber o porquê dele morar aqui... – o rapaz disse se divertindo, enquanto me soltava da cadeira. – Foi mal pelo tapa não estou acostumado a encarar um Federal! - ele se desculpou encostando-se na mesa.

– Ele está aqui pelos Miller! – exclamei e Isaac concordou. – Então ele abandonou os negócios da família? – perguntei vendo Isaac fechar a cara.

– Vamos concordar que uma hora o Joseph teria que fazer isso... – ele deu de ombros indo se sentar na cadeira atrás da mesa. Porém, percebi que não era só isso que estava envolvido.

– O que aconteceu?

– Ele perdeu tudo! – Isaac me encarou parecendo desconfortável.

– No jogo?

– Não! – exclamou. – Quase toda a família. Em um acidente. Meus pais estavam no carro junto com Joseph quando aconteceu. –Isaac indagou. - Enquanto minha mãe morria numa mesa cirúrgica, eu nascia. Meu avô passou quase cinto meses em coma profundo, e eu fui mandado para o sistema de adoção, mas Joseph acordou, ele me levou para casa abandonou parcialmente as negociações da família.

– Então por que você é o que é? – perguntei. – Não é tão fácil de abandonar algo que vem de gerações...

– De certa forma você já respondeu a sua pergunta!- o jovem sorriu. – Joseph passou a me treinar quando eu tinha uns cinco anos e quando eu completei 15, ele deixou tudo sobre os meus comandos e veio para os Estados Unidos. Assim sim, ele se desvinculou totalmente dos negócios.

– Por acaso ele descobriu o que causou o acidente com os seus pais? – perguntei vendo o jovem Licoln se aproximar de mim.

– É claro que ele descobriu... - Isaac indagou serio. – Pena que o responsável também morreu.

– Quem era? – perguntei ficando tensa.

– Harold Afonse, o maior inimigo de Joseph.

(...)

Continuamos conversando, porém fui embora sabendo um pouco mais do lado de Joseph e com uma promessa que até hoje ainda não foi cumprida.

– Acredite, quando menos você esperar ele aparecerá e já que você está na cola dos Miller, talvez, Joseph já saiba sobre você o que quer com ele. Contudo, nós termos que continuar procurando-o.

O resto dos dias até hoje, sexta-feira, foram normais. Eu voltei a me exercitar, agora, na companhia dos dois Mikaelson, passávamos quase duas horas correndo pelo bairro e quando voltamos para casa ainda fazíamos alguns aparelhos na academia. Eram exercícios muito puxados, mas dava para aguentar.

– Vocês dois trapacearam! – gritei empurrando William que gargalhava. – Eu quero outra aposta, essa não valeu... – indaguei batendo o pé, chateada. Nós tínhamos apostado uma corrida de duas horas pelo bairro e eu quase ganhei se não fosse por Frederico ter me segurado na esquina e deixado William passar na frente.

– Amanhã, a gente deixa você ganhar! – Frederico sorriu me puxando pela cintura e eu bati em seu ombro com força.

– Eu vou ganhar por mim mesma e se prepara, por que vocês comeram poeira. – disse apontando para os irmãos e eles riram da minha ameaça, mas eles realmente veriam do que eu sou capaz. – entrei em casa, fui para o meu quarto, tomei banho e quando estava calçando as botas, Frederico apareceu na soleira da minha porta, apenas de bermuda, com os cabelos ainda úmidos, e com os pés descalços.

– Vai para onde? – ele perguntou desconfiado.

– Não se preocupe, eu voltarei logo! – disse pegando minha bolsa e indo até ele. – Mas enquanto isso, você e o seu irmão trapaceiro poderiam jogar algum vídeo game. – sorri lhe dando um selinho e ele me encarou desconfiado.

– Você está me achando com cara de criança? – ele perguntou cruzando os braços. – Vídeo game? – eu concordei e ele deu de ombros. – Tudo bem! – ele se virou e me deixando sozinha.

Caramba, ele nem insistiu para saber aonde eu vou! Agora, sinceramente, eu me senti trocada por uma porcaria de um vídeo game. Desci para a sala e os dois já estavam jogam, passei por ambos, despercebida, e sai de casa manobrando o carro.


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Notas finais do capítulo

Feliz Ano Novo Galeraaaa!!!
XO, Maria Clara Vieira



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