Destinos Traçados escrita por Maria Clara Vieira, carol m


Capítulo 23
Reconciliação e Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Olá aqui é Carol Matias a nova Co-autora e gostaria de dizer que estou feliz em ajudar já que sou uma leitora assídua k, e vou tentar ao máximo não demorar muito a postar aqui pra não ficarem na curiosidade ok? bjs e boa leitura :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312312/chapter/23

POV-Luanna:

Quando chegamos em casa o dia já estava quase amanhecendo e todos estavam fisicamente e emocionalmente esgotados. Taylor e Clara entraram para o quarto, enquanto Bruna me ajudava a chegar ao meu.

– Pode deixar... – William disse me colocando nos braços e andando até o meu quarto. Não tive forças para me opor a sua ajuda, mas senti-me desconfortável com sua aproximação. Ele me deixou dentro do banheiro e, assim que percebi que estava sozinha pude me olhar no espelho e ver a catástrofe que estava.

Tirei a roupa com dificuldades, tentei reprimir o choque entre os meus machucados e a água gelada. Lavei-me, troquei de roupa e voltei para o meu quarto dando de cara com William sentado na minha cama.
– Obrigado pela ajuda! - disse num tom sério.
– Lu... Eu sinto muito! - ele indagou se aproximando. – Eu fiquei tão preocupado quando... - ele tentou dizer, mas eu o interrompi não deixando que se aproximasse.
– William, nós estamos bem agora. - indaguei desviando o olhar dele. – O cara que poderia fazer mal a Clara está morto, seu irmão e a Selena estão bem, e até eu mesma estou bem. - admiti.
– Por que você está mentindo, hein?- ele perguntou me encarando.
– Ah... Por favor! - disse chateada o encarando. – Você não tem nenhuma moral para dizer quem está ou não mentindo aqui... - disse agressiva
– Você nunca vai entender né?- ele perguntou chateado.
– Caramba, será que não está na sua cara que eu não quero entender? - exclamei alto. – Essa droga é muito complicada e só vai nos matar, e eu não quero pensar quem será o próximo a se machucar. - disse passando as mãos no cabelo nervosa. Eu não quero viver com medo, insegura, sempre com a paranoia de que alguém poderia matar os meus amigos, a minha família.
– Ei... - William me chamou a atenção levantando o meu rosto. – Eu não vou deixar que nada te aconteça! - ele me encarou nos olhos e me abraçou. O desconforto não existia mais entre nós e a raiva foi substituída pelo pulsar rápido do meu coração. Eu comecei a chorar e ele me apertou mais contra os seus braços. – Eu estou aqui... E só sairei do seu lado se você quiser! - ele disse beijando os meus cabelos. Em algum momento eu já tinha o ouvido dizer aquela mesma frase. Foi como voltar ao passado. Como eu gostaria de saber o porquê de tudo ter acontecido...
– Por que você desapareceu? - perguntei de repente o olhando nos olhos e ele se afastou um pouco me puxando para a cama. Nós nos sentamos e o silêncio dominou o quarto.
– Se eu pudesse apagar tudo... - ele começou segurando a minha mão. – Tudo o que aconteceu conosco foi consequências de uma brincadeira estúpida de adolescentes, que resultou nisso!
– Eu acho que o erro não foi só seu!- admiti. – Éramos melhores amigos não deveríamos ter arriscado algo mais profundo! - indaguei o encarando sem saber se o que eu mesma dizia era a verdade ou se queria apenas me enganar.
– É verdade... - ele disse desviando o olhar. – Você acha que um dia nós poderíamos ser amigos novamente? E você me perdoa? - ele perguntou depois de alguns minutos.
Amigos! Meu coração se acelerou ao ouvir essa palavra. William me magoou no passado, mas talvez eu também tenha culpa, já que me deixei levar e imaginei uma situação muito mais profunda do que estávamos.
– Poderíamos tentar! – desviei o olhar, dei de ombro sorrindo fraco.
(...)

Depois de passar boa parte das primeiras horas do dia conversando com William, eu acabei cochilando, quando acordei, ele não estava mais no quarto. Levantei-me ainda com dificuldade, fiz minha higiene matinal, troquei de roupa e, por incrível que pareça, durante esse tempo todos os pensamentos se voltaram a uma única pessoa. William.

Desde sua volta, eu decidi manter-me afastada e esse foi até um dos motivos por eu não ter participado do jantar da noite passada. Sim, eu ainda estou magoada pelo final que tivemos no passado, mas depois da nossa conversa, também percebi que a culpa não foi só dele. Foi minha, porque eu quis ter algo mais profundo que amizade e por isso acabei estragando uma das melhores amizades que já tive. Mas agora aquela magoa tornou-se algo diferente, confuso, que ainda me faz querer tê-lo por perto mesmo depois de tudo.

Realmente seria burrice continuar remoendo o passado com algo que não deveria ter acontecido, por mais que em uma das partes existisse sentimentos! Nós estávamos tendo uma segundo chance de remendar os laços, todos nós, então por mais confusos e amedrontados que estejamos era uma oportunidade única.

(...)

– Era de se esperar que vocês soubessem sobre a Kate! – escutei a voz de Clara do corredor.

– Nós estávamos preocupados com você... – William começou. – E a nossa mãe queria muito ajudá-la, a Kate se sentia mal por tudo o que aconteceu e vinha acontecendo a você e ao Frederico. Ela sabia que não tinha no momento como ajuda-lo, então... – ele deixou a frase morrer.

– Ela contou-me sobre a doença, o tratamento, o medo que sentiu ao se deparar com a morte sabendo o como estávamos fragilizados ainda... – minha amiga indagou baixo. – Foi um choque reencontrá-la, casada e feliz. – Clara disse. – Não que eu desejasse que ela tivesse sofrendo, por que de certa forma ela sofreu como qualquer um de nós. Mas...

– Você teve medo que aquele fosse o motivo dela ter passado tanto tempo desaparecida... -William completou se levantando. – Mas acredite que por nenhum segundo ela parou de pensar na gente! – ele exclamou abraçando a irmã.

– Eu só fico preocupada agora com o Frederico... – ela encarou o irmão. – Nós conversamos ontem e ele aceitou de primeira reencontrá-la, mas ele não sabe que ela está casada e muito menos que...

– Que temos mais uma irmã! – William sorriu. – Eu vou falar com ele e se não ter certo, a Aubree vai conquista-lo só com a cara de sapeca, ok? – ele perguntou a abraçando novamente.

– Eles poderiam se encontrar no campeonato beneficente de esportes daqui a uma semana. – sugeri entrando no campo de visão de ambos. – A Kate voltará em alguns dias da Austrália, por que não... – sorri sentando-me ao lado de William.

– Eu só espero que não aconteça nenhum imprevisto com o Jeremy! – Clara exclamou pegando o celular.

Tomamos café conversando rapidamente sobre o que Clara e William fariam para que o Frederico e Katherine se reencontrassem sem acabar em brigas. E depois da terceira tentativa de falar com Katherine, Clara conseguiu. Katherine aceitou na hora ficando super feliz, mas agora o mais difícil do plano seria contar a Frederico as mudanças pela qual sua mãe passou nesses anos e sobre sua mais nova irmãzinha de quatro anos, Aubree Lincoln.

(...)

William saiu do apartamento depositando um beijo na minha bochecha e me abraçando, eu sorri, e assim que fechei a porta para o mesmo Clara me encarou com um sorrisinho malicioso nos lábios.

– Para de imaginar coisa! – indaguei indo sentar no sofá.

– Eu não fiz nada, só estou observando... – ela riu pegando o celular novamente.

Enquanto ela conversava com alguém na cozinha, que eu aposto que era Selena, eu tentava arduamente me concentrar nos textos e imagens que estavam na tela no meu notebook. Moda Contemporânea, Italiana e... Que saco! Fechei notebook e fui para a sala.

– Se você me deixar falar, eu até conto como foi... - escutei Taylor ao celular, Clara estava deitada no seu colo e o observava curiosa. – Para de gritar, porra! - ele exclamou afastando o celular do ouvido fazendo Clara rir. – Tá desculpa...

Eu sentei no sofá que estava sobrando e fiquei observando o monólogo.
– Na verdade ela que me encontrou! - ele rodou os olhos impaciente. - Nós conversamos, ela me contou o que fazia e eu aceitei... Amanda, ela já é crescida e se virou muito bem todo esse tempo. - ele olhou para Clara que pegou sua mão e a beijou. - Eu falarei com a Sel, mas não garanto nada. – Tá! Como é que você sabe? - ele perguntou sorrindo para Clara. – É... Depois eu apresento ok? - ele fez uma careta. – Também, manda um abraço para ele. Tchau. - Taylor desligou o celular e respirou fundo.
– Sua mãe surtou? - Clara perguntou duvidosa e ele riu.
– Quando o assunto é a minha irmã, ela sempre surta, mas eu acho que ela também ficou surpresa por eu estar namorando! - ele deu de ombros sorrindo.
– Anw... Que fofo! - Clara o beijou.

Tá legal, o que mesmo eu estou fazendo na sala? Absolutamente nada, só vendo o casalzinho perfeito se agarrarem bem descaradamente ao meu lado.
– Oh Bruna, vamos pedir uma pizza? - gritei saindo às pressas do cômodo e adentrando no quarto da minha outra amiga.
Bruna hoje estava muito silenciosa, mais do que o habitual. Quando entrei no seu quarto a loira estava sentada na cama com a cabeça encostada na cabeceira do móvel, de olhos fechados e com os fones de ouvido.

– Hey Bru... O que foi? - chamei sua atenção sentando-me ao seu lado. Ela não respondeu de primeira, mas de repente se jogou no meu colo fazendo biquinho. – Bru... – indaguei.

– Eu o vi Lu! – ela sussurrou. – Eu vi o Jared no hospital. – ela cobriu o rosto ao dizer.

POV- Bruna:

Depois que o celular de Selena foi atendido pelo porteiro, os rapazes saíram as pressas do prédio e William pediu que eu ficasse, por que seria mais seguro, lógico eu concordei. Contudo, fiquei apreensiva pela Clara e pela Selena. Já passava das onze horas quando o meu celular tocou em minhas mãos. Era William.

– As encontrou? – perguntei apreensiva.

– Sim... – ele disse distraído.

– A gente está na ambulância agora, será que dá para você trazer algumas roupas das garotas? – ele perguntou e eu corri para o quarto de Clara pegando uma roupa confortável.

– Elas estão bem?– perguntei.

– Acho que sim, Luanna e Clara se machucaram superficialmente, mas Selena além dos machucados também inalou fumaça.

– Espera... – pedi assustada.

– A Lu estava com eles também! – exclamei colocando a mão sobre a boca. – Eu já estou indo! – disse após ele informar qual o hospital que eles estavam indo.

(...)

Alguns minutos depois encontrei os irmãos Miller na recepção do hospital e Frederico era o que parecia mais abatido, além disso, suas roupas estavam sujas e ele também estava machucado.

– Como elas estão? – perguntei aproximando-me deles.

– A Clara está no quarto conversando com o Taylor, Luanna está fazendo o curativo e Selena está no balão de oxigênio.

– William informou antes de Frederico se levantar e sair.

– Frederico... – chamei-o, mas ele entrou em um dos quarto sem querer conversar.

– Ele está meio em choque. – William indagou bagunçando os cabelos. – Foi graças ao Frederico que a Selena não morreu novamente! - conversamos mais um pouco até que o médico veio até nós.

– Srta. Holt terá que ficar em observação, mas Luanna e Clara serão liberadas daqui a alguns minutos. – o médico loiro, forte indagou olhando ainda para a prancheta.

– Eu espero que elas fiquem bem! – ele sorriu levantando a cabeça. Jared Smith?

– Obrigado! – William agradeceu e Jared saiu me encarando por alguns segundos.

(...)

Eu estava cafeteria com cabeça abaixada olhando o cardápio, quando vi alguém se aproximando da minha mesa.

– Quanto tempo Bruna... – escutei a voz masculina que nunca conseguiria esquecer. Jared.

– Olha só ele se lembra do meu nome! – disse sorrindo ironicamente.

– O que você quer, hein?- perguntei sendo direta. – Eu tentei te encontrar... – ele começou se sentando a minha frente. Que cretino, ele sempre soube onde eu morava e nunca me procurou depois do tapa que lhe dei ao sair de sua casa sentindo humilhada e usada.

– Por que você não vai cuidar dos seus pacientes, hein? – perguntei levantando-me, mas Jared me segurou pelo braço.

– Eu quero conversar com você! – ele me olhou nos olhos e se aproximando.

– Por favor... – ele disse manso. Droga de olhos verdes, de sorriso sedutor, de cabelo que parece que ele acabou de acordar. Bruna Fox se concentra mulher... Você sabe que como ele joga, você tem que ser forte, se imponha maluca.

– E eu gostaria que você tivesse mais consideração e respeito pelo momento delicado que eu e minhas amigas estamos passando. – indaguei me desfazendo dos seus braços. Não, volta! Abraça-me, me prende contra a parede e me beija como fazia quando nos conhecemos. Minha mente estava em uma confusa e dolorida guerra entre o certo e o errado. Por que sempre que estávamos juntos isso acontecia, hein? Sai rápido da cafeteria e fui para a recepção encontrar com os rapazes.

(...)

Agora estamos eu e Luanna no meu quarto, enquanto eu a conto mais sobre o Jared e sobre o meu reencontro com o mesmo. Ela ouvia tudo em silêncio e finalmente quando terminei, ela deu um grito animado assustando.

– Essa não era a reação que eu esperava! – comentei colocando o travesseiro no rosto.

– Bruna Fox, você finalmente encontrou o seu doutor fantasy e simplesmente quer deixá-lo escapar? – ela perguntou espantada puxando o travesseiro de mim.

– Depois de todo esse tempo ele quer conversar com você, ele foi a sua procura no hospital...

– Luanna, você mais do que ninguém deveria saber que quando o tipo de homem como Jared diz que quer conversar com uma garota, ele quer, na verdade, transar com ela! – exclamei a olhando de lado.

– Não que sexo seja ruim ou um pecado... – minha amiga comentou dando de ombros. – Eu acho que você deveria falar com ele e se realmente for o que você está pensando só é dá o fora nele e seguir em frente. – ela disse como se fosse tão simples.

– E o meu coração, droga! – choraminguei e ela afagou os meus cabelos.

– Bruna se você não for ter relacionamentos por medo de que quebrem o seu coração, você nunca realmente saberá o que é viver amiga!

Nós conversamos por mais algumas horas e como se fosse o destino conspirando não sei como sobre mim, o meu celular começou a tocar e no visor piscava o nome do Jared. Ai meu Deus! Atendi após tocar umas seis vezes.

– Alô?

– Oi Bruna, é... É o Jared! – ele gaguejou fazendo-me arrepiar.

– O que foi? – perguntei sem saber o que dizer.

– Será que poderíamos conversar? – ele perguntou e meu coração acelerou.

– Eu sei que fui inconveniente te abordando no hospital, mas eu... – ele tentou dizer, mas eu o interrompi.

– Tudo bem. – indaguei.

– Podemos nos encontrar na lanchonete próxima daqui do meu prédio. – disse.

– Você ainda se lembra aonde eu moro, não é? –perguntei duvidosa.

– Eu não seria maluco de não me lembrar! – escutei sua risada e sorri também.

– Passo ai daqui a quinze minutos, ok?

– Ok. – disse desligando.

Depois que fiz isso, corri para o banheiro tomei um banho rápido, troquei de roupa colocando um short preto, uma blusa rosa clara de manga ¾ e decote em v, calcei uma rasteira, passei um rímel, batom fraco e perfume, peguei meu celular e sair do quarto ajeitando o cabelo.

– Uau... – escutei a voz das garotas e olhei na direção delas.

– Tá legal mesmo? – perguntei sorrindo e elas concordaram, virei-me para sair e sem querer trombei com Taylor.

– Taylor, ela não está gata? – Luanna perguntou sorrindo e eu acho que fiquei vermelha.

– Eu pegava! – ele exclamou se sentando ao lado de Clara que lhe deu um tapa no ombro. – Quer dizer, você é bonita, mas agora está mais. – ele disse sendo gentil.

– Obrigado Taylor. – agradeci saindo.

– Você já tem o elogio de um doutor fantasy com dona, agora vai pegar o seu! – escutei Luanna gritando e antes de enfiar a cabeça num buraco de vergonha, eu fechei a porta e tentei me manter calma.

Minha mente dizia que era loucura o que estava fazendo, mas eu queria ter a certeza das minhas possibilidades: Poderia ser verdade o que Luanna disse sobre Jared, ele poderia ser o meu doutor fantasy e eu seria uma baita sortuda, mas também poderia me dar mal e me machucar...

– Bruna! - ouvi a voz masculina próxima a mim e fui rapidamente tirada dos meus devaneios. Lá estava Jared Smith, com uma roupa formal demais para quem realmente o conheci. Meu Deus, muito lindo e pegavel.

– Oi. - disse sorrindo e tirando os pensamentos pervertidos da minha cabeça.

– Que bom que aceitou conversar! - ele sorriu se aproximando mais e pegando na minha mão. - Vamos entrar. - ele sugeriu e eu logo aceitei.

Nós nos sentamos um frente ao outro, pedimos um café e nos minutos seguinte ficamos num silêncio quase que desesperador.

– Bru, eu senti a sua falta. - Jared indagou segurando na minha mão em cima da mesa. - Eu não queria que tivéssemos terminado do jeito que aconteceu... - ele me olhou nos olhos e eu sorri fraco.

–Jared, primeiro, nós não éramos namorados para terminarmos algo, era apenas sexo e amizade. - disse puxando a minha mão da sua. Eu sabia... Ele estava com saudades por causa do sexo, que droga!

– No começo foi assim, mas depois... - ele abaixou a cabeça. - Poxa, você não podia ter saído daquele jeito! - ele indagou chateado e eu o encarei surpresa.

– Ah... Desculpa Jared se eu tive amor próprio e sai antes de você me dá um pé na bunda e terminar de destruir o meu coração ou qualquer sentimento que podíamos estar construindo. - desabafei fazendo-o me olhar nos olhos surpreso. O que foi, hein? Eu disse algo errado? Ai meu Deus, eu disse, quer dizer, eu não disse, mas pode ter parecido que eu disse!

– Então você também sentiu a minha falta? Tá admitindo que tínhamos algo? - ele sorriu e eu fechei a cara por alguns segundos querendo me matar. Estúpida!

– Não, eu não senti a sua falta e... - tentei dizer enquanto me levantava, mas ele se levantou ao mesmo instante que eu e ficamos frente a frente quase colados. Respira Bruna, minha mente gritava enquanto tentava achar um jeito de fazer as minhas pernas se moverem.

– E do sexo?!- ele perguntou me deixando absorta. Sai da lanchonete as presas e quando coloquei o pé fora da calçada, escutei a buzina forte e senti os impacto do meu corpo contra outro. Eu fechei os olhos por alguns segundos ofegante e quando os abri novamente senti os braços de Jared envolta de mim.

– Pode... Pode me soltar. - pedi me afastando dele com a mão, mas ele não soltou de início.

– Vem comigo, vai! - ele pediu colocando o meu cabelo atrás da orelha. Eu respirei fundo indecisa. Deveria ir?

(...)

Nós entramos na sua casa e eu percebi que não mudará nada desde a ultima vez. Grande, bem organizada, limpa e arejada. Jared sorriu ao me ver olhar ao redor e me sentar no sofá.

– Por que me trouxe aqui, hein? - perguntei confusa.

– Era o único jeito de conversar e você não tentar se matar! - ele deu de lados indo ao bar. - Você quer? - o loiro perguntou me olhando sugestivo e eu neguei levantando-me.

– Você não vai me embebedar e depois me convencer a ficar com você. - disse indo para a porta, mas ele me puxou pelo braço fazendo-me bater contra o seu corpo novamente.

– Por que você acha que eu faria isso, hein? - ele perguntou me olhando nos olhos. - Se você quer ficar comigo, mas não coloca a culpa em mim, ok?- Jared me puxou pela cintura colando os nossos corpos. Não, eu não vou fazer isso, não posso.

– Solte-me. - pedi me esquivando, mas ele me prendeu contra a parede e os segundos que passamos nos encarando. Jared se aproximou beijando meus lábios de leve e depois ficou alguns segundos me observando antes de voltar a beijar-me com mais necessidade.

Eu o puxei pela camisa e senti seu sorriso se formar. Eu fui pega de surpresa quando ele segurou a minha cabeça bagunçando o meu cabelo e beijando-me a boca com fervor. Jesus!

– Vamos para o meu quarto!- ele sussurrou no meu ouvido e eu gelei. Não, não pode ser só sexo! Não pode...

– Espera! - pedi quando ele puxou a minha mão. - Eu não posso fazer isso... - indaguei negando e Jared me olhou confuso. - Fala a verdade Jared! - pedi me sentindo mal pelo o que eu deixei parecer ser.

– Do que está falando? - ele perguntou se voltando para mim.

– Eu não quero ficar com você! - exclamei vendo seu olhar ficar ainda mais confuso. - Não desse jeito que você quer, eu não quero e não posso ser mais uma na sua cama com data de validade. - indaguei dando de ombros.

Jared não respondeu. O que, de certa forma, já é uma resposta. Era isso, ele faria como faz com todas, a nossa conversa só era para o sexo. Eu estava certa, ai como eu gostaria de estar estupidamente errada. Eu gostava/ ainda gosto dele, Jared se tornou meu amigo mesmo com o nosso lance, mas acho que esse sentimento era platônico.

Finalmente sai da casa, e dessa vez, ele não me impediu, muito menos veio atrás de mim como da ultima vez! Isso doeu, por que eu queria vê-lo lutar por mim, mas não aconteceu.

(...)

Peguei um táxi e voltei para casa. Decepcionada. Assim que fechei a porta de casa, eu me escorrei na porta e sentei no chão deixando algumas lágrimas cair. Que bom que as garotas não estavam em casa para me encherem de perguntas.

Eu tinha-o dado meu coração a venda. Eu havia o destruído... Não chorei, não fiz drama, apenas recuperei-me e fui para o meu quarto. Tirei a roupa, tomei banho, coloquei um pijama juntei todos os meus matérias da faculdade e... Medicina. Não vou fazer nada! Desisti de estudar, deitei na cama, liguei a TV e tentei concentrar-me em algum filme. Zapeei os canais e para o meu azar, só malditos filmes românticos! Desliguei a Tv jogando o controle na mesinha e me cobri colocando o travesseiro na cabeça.

Supera Bruna! Você não precisa daquele babaca. Até ontem você estava perfeitamente ótima sem ele, você não precisa dele. A fila vai andar, dizia para mim mesma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem, comentem muito e falem o que achou e o que querem que aconteça, beijos :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Traçados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.