Destinos Traçados escrita por Maria Clara Vieira, carol m


Capítulo 20
Ops! Isso foi um mal entendido...


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amorecos do meu coração,
Espero que gostem do novo capítulo, que por sinal está cheio de emoções... Hahahahaha
Boa Leitura!
XO,



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POV-Luanna:

Os últimos dias tem sido um inferno! Sempre estressada, de mal-humor, prestes a brigar com qualquer um, até comigo mesma se brincar.A única coisa que me deixava um pouco relaxada eram os trabalhos prolongados na universidade.Desde o episodio do maldito hospital eu já desenhei umas cinqüenta roupas, mas apenas produzir metade delas, alguns vestidos, blusas e costumei algumas também .

Estava desenhando tão distraidamente que só escutei a voz da minha professora quando a mesma me cutucou.

– Luanna? – ela me chamou sorridente. Ah se ela soubesse como esses sorrisinhos me irritam!

– Sim! – exclamei séria.

– Eu poderia fala com você?- ela perguntou indo até a sua mesa. – É que eu tomei a liberdade de selecionar alguns dos seus desenhos dos últimos dias. – ela começou me entregando uma pasta transparente e só naquele momento eu percebi que não estava com a minha pasta de rascunho.

– Onde você a encontrou? – perguntei pegando-a. – Olha obrigada por ter guardado-a, mas não podia xeretar nos meus rascunhos! – reclamei e ela sorriu timidamente.

– Eu fui avisada semana passada para escolher um dos meus alunos para desenhar a nova coleção da loja Clothes Over Bros, e depois que vi todos os seus desenhos tanto os das roupas quanto o do rapaz sem camisa e da garota vestindo os desenhos, eu pensei que poderia falar com você. Ela começou. – Eu gostaria de saber se você estaria disposta a trabalhar com COB? – ela perguntou ficando séria e eu a olhei perplexa. C&B é a melhor grife e loja de roupas dos EUA, a criadora dela é Sophie Davis e ela começou a desenhar quando ainda estava no ensino médio e hoje é simplesmente a melhor e mais rica estilista da Europa e EUA, e nesse exato momento a minha professora estava perguntando se eu aceitaria desenhar para a C&B? Eu não tenho nem o que pensar!

– Claro! – exclamei sorrindo. Era a primeira vez nesses últimos dias que eu sorria.

– Então, tudo bem. Eu marcarei com a Sophie para ela te conhecer na segunda-feira no escritório da COB, ok? – ela perguntou.

– Tudo bem, mas eu não precisarei passar por uma seleção primeiro, não?

– Não, ela mesma me pediu para fazer a seleção com o aluno que escolhesse, e vendo os seus desenhos eu tive certeza que seria você!- ela exclamou – Então nos encontramos na segunda-feira. – saímos e eu corri para casa, para contar a novidade para as meninas.

Uns quinze minutos depois, eu cheguei em casa, jogando tudo no sofá e correndo para o quarto de Clara, abri a porta e dei de cara com Clara e Taylor rindo.

– Olha só quem apareceu! –Clara exclamou feliz eu sorri.

– Vocês voltaram, foi? – perguntei curiosa e Clara se levantou pulando a cama se jogando em cima de mim.

– FOI! –ela riu. – Você não vai implicar, né? – ela perguntou receosa e eu sorri.

O um problema não era com ela, muito menos com Taylor, não vou mentir que fiquei chateada por ele ter mentido para minha amiga, mas se agora estava tudo bem entre eles, eu que não iria me opor!

– Claro que não sua boba! – a abracei e ela riu mais. – Você está feliz é o que importa!

– Então, você voltou a ser a Luanna de sempre? – Taylor perguntou duvidoso e eu dei de ombros.

– Acho que sim... – afirmei, ele veio me abraçar. – Mas eu ainda vou ficar de olho em você e ai se aprontar ou magoa a Clara de novo, ta ouvindo? – o adverte e ele riu.

– Pode deixar.

Depois de algum tempo conversando com os dois, eu fui para o meu quarto e decidi só contar a novidade quando eu realmente conseguisse o emprego. Então, quando cheguei ao quarto tirei minha roupa, tomei banho, vesti uma roupa simples e me deitei ligando o notebook.

Navegando aqui e ali na internet, eu cai na besteira de colocar o nome da tal máfia que Selena e William comentaram no Google. Depois de alguns segundos, as páginas com algumas noticiam apareceram na tela. Li várias noticiam e a cada minuto que passava eu ficava apavorada. Eu descobri que ela era pior do que eles tentaram nos convencer que ela era. Foi quando peguei o celular e decidi passar uma mensagem para Selena pedindo desculpas por eu ter sido tão teimosa em aceitar a sua ajuda e de William quando ambos me ofereceram.

Selena,

De inicio fiquei chateada por mentir tão descaradamente para nós, mas após pesquisar sobre essa tal máfia eu estou aterrorizada! Espero que você ainda esteja disposta a nos ajudar.

Beijos, Lu.

Alguns minutos depois ela me respondeu:

Olá Lu,

Estou muito feliz que você entendeu as circunstâncias que fui submetida, e espero que Clara e Bruna também, por que nunca foi proposital enganar vocês! Espero também que Clara e meu irmão (como é bom chamá-lo assim!) tenham se acertado, e qualquer hora dessas nós, apareceremos para conversar com vocês!

Beijos, Sel!

Tentei descansar um pouco, mas não consegui então fui para sala e acabei encontrando Taylor assistindo TV, sentei-me ao seu lado e sorri.

– Onde está a Clara?- perguntei puxando assunto.

– Falando com Katherine. – ele disse zapiando os canais na TV. – Sabe até hoje eu não entendi como elas voltaram a se falar...

–Katherine simplesmente apareceu alguns dias depois do aniversario de 18 anos de Clara. – indaguei pegando o controle de sua mão e colocando num canal de esportes.

– Essa parte eu sei... – ele riu. – Ela nos pegou juntos! – ele exclamou me olhando de lado. – Foi o dia mais constrangedorda minha vida...– ele indagou sério e eu gargalhei.

–Você não contou isso a ela, não é? – perguntei ainda rindo.

– Está maluca, é? – ele perguntou assustado. – Eu tentei se o mais natural possível, e levar na esportiva, mas que foi constrangedor, isso foi!

– A Katherine é tranquila, ela só ficou surpresa de ver que a filha já estava namorando! – disse o tranquilizando.

– Hey... – Clara nos chamou a atenção vindo para a sala. – Do que vocês estavam conversando e rindo, hein? – ela perguntou se sentando no colo de Taylor.

– Do dia em que a sua mãe pegou vocês juntos! – disse sorrindo e Clara de repente começou a rir.

– Nem me fale daquele dia... – ela começou. – Você acredita que ela fez um interrogatório comigo, perguntou tudo sobre você e quando eu disse que nós estávamos nos encontrando escondido do meu irmão, ela me olhou séria e disse “Coitado desse rapaz!”. – ela indagou olhando para Taylor e ele riu forçado.

– Sua mãe em razão! – ele exclamou.

– Mas agora Frederico não pode fazer nada, por que ele fez a mesma coisa com a Selena... – indaguei distraída dando de ombros. Foi quando me calei que percebi a gravidade o que havia dito. Gravidade, por que só nós sabíamos e depois de tudo o que aconteceu entre Frederico e Selena no hospital, eu duvido que fosse uma boa hora para abri o jogo.

–Como assim? – Taylor perguntou me encarando e minha amiga respondeu por mim.

– Nada de mais... – Clara sorriu amarelo. – Esquece isso! – ela ia lhe dá um beijo, mas ele desviou o rosto.

– Esquecer isso? – ele colocou Clara de lado e se levantou. – Minha irmã estava namorando seu irmão todo esse tempo e mesmo assim ele agiu como um idiota com ela! – ele exclamou chateado.

– Taylor provavelmente ele não sabia que ela era sua irmã e muito menos que ela era do FBI. Sem contar que os dois só se viram umas duas vezes... – Clara foi ao seu lado e pegou a chave do carro de sua mão. – Não vai procurar confusa, por favor! – ela pediu.

– Duas vezes que tiveram suas rapidinhas! – indaguei e levei uma almofadada na cara.

– Luanna, por favor, cala a boca! – Clara gritou me olhando nervosa. No mesmo instante Taylor tomou a chave do carro da mão da namorada e saiu de cara feia. – Você adora provocar, viu! – minha amiga exclamou e saiu também. Fui atrás da garota e por sorte conseguimos alcançar Taylor no elevador.

– Não tenta me impedir de quebrar a cara do Frederico! – Taylor alertou Clara e ela o olhou chateada.

– Taylor se você fizer isso, estará dando o direito dele também quebrar a sua cara, ou esqueceu que nós estávamos juntos primeiro. – ela tentou argumentar.

– Por acaso, a gente já dei umas rapidinhas e algum tempo depois bati em você fingindo que nunca te conheci? – ele questionou e ela ficou em silêncio. Nós saímos do elevador e Clara me parou antes de entramos no carro.

– É melhor você ficar aqui... – Clara pediu.

– Sinto-me mal de ter contado, não foi por maldade saiu sem querer, eu sinto muito não queria causar algum tipo de confusão, esse foi um daqueles momentos que você fala antes de pensar. –indaguei chateada comigo mesmo. – Eu gostaria muito de ir e ajudar a controlar ou concertar essa situação que eu criei sem querer, mas realmente me parece uma boa opção ficar em casa e evitar algum encontro com o William.

POV - Selena:

Depois de uma semana desgastante sendo obrigada a olhar para cara de Frederico e escutar suas provocações. Eu tomei um relaxante banho, coloquei meu pijama e fui deitar, mas meu celular começou a tocar, eu o peguei e logo atendi.

– Alô?

– Selena que história é essa que você está pensando em se casar, hein? - escutei a voz animada da minha amiga Hope no outro lado da linha e comecei a rir.

– Hope... Quanto tempo amiga! - disse alegre. - Quando é que você virá me visitar, hein? -perguntei brincando.

– Selena Holt deixa de mudar de assunto! - ela indagou chateada.

– Tudo bem... - disse revirando os olhos. - Realmente essa história de casamento é verdadeira, mas tudo faz parte de uma missão.

– Agora explica o por quê de ser tão repentino... - a garota comentou. – Olha, amanhã eu e Charlotte iremos a sua casa. Daí enquanto a Char baba nas suas maquiagens caríssimas você me deixa a par do que está acontecendo. - Hope disse e rimos juntas.

– Ok Hope! Beijos. - despedi-me da minha amiga e desliguei o celular.

Hope Bradly. Nós nos conhecemos a quase um ano, eu estava numa viagem a New Jersey e a encontrei na rua, na chuva, então eu me aproximei dela e lhe ofereci ajuda, de inicio ela não quis, mas depois agradeceu. Levei -aa uma lanchonete e depois dei-lhe um agasalho.

– Onde eu posso te deixar? - perguntei vendo-a comer desesperadamente. Foi quando percebi que ela talvez não tivesse casa.

– Eu estou sozinha... - ela comentou. - Meus tios me expulsaram quando descobriu que eu estava grávida, aí desde o mês passado eu... - ela tentou dizer, mas a interrompi.

– De quantos meses você está?

– Não sei, eu só fiz o teste da farmácia.

Então, eu tive uma ideia totalmente maluca, mas que valeria a pena.

– Se eu te ajudasse, sabe, com exames, roupas, o que você me diria? -perguntei sorrindo e Hope me olhou confusa.

– Olha Selena, eu agradeço por você ter me oferecido uma refeição e ter me dado um casaco, mas isso... - ela se levantou saído.

Depois de muito insistir ela se convenceu que seria melhor para ela e para a criança, então eu comprei mais uma passagem para Los Angeles e nós partimos.

Depois que chegamos à cidade, fomos ao médico e Hope descobriu que estava grávida de quase três meses. Foi quando a irresponsável garota decidiu que não poderia ficar com o bebê. Nós discutimos e eu contei-lhe o real motivo de querer tanto ajudá-la. Contei-lhe sobre o meu filho, e o modo que o perdi, ela chorou tanto que me perguntei se fizera o certo. Dias depois o resultado apareceu, ela sorriu no café da manhã e me deu a notícia.

– Eu desisti de abortar! - a garota contou. - Eu estou ciente que será muito difícil, ainda mais por que tenho só 18 anos, mas eu posso estudar pela manhã numa escola que tenha creche e a noite eu poderia trabalhar como garçonete em alguma lanchonete.

Mas para a surpresa dela, eu a chamei para me ajudar com a minha agenda na Unicef. E depois de uma viagem de um mês a New York para preparar os últimos detalhes da festa beneficente que acontecerá daqui a algumas semanas, Hope e Char finalmente estava voltando.

(...)

Acordei com a campainha tocando, levantei-me fiz minha higiene matinal e desci preguiçosamente as escadas.

– Oi! - vi quando Frederico abriu a porta só de calça de moletom.

– Olá!- escutei a voz de minha amiga e a vi entrar sem ser convidada. - Cadê a Selena? - ela perguntou sacolejando a pequena Charlotte em seus braços.

– Quando você disse que chegaria hoje eu não imaginei q madrugaria na minha casa!- exclamei indo ao seu encontro, ela deu um pulo e se jogou nos meus braços rindo. Quando de repente Char deu um gritinho alegre e eu estiquei os meus braços para pega-la. - Meu amorzinho... Eu estava morrendo de saudades de você! - a apertei num abraço e ela riu.

– Já vi tudo! - Hope exclamou indo a porta pegar as malas. - Essas duas vão ficar grudadas e nem vão perceber a minha presença. - ri da sua chantagem barata.

– Para de ser chata Hope... - fui a porta ajudá-la a pegar as malas e me surpreendi com a quantidade de malas que a garota trazia. - Frederico, segura aqui a Charlotte... - pedi já entregando a pequena para ele para ajudar a outra.

(...)

Quando nós entramos em casa nós nos sentamos no sofá e Hope ficou olhando de cima a baixo Frederico.

– Você é irmão do William, não é?- ela perguntou curiosa e ele concordou.

– Frederico, essa é Hope e Hope, esse é Frederico. - os apresentei e eles se cumprimentaram.

– A Selena falava muito de você! - ela sorriu e eu a cutuquei fazendo-a me olhar assustada. - Quer dizer... Não muito, só... Às vezes! - revirei os olhos e me levantei bufando.

– Selena! -ela exclamou, mas não voltei.

(...)

Que droga! Ela mal chegou e já vai piorando a minha situação com o Frederico. Fui para a cozinha e comecei a fazer o meu café da manhã. Quando de repente, escutei um suspiro alto e levantei a cabeça dando de cara com Hope.

– Olha desculpa, eu... - ela tentou se desculpar, mas eu a olhei de cara feia.

– Cala a boca! - exclamei chateada e ela me encarou assuntada. - Por que você falou aquilo, hein?

– Escapuliu, e eu achei que vocês fossem íntimos sabe, você sempre se referia a ele como um cara legal que você ficou algumas vezes e...

– Ele é o mesmo aquele mesmo líder dos Dragões Vermelhos que eu xinguei várias vezes, tá satisfeita?- eu a perguntei dando de ombros e ela abriu a boca surpresa.

– Que porra! - ela exclamou eufórica. - Selena que merda você fez para ele está na sua casa? Ele sabe que você é você? William sabe? - Hope começou a tagarelar e me encher de perguntas. Até que eu gritei "para!" e ela me olhou assustada.

– Eu não fiz nada de errado, apenas o meu trabalho, ele precisava da minha ajuda e eu ajudei. - comecei. - Foi o próprio William que disse para ele ficar aqui, ok?

– E você não gostou nenhum pouco dessa ideia, não é mesmo? - ela comentou sorrindo maliciosa.

– Ele não sabe nada sobre mim, na verdade ele não se lembra... - respirei pesado. - Ele não se lembrar de mim quando nos conhecemos na festa da Claire e sinceramente não está nem um pouco interessado em saber o que aconteceu comigo depois que ele me salvou. - indaguei frustrada. – Ah, claro, ele só se lembra de que salvou uma garota estúpida que foi quase assassinada. - disse chateada.

– Hey... Você não é uma garota estúpida! - Hope veio para o meu lado e afagou os meus ombros. - Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci naquela época você se perdeu, como já aconteceu comigo, mas no seu caso, você não teve a mesma sorte que eu. - ela sorriu com ternura e naquele momento eu não consegui mais me conter.

O aperto no meu peito que vem se tornando uma bomba prestes a explodi, acabará de explodi. Sem se importar no quanto eu já chorei nos últimos dias, simplesmente, esse aperto não diminuía. Nunca!

Saí a presada da cozinha e quando cheguei à sala acabei trombando com William e Frederico.

– Sel... - William me chamou atenção, mas eu corri para a garagem, pegando a chave do carro no chaveiro. Meu peito doía de tanto tentar reprimir o choro, mas quando entrei no carro, eu não consegui mais controlar, chorei forte por alguns minutos antes de escutar alguém batendo no vidro do carro.

– Selena abri a porta! -Frederico pediu. Mas eu apenas bati a chave na ignição, abri o portão e sai. Acelerei deixando para trás a minha casa. Eu simplesmente tinha que sair e esfriar a cabeça.

Após dirigir durante uns trinta minutos, eu parei no acostamento e encostei minha cabeça no banco. Eu sou uma idiota mesmo! Como pude me envolver tanto com Frederico? Primeiro na festa de Clara e em Washington, e agora, aqui. Como eu posso me submeter a um casamento com um homem que além de não me conhecer, ele também me machuca psicologicamente?

Escutei a tranca de a porta ser destravada e uma pessoa se sentar no banco de carona, quando abri os olhos encarei Hope.

– Olha, eu odeio quando você tem essas crises... - ela comentou aborrecida encostando sua cabeça no banco. - Você não é uma garota estúpida Selena! - ela me olhou e eu deixei que algumas lágrimas escorressem sobre a minha bochecha.

– Eu não quero sentir-me desse jeito, mas... - comecei, mas logo sendo interrompida pela minha amiga.

– Selena, você pode muito bem se sentir desse jeito! - ela exclamou. - Mas você também pode abraçar tudo de bom que fez as pessoas. Sabe, você salvou a minha vida e a de Charlotte; Sempre esteve ao lado de Frederico mesmo que ele soubesse; Se arriscou ao levar um tiro pelo William, mesmo tendo dias antes discutido com ele; Cuidou da Clara e das garotas não apenas como agente, mas como amiga e às vezes como mãe daquela maluca; Você dá todo amor que tem à Charlotte e a crianças ao redor do mundo; Você é a pessoa mais especial que eu conheci, então para de se lamentar pelo seu passado sombrio. - ela sorriu fraco segurando a minha mão. – Não digo esquecer, mas tente levar as lições que aprendeu como ensinamentos e conte em algum momento o que sente para Frederico. - ela me aconselhou fazendo-me sorri fraco.

Respirei fundo antes de secar as lágrimas, Hope saiu do carro indo para o seu e voltamos para casa. Contudo, aquele aperto ainda estava lá, mais acalmo, mas estava! Estacionei o carro em frente a casa e entrei não vendo ninguém. Quando de repente escutei uma risada um pouco distante e tentei ir ao encontro dela.

– Você é um babaca, sabia? - Frederico indagou rindo para o irmão.

– E você acha que é o que, hein? - William provocou. - Vai se meter na cozinha sem saber fazer nada!- ele exclamou.

– Foi sua ideia fazer comida para Charlotte, e olha só no que acabou... - ele riu mais. - Quebrou o liquidificador e a menina nem chorando está mais. - ele comentou se virando um pouco. E só naquele instante que vi onde Char estava. Em pé na bancada, abraçada a ele e com sua cabeça encostada ao seu peito.

Hope apareceu atrás de mim fazendo barulho e chamando a atenção dos irmãos.

– Eita... - Frederico indagou sorrindo como menino que aprontava. E ali, eu vi o homem que eu um dia conheci, tão tranquilo e espontâneo.

(...)

Depois de Hope discutir com William sobre a bagunça e fazer os irmãos arrumarem a cozinha, ela colocou Charlotte no carro e foi para casa. E eu fui para o meu quarto. Quando William entrou no mesmo e se deitou ao meu lado na cama.

– Será que eu poderia perguntar o por quê de ter saído chorando mais cedo?- ele me olhou de lado e eu ri.

–Talvez eu não seja a melhor agente que você e o FBI pensaram que eu fosse. - desabafei. - Eu errei e tenho que seguir o protocolo.

– Eu falei com o Steve no mesmo dia que tivemos o interrogatório. - Will comentou. - Ele disse que te deu um ultimato, que se encontrasse alguma informação ele deixaria que você continuasse. E conseguiu, então, não vale se preocupar com isso.

– E Frederico?- o olhei e ele sorriu.

– Esse sim é o seu maior problema!- eu joguei a almofada nele que começou a rir. -Olha, ele está absorvendo tudo que aconteceu, eu sei que para algumas coisas ele pode até ser rápido, mas quando se trata de sentimentos, infelizmente ele não sabe lidar muito bem com isso. - ele me encarou e eu bufei chateada.

– A Clara é tão diferente dele! - comentei e ele riu.

– Ela é dramática, manipuladora, briguenta, impulsiva... Perai vocês disse que eles eram tão diferentes, foi isso mesmo? - meu amigo brincou.

– Seus pais não eram assim, né? -perguntei curiosa.

– Infelizmente a Katherine era um pouco como a Clara! -ele me olhou de lado. - Mas depois que o Frederico nasceu ela disse que tinha uma pessoa que devia proteger, então, minha mãe simplesmente cresceu.

– Falando nela... - comecei. - Quando irá contar a ele sobre Katherine ter voltado e Clara perdoa-la? - perguntei.

– Tecnicamente, eu tenho que contar aos dois que sabemos de tudo sobre Katherine que ela sabe sobre a confusão em que Frederico se envolveu. - ele me corrigiu.- Talvez quando eu reencontrar a minha irmã.

De repente meu celular começou a vibrar na cama e quando o peguei vi uma mensagem de Luanna no mesmo.

– Olha só quem me mandou uma mensagem! - sorri e ele leu o textinho.

– Uhum! -ele me entregou o celular com desdém e eu gargalhei da sua cara de "Tô nem aí!", mas que na verdade era totalmente o contrário.

– Ah, qual é Will, ela finalmente baixou a guarda! - sorri respondendo.

– Quero só vê quando Frederico e ela se bicarem novamente! -ele indagou ressentido e eu me joguei em cima dele.

– Ai meu Deus do céu! - exclamei ficando em pé na cama. - Imagina só quando o Taylor e o Frederico se reencontrarem! Já estou vendo tudo... Mil motivos para os dois saírem aos murros.

Passar um tempo conversando e rindo com meu amigo me fez esquecer as maiores preocupações daquele dia. E nós acabamos caindo no sono ali mesmo no meu quarto. Horas depois, eu acordei escutando vozes pareciam tão distantes, mas mesmo assim me deixou alerta. Levantei-me de supetão fazendo William me olhar assustado.

– Escutou? -perguntei já saindo do quarto, ele veio correndo atrás de mim e quando cheguei próximo a escada, eu consegui escutar claramente o que estava sendo dito.

– Seu merda! - escutei a voz de Frederico e corri para a sala. Meu irmão e Frederico estavam atracados no chão socando um ao outro.

– Para com isso!- gritei indo separá-los, mas Clara me segurou.

– Tá maluca?- ela perguntou assustada. - Só foi os dois se encararem que caíram na porrada.

– Taylor para com isso! - William puxou Taylorde lado conseguindo ficar entre os briguentos.

– Eu vou acabar com você, seu filho da puta! -Taylor gritou tentando passar do bloqueio que William fazia.

– Eu não fiz nada, ele que já chegou me batendo, droga! - Frederico secou o nariz que estava sangrando.

– Dá uma rapidinha em minha irmã é o que, hein? - Taylor tentou avançar novamente e eu senti o chão ceder sobre os meus pés. Droga! Ele vai descobri, mas espera como foi que meu irmão descobriu?

– Você fez o que? - William perguntou surpreso e eu fiz uma careta. - Seu cretino, filho da mãe! - William foi para cima do irmão e eu gritei assustada colocando as mãos sobre a boca.

Frederico foi empurrado contra a parede e William lhe socou no estômago. Só eu mesmo para apartar essa briga.

William jogou Frederico para o lado e quando Taylor se preparou para bater, eu me coloquei na frente e consegui defender seu golpe.

– Para! - gritei olhando para o meu irmão e para o meu amigo - Não vale a pena! - disse indo abraçar Taylor e ele me empurrou para o lado acertando um golpe nas costelas de Frederico fazendo-o cai se contorcendo todo.

– Eu mandei você parar!- indaguei empurrando Taylor para longe.

– Já chega eu não vou ficar aqui para ver vocês se matarem desse jeito! - Clara começou a chorar e só naquele momento Taylor desistiu de revidar.

– Me desculpa! - ele pediu abraçando Clara. - Eu não farei mais isso, prometo! -ele indagou e se voltou para mim.

Frederico se levantou e eu o encarrei triste. Seguindo para William e finalmente para Clara e Taylor.

– Eu menti sobre ter dormido com o Frederico! - exclamei os encarando. - Eu só aceitei ir a mesma festa que ele, por que eu queria conhecê-lo.- indaguei encarando-o por alguns segundos e ele retribuiu com um olhar surpreso. – Nós demos alguns amassos, mas depois eu dei o fora nele, por que sabia que eu não podia me envolver.

– Então para que o conheceu se não queria se envolver? - Clara perguntou duvidosa.

– Por que eu queria ver de perto quem Frederico Mikaelson era, provar a mim mesma que tudo o que diziam sobre ele era equivocado e, também, para conhecer o homem que salvou a minha vida, quando até eu achei que já a havia perdido! -exclamei com lágrimas nos olhos.

– Você não poderia ter feito isso... -William indagou chateado.

– Eu podia sim, por que eu sempre estive o protegendo, das várias vezes que ele esteve entre a vida e a morte ou delirando com febre enquanto chamava pela irmã, eu estava lá e me perguntava se ele era tão terrível assim, se ele não podia ter algum sentimento mesmo estando numa guerra. - indaguei encarando William.

– Qual a sua opinião sobre ele agora? - William perguntou provocando.

– Um cretino filho da puta, mas que ainda assim mostrou amar a família. - disse olhando séria para Frederico e me voltando para meu amigo. – Ele preferiu ser torturado todo esse tempo a perder você William. Isso tem que ser levado em conta! - vi Clara abraçar forte Taylor.

(...)

Tudo pareceu voltar ao normal, Clara estava cuidando dos pequenos ferimentos de Taylor na sala, enquanto eu levei Frederico para seu quarto e ele se curvou quando acho que eu fosse derrubá-lo.

– Hey, tá tudo bem! - exclameio olhando nos olhos por alguns segundos antes dele desviar.

– Eu sei me virar... - ele indagou tirando seu braço dos meus ombros. - Vai ver como o seu irmão está. - o moreno tentou se fazer de duram.

– Você está mais machucado que ele! - disse o deixando sentado na cama e indo ao banheiro pegar a maleta de primeiro socorros. Quando voltei sentei-me ao seu lado, peguei soro para limpar o seus ferimentos no rosto, ele se afastou quando sentiu o soro gelado no nariz. - Deixa de drama Frederico que você já esteve pior! -exclamei.

– Eu não acredito que me defendeu depois de tudo o que eu falei e fiz a você... - ele indagou tirando minha mão de seu rosto segurando-a.

– Não foi nada, além do mais apanhar não é o melhor castigo para você. - disse e ele riu com dor.

– A cadeira elétrica seria? -ele perguntou me encarando e eu segurei seu rosto por impulso.

– Não fala isso nem de brincadeira, tá ouvindo? -indaguei nervosa e ele abaixou a cabeça.

– Eu sinto muito por ter agido como um babaca nesses últimos dias... - ele tirou uma mecha do meu cabelo.

– Você passou muito tempo na guerra, é compreensível que esteja agindo do mesmo jeito que lá. - sorri fraco.

– Eu estou me referindo a você! - ele me olhou nos olhos e eu me perdi naqueles olhos castanhos. Como eu gostaria que tudo isso fosse realmente verdade, que ele estivesse arrependido e sendo gentil.

– Posso ver suas costelas? – ele me olhou meio desconcertado, mas logo tirou a camisa. Jesus, como eu posso olhar para o seu corpo e não me pensar no quanto esse homem me confunde de uma maneira inexplicável. De repente sinto seu olhar em mim, quando volto a olhá-lo ele segura na minha mão e me lança um olhar de desculpas e se eu não estivesse querendo me iludir, até diria ter encontrado um pouco de carinho e sentimento. Aquilo estava sendo tão embaraços! Ele apertou de leve na minha mão e eu corei debaixo do seu olhar, retiro minha mão e tento fazer rapidamente o curativo.

– Como eu disse é compreensível!- desviei meu olhar me levantando, mas ele segurou a minha mão novamente.

– E também é compreensível que ninguém acredite. - Frederico soltou a minha mão e eu saí do seu quarto.

Quando cheguei a sala, Clara estava mexendo nos porta-retratos.

– Olha só quem ainda está por aqui! -exclamei me aproximando da minha amiga e ela sorriu.

– Me desculpa por tudo isso... - ela indagou fazendo careta.

– Tudo bem, já era a hora do Frederico saber quem eu era, você só facilitou as coisas. - disse me sentando no sofá. – Mas e você como está? - perguntei sorrindo.

– Com saudade da minha melhor amiga... - Clara me abraçou de lado.

– Então, você não está me odiando pelas mentiras e... - tentei terminar, mas ela me interrompeu.

– Eu até fiquei chateada, mas eu nunca poderia odiar a pessoa que mais me ajudou todos esses anos, mesmo que não dizendo toda a verdade. – ela respirou fundo.

– Que bom! - exclamei a apertando num abraço de urso.

– Olha mas para me recompensar por tudo que tal você ir lá em casa segunda – feira para jantarmos e colocarmos os papos em dia como antigamente, hein?? – Clara sorri calorosamente pra mim.

– Claro que vou, estou precisando disso, e sinto muito sua falta e das meninas! – sorrio para ela

– Ok então, está marcado vê se não esquece hein, precisamos resolver algumas coisas por aqui. – ela sorri e passa um rápido olhar pela sala olhando os irmãos e Taylor.

Sorrio – Claro, temos que resolver antes que eles se matem. – dou uma risadinha baixa que é acompanhada pela minha amiga (quase cunhada!). Era óbvio pelo jeito que Taylor e Clara se olhavam que eles estavam juntos, e claro que eles - desde- sempre- têm o meu apoio.


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Notas finais do capítulo

Pleaaaaase comentem, é super importante e me alegra muiiito!
Bjos mais uma vez e boa noiite.



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