Destinos Traçados escrita por Maria Clara Vieira, carol m


Capítulo 18
Por que ele está me maltratando, hein?


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas amorecas,
Mil desculpas pela demora, mas ai está mais um novo capítulo quentinho! Já estou me organizando para escrever e betar o próximo capítulo, mas no momento, espero que gostem deste!
Beijos, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312312/chapter/18

POV- Selena:

No dia seguinte, eu acordei me sentindo um lixo, todo o meu corpo doía. Levantei-me com preguiça, tomei um banho relaxante, e por fim, sai do banheiro, vestida no meu roupão e com uma toalha na cabeça. Fui calmamente até o meu closet, o abri e peguei uma calça jeans escura, uma blusa branca e uma jaqueta marrom.
Vesti-me, calcei minhas típicas botas cano longo, escovei os meus cabelos pretos prendendo em seguida num rabo de cavalo alto e frouxo. Coloquei minha maleta de maquiagem em cima da cômoda e lá mesmo comecei a pintar o meu rosto. Quando terminei vi novamente o meu reflexo no espelho, o que uma maquiagem bem feita não fazia com uma mulher, hein? O hematoma do soco que Frederico me deu, ainda estava lá, porém bem claro. Perfeita. Sai do quarto com a minha bolsa, desci as escadas, deixando a mesma em cima do sofá, e fui para a cozinha.

– Bom dia Will! – chamei a atenção do meu amigo assim que entrei na cozinha. Ele me olhou e sorriu.
– Bom dia Selly! – ele sorriu. - Como está?- perguntou me encarando por alguns segundos.
– Eu estou à base de remédios, mas daqui a pouco passa. - sorri me sentando próximo a ele.
E mesmo assim você ainda quer trabalhar hoje? -ele perguntou preocupado.
– William, eu só farei perguntas, depois voltarei para casa e descansarei. – sorri pegando um pouco de café. – E o que você fará? – tentei mudar de assunto.
– Passarei na agência para pegar alguns documentos, verificarei a casa que Luanna mencionou ontem, e se não der em nada procurarei outras. - disse pegando uma torrada. - E eu estava pensando em chamar o Taylor para ir comigo... - Will comentou.
– Seria bom se vocês voltassem a ser amigos. -comentei.
– Eu não sei se será tão fácil, não depois que Clara terminou com ele por causa de tudo o que aconteceu ontem.
– Deixa passar alguns dias. Eu tenho quase certeza que esse término não irá durar tanto. Ela gosta demais do meu irmão para deixar que isso atrapalhe qualquer coisa que ele tivesse. - comentei.
– Eu espero que eles fiquem bem. Eles parecem combinar bastante. - William sorriu e eu retribui.
– E o que você acha de mim e do seu irmão? - perguntei por impulso. Meu amigo me olhou por alguns segundos antes de sorrir.
– Desculpa Selly, mas eu não sei. Meu irmão pode mudar até o dia do casamento ou ou depois, mas por enquanto, eu não vejo muita sintonia entre você. - ele sorriu fraco.
– Eu também não, mas se ele fosse menos teimoso e aberto a conversas, nós poderíamos ter um relacionamento menos tenso. - disse.
Porém, sabia que era mentira, por que um dia nós já tivemos alguma sintonia. Nós já conversamos como pessoas normais. E por mais que na época, eu tenha ficado com medo dele descobrir, eu havia gostado de descobrir um lado diferente de Frederico. E ele pareceu se divertir.

– Adivinha só? - Clara disse pulando na cama ao meu lado.
– Fala... - sorri.
– Meu irmão vem para a minha festa de 18 anos. - Clara disse empolgada e se jogando para trás. Eu a olhei surpresa e ela sorriu. - Sabe uma coisa que seria legal? -ela perguntou me olhando e eu balancei a cabeça em negação. - Se vocês se conhecessem. - ela sugeriu e eu sorri negando ainda mais.
– Clara, eu estou bem no meu canto. - disse a encarando de lado.
– Deixa de ser chata, você já não sai há meses e, você só vai conhecê-lo não precisa necessariamente rolar alguma coisa.
– Está bom... - dei-me por vencida.
(...)
– Você conhece a Clara de onde? - Fred perguntou. Aquele dia foi a primeira vez que havíamos nos encontrado, e eu me lembro do nervosismo que eu estava. T udo que passava pela minha cabeça era em dá o fora daquela festa antes que ele me reconhecesse, contudo, após quase uma hora de conversa, ele ainda não havia demonstrada nada além de simpatia.
– Da vida, dali e daqui. - disse sorrindo. - E você?- perguntei fingindo não conhecê-lo.
– Eu sou o irmão mais velho dela. - ele sorriu.
– Então você é o famoso Frederico Mikaelson. -comentei. - A Clara fala muito sobre você!
(...)
A conversa foi fluindo por um longo tempo. E pela primeira vez eu o vi rindo e parecendo relaxado. Às vezes, via Clara nos observando de longe e sorrindo. E para ser sincera eu também estava gostando de estar na companhia de Frederico.
A festa se estendeu até o outro dia com muita comida e bebida sendo servidos e por mais que eu não quisesse beber, eu já havia bebido. E claro que depois de passar um dia quase todo com Frederico, nós nos agarramos um pouco.
– Eu não acredito que estamos fazendo isso. - comentei sorrindo entre os beijos.
– Por que você não quer não? - ele perguntou me empurrando contra a parede e me beijando no pescoço.
– Deixa de ser idiota é claro que eu quero. - disse o puxando pela camisa e colando nossos corpos. - Mas vai com calma. - disse o olhando nos olhos e ele sorriu malicioso me pegando pela bunda me fazendo assim passar minhas pernas pela sua cintura me beijando intensamente. Nós ficamos nos agarrando em um dos quartos, e até que foi ótimo no final, se ele não estivesse tão grosso agora seria capaz até de repetir.

− Selena? – escutei William me chamando e ao mesmo tempo me tirando dos meus pensamentos mais profundos daquele dia.

− Me desculpa, eu... –Will sorriu se levantando.

− Olha depois a gente conversa. – ele me encarou e se afastou. – Agora eu já estou atrasado. - ele saiu da cozinha indo para a sala e o vi pegando na mesinha as chaves do carro e passando para a saída.

− Se puder me envie o endereço depois! – gritei enquanto pousava a xícara no balcão da cozinha.

Eu ainda não estava acreditando no que estava por vim. Desde os 15 anos eu sonhei muito em me casar, constituir família, trabalhar em algo que ajudassem os outros, como a minha mãe fazia e ter uma vida tranqüila. Desses sonhos para falar a verdade eu só realizei um, que foi o de ajudar os outros. Além de ser agente do FBI, também sou voluntária da Unicef, onde visito hospitais nos Estados Unidos e, às vezes, em outros países também, como África, Alemanha entre outros. Ele apesar de não ser remunerado, me passa muita paz e confiança de que era realmente aquilo que deveria fazer.

− Bom dia! – escutei uma voz conhecida atrás de mim e me virei rápido dando de cara com o dono dela. − Por que você estava gritando? – ele perguntou se sentando e começando a comer.

− Nada de mais. – disse me virando para lavar os pratos. – Não demore muito para comer, por que nós já estamos atrasados para o interrogatório na agência. – o alertei.

− Eu não sabia que já teria que depor... – ele reclamou e eu sorri o encarando de lado.

− Quanto mais cedo nós conversarmos sobre isso, mais rápido as coisas poderão ser resolvidas. - disse indo me sentar a sua frente.

− Do que está falando?- ele me encarou enquanto colocava uma torrada na boca.

− Eu não quero tirar conclusões sobre o que te levou a entrar na máfia, mas eu acho que sei o porquê do chefe ter preferido você a outro. – disse lembrando-me do dia em que Clara me mostrou algumas fotos de seus antepassados e a partir delas foi que descobri coisas assustadoras que envolvia seus antepassados e que poderia envolver, nos dias atuais, Frederico.

− Eu sou líder da equipe especial do exercito americano, a mesma que tem mais poder do que o próprio exercito, o que eu mando é feito ontem, eu tenho poder, tenho influência em todo o mundo. – ele disse se gabando, mas de certa forma era verdade. – E o velho me quis por isso.

− Se você diz! – indaguei tentando finalizar esse assunto. Seria muito perigoso eu comentá-lo agora, na verdade eu tentaria contar a verdade a cada interrogatório que fizermos, seria mais fácil e mais seguro.

(...)

Frederico demorou uns dez minutos para se arrumar e vir até mim, com uma calça preta, camisa branca, jaqueta, boné e tênis preto. Ele até que estava bonito, e assim, fomos escoltados até a agência. Quando os carros pretos pararam enfileirados em frente do FBI, alguns curiosos pararam o que estavam fazendo e ficaram observando quem desceria.

− Apenas desça, abaixe a cabeça e entre na agência. - o informei. – Como você mesmo disse, uma coisa que Frederico Mikaelson tem é influência. – ele abriu a porta e desceu, os seguranças o cercaram e ele abaixou a cabeça deixando o rosto um pouco coberto pelo boné. Logo atrás eu sai também do carro e fui para o seu lado.

Nós adentramos no FBI e da mesma forma que os curiosos de fora pararam para observa, dentro da agência também aconteceu.

− Que droga, por que esse pessoal não se distrai com outras coisas ao invés de ficarem me encarando como se fosse uma aberração? – Frederico reclamou.

− Como você disse... – comecei, mas ele me interrompeu.

− Eu sou influente, não uma celebridade. – ele indagou sendo grosso. – E cala a boca que você já está me irritando com essa conversa. – ele andou até o elevador e apertou no botão.

− Quem disse que iremos pelo elevador? – perguntei com intuito de irritá-lo. E funcionou, ele me encarou surpreso e eu me dirigi até as escadas. – São apenas seis andares, você nem irá senti. – sorri subindo alguns degraus.

Cinco minutos depois:

−Faltam quantos lances de escada? – ele perguntou se escorando no corrimão, vendo ofegar pelos cinco lances de escada.

– Vamos, já estamos muito atrasados, e ainda mais agora que você virou uma tartaruga. – ri.

− Se tivéssemos ido pelo elevador, não estaríamos tão atrasados. – Frederico indagou de mal humor.

− O elevador está quebrado! – disse finalmente chegando ao andar.

Bati na porta do meu chefe, Steven, e logo o escutei mandando-me entrar.

− Olha só quem apareceu! –Steven se levantou vindo nos cumprimentar. – Prazer em conhecê-lo Frederico. – eles apertaram as mãos e Steven pediu que Frederico se sentasse.

− Em outra situação até seria animador conhecê-lo! – Frederico disse irônico se sentando.

− Isso tudo pode ser animador ou frustrante, só depende de você. – Steven se sentou. – Sem mais conversas, vamos começar o interrogatório? – meu chefe perguntou já afirmando. E no minuto depois escutamos a porta se abrir e William aparecer.

POV - Frederico:

Seria agora ou nunca! Pela primeira vez eu contaria sobre o meu passado com o exercito e principalmente com a máfia. E por mais que eu tentasse me manter indiferente, eu não estava. Nervoso e apreensivo era como estava e piorou quando vi meu irmão adentrando na sala.

− Eu posso participar? – ele perguntou.

− Sente-se! – Steven pediu apontando para a cadeira ao meu lado.

− Frederico, nós gostaríamos de saber como a máfia te encontrou. – Steven perguntou me encarando.

− Há quase oito anos atrás, eu e o exercito americano fomos recrutados para um treinamento contra o terrorismo na Bulgária, e foi assim que a máfia me encontrou. – disse resumidamente.

− Na mesma época em que sofremos atentado no acampamento... – William comentou me olhando e eu confirmei.

– Há oito anos, nosso acampamento na Bulgária foi atacado, muitas pessoas morreram e ficaram feridas... – comecei a dizer.

−Inclusive eu. – William se intrometeu. – Aquela noite se tornou um borrão, então, por favor, Frederico me esclareça o que aconteceu depois deu ter apagado com cinco balas alojadas no meu corpo. – todos me encaram.

De repente meu coração começou a acelerar, minhas mãos suavam. Cada minuto que se passava e a cada olhar que eles me lançavam, não tinha como eu não ficar mais nervoso.

− Eu menti, está legal! – exclamei os encarando. –Foi por sua causa que eu encontrei a máfia, eles ameaçaram te matar e a única saída era se eu me juntasse a eles. Então, eu concordei. – disse dando de ombros.

− Você... – William tentou dizer algo, mas eu o interrompi.

− Eu só não queria perder mais uma pessoa importante da minha família. Mas nem adiantou tanto assim, você supostamente morrera dois anos depois.

− E por que depois não pediu ajuda? – Selena perguntou.

− Parece que por mais que o chefe da máfia me quisesse nela, ele não confiava na minha palavra, e então, como garantia que eu não falaria para ninguém, eles colocaram pessoas na cola de Clara. – expliquei.

− Vocês encontraram algum suspeito? – Steven perguntou para Selena e William, e logo a garota ficou inquieta.

− Alexia Kylie e Ryan Lopes! – William exclamou.

− Não tem como eles serem espiões da máfia, eu procurei no sistema da policia e o sistema de dados federal. Não tinha nada de anormal. – Selena indagou indo ao computador. – Eu não estou acreditando. – ela olhou assustada para Steven e depois para mim.

− Não me diga que de repente as fichas criminais dos dois estão lotadas. – indaguei irônico.

− Não existe nem dos dois no sistema...

– É impossível que alguém consiga burlar o sistema federal... – William comentou.

− É impossível para pessoas normais, mas para os mafiosos não é. – disse me levantando. – E com isso, fica óbvio que a Clara esteve sempre rodada pela máfia e a incompetente da agente que vocês escolheram para proteger a minha irmã não fez nada! – exclamei irritado apoiando os meus braços nas costas da cadeira.

– Eu verifiquei umas mil vezes os registros e eles nunca demonstraram ser uma ameaça. – a garota esbravejou.

− Selena, nós temos que conversar isso que aconteceu é muito sério. – Steven a alertou. – Os dois saiam!

(...)

− Que bela agente você foi arrumar, hein? – disse olhando de lado para Will.

− Do mesmo jeito que a máfia não acreditou na sua palavra, eu também não acredito. – William cruzou os braços. − E sobre a Selena... – Ele me encarou com raiva. – Para a sua informação, ela é a melhor agente do FBI, por isso que eu a solicitei para trabalhar nessa missão.

− Pois não é o que parece... – comentei sorrindo.

− Sinceramente, se você não fosse do mesmo sangue que eu, pode ter certeza que eu te deixava apodrecer no inferno. – ele disse entre dentes. E quando eu ia responder Selena passou por nós, em silêncio. William a seguiu até a porta do elevador, onde a mesma apertou e em menos de um minuto as portas se abriram, e ela entrou.

− Selena... – William tentou alcançá-la, mas ela já tinha ido.

“O elevador está quebrado.” Desgraçada, me enganou e ainda me fez subir oito andares de escada.

− Vem comigo! – William me puxou para o outro elevador. Meu irmão apertou o botão para o térreo e quando as portas se abriram um carro preto passou por nós saindo da garagem acelerando. – Droga, ela saiu! – ele colocou as mãos na cabeça e eu cruzei os braços não entendendo o que ele estava falando.

− Do que você está falando?

− Ela provavelmente vai tentar encontrá-los! – William exclamou me encarando. – Mas ela não pode fazer isso! Não sozinha. – ele indagou preocupado e foi nesse momento que eu percebi a provável burrada que eu havia provocado. Se realmente ela foi atrás dos suspeitos espiões sozinha, ela não conseguiria encurralá-los. E só Deus sabe o que eles fariam com ela se descobrissem que Selena é uma federal.

William me chamou alguns segundos depois, nós entramos em mais um carro preto e assim que fizemos meu irmão fez uma ligação pedindo informações sobre a localização de Selena Holt, e depois saímos da garagem sendo seguidos por um carro da agência.

− Para onde estamos indo? – perguntei.

POV – Selena:

− Você cometeu um grande erro Selena! – Steven indagou encarando-me.

− Chefe, eu tenho certeza que não errei, mas tem algo estranho nessa história. – disse pegando o pen-drive com todos os arquivos da missão. Eu sempre andava com ele, e nunca deixei nenhum arquivo sobre essa missão nem no próprio computador da agência. – Olha aqui! – abri os arquivos destinados as pesquisas que há anos tinha feito sobre Alexia e Ryan.

− Você acha que tem alguma chance deles realmente serem da máfia e terem nos enganado tão descaradamente? – ele perguntou me olhando surpreso.

− Eu não sei sobre isso, mas sei onde posso encontrar a garota, é só você autorizar que eu faça a apreensão se necessário. – disse séria.

− Tudo bem. – ele mexeu no computador e imprimiu o documento. Peguei-o, coloquei na bolsa, mas antes que saísse Steven colocou a mão no meu ombro e me encarou.

− Você sabe o que acontecerá se não os encontrar, não é? – meu chefe perguntou me lançando um olhar de decepção. Eu sabia o que teria que fazer e, isso era o que mais me assustava, pois qualquer um que comete erros em suas missões são obrigados a passar a mesma para outro agente e se desvincular totalmente dela. E se eu realmente tiver errado? Não importar quem eu seja, se eu tenho ou não credibilidade. Eu terei que deixar a missão, ou seja, todos os anos que eu gastei em proteger as pessoas envolvidas, os laços que criei. Eu perderia. E o pior é que teria que me afastar do meu irmão.

Assim que sai da sala, fui direto para o elevador, porém William e Frederico estavam no mesmo e pela olhar que meu amigo me lançou, ele irá querer saber o que aconteceu. Contudo, passei direto por ele e continuei o meu caminho. Entrei no elevador já apertando o botão para que se fechasse antes de William tentar entrar. Dito e feito.

Sai na garagem, e caminhei para o meu carro. Oh o meu carro! Fazia tanto tempo que não o dirigia. Entrei no mesmo e dei a partida. Sabia a última localização de Alexia e era para lá que eu vou também, próximo ao centro de Los Angeles, no bairro Pico-Union, entre as ruas Pico Boulaverd e Union Avenue.

Eu tinha poucas horas e esperar por reforços seria perda de tempo, ainda mais com Frederico na minha cola. Ou seja, quanto mais rápido resolvesse isso, mais cedo ficaria livre das acusações de ser uma péssima agente.
Acelerei o carro, passando por alguns trechos um pouco perigosos, mas sabia o que estava fazendo. E em 10 minutos já me encontrava no endereço, ou melhor, na região que queria. Olhei rápido o local antes sair do carro, era uma área de prostituição e venda de drogas. Escondi a jaqueta do FBI embaixo do banco do carro, peguei a minha arma guardando-a atrás da roupa; distintivo e algemas colocando-os dentro da bota cano longo e sai do carro.
Andei em algumas ruelas, até chegar ao prédio que ela... Espera aí! Era uma boate de ponta de esquina rodeada de garotas mal vestidas e com maquiagens exageradas. Caramba, Alexia quem é você? Entrei um pouco receosa já sentindo os olhares sobre mim. Direcionei-me ao balcão do bar do estabelecimento.
− Com licença... -chamei a atenção do barman. Ele me olhou de início com tédio, mas quando se aproximou mais, sua expressão mudou para um olhar malicioso. - Você conhece Alexia Kylie, uma loira alta e... -tentei dizer, mas um homem se intrometeu.
− O que você quer com aquela vadia? -ele perguntou grosso vindo até mim e me observando dos pés a cabeça.
− Ela ainda freqüenta esse estabelecimento? -perguntei desconfortável.
− O chefe a promoveu e, ela saiu daqui faz alguns meses, por que? - ele sorriu colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
− Eu sou... - respirei fundo. - Eu sou amiga dela e já faz um tempo que não tenho noticias dela, então...- sorri falso.
− Amiguinha da Kylie? - o cara me prendeu contra o balcão e colou seu corpo contra o meu. - Será que você é melhor que ela! - ele indagou se implicando para beijar o meu pescoço. E por mais que aquela atitude vinda deste cara me cause enjôo, por saber o que ele poderia fazer comigo, eu sou bem treinada e não deixaria que ninguém me tocasse.
− Que tal se você descobrir. - sorri o olhando nos olhos e ele sorriu me puxando pelo braço para os fundos do estabelecimento.

Aquele miserável me jogou dentro de um quarto e trancou a porta. Eu respirei fundo tentando manter a calma sobre a situação. Era como se eu tivesse voltada ao meu passado, mas era diferente, por que hoje eu sei exatamente o que fazer. Olhei para as paredes que só possuía uma janela pequena, se eu quisesse sair dali teria que ser pelo telhado que para a minha sorte não era alto.
– Ô garota! - o homem estalou os dedos na minha frente. - Eu estou esperando...


Eu o empurrei na cama e em questões de minutos já o havia enrolado. E o pior de tudo foi que para isso eu tive que beijar aquela boca provavelmente imunda, e tirar a minha blusa, contudo, com cuidado para que ele não percebesse a arma nas minhas costas. Depois que o idiota viu o meu decote, ele ficou mais calmo e deixou que eu tomasse o controle da situação. Ou seja, vendá-lo com a minha blusa e algemá-lo.


– Ai que eu estou gostando!- ele exclamou rindo. Sai da cama indo em direção a cômoda, abri rápido procurando de alguma coisa. Nada de informação. Contudo, eu encontrei uma fita adesiva dentro dela. Peguei, cortei um pedaço e colei na boca do miserável, liguei o gravador e o desvendei.


− Agora me fala tudo o que sabe sobre o seu chefe e sobre a Alexia. - disse apontando a arma para ele. O homem se sobressaltou e começou a tentar se soltar. - Não adianta! - sorri e ele se contorceu na cama. Então, eu peguei o travesseiro e o sufoquei por alguns segundos. Quando eu o tirei, o cara balançou a cabeça positivamente e eu puxei a fita da sua boca
− Alexia Kylie é filha do chefe, ela que tomava conta das negociações de drogas daqui, mas a alguns meses o pai dela a tirou da região e a levou para casa e até agora ela não deu as caras. - ele disse rápido.
− Você conhece Ryan? - perguntei
− Ryan?- ele perguntou me encarando assustado. – O Ryan pode até ter boa aparência e saber falar as coisas certas para encantar as meninas, mas ele é perigoso. – o homem alertou.

− Como assim perigoso? – perguntei ainda mais receosa.

− Ele é quem cuida dos carregamentos, é o responsável por apagar algumas vadias desobedientes. Mas ele está desaparecido também.
− Quem é o chefe? - perguntei receosa.
− A gente nunca viu a cara do velho, mas pelo o que ele faz aqui e nos outros pontos, ele é casca grossa. Tem gente que prefere ficar o resto da vida no xadrez do que encarar uma conversa com o chefe.
− E onde é que eu o encontro? - perguntei vendo a expressão de pavor no rosto do idiota.
− Ele está por todos os lugares. Mas dizem que a casa do magnata é lá pela Europa. - quando ele terminou de me dar às informações, eu voltei a tapar sua boca.


Vesti a blusa, peguei o gravador e guardei a arma. Depois peguei uma cadeira e me impulsionei para telhado. Derrubei algumas telhas, mas duvido que o pessoal da boate tenha escutar com o som alto do estabelecimento. Tentei ficar em pé no telhado e até consegui dar alguns passos, antes de ser notada. E numa atitude perigosa e impulsiva eu me joguei na tentativa de segurar a escada móvel do prédio vizinho. Meu coração palpitou e um grito saiu da minha boca, quando senti a escada fazer um barulho e descer de uma vez. Olhei para o chão e ainda estava um pouco longe do chão.

− Que droga! – exclamei meneando a cabeça para trás. Por que eu não pedi reforços? Provavelmente se eu pedisse ajuda a alguém, ele iria me questionar o porquê de estar naquela situação.

− Olha só quem está em apuros – escutei uma voz masculina embaixo de mim. Quando olhei, lá estava Frederico, a pessoa que eu menos queria encontrar naquele momento.

− O que você está fazendo aqui? – perguntei franzindo a têmpora.

− William viu você saindo e rastreou onde você poderia ter ido. E aqui estamos. – ele sorriu levantando os braços. – Quer dizer, aqui estou eu, por que Will foi na frente e eu entrei nesse beco depois de ver uma agente do FBI pendurada na escada.

− Frederico! – exclamei. – Eu sei quem eu sou, mas ninguém dessa área pode saber. Você quer que eles me matem é?

− Querer que você largue do meu pé, eu até quero, mas não seria tão mal a ponto de fazer com que eles te matassem... – ele refletiu. – Solta as barras, vai! – ele disse me olhando.

− Não mesmo! – exclamei. – Vai chamar o William. – disse sentindo os meus dedos formigarem. Seria tolice continuar pendurada numa escada a metros do chão.

− Deixa de ser teimosa, você não está mais agüentando...

Então eu fechei os olhos e fiz o que ele disse, soltei-me da barra e segundos depois senti seus braços me envolverem. Sabia que já estava em terra firme, mas mesmo assim permaneci de olhos fechados por mais alguns segundos.

− Pode abri os olhos! – ele disse num sussurro e voltei a realidade. No instante seguinte, firmei meus pés no chão já ajeitando a roupa, quando escutei passos.

− Vocês são malucos! – escutei William indagar enquanto se aproximava de nós. – O que os dois estão fazendo nesse beco?

− Eu vim verificar uma informação, mas acabei ficando pendurada numa escada... – comecei apontando para o alto. – E Frederico veio com você, mas me viu quando vocês estavam passando por aqui e veio... – me auto-interrompi e encarei o outro Mikaelson um pouco receosa.

− Se não queria que eu te acompanhasse, você poderia ter vindo com uma equipe! – William exclamou me encarando.

− Se eu esperasse que uma equipe me acompanhasse até aqui, talvez eu não tivesse descoberto algo importante. – disse saindo na frente.

− O que descobriu? – Frederico se pós ao meu lado rapidamente.

− Vamos logo para o FBI e lá vocês verão... – nós caminhamos em silêncio até o do meu carro, mas quando estava prestes a entrar no mesmo William me deteve segurando o meu braço.

− Me entregue o que descobriu e vá para casa com Frederico... – ele começou, mas eu o interrompi.

− Não, eu tenho que falar com o Steven! – exclamei.

− Isso é uma ordem Selena, me entregue o que descobriu e vá para casa com Frederico agora! – William aumentou o tom de voz e eu o entreguei o gravador de mau gosto e entrei no carro.

O caminho para casa foi silencioso, apesar de perceber os olhares de Frederico sobre mim. Isso já estava me irritando!

− O que foi, hein? – perguntei o encarando.

− Por que você foi aquele lugar?

− Foi o último lugar que Alexia esteve então fui lá procurar alguma informação. –disse tentando me concentrar no trânsito.

− Você não entendeu a minha pergunta... – Ele me encarou novamente. – Por que foi aquele lugar? Por que fugiu de William quando ele tentou te alcançar? – Frederico começou.

− Por que quer falar sobre isso! – exclamei irritada.

− Tudo bem, se não quiser falar não fale, mas depois não diga que eu não tentei ”conversar com você”! – Ele indagou chateado e eu comecei a rir.

− Não vai ter depois Frederico! – disse estacionando o carro em frente a casa.

− Como assim? – me perguntou confuso.

− Alexia provavelmente é da máfia, assim como o Ryan. - de repente escutei a porta do carro se abri e logo depois se fechar com força.

Se fosse por preferência ficaria dentro do carro, mas eu tinha que falar com ele, tinha que encara a fera antes que ele piorasse as coisas para mim. Sai do carro e caminhei devagar até a porta de casa, entrando na mesma.

− Sabe... Por um instante eu cheguei a achar que você fosse uma boa agente! – Frederico sorriu irônico.

− Frederico para de me criticar, caramba! – me exaltei. – Você realmente acha que estaríamos vivos se eu não fosse boa?- perguntei colocando a bolsa no sofá.

− Então... – ele tentou dizer, mas eu o interrompi.

− Não, Frederico!- caminhei até perto dele. – Sabe, eu estou farta de tentar conversar e só ser maltratada. – comecei. − Você não está mais na Bulgária, não precisa agir como se ainda estivesse, maltratando a todos. – disse lhe dando as costas.

O meu plano era lutar arduamente por essa missão, mas cada dia se tornava mais complicado. Tanto por causa do meu erro, quanto pela intolerância e desconfiança de Frederico. Mas o que mais me deixa chateada é que eu já tive a prova de que ele não é desse jeito. Ele é melhor que isso, da última vez que ficamos juntos foi alguns meses depois do aniversário de 18 anos de Clara, onde estávamos na mesma cidade, ele por causa do exercito e eu pelo trabalho na Unicef. Ele foi super gentil, nós saímos à noite, fomos jantar em um restaurante italiano conversamos e rimos normalmente.

“Por que está me maltratando, hein?”, pensei entrando no meu quarto e jogando-me na cama de bruços. Abracei o travesseiro e comecei a chorar por tudo que vinha acontecendo.

Eu só espero que William chegasse com uma boa noticia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo betado por Carol Matias.
Obrigada querida!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destinos Traçados" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.