Depois de ficar pasmo com a conversa, escuto barulho de passos vindo em direção ao quarto. A porta se abra e Emma aparece com um grande sorriso convidativo.

– Você está se sentido melhor?

– Sim estou. E obrigado de novo pelo que você e ele estão fazendo por mim.

– Você não precisa ficar agradecendo, qualquer um faria isso se tivesse te encontrado naquela situação.

– Não tenho tanta certeza. Vocês são casados? - aponto para uma fotografia que tinha ao lado da cama.

– Não oficialmente, isso é algo que deixamos para fazer quando a família voltasse a estar toda reunida. Eu sei que pode ser dolorido tocar nesse assunto, mas o que aconteceu com você para estar na florestas coberto por flechas?

Era difícil, dolorido, complicado. Mas uma hora eu sabia que iria ter que visitar minhas memórias para conta-los o que aconteceu.

– Quando eu era pequeno, meu pai trouxe um menino para casa. Ele se chamava Blaine, com o passar dos anos eu acabei me apaixonando por ele. Várias coisas acabaram acontecendo que nos impediu de ver que nos amavamos. Até que meu pai foi assassinado, então finalmente nós nos declaramos e decidimos ir embora. Quando estavamos indo fomos pegos pelo homem que matou meu pai. Ele nos aprisonou e mandou matarem Blaine e eu me vinguei dele, não é algo que eu me orgulho e nem me arrepende, só é algo que foi necessário fazer. Quando eu estava fugindo os guardas dele me perseguiram e me jogarem as flechas.

Quando termino de falar, Emma me puxa e me abraça com todo o amor do mundo. Por mais que eu estivesse desconfiado dele e de Will, era bom ter uma mãe novamente. Minha mãe morreu de pneumonia quando eu tinha 6 anos. Meu pai disse que ela sempre teve a saúde muito frágil e que as coisas haviam piorado muito depois que eu nasci (na verdade ele jogava isso na minha cara o tempo todo, e me culpava de ter causado a morte da minha mãe). Pouco me lembro dela, porque eu não a via muito (papai não deixava eu vê-la pois tinha medo que eu pegasse a doença dela), mas eu lembro que ela era muito boa para mim e sempre que podia me defendia do meu pai.

Olho para porta e vejo que Will esta parado lá, ele está sorrindo e visivelmente muito emocionado com a cena.

– Agora vai ficar tudo bem. Nós vamos te proteger. Seremos todos como uma família. - ele se junta ao abraço e ficamos assim por minutos.

– Nunca mais você ficara sozinho Sebastian. - diz Emma.

– Muito obrigado, eu não sei o que teria acontecido comigo se vocês não tivesse ao meu lado.

Eles se dirigem à porta e nesse momento surge uma duvída em minha mente.

– Espera! Como você sabe meu nome? Eu não lembro de ter dito.

Os dois trocam olhares, como estivessem procurando uma mentira convincente.

– Você sussurou quando eu lhe perguntei, enquanto estavamos na floresta. Provavelmente, você não se lembra porque estava semi-acordado. - disse Will, pelo jeito ele era quem inventava as histórias.

Aquilo fazia algum sentido, mas eu não estava convencido de que era verdade. Tinha algo que eles estavam me escondendo.