O Dia.

“Começou assim, estranho, eu sentia isso, você queria me ajudar mais eu nunca aceitava, eu só preciso de um momento, pra respirar talvez, porque ninguém me entende direito”.

Estava escrito isso no bilhete dela, eu sabia que não poderia aceitar isso, é irônico entender algo assim, meu nome é John, eu tenho 17 anos, e tenho uma namorada muito problemática, a nossa historia se iniciou quando eu a vi, sozinha chorando no meio da praça, eu sou estranho, eu tento ajudar as pessoas, o mais rápido possível. Ela me ignorou no inicio, normalmente as pessoas não são assim comigo, eu tenho uma boa aparência, não gosto de me sentir importante por isso.

Eu a entendo, eu faço tudo pra que ocorra certo sempre, sou idiota por acreditar nas pessoas, mais nesse dia, ela soube me deixar intrigado, sempre a problemas com Liza, ela cria problemas, seu psiquiatra disse pra mim mais de uma vez, que era apenas uma fase da vida dela, mais eu duvido muito, eu não sei se ela vai passar de hoje, provavelmente Liza deve estar tomando uma overdose de remédios, é ela sempre faz, mais incrivelmente que pareça seu organismo digere todas as drogas, ela acaba só dormindo por um longo período e ficando meio lerda por uns três ou quatro dias. Eu a amo, loucamente, eu sinto que é meio insignificante isso, ela sempre me diz que eu não a entendo, que ninguém a entende.

É claro, todos nós temos problemas, eu me levanto da cama de Liza, e caminho pelo corredor largo de seu apartamento, a mãe dela provavelmente vai chegar a qualquer minuto, e eu preciso ir, antes que ela me culpe por deixar sua filha assim, e me agradecer ao mesmo tempo por ajudar ela a conter as loucuras de Liza.

Eu sei onde ela esta, enquanto ligo para Mark, pai de Liza, pedindo pra ele me dar uma carona até a Central, (ele trabalha como vigia do bairro, 5 minutos perdidos com seu genro não vai matar ninguém) penso comigo mesmo, ela nunca desiste, e sempre diz que é pra chamar a atenção, como uma garotinha de 1,60 pode causar tantos conflitos e problemas que envolvem todos em sua volta? Liza, a garota pequena que malditamente roubou meu coração, destruiu meus sentimentos com poucas palavras, ela tem esses poderes.

Eu odeio essa parte, onde eu estou como louco correndo atrás dela, pra que não sofra mais tarde, e aqueles amigos idiotas dela apoiam, eles são mais loucos que ela, Mark me atende.

– John? Aconteceu algo com Liza?

– Mark, que bom, esta perto?

–Sim estou, quer uma carona? – deus, ele é bondoso.

–É preciso, e sim é sobre Liza- Ele provavelmente sabe o que houve.

–Bem me conte que houve com ela dessa vez- Não queria dizer sobre isso pra ele, estou tentando poupa-lo, em meio a uma separação, mais problemas não são bem vindos.

–Bem não quero causar problemas, sabe como ela é só quer minha companhia por uns momentos Mark. – Ele não vai cair nessa.

–John, eu não tenho 12 anos de idade, me conte oque aconteceu. – Pais, sempre sabem quando tem problemas com seus filhos.

–Bem, ela me deixou um bilhete, preciso encontrar ela na casa de uma amiga.

–Na casa da Victoria não é? – Agora eu fiquei impressionado, uma informação ótima, ainda estava em duvida de em qual casa ela iria, na da sua amiga instável Victoria ou a Falsa moralista Maria.

–É, na casa dela mesmo, bem eu só preciso de uma carona até a Central, depois disso eu me viro você esta perto?- Enquanto isso a chuva batia na porta de vidro da sacada do apartamento de Liza, eu estava com frio, mais ignorei, nesse dia estava apenas com uma camiseta de malha, e o frio era intenso.

–Cheguei, desça logo, não quero ver a cara da Verônica- A mãe de Liza ainda não havia chego, mais eu desci correndo as escadas e desliguei o celular, eu entendia Mark.

Quando eu entro no carro, Mark me olha com um olhar cansado, e diz:

–Garoto, você esta terrível- Solta uma de suas gargalhadas quentes que me faz sentir bem, Mark, é realmente um cara legal.

–O que eu posso fazer, Liza me deixou assim Mark – Enquanto em silencio pelas ruas vazias, sou conduzido, eu sinto o cheiro do tabaco vindo de Mark, ele não fumava, então de quem era esse cheiro? Ignoro isso de imediato, não quero mais problemas, não hoje.

O carro para na parte lateral da Central, a única estação de trem de Manraville, é uma cidade pequena, mais com muitas coisas boas pra visitar, agradeço Mark pela carona de 4 minutos, e saio do carro em direção à entrada da Central, a chuva fraca bate em meu rosto, me deixando levemente úmido, à noite, Central é vazia, todos estão com suas respectivas famílias, e eu estou aqui salvando minha namorada de mais um de seus devaneios.

Como tenho a melhor noticia do dia, aquela pequena informação que sem querer veio para mim através de Mark, já sei aonde ir, mais como ele conseguiu aquilo? Como ele sabe que Liza esta na Victoria? Vou descobrir isso mais tarde, me sento na fileira da esquerda, sou o único dela, a pequena viajem deve durar em torno de 16 minutos, longos minutos, na minha cabeça os pequenos detalhes adquiridos hoje estão trabalhando, sei muito bem o que significa aquelas insinuações no bilhete de Liza.

O trem chega a Estação Cinco, uma pequena estalagem, onde apenas serve de vai e vem e como sempre, estou sozinho andando pelas ruas, a casa de Victoria fica a dois quarteirões da Estação Cinco, eu memorizei as casas onde os amigos de Liza moram ou passam a maior parte do tempo, assim posso resgata-la.

Como Liza diz que eu sou o Anjo da Terra de monstros e deuses dela, espero que ela esteja certa sobre isso, a inocência esta perdida, as gotas voltam, com mais veracidade agora, me alvejando literalmente, chego a Rua de Victoria ensopado, não me importo, só quero salvar minha pequena Liza, minha problemática, que despertou sentimentos em mim nunca despertados por ninguém. Então corro em direção a grande casa de Victoria, que tem uma mãe louca por gatos e um pai empresário que nunca esta com a família, quando chego perto do interfone, uma dor aguda, bate contra mim, um dor terrível cai sobre meu corpo, sinto me desfalecendo em frente à casa de Victoria, é como um aviso, dói mais eu preciso ajudar ela. . Quando eu escuto um grito, alto e agudo, é Liza.