"Life is messy. Love is messier."

Entramos nas carruagens sendo apresentados aos moradores da capital e pela televisão aos moradores dos outros distritos.

Ao fim do desfile fico encarando os tributos do distrito 12. Eles são pobres, muitos morrem de fome por lá, não tem treinamento algum e quase nunca vencem os jogos. A menina pelo que soube se voluntariou no lugar da irmã e vem tentando chamar a atenção desde então. Aquela roupa de fogo podia ter queimá-la hoje. Eu não ligaria, eles vão morrer mesmo, menos um para matar. Ela é muito magra, certamente não vai sobreviver aos jogos.

Eu e Cato somos levados para o prédio, onde será nossas moradias antes dos jogos começarem. O Campo de Treinamento daqui ficava no mesmo prédio, mas em outro andar.

Jantei em silencio ouvindo Cato conversar com Enobaria, Paul e Dann. Paul contava sobre suas estratégias de jogo, junto com Enobaria.

- Você está bem? - perguntou Cato quando estávamos indo para os quartos.

- Claro, por que não estaria? - respondi rude.

- Olha, você tem que honrar o seu distrito e...

- Me escuta, eu estou feliz por ter sido escolhida, meu problema não é esse. - Meu problema é que você também veio! Pensei.

- Tudo bem. - disse Cato dando de ombros e assim que ele se virou eu bufei.

Calma Clove, não o mate agora, deixe isso para depois eu disse mentalmente enquanto abria a porta do meu quarto e me jogava na cama.

Acordei de madrugada, com a maquiagem que eu não havia tirado no rosto. Com muito esforço fui até o banheiro e tirei tudo aquilo, depois tomei um banho. Eu não me importava se

estava acordando todo mundo daquele apartamento, mas eu precisava deixar minha mente longe do Cato.

Assim que sai do banho coloquei o roupão que estava no banheiro e me joguei novamente na cama e por sorte eu não havia perdido o sono.

No outro dia acordei com Cato me beijando, quem ele pensa que é? Eu levei um susto muito grande ao sentir novamente seu hálito de menta em minha boca. E assim que percebi o que estava acontecendo o empurrei e ele começou a rir.

- O que você pensa que tá fazendo? - perguntei me sentando na cama.

- Não sabe mais o que é um beijo Clove? - ele perguntou com um sorriso no rosto.

Ele deve estar querendo morrer, mas eu vou passar reto para não me aborrecer. Pensei que daria certo, mas quando eu passei por ele eu me vi em poucos segundos presa na parede.

- Nunca de as costas ao inimigo. - ele sussurrou em meu ouvido fazendo com que eu estremecesse.

- Sai. Da. Minha. Frente. - eu disse pausadamente controlando minha raiva.

- Se eu morrer, você vai se arrepender por não ter aproveitado quando me tinha Clove. - ele disse enquanto mordia levemente meu pescoço.

Assim que ele me beijou de novo eu me lembrei dele com a menina ruiva.

- Não. - eu disse ofegante olhando para baixo.

- O que foi? - ele perguntou fitando meus olhos.

- Não é justo com a ruiva. - eu disse com a voz fraca.

- Tá falando da Lisa? - perguntou ele confuso.

- Se esse é o nome da menina ruiva que estava com você ontem... Sim essa mesma.

- Bom... Nunca tive nada com ela. - ele disse e me beijou mais uma vez.

Eu sabia que eu me arrependeria disso, mas seu beijo intenso e seu perfume inebriante eram irresistíveis. Suas mãos se moviam rapidamente em meu corpo e minhas mãos arranhavam seu corpo e me juntavam a ele ainda mais.

- Clove? - ouvi a voz de Enobaria atrás da porta e me separei de Cato ofegante.