- Tem que esquecer isso. Ela morreu. A vida é para os vivos, meu querido – disse a Mrs. Lovett, olhando-o. Sweeney estava de costas para ela, olhando para o lado de fora, com a mente longe dali. – Nós poderíamos ter uma vida juntos, talvez não como eu sonhei, talvez não como você se lembra... Mas poderíamos tentar.

Sweeney virou-se e a olhou nos olhos. Pela primeira vez ele pareceu enxergá-la de outra forma, como se nela ele encontrasse sua saída, sua felicidade. Por um momento ele esqueceu Johanna, Lucy e até o juiz Turpin. Diante dele estava a Mrs. Lovett, a mulher que sempre o amou estava sempre ali, só ele não tinha percebido isso. Seus olhares se encontraram e chamavam, gritavam um pelo outro. Sweeney se aproximou aos poucos e pousou uma mão no rosto dela, fazendo-a fechar os olhos e sorrir. Nellie sentiu sua respiração mais próxima e não arriscou abrir os olhos, pois poderia ser apenas um sonho. Inclinou, então sua cabeça e beijou-o, sentindo os lábios do barbeiro tocando os seus, suavemente, como se toda aquela raiva que ele sentia tivesse ido embora. Aquele era Benjamin Barker e por um momento ela acreditou que ele poderia voltar.

- Não, eu não posso – disse Sweeney, separando-se dela. Nellie não entendeu, mas se sentiu um pouco culpada pelo que houve. – Me desculpe.

- Não, eu...

- Eu não devia ter feito isso. Não quero que crie falsas expectativas. Me desculpe.

Nellie encolheu os ombros.

- Tudo bem.

Sweeney acenou com a cabeça e se retirou do salão meio desconsertado, então ela o ouviu bater a porta depois de sair.

- Eu te amo, Mr. T.