The Other Side Of The Door. escrita por Lali


Capítulo 1
I dont need you, but I do, I do.


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeey, eu adorei escrever essa shot.



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Ela não podia acreditar no que o Benson tinha feito com ela.

Sam Puckett entrou em seu quarto batendo fortemente a porta, jogando seu celular na parede e finalmente deixando as pesadas lágrimas caírem. Ela não podia deixar de pensar naquilo. Como ela era idiota.

***

Oito horas e dezessete minutos da noite...

— Eu não sei, Carly, eu me sinto estranha. – Sam resmungou, puxando o pequeno e colado vestido preto que Carly lhe emprestou. Sam nunca teve problemas com seu corpo, sabia que era bonita, mas se sentia estranha em vestidos. Nunca fora acostumada, apesar de antigamente usar vestidos de princesas frequentemente por causa dos concursos de beleza que participava quando era criança. Uma parte da sua vida irrelevante para ela.

— Você está linda, Sam! Eu me sinto tão orgulhosa por ter feito um ótimo trabalho com você hoje! – Carly falou animada, batendo palmas de felicidades e se sentindo realmente feliz pela amiga. Era uma noite especial. – Esse vestido fica tão bem em você. Olhe.

Sam se virou para um espelho no quarto de Carly e se viu pela primeira vez. Estava realmente bonita. O vestido, pequeno e curto, valoriza tudo que havia de mais bonito em seu corpo. A maquiagem feita por Carly era simples, mas tinha lhe deixado incrivelmente irreconhecível. Seus cabelos, loiros cor de ouro, brilhantes e sedosos estavam perfeitamente arrumados em uma trança única, caída de lado. Sam tentou se lembrar da última vez que tinha se achado tão bonita.

— Nem parece que sou eu. – Sam falou, se virando para Carly e lhe dando um abraço como agradecimento. – Obrigada.

Carly sentiu seus olhos marejarem e tentou não chorar. A amiga dela estava finalmente se tornando uma mulher. Sam, que agora tinha 21 anos, tinha corpo de mulher, mas muitas das suas atitudes continuavam as de criança. Entretanto, hoje se olhando daquele jeito, Sam se sentia pronta e responsável o suficiente para dar conta da vida de adulto que estava acontecendo.

— De nada, Sammy. – Falou Carly, chamando a amiga de um apelido carinhoso que não usava há muito tempo. – Afinal, hoje tem tudo para ser especial. Aliás, qual é o horário da reserva que o Benson fez?

— Às nove. – Sam olhou para o relógio no criado mudo de Carly. – São oito e vinte. Acho que dá tempo, não?

— Claro, daqui até o McLaren’s são apenas 20 minutos. – Carly falou, sentada na cama mandando mensagem para seu namorado, Peter. – Freddie vem te buscar?

Depois do casamento de Spencer com uma garota chamada Zooey há três anos, Carly se mudou do Bushwell para outro apartamento, dividindo-o com Sam. Moravam sozinhas, mas Freddie e Peter eram quase inquilinos lá. Freddie, por sua vez, continuou no Bushwell, assim como Spencer, logo depois que sua mãe Marissa Benson casara com o estranho porteiro de lá, Lewbert.

— Não. Ele trabalha até as oito e mora do outro lado da cidade, não dá tempo dele se arrumar e vir me buscar. – Sam falou, mais uma vez tentando abaixar o vestido que teimava em subir sempre.

— Então parece que você vai ter que chamar um táxi. – Carly levantou da cama, andando até a janela.

— Na verdade, já chamei, deve chegar a poucos minutos. – Sam falou, mais uma vez pensando se não estava muito bonita para um jantar com seu namorado. - Eu estou faminta.

— Conte-me uma novidade agora – Carly riu pegando na mão da amiga – Vamos descer, deve ter algum cupcake sobrando dos que eu fiz ontem.

Carly e Sam desceram as escadas rindo. O tempo passara, coisas mudaram, novos sentimentos e novas experiências afloraram, mas a amizade das duas sempre se manteve intacta. Carly sempre esteve disposta a reclamar de Freddie junto com a amiga quando eles brigavam (e não era pouco), mas também brigava com ela quando ela era a errada. Sam sempre fora meio fechada, mas sempre soube brigar com Peter quando ele machucava Carly. A amizade as mantiam sã da loucura que era a vida de um adulto.

O táxi chegou há poucos minutos como Sam dissera, e ela estava muito ansiosa. Não olhava Freddie desde domingo, e já era sexta. A saudade a consumia viva e mal podia esperar para sentir o cheiro de nozes e chocolate que emanava dele. Tinha um pressentimento que essa noite seria boa, e pelo jeito como Carly a arrumara algo indicava que Carly estava de cumplice nessa história. Mal sabia Sam que nessa noite, tudo sairia errado.

***

Sam limpou as lagrimas e deu graças a Deus por Carly ter saído com o Peter, tudo que menos queria era alguém perguntando o que tinha acontecido para ela ter chegado em casa naquele estado. Encharcada, chorando, humilhada. Maltratada. Na verdade, usada.

Sam tirou seu vestido, descalçou seus sapatos e pegou seu roupão favorito – presente de Freddie – tratando-se a vesti-lo e tomar um banho quente. Tudo que queria era esquecer. Mas sabia que era impossível, as cenas estavam vivas e passando na sua cabeça, como um filme.

Colocando uma roupa seca e ligando seu telefone, Sam desceu as escadas da casa e fez um chá para si. Se não se cuidasse, sabia que pegaria um resfriado. Seu celular tocou, trazendo-a de volta a realidade e quando viu o nome, saberia que não atenderia. Arrependeu-se profundamente de ter visto quem era lhe ligando, pois quando viu a foto do seu papel de parede – uma foto tirada no outono do ano passado, Freddie tinha lhe dado sua cachorrinha Maggie de presente naquele dia, eles passearam a tarde inteira e no pôr do sol tiraram uma foto onde Freddie a beijava no rosto enquanto Sam segurava Maggie – as lágrimas nervosas caíram mais uma vez e as lembranças lhe acertaram em cheio.

***

Oito horas e quarenta e sete minutos da noite...

— Não tem como ir mais rápido? Tenho que estar no McLaren’s em treze minutos. – Sam perguntou nervosa para o motorista enquanto sorria vendo a foto preferida deles juntos, a que estava no seu papel de parede.

— Desculpe, moça, mas esse engarrafamento está enorme. Não tem como chegar ao McLaren’s em treze minutos. – O motorista deu um sorriso amarelo para Sam, que apenas bufou e apoiou sua cabeça em suas mãos, exasperada.

Isso não podia estar acontecendo com ela agora, hoje. Precisava encontrar com Freddie. Precisava conversar com ele. Manter contato físico. Abraçá-lo. Isso não poderia esperar até sábado. Freddie frequentemente jantava aos sábados na casa da tia Jude e Sam ia junto, ou seja, privacidade zero. Aos domingos ele e Peter se ocupavam de ficar o dia inteiro jogando vídeo game enquanto Carly e Sam reclamavam e no fim de tudo, saiam juntas e deixavam os dois nerds sozinhos em casa. Sam riu, lembrando-se do quanto Freddie reclamava e fazia um discurso do quanto ele precisava do apoio moral da namorada enquanto estava disputando sua vida em um vídeo game.

— Em quantos minutos nós poderemos chegar? – Sam perguntou, quase querendo matar aquele motorista e xingando Carly mentalmente por não ter a deixado vir na sua moto que ganhou alguns anos atrás de Spencer.

— Se continuar nesse ritmo, em trinta minutos.

— TRINTA MINUTOS? – Sam gritou e se segurou para não dar uns tapas naquele taxista insolente. Trinta minutos era muito tempo.

Pensou por alguns minutos sobre o que faria, tentando ligar para Freddie para ele voltar para a casa dela, já que ela não estava assim tão longe de casa e depois, eles poderiam ter aquele jantar. Não importava onde era o jantar, contanto que ele estivesse lá, ela saberia que ia ser bom. Depois de várias tentativas em vão, desistiu de ligar para Freddie já que só caia na caixa de mensagens. Resolveu mandar uma mensagem para ele, avisando que demoraria alguns minutos a mais do que o previsto, e rezando para que ele olhasse o mais rápido possível.

***

Carly Shay chegou em casa se sentindo ótima e cansada. Peter e ela assistiram a um filme em que a atriz dela favorita estrelava, mas o que deveria ser apenas filme se tornou em caricias sem fim. Carly bufou. Odiava aquela porta, sempre emperrava e só Sam tinha a manha de abri-la.

Depois de longos minutos forçando a pobre porta, Carly conseguiu adentrar a casa e ligou as luzes com um pouco de receio, sabendo muito bem que não as tinha deixado desligadas.

— Desliga isso, Carly. – Sam reclamou, jogando seu cobertor por cima dos olhos para tentar evitar que o clarão de repente não a cegasse. Maldita Carly Shay.

— Sam! – Carly gritou, jogando sua bolsa em cima da mesa da sala e sentando no sofá em que Sam estava deitada. Começou a apalpar a amiga através do cobertor querendo ter certeza se ela estava bem. Fisicamente, parecia que sim.

— Para de fazer isso! – Sam bateu levemente nas mãos de Carly.

— Sam, o que você está fazendo aqui? Você deveria estar no seu jantar com o Freddie! O que aconteceu? Você passou mal? Ele não apareceu? Samantha Puckett! – Carly despejou as perguntas todas de uma vez, fazendo Sam se sentir enjoada e tonta. Sam se sentou e apoiou sua cabeça em seus joelhos, tentando se aquecer.

— Eu não quero falar sobre isso agora, Carly. – Sam falou de cabeça baixa, com a respiração falha e soluços aleatórios, dando uma dica à Carly que ela já tinha chorado bastante naquela noite. Carly sentiu uma onda de compaixão e raiva invadindo seu corpo. Sam era a pessoa mais alegre que ela conhecia, não gostava nem um pouco quando a via triste desse jeito.

— Tudo bem se você não quer falar sobre isso agora. Por que você está quente? – Carly abraçou a amiga.

— Eu peguei uma chuva quando voltava. Posso estar resfriando. – Sam levantou a cabeça e Carly sentiu seu coração se partir ao meio quando a viu naquele estado.

Carly ligou a TV e deixou Sam assistindo seu seriado favorito enquanto fazia seu achocolatado quente para ela poder engolir os comprimidos. Depois de longos minutos, Sam parecia estar recuperando a cor natural da sua pele, mas logo a perdeu de novo, quando seu telefone tocou e ela abaixou sua cabeça e voltou para sua posição fetal, enquanto chorava.

— É o Benson. – Carly anunciou. Sam olhou para Carly e se levantou, pegando seu celular e ignorando a chamada, depois subindo as escadas depressa, correndo, como se fosse chegar a algum lugar especial. Carly precisava descobrir o que aconteceu. Pegou seu próprio celular e apertou em “ligar” e do outro lado da linha já ouvia a voz de Freddie Benson.

— Freddie, o que aconteceu?

***

Nove horas e trinta e três minutos da noite...

— Chegamos. - O motorista, que Sam soube mais tarde que se chama Larry, sorriu para a loira que estava nada feliz. No mesmo momento fechou o sorriso. – 37 dólares.

Sam retirou o dinheiro da sua pequena bolso a tira colo e entregou para o homem. Aquela hora que passara dentro do carro com ele tinha sido torturadora. Ela soube muito mais da vida dele que gostaria de saber: Larry era casado com uma mexicana chamada Madalena com quem tinha 3 filhos, John, Lucia e Marietta. Depois de anos tentando a sorte na cidade grande, conseguira comprar um taxi e já tinha até colocado John na faculdade para direito.

Mexendo em seu celular constantemente, Sam se perguntava por que Freddie não tinha respondido nenhum das 15 mensagens que lhe enviara. Pegara seu casaco e saíra do carro, com um pouco de receio, pois sabia que logo iria chover. Até o McLaren’s era mais alguns passos e pediu exclusivamente para ser deixada ali por que não aguentava mais Larry e sua família. Suas mãos formigavam e seus ombros pesavam. Talvez Freddie esteja sem bateria, pensou. Ou talvez ele tenha desistido do jantar. De qualquer maneira, tratou a andar mais rápido. Ela estava 39 minutos atrasada e isso feria seu orgulho, já que ela sempre fora tão pontual. Uma brisa leve e gelado a fez tremer de frio enquanto colocava seu casaco. Tudo indicava que ia chover, e tudo que ela conseguia pensar era que deveria ter seguido o conselho dado por Carly e ter trazido um guarda-chuva.

Sam mal esperava que Freddie a visse naquele vestido. Sabia que ele adorar ele e sabia ainda mais que ele ia amar tirar ele do corpo de Sam.

Uma gota gelada e fraca caiu em Sam, fazendo-a correr até chegar ao McLaren’s. Comemorou internamente por ter conseguido ganhar a luta contra a chuva e ter chegado seca em seu encontro. Sam se virou para a vitrine tentando encontrar Freddie lá dentro. Procurou uma vez e não achou, só conseguia ver casais apaixonados. Procurou de novo e pensou que estava louca. A saudade e a corrida de taxi deveria ter afetado ou queimado algum neurônio dela. Aquele garoto beijando a garota ruiva parecia mesmo o seu namorado. Não só parecia como era. Freddie estava beijando uma boca, e não era a de Sam.

Sam sentiu uma gota quente e forte caindo nela, mas dessa vez, aquela gota saía dos seus olhos.

***

Ela sabia que Freddie deveria estar inventando uma mentira qualquer para Carly, assim como tentou fazer com ela.

Sam sentou-se na sua cama, exausta. Não sabia que chorar em proporções enormes dava tanto cansaço físico e emocional. Jurou pra si mesma que nunca mais choraria assim.

Correu seus olhos pelo quarto. Todo ele lembrava Freddie, desde as fotos deles em seu criado-mudo até a cor da tintura da parede, escolhida por ele: roxo. Sam se lembrou da tarde em que seu computador quebrara e tinha chamado o nerd naquele dia. Eles tinham brigado por causa de algo, ela não se lembrava do porquê da briga, e naquela tarde, fizeram as pazes. Lembrara também do dia em que ele se propusera a pintar as paredes do quarto dela e o de Carly, mas ele se pintou mais do que outra coisa. Sorriu alto no dia em que Maggie escondeu a calça dele e Freddie teve que pegar taxi para casa de cueca box. Sam não gostou nada disso. E claro, nunca se esqueceria da noite em que passaram juntos pela primeira vez, que acontecera ali na cama que ela estava sentada. Sam passou a mão pela colcha da cama. Eles tinham combinado de esperar até terem 19 anos, mas, em um sábado à noite os corpos deles se fundiram. Ela nunca se esqueceria dos dois suados, exaustos, mas dominados pelo prazer. Assim como não se esqueceria da preocupação dele em fazer tudo ser memorável. Em fazer a primeira vez dela especial. Sam, pensou ela, talvez nunca se sentisse tão completa, tão viva e tão amada como naquela fria noite de dezembro.

O quarto dela, ela percebeu, estava cheio dele. Assim como sua vida.

***

Nove horas e quarenta e seis minutos da noite...

In the heat of the fight, I walked away, ignoring words that you were saying... Trying to make me stay”

— Sam! Sam! Me escuta! – Freddie gritava desesperado, enquanto corria atrás de Sam, que ia correndo embaixo da chuva, agora já forte. – Sam, eu posso explicar!

Sam parou bruscamente e se virou para Freddie. Aproveitou que estava chovendo e chorou a vontade na frente dele, afinal, lágrimas e chuva se juntavam. Ela não conseguia acreditar que ele a tinha traído. Logo ele que ela amava tanto.

— Explica. – Sam falou com sua voz em um sussurro. Sam se abraçava tentando amenizar o frio que sentia e Freddie se segurou para não abraça-la e tira-la daquela chuva.

— Princesa Puckett – Freddie falou carinhosamente, só ele a chamava daquele jeito – Não é o que você está pensando, Sam.

— Eu não estou pensando, Freddie, eu vi com meus próprios olhos.

— Amor...

— Não, não me chama de amor mais. Eu, claramente, não sou seu amor.

— O que? Claro que você é! E você sabe disso! – Freddie falou exasperado, quase gritando. – Sam, vamos sair daqui. Vamos conversar em outro lugar.

“I said this time, I've had enough”

— Eu já tive o suficiente por hoje, Freddie – Sam vestiu sua armadura de orgulho. – Esqueça-me. – Lançou um sorriso irônico e saiu correndo, sem dar uma chance de Freddie se explicar.

Freddie suspirou alto, olhando a sua garota escapar das suas mãos como um punhado de areia. Por que Sam não podia ouvir dessa vez, só para variar? Freddie se sentou na calçada, embaixo da chuva torrencial, tentando imaginar um jeito de fazer Sam acreditar nele.

— Ela estava tão linda... – Sussurrou para si mesmo.

***

And you've called a hundred times... But I'm not picking up

Freddie Benson pode ser irritante quando quer, Sam pensou ao ver que ele estava ligando para ela de novo. Ela não iria atender, isso era obvio, então porque ele ainda insistia?

Cause I'm so mad, I might tell you that it´s over

Sam ligou a tv do seu quarto para tentar se distrair um pouco, mas tudo que ela conseguiu foi um filme que ela e Freddie assistiram juntos uma vez. Lembrava por que esse filme era tão especial pra ela.

5 anos atrás...

— Cadê a Carly? – Freddie perguntou, adentrando a casa e se jogando no sofá junto com Sam.

— Ela saiu com o Spencer – Sam falou tentando não ficar nervosa com a proximidade deles dois. – Eu estou aqui sozinha.

— Ótimo, vou ficar aqui com você, assistindo esse fil... Que filme é esse? – Freddie perguntou, se levantando do sofá e indo pegar refrigerante para eles dois.

— Como Se Fosse a Primeira Vez. – Sam deu de ombros, tentando não mostrar o quanto gostava desse filme.

— Ah, você gosta desse filme, não é? – Freddie falou, surpreendendo Sam. – Por favor, Sam, eu sei seus gostos. Vamos fazer essa nova primeira vez também?

— Qual é o ponto disso? – Sam perguntou, tomando um gole de seu refrigerante.

— Esse. – Freddie se inclinou e beijou-a. Como se nunca tivesse experimentado aquele beijo antes, ele invadiu sua boca sem permissão, sem aviso, sem delongas. Sam não sabia, nem ele mesmo, o quanto ele estivera doido para sentir o gosto dela novamente.

— Ponto interessante. – Sam falou, depois de o beijo ter roubado tanto seu fôlego. – Tem mais desses pra mim? – Sam lançou um sorriso malicioso.

— Claro, mas antes você tem que aceitar algo. Aí você ganha mais. – Freddie falou, ficando vermelho como a camisa que vestia.

— Então fale, qual é a condição? – Sam estava ocupada demais admirando os olhos castanhos de Freddie para ligar para condições. Roubaria beijos de Freddie de qualquer jeito.

— Tem que namorar comigo. – Freddie soltou um sorriso ao ver Sam de boca aberta. – Quer namorar comigo, princesa Puckett?

 

Sam sorriu fracamente, lembrando-se da cena que ocorreu exatamente 5 anos atrás. Aquele Freddie, o que tivera coragem para roubar-lhe um beijo, era o mesmo Freddie que ela achava que tinha até poucas horas atrás.

Maggie chegou sorrateiramente no quarto de Sam, subindo em sua cama e tentando animar sua dona.

— Ei moça, por onde andou? – Sam pegou Maggie no coloco, acariciando seu pelo macio e branco como a neve. – Parece que agora, Maggie, você é filha de pais separados. – Sam falou com uma tristeza apalpável em sua voz. – Mas você vai ficar bem, assim como a mamãe vai ficar. – Maggie olhou para Sam com seu jeito inocente que só os animais têm. – Mamãe vai ficar bem... – Um tom melancólico surgia na porta de Sam, assim como batidas intermináveis.

— Sam! – Freddie gritava enquanto forçava o trinco da porta. Sam iria mata-lo se, por um milagre, abrisse a porta. Era um risco que ele estava disposto a correr. – Por favor, Sam, abre a porta.

Sam demorou alguns segundos para tomar uma decisão. Ela realmente queria saber qual seria a desculpa que Freddie usaria para se explicar, mas cada vez que ela ouvia o som da voz dele, seu coração a apertava, sufocando-a. E, ainda por cima, ela corria o risco de se deixar levar pelas sensações que Benson exercia nela e ao invés de brigar com ele, terminar essa noite na cama com ele. Com certeza ela não queria aquilo, não naquelas circunstâncias.

— Sai daqui! – Sam gritou de volta, sentando no chão e deixando Maggie solta. – Eu já disse que não quero mais saber de você!

— Tudo bem, Sam, se você não quer me ouvir eu não vou mais insistir para que você me ouça. – Freddie anunciou.

Sam se calou por uns instantes, ouvindo os passos pesados de Freddie ficarem cada vez mais longe. Lentamente, ela se levantou nas pontas dos pés e abriu a porta só um pouco, para ter certeza se ele realmente tinha ido embora. Tudo indicava que sim.

Me and my stupid pride are sitting here alone, going through the photographs, staring at the phone

Já fazia um pouco mais de uma hora desde que Benson saíra da porta do quarto de Sam, que por sua vez estava olhando umas fotos velhas deles dois juntos. De Benson e Carly, rindo juntos. Do Benson com Maggie. De Freddie e ela quando fizeram dois anos juntos, e no mesmo dia em que tiraram aquela foto juntos, eles fizeram sexo pela primeira vez.

Ela não podia entender, então era assim? Ele a traía e depois mal tentava se explicar e já desistia? Ele era muito idiota. Uma pequena parte de Sam dizia que não era bem assim, ele tinha tentado e ela não cedeu. Já fazia mais de uma hora que ele não a ligava ou mandava mensagens. Sam não conseguia parar de encarar o telefone, por mais que soubesse que ela não atenderia ou respondesse caso ele a procurasse. Isso era um jogo vicioso. Algo que ela nunca tinha experimentado antes.

I keep going back over things we both said and I remember the slamming door and all the things that I misread”

Sam se deitou, se sentindo levemente fraca. Não sabia se a fraqueza que a invadia era emocional ou física, mas sabia que as duas coisas a acertavam em cheio, mal podendo deixa-la ficar em pé. Ela sabia que, depois de um tempo, as coisas em uma relação mudavam, oscilando entre altos e baixos. Sempre foi normal eles dois brigarem, afinal, se odiavam quando se conheceram e esse ódio foi enfraquecendo com o tempo. Ela não acreditava que do amor para o ódio é só um passo. Amor e ódio são dois sentimentos opostos, mas fortes. Sam nunca teve motivos para odiar Freddie, mas ele correndo o tempo todo da Carly a fazia queimar seu sangue de raiva. No começo, pensou, era apenas ciúmes de Carly. Nunca teve que a dividir com ninguém. Sam demorou bastante tempo para perceber que não era ciúmes que ela sentia de Carly, muito menos raiva de Freddie Benson, mas ela queria loucamente que a atenção dele fosse, apenas e somente, dela. Era esse o ódio de Sam Puckett.

“So babe, if you know everything, tell me why you couldn´t see when I left I wanted you to chase after me”

Ninguém poderia negar, eles se amavam. Freddie, que sempre aguentara a personalidade forte de Sam, sempre se manteve um bom namorado pra ela, e que ela soubesse, nunca a tinha traído. Não tinha mais certeza de nada agora. Talvez ela já tivesse sendo traída há muito tempo. Sam, ao contrário que todos esperavam, também foi uma boa namorada durante os longos 5 anos. Ela não era a melhor, admitia, mas com o tempo aprendeu a ceder para Freddie. Ceder amor, ceder vantagem, ceder medo. Por ser muito controladora, Sam nunca deixou que alguém a conhecesse tão bem e tão profundamente. Às vezes, talvez nem Freddie a conhecesse. Quem sabe, nem ela se conhecesse.

Descendo as escadas com cuidado, Sam andava com Maggie em seu encalço. Ouviu vozes masculinas e imaginou ser de Peter, que não deixava Carly em paz. Peter era até um cara legal, mas Sam nem namorava com ele e já se sentia sufocada. Fez uma nota mental lembrando-se que precisava falar com Carly sobre o namoro dela mais tarde. Enroscou-se em seu cobertor ainda mais sentindo uma brisa congelante e encolheu seus dedos em sua pantufa enquanto descia as escadas. Já eram duas horas da madrugada, e continuava chovendo torrencialmente.

“I said: ‘leave’, but all I really want is you”

— Sai. – Sam resmungou em um sussurro ao notar Freddie deitado no sofá da sala. Freddie, que não tinha percebido que Sam saíra do quarto, ficou em pé rapidamente encarando os olhos duros e magoados de Sam. – Sai daqui. Essa é a última vez que te peço isso, da próxima vez, chamo a polícia.

— Sinto muito. – Freddie falou, encarando o chão. – Mas eu não vou desistir de você.

Sam abriu a boca, mas de lá nenhum som saiu. Em resposta a Freddie, virou-lhe as costas e subiu as escadas de novo, deixando-o para trás, sozinho, confuso e vazio.

“To stand outside my window throwing pebbles”

Toc.

Sam se virou brutalmente para a janela. Achava que tinha ouvido algo, mas logo deduziu que não era nada. Ligou a TV e se deitou em sua cama, aproveitando a sensação boa que vinha com a chuva. Ela simplesmente amava dormir enquanto a chuva caía, e amava ainda mais acordar com o cheiro de terra molhada.

Toc.

Pegando o seu celular, resolveu ler algumas das mensagens enviadas para ela. A maioria não passava de “Eu preciso que você me ouça. Não é nada disso.” e algumas eram apenas perguntando por onde ela estava. Ela ficou tão distraída com Freddie em sua casa quando ela já tinha o expulsado que até se esqueceu de fazer o sanduíche. Agora já não importava mais, pois ela já sentia suas pálpebras pesarem e seus olhos coçarem, em forma de protesto exigindo longas horas de sonos depois de toda a confusão da noite.

Toc.

Mas que diabos era isso na sua janela agora? Sam se levantou querendo gritar de raiva enquanto procurava sua pantufa que tinha jogado em algum lugar do quarto. Ótimo, logo quando o sono chegara algo a puxava de volta para a realidade.

Quando chegou a janela, ficou surpresa por não adivinhar logo quem era. Freddie estava jogando pedras na janela do quarto dela. Quantos anos ele tinha? Oito? Sam sentiu uma aflição por o ver naquela chuva forte, gritando em plenos pulmões o nome dela.

— Para com isso! – Sam gritou pela janela.

“Screaming: ‘I'm in love with you’”

— Não vou! Eu amo você, Sam! – falou Freddie, parecendo abatido e tremendo de frio. – Não vou sair daqui até você me prometer que vai me escutar!

Wait there in the pouring rain, come back for more

— Então você vai mofar aí, Freddie. Eu não quero falar com você. – falou Sam, fechando a janela e sentando na sua cama. Ele não podia ser tão ingênuo assim a ponto de pensar que aquela chantagem emocional iria funcionar com Sam. Logo ela, que sempre foi tão “seca”.

Freddie se calou por uns minutos. Ele não ia desistir de Sam. Desistir dela seria desistir de cinco anos, desistir de tudo que eles passaram, desistir dele mesmo. Ele sabia que, por mais que ela tentasse enganá-lo, ela realmente não queria que ele fosse embora. Iria irritá-la até ela decidir falar com ele. Não podia ser amanhã, ou daqui a uma semana, tinha que ser hoje, agora.

Sam se assustou com o som de batidas fortes vindos da porta. Freddie não tinha desistido ainda. Desceu as escadas rapidamente, estranhando o fato de Carly ainda não ter reclamado de todo esse barulho.

— Carly vai reclamar, porra, vai embora. – Sam falou, abrindo a porta e encontrando Freddie encharcado. Resistiu à tentação de abraçá-lo para matar um pouco do frio que sentia. Ele merecia aquilo.

— Carly não está em casa. Ela saiu há mais de 3 horas, quando foi me procurar.

— Adeus, Freddie. – Sam fechou a porta e subiu as escadas, sabendo o que Freddie faria em seguida.

And don't you leave, cause I know all I need is on the other side of the door”

Sam correu pelas escadas, se atrapalhando com a bolinha vermelha de Maggie que estava no meio do caminho. Chegou a seu quarto e foi até a janela, onde Freddie já estava pronto pra jogar outra pedra. Sam tentou se convencer de que estava ali apenas pela janela, que era de vidro, e estava com medo de que as pedras pudessem quebrá-la, mas seu inconsciente sabia que ela estava ali por que não queria deixar Freddie ir. Ela mal podia olhar para ele, tudo que via era ele beijando aquela ruiva e ela sentia seu coração apertar. A dor era insuportável. De repente, ela desejou parar de amá-lo, se esse era o valor a ser pago.

“And I scream out the window: 'I can't even look at you’”

— Eu não posso conversar com você, Freddie. Eu mal posso olhar para você. – Sam gritou.

— Você não quer me escutar, Sam! Nós nos amamos, nós precisamos um do outro, você não pode simplesmente terminar tudo isso sem me ouvir. – gritou Freddie de volta.

“I don't need you, but I do, I do, I do”

— Eu não preciso de você. – Mas ela precisava, seu coração gritava. – E não fui eu quem terminou tudo, foi você. Foi você que me traiu no nosso 5º aniversário de namoro. Aposto que você nem se lembrou disso, não é? – Sam gritou, mal percebendo que as lagrimas caíam sem parar agora.

— Eu não te traí, Samantha! – Freddie sentia seu corpo se esquentar de raiva, como antigamente quando eles brigavam. – Olha, eu não vou conversar com você pela janela e em gritos. Você me deixa entrar e nós conversamos ou eu fico aqui, embaixo dessa maldita chuva adoecendo e faminto, até você deixar eu me explicar. – Freddie anunciou, agora mais calmo.

“I say: ‘there's nothing you can say to make this right again, I mean it’”

— Nada, repito, absolutamente nada que você diga vai fazer nós ficarmos bem, então faça um favor a você mesmo e vá para casa cuidar da sua vida. – falou Sam, orgulhosa por sua voz sair seca como queria.

— É isso que eu estou fazendo, Sam, minha vida se resume a nós dois, a você.

Sam analisou as duas opções que tinha. Ela sabia que Freddie era determinado, e ele não sairia dali até que ela fizesse o que ele estava pedindo, mas ela não estava preparada para ouvir o que ele iria falar.

I mean it. What I mean is: I said ‘leave’, but baby all I want is you to stand outside my window throwing pebbles, screaming ‘i'm in love with you’, wait there in the pouring rain, come back for more and don't you leave, cause I know all I need is on the other side of the door”

— Entra, ou você adoece. – Sam falou, ignorando o sorriso de Freddie e fechando a janela.

Sam pegou Maggie em seu colo, abriu seu guarda-roupa pegando uma toalha seca e algumas peças de roupa de Freddie que ficavam com ela, em seguida desceu as escadas, sabendo que teria uma conversa definitiva com o Benson.

Abriu a porta, hesitando um pouco. Analisou Freddie dos pés a cabeça, enquanto ele entrava na sua casa. Jogou a toalha e as roupas para ele recuando quando ele tentava se aproximar. Freddie nada disse, apenas tirou suas roupas encharcadas uma por uma. Sam observava Freddie tirar seus sapatos, apoiando-se no sofá para isso. Logo depois, Sam perdeu o fôlego olhando Freddie tirando sua camisa social, exibindo o peitoral perfeito. Ela teve que se segurar para resistir a tentação de passar sua mão ali, como ela fazia quando eles dormiam juntos. Percebendo que a próxima peça de roupa a ser tirada seria a calça, Sam se virou, decidida a não olhar aquilo. Ela andou até a cozinha e preparou um café bem quente e grosso, do jeito que eles dois gostavam.

Retornou a sala e encontrou Freddie já seco e vestido, enrolado no cobertor dela. Maggie estava do lado dele, arranhando sua perna. Sam deu o café para Freddie.

“With your face and beautiful eyes”

— Obrigado. – Ele falou em um sorriso, e ela virou seu rosto, inquieta. Freddie bebeu seu café, analisando Sam. – Podemos conversar agora?

— Não, mas parece que vamos mesmo assim. – Sam resmungou, recuando um pouco mais.

Freddie observou os olhos de Sam, que estavam magoados e sem brilho e se sentiu um monstro por saber que a culpa era dele. Os olhos de Sam eram de um azul profundo, um azul da cor do céu de uma manhã ensolarada de verão. Esses olhos que o fizeram se apaixonar por ela.

— Por onde eu começo? – Freddie coçou a cabeça. Sam levantou uma sobrancelha, com um aspecto de curiosidade. – Aquela garota que você viu se chama Chloe.

— Ah, então agora eu sei o nome de quem eu não queria saber. – Sam sorriu, ironicamente.

— Como eu estava dizendo, eu te esperei por muito tempo no McLaren’s e você nunca chegava.

— Eu fiquei presa no trânsito e tentava falar com você, mas nunca me atendia, ou respondia...

— Eu esqueci meu celular em casa – Freddie se levantou, chegando mais perto de Sam – Eu não te traí, Sam.

“And the conversation with the little white lies”

— Você está mentindo, Freddie. Aquele beijo, aquilo... Foi uma traição. – Sam falou, se segurando o máximo possível para não chorar na frente dele. – Agora vá embora, nós já conversamos.

— Sam... – Freddie reclamou, chegando perto dela.

“And the faded picture of a beautiful night”

Quando Sam percebeu, Freddie já estava com a boca em seu pescoço. O cheiro dele exalava em suas narinas, embriagando-a. Seus corpos se roçavam em um toque de desespero por contato. Ambos queriam isso. Freddie levou sua boca ao encontro da de Sam, invadindo-a sem aviso. As línguas se encontravam, uma seguindo o movimento da outra. O corpo de Sam tinha um calor forte, em que Freddie se aproveitou para se aquecer.

Aos poucos, Sam percebeu o que eles estavam fazendo. Ela levou suas mãos ao peito de Freddie, empurrando-o para longe de si.

— Vá embora. – Ela mandou, abrindo a porta e empurrando Freddie para fora da casa.

Sam saiu de casa, sendo seguida por Freddie. A chuva já tinha parado, o que permitiu que ela se se encostasse ao carro preto de Freddie.

— O que você está fazendo aí? – Freddie gritou. – Sam? O que você tem? – Freddie falou ao perceber que Sam estava perdendo sua cor. Em menos de um segundo, Sam caiu, desmaiada.

“You carried me from your car up the stairs”

Sam tentou abrir seus olhos, falhando inicialmente. Abriu de novo, olhando a face de Freddie. Sam olhou ao seu redor, notando que estava no seu quarto.

— O que aconteceu? – Sam falou, se sentando na cama sendo aparada por Freddie.

— Você desmaiou. Você tá doente, Sam? – perguntou Freddie, preocupado.

— Não que eu saiba, deve ter sido a chuva que eu peguei... – Sam falou, não muito convencida do que dizia. Achou melhor não contar para Freddie que sua menstruação estava atrasada há duas semanas. A menstruação de Sam era certinha, o que dava até certo orgulho pra ela.

Sam estava exausta. Exausta de tentar. Exausta das explicações de Freddie.

— Fala a verdade pra mim, Freddie. O que aconteceu?

Freddie suspirou, derrotado.

— Quando eu cheguei ao McLaren’s, sentei na nossa mesa e te esperei por meia hora. Quando eu estava desistindo, encontrei com a Chloe... Uma ex-namorada minha. – Freddie colocou o dedo na boca de Sam, em protesto. - Não fala nada. No começo eu fiquei feliz, por que não a via há 6 anos ou mais. Mas então ela veio com uma história esquisita dizendo que eu estava mais bonito, e quando eu percebi, ela já estava pregada no meu pescoço, me beijando.

“And I broke down crying, was she worth this mess?”

Sam se levantou, suspirando alto e andando sem parar, decidindo se acreditava ou não. Ela sabia que Freddie costumava ser sincero, mas... E agora? Quem era ele?

— Como eu posso acreditar em você? – perguntou Sam, em meio às lagrimas.

— Você deve acreditar em mim, Sam. Eu marquei o jantar hoje para comemorarmos nosso namoro, não foi assim que eu planejei tudo isso, Samantha. Eu queria poder ter tempo para passar com você. – Freddie pegou as mãos de Sam.

— Você tem noção de como eu me senti, Freddie? Eu me arrumei para você. Eu passei a semana inteira esperando por hoje, ansiosa por esse momento e quando ele chega, eu encontro você beijando outra. Eu entendi que não foi sua culpa, mas... – A voz da Sam sumiu e ela tirou suas mãos da de Freddie.

“After everything and that little black dress”

— Então é isso, Sam. Você é tudo que eu preciso, não tem porquê eu te trair. Você me faz feliz, me completa. – Sam abaixou a cabeça, absorvendo as palavras de Freddie. - Quando eu te vi naquele vestido preto, eu perdi meu ar, o que me fez perceber que mesmo depois de tantos anos, você ainda me surpreende. Eu quero casar com você, ter filhos com você, ter certeza que isso que temos não é só mais uma ilusão adolescente, é amor. É para sempre. “Infinito e além”. – Freddie falou, pegando as mãos de Sam de volta. – Eu sei que você sente isso também. Se você não tivesse olhado aquela cena absurda, ficaria até um pouco ressentido por achar que eu te traí. Eu nunca te trairia porque você já é tudo que eu preciso. Eu sinto sua falta quando você está longe, e penso em você o tempo todo. Então, vou pedir, dá pra confiar em mim e no meu amor? Eu amo você.

“After everything I must confess”

Sam se sentia confusa, mas ainda sim, perfeitamente bem. A dor parou, avisando-a que Freddie estava dizendo a verdade.

— Eu... – Sam falou, mas sentia falta da sua voz instável – Eu amo você. Desculpa, mas é que hoje deveria ser especial para nós e acabou acontecendo tudo isso.

Freddie deu seu sorriso torto que faria qualquer garota ir à loucura. Sam o abraçou, apertando seu corpo contra o dele com força. Ela se sentia completa novamente.

— Hoje é especial. – Freddie falou, enigmático.

— Como assim? Hoje foi uma droga. Nós brigamos, eu desmaiei, você quebrou minha janela. E você provavelmente vai ficar doente.

— Não me importo, você vai cuidar de mim, de qualquer jeito. – Freddie falou, dando um selinho em Sam. – Tenho que te perguntar algo.

Sam assentiu com a cabeça, sem entender. Freddie remexeu os bolsos de seu casaco procurando alguma coisa. Quando encontrou, se ajoelhou e o coração de Sam palpitou feito um louco. Ela já sabia o que ia acontecer. Um sorriso involuntário surgiu no rosto de dois.

— Quer casar comigo, princesa Puckett?

“I need you”.


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Notas finais do capítulo

O que acham? :3