As crônicas de Nárnia - Feiticeira verde escrita por Isa Holmes


Capítulo 11
Esperança?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Acareciei os cabelos de Lúcia várias vezes e me controlei para não cair em prantos.

Como pôde me trair? – ouvi Kathryn vociferar. Desviei os olhos da garota em meu colo e a vi. Seus olhos queimavam em fúria – Vocês todos irão morrer!

A mulher, que ardia em ódio, elevou seu cajado. Seus lábios se contorceram em um sorriso malicioso e então ela começou a gritar. Kathryn estava pronta para a sua mais doce vingança, e, por mais que eu quisesse, não conseguia me mover. Minha única reação fora abraçar Lúcia, fechar os olhos, e esperar pelo pior.

~ POV Edmundo ~

A feiticeira estava raivosa. Gritava como louca, flamejava de ódio como fogo.

Quando ela apontou o cajado para a direção de minha irmã e Rilian, tive uma reação rápida. Corri até a mulher, antes que ela pudesse machucar mais a minha irmã, e a derrubei. Pressionei, então, a espada de Pedro em seu peito, em seu coração congelado.

Desta vez era eu quem ardia em ira.

Edmundo, o colar! – ouvi alguém gritar.

E então, enquanto Kathryn tentava arrancar a espada do seu corpo, arranquei o colar.

Não! – gritou ela. Seu berro parecia ecoar pelo vazio. Sua voz soava prolongadamente.

Recolhi a espada de seu peito com um certo esforço. Sangue brilhava na lamina de metal.

Então deixei a espada de lado e me afastei.

Seu corpo começou a arder em chamas. Kathryn tinha um ar de arrependimento. Seus olhos exprimiam o vazio e seu rosto o abatimento. Logo seu corpo esculpido por anjos começou a virar cinzas, a qual foi levada pelo vento.

Ignorando o que havia acabado de se passar corri para perto de Lúcia.

– Ela está bem? – perguntei agachando ao lado dos dois ali.

– Eu acho que sim. Talvez tenha desmaiado. - murmurou Rilian ­- Quando Lúcia tentou arrancar o colar de Kathryn, ela a jogou longe. Talvez tenha batido a cabeça na pedra com força, ou a feiticeira possa ter lançado uma magia forte nela, afinal de contas, não vejo nenhum ferimento em sua cabeça.

Rilian olhava para Lúcia como se ela fosse algo precioso. E ela é. Para mim ela é preciosa. Lúcia era minha irmãzinha que eu não iria deixar morrer. Ela era minha, e não da morte.

Peguei o antídoto da bolsa de Lúcia e pinguei uma gota na sua boca. Então olhei para trás e vi. Vi que as ninfas tinham sido libertadas. Todas se divertiam enquanto Pedro e Eustáquio demonstravam-se fascinados. Os dois garotos estavam com cara de bobos. Era um tanto engraçado olhar para eles daquele jeito. Não demorou para que as belas moças se despedissem enquanto acenavam para nós, rapazes.

Depois que Pedro e Eustáquio deixaram de ficar deslumbrados por aquelas ninfas, eles se aproximaram de onde Rilian, Lúcia e eu estávamos. Olhei para Rilian novamente. Seus olhos lacrimejavam e seu rosto estava um tanto vermelho. Parecia estar segurando choro.

Lúcia ainda não havia acordado. Apertei o frasco na minha mão e achei melhor não abusar do antídoto. Decidi então não dar novamente. Talvez tivesse outra solução. Pelo menos, graças a Deus, Lúcia estava respirando e tinha pulso.

– Que vamos fazer? – perguntou Rilian.

– Acho melhor voltarmos para Cair Paravel.
– Edmundo, acho melhor não – Pedro tocou meu ombro – Já está anoitecendo, seria melhor dormirmos aqui, e amanhã de manhã partimos logo cedo.

Olhei para o céu e suspirei.

— Tudo bem.

Eustáquio sugeriu que ficássemos na caverna que a feiticeira havia frequentando. Todos concordaram, afinal de contas, não tínhamos muitas opções, e o céu estava ficando completamente nublado.

Pedro e Eustáquio foram na frente, onde eles encontraram dois unicórnios. Minhas evidencias indicavam que meu irmão já os conhecia.

Rilian pegou Lúcia no colo.

– Você gosta dela, não é? – sussurrei.

– Bem... Acho que sim – ele sorriu – Foi tudo tão rápido. Quando olhei para ela... Eu simplesmente me apaixonei. E tudo indica que ela também.

Não posso mentir. Eu até que fiquei feliz por Rilian gostar de Lúcia. Pelo menos ela receberia amor verdadeiro. Ele não é uma pessoa que a abandonaria, e sim uma pessoa que caçaria todas as estrelas do céu só para deixá-la feliz.

Quando entramos na caverna, um dos unicórnios estava acendendo a lareira com seu chifre. Como aquela entrada principal era grande, tinha lugar para todos. Os dois animais deitaram em um canto confortável. Pedro estava averiguando um pouco mais aquele lugar. Já Eustáquio disse que havia um quarto no lugar. Decidi então que seria melhor que Lúcia ficasse nele. Todos concordaram. Rilian levou Lúcia até o cômodo. Claro que fui junto. Não queria ficar longe dela, a preocupação dominava minha cabeça. Logo acomodamos minha irmã na cama. Ficamos lá, eu e Rilian, quebrando a cabeça e tentando entender o que poderia desfazer aquilo. Não demorou para que começasse a chover.

Depois de alguns minutos de raciocínio, Pedro foi ao quarto e nos chamou. Meu irmão parecia ansioso. Estava surpreso. Disse que havia alguém que sala que queria nos ver.


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