Meninos de Elite escrita por Gabriel Golden Fox


Capítulo 2
A Harpia Secreta


Notas iniciais do capítulo

Kellan tenta se manter forte, mas é na dor que ele acha um certo conforto e força para seguir em frente e aceitar o que a vida lhe der...
Música para escutar: "The One" - Shakira



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Kellan, ainda agarrado na agente, aproveitou que ainda estava em pleno ar para relaxar. Mas ele começou a pensar o que iria acontecer dali em diante com ele. Quem eram aqueles agentes? Para aonde aquele casal iria levar ele e os alunos do seu colégio? Até aonde a explosão iria? Ele então resolveu arriscar.

– Onde estão levando a gente?! – ele gritou, porque as hélices do helicóptero faziam com que sua voz virasse quase um sussurro.

– Para um lugar seguro! Onde as chamas nunca vão chegar! – gritou a mulher.

– Mas aonde, especificamente? – Kellan queria todos os detalhes.

– Não podemos contar! – gritou a mulher novamente.A mulher tinha pele branca e cabelos ruivos, assim como o homem. Na opinião de Kellan ambos eram irmãos. Estavam de óculos escuros e usavam uma escuta na orelha. As roupas eram quase uniformes de super-heróis. De cor azul escuro com detalhes cinza. Eles também tinham armas. Cada um tinha uma pistola Kimber 45. Kellan estava com um pouco de medo do que podia acontecer como a corda e os ganchos que os sustentavam em pleno ar no helicóptero se soltassem. Mas a viagem estava demorando tanto que ele pegou no sono. E Kellan acordou com as seguintes frases:

– Ele tem um bom físico. Se prepararmos ele bem... Ele já acordou Isaac! E lá estavam três jovens rapazes encarando Kellan.

– Então, como você se sente? – perguntou um dos rapazes.

– Tirando o fato de quase 30 trinta alunos morrerem numa explosão e que eu podia ser um deles... Sim, estou bem. Mas quem são vocês? – perguntou Kellan.

– Eu sou Isaac. E esses são Nick e Phillip. Você é Kellan, certo? – perguntou Isaac. Kellan confirmou que sim com a cabeça. Quando olhou em volta, percebeu que estava deitado na cama debaixo de um beliche. Na verdade, ele estava numa espécie de quarto, com 12 beliches.

– Onde é que eu estou? – perguntou Kellan.

– Aqui, meu caro visitante, é a Base Aérea Harpia Secreta – disse Phillip.

– Apenas os líderes dos países possuem o conhecimento dessa base aérea. E é por isso mesmo que você, o nosso presidente e todos dessa base estão em perigo. Vem comigo... – disse Isaac. Isaac parecia ser uma boa pessoa. Na verdade, os três rapazes pareciam serem boas pessoas. Isaac tinha olhos castanhos, pele parda e seu cabelo eram negros, feito pretóleo.

Phillip tinha cabelos bem negros e olhos verdes, que pareciam esmeraldas.

E Nick tinha cabelos castanhos bem claros, quase loiros, e olhos azuis.

Como estava totalmente cativado pelos rapazes, e sem saber aonde ir, Kellan resolve seguir eles. Só depois Kellan viu que cada um tinha bainha de couro, que guardava uma Majestic. Kellan ficou encarando aquelas facas, impressionado. Assim que saíram daquele quarto, Kellan logo deu de cara com 12 helicópteros Boeing CH-47 Chinook, 12 helicópteros AH-64 Apache, 12 aviões Aeritalia G-222 e 12 aviões Tupolev TU-160 Blackjack. Eram pessoas armadas por todo lado, andando, correndo, conversando, levando documentos ou entrando em alguns dos aviões. Kellan olhava tudo aquilo maravilhado. Cada soldado era representante de um país. Várias culturas misturadas era quase uma aldeia. Uma nação bem pequena e muito bem armada.

– Por que chama essa base de Harpia Secreta? – Kellan perguntou.

– Essa base aérea possui um formato de uma harpia quando vista por cima. Só dá pra ver quando estiver pilotando um helicóptero ou um avião. E não dá pra achar nossa localização pelo Google Mapas. Mas depois daquele incidente, ficamos expostos... Você vai entender – disse Nick. Kellan já tinha ficado bem surpreso com o lugar, mas ele ficou mais ainda quando viu um robô mecha enorme. Bem na cabine, onde o piloto comanda o robô, tinha um punho fechado, como se fosse um soco.

– Nossa! De quem é isso? – Kellan perguntou surpreso.

– É meu... Legal, né? – disse Phillip, com muito orgulho.

– Encomendado diretamente do Japão. E Phillip ficou histérico quando ganhou isso de presente – disse Isaac. Ambos riram. Eles levaram Kellan para um prédio na base, para um gabinete grande, com um senhor que parecia ser o capitão daquilo tudo. Era um senhor de 53 anos, usando um tapa-olho, deixando a deduzir que ele tinha dois olhos azuis bem claros. Cabelos brancos, feito uma pérola. E as rugas o deixavam mais bonito. Tinha vários distintivos na sua roupa verde claro. E, junto dele, tinha os alunos sobreviventes do acidente. Eram quatro meninos e uma garota. Kellan estranhou aquela cena.

– Kellan Asleep, certo? – disse o senhor.

– Como sabe quem eu sou? – perguntou Kellan espantado.

– Coletamos uma gota de sangue sua e descobrimos seu nome... Nem precisa agradecer... – disse Phillip.

– Kellan, eu gostaria de lhe dar uma proposta. Se você aceitar... – o senhor iria terminar, mas Kellan logo interrompeu dizendo:

– Desculpe, mas como assim uma proposta? O que está acontecendo? Quem é o senhor?

– Eu sou o Capitão Glock. Dono da Base Aérea Harpia Secreta. Seus colegas já sabem do que eu quero falar e, de acordo com a situação de vocês... Bem, não vejo muitas opções.Kellan ainda se sentia confuso. Que situação é essa que eles falavam tanto?

– Tem haver com a bomba que caiu?

– Exatamente. Ela destruiu todo o estado de Ohio... – disse um dos meninos.

– Sendo assim... Não temos nem casa, nem família. Por isso fizermos um acordo com o Capitão Glock – disse a garota. Kellan ainda estava em choque, quando ele se lembrou do tal acordo.

– Antes de se iniciar a colheita de bombas, o nosso presidente estava ciente de que, se algo acontecesse com qualquer bomba, iria iniciar automaticamente uma nova guerra mundial – disse Nick.

– Porém, nosso hacker descobriu como eles pretendem atacar o presidente, que seria matando ele e explodindo toda Washington. Iniciando assim uma nova era de puro caos – disse Isaac.

– E provavelmente, eles querem a bomba de volta, que por ironia, estão aqui? – disse Kellan, se esforçando pra não chorar pela perda.

– Resumindo, sim. E é claro, queremos colocar ordem no mundo novamente – disse o Capitão.

– E o que eu tenho que fazer? – perguntou Kellan.

– Primeiro, queremos que você vá descansar. Amanhã iremos ensinar a vocês seis como é o meu plano. É só isso. Podem voltar para seus aposentos – disse o Capitão Glock.Depois de sair da sala, Kellan se tornou frio. Como se não tivesse coração. Sem sentimento. Nem o robô mecha lhe alegrou. Foram para o quarto, onde Kellan tinha acordado. No quarto eram Kellan, os meninos, Isaac, Phillip, Nick e alguns outros soldados. Kellan estava na cama de cima, assim como Isaac. Kellan fazia uma força pra não chorar. Controlava-se ao máximo, mesmo quando seu coração apertava de amor, saudade e dor.

– Eu nasci em Israel. E lá sempre acontecem guerras por poder. E foi em uma dessas guerras que explodiram minha casa. Por sorte eu não estava em casa, mas meus pais sim... Depois que eu me alistei na aeronáutica e vim aqui, prometi para mim mesmo que eu seria uma pessoa forte. Não iria mostrar fraqueza. É o que você está fazendo agora... – disse Isaac. Kellan escutava aquilo tudo, quieto. Absorvendo cada emoção oculta que cada letra tinha. E Isaac continuou:

– Isso não te deixa mais forte. Mais frio, talvez, mas nunca forte. Então, chore o quanto puder, porque, às vezes, chorar é só um alívio de nossos fardos... Quando as luzes se apagaram, minuto depois, lá estava Kellan no banheiro, chorando muito, mas em silêncio. Era um alívio grande. A morte de seus pais abriu um sentimento enorme de raiva, culpa e saudade. Ele gostaria de ter dito mais vezes "eu te amo", "obrigado, mãe e pai" ou coisas do tipo. E quando Isaac lhe deu um abraço, tudo ficou melhor. Kellan tinha acabado de chegar e já tinha alguém pra chamar de irmão. Mas no dia seguinte, Kellan e os meninos não iriam ter moleza com seus tutores.


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