Imprinting escrita por Ana Flávia Mello


Capítulo 32
Capítulo 16 - Jacob


Notas iniciais do capítulo

Promessas são tão frágeis como vidro. | Boa leitura, não esqueçam de comentar!



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As semanas passaram.

As coisas estavam mais calmas, porém eu ainda não sabia lidar com aquilo tudo. Ninguém da escola soubera, além de Kim, Quil e Seth. Leah ia normal para a faculdade e voltava. Sue queria que tudo ficasse bem para aquele bebê. Eu também.

Eu nunca mais tinha visto Renesmee. Ela simplesmente sumira do mapa. Um dia desses, me lembro de que a vira em um vídeo na internet, treinando como líder de torcida. A bandeira dos Tigers estava atrás, e ela tinha metade do rosto pintado.

Talvez ela estivesse bem, e isso me fazia feliz. Não que a tivesse deixado, jamais. Mas ela feliz era algo que eu poderia conviver.

Agora eu passava o dia todo em casa sem fazer nada, além de estudar e ver televisão.

Ouvi barulho de carro no quintal, e depois batidas rápidas na porta. Com muita preguiça, me estirei até a entrada.

Quando abri a porta, quase morri de susto.

– Renesmee?

Ela enrolou o cabelo e o prendeu com um grampo.

– Oi, Jacob.

– O que está fazendo aqui?

– Vim pegar uma coisa minha. – Ela disse de um jeito formal.

– O que pode ter seu aqui? – Indaguei.

Renesmee suspirou e se apoiou na porta.

– Não lembra que eu deixei aqui um vaso mais ou menos desse tamanho – ela fez o formato com a mão –, rosa e florido, parece um cestinho de lixo. De metal.

Ah.

– Ué, você quer de volta? – Tinha sido um presente que eu tinha dado a ela antes de começarmos a namorar. Lembro-me que ela esquecera na garagem no dia que nos beijamos pela primeira vez. Eu tinha guardado o pote na cozinha.

– Não, Jacob, eu vim até sua casa para ficar olhando para sua cara. – Rebateu. – Posso entrar para pegar ou você faz o favor?

Renesmee estava tão fria comigo, que doía. Eu sabia que merecia isso, mas mesmo assim ainda machucava.

– Eu pego.

Fui até a cozinha e peguei o pote que estava em cima da mesa. Coloquei a tampa transparente e voltei para a sala.

– Tá aqui.

Ela puxou o pote da minha mão.

– Então, obrigada. – Ela não sorriu. – Acho que é só isso.

Enquanto ela dava meia volta, eu segurei seu braço.

– O que é?

– Você está mesmo namorando ele?

Renesmee puxou o braço e fez cara feia.

– Acho que minha vida não te interessa mais Jacob. – Ela parou de andar de novo. – Como está o bebê? E Leah?

– Acho que bem.

– Que ótimo.

Ela entrou no carro de novo e me deixou na chuva, sozinho.


É claro que eu não esperava nenhum tratamento melhor vindo de Renesmee. Mas o jeito indiferente como ela me tratava, era como se ela não se importasse mais comigo.

Será que ela tinha me esquecido?

Era bem provável.

E porque eu ainda não a tinha esquecido? Depois de tudo o que Renesmee passou, depois do tudo o que eu a fiz passar, ela nunca iria voltar para mim. Porque eu ainda me prendia a ela, como se ela fosse tudo o que me restava?

As únicas coisas que me ainda restavam era esse bebê, e... Talvez minha família. Talvez nem eles me quisessem mais.

Meu pai voltara a me tratar direito alguns dias antes, mas nada especial. Ele ainda fazia questão de me lembrar a cada segunda da “grande responsabilidade” e sei lá mais o quê que agora eu tinha em mãos. Talvez fosse um plano dele e Sue, porque de vez em quando enquanto estava com Leah, eu a escutara resmungando sobre isso.

Eu passava muito tempo com Leah agora. Não porque curtíssimos a companhia um do outro, mas porque não tínhamos mais onde ficar.

Sam não a queria por perto, ela não aguentava mais ficar ouvindo as coisas da mãe e nem eu aguentava mais ouvir as coisas do meu pai e de minhas irmãs. Um ao outro era só o que nos restava.

Meus amigos ainda falavam comigo, pelo menos alguns deles. Mas só na escola, já que eu recusava sair de casa. Kim e Seth saíram do grupo quando Seth revelou a gravidez. Agora eles andavam com Mike e Vivian, que os acolhera de bom grado. Quil tinha começado a namorar Margaret, a amiga de Renesmee, e agora vivia indo na Carriot para visitá-la.

Ele que me dizia o que parcialmente acontecia por lá.

Parece que Renesmee e Riley tinham começado a namorar mesmo. Mas ele não podia me dizer com certeza, porque segundo Margaret, nem ela sabia mesmo o que se passava entre aqueles dois. A única coisa que podia contar é que ele se tornara parte do grupo de amigos de Nessie e que eles andavam praticamente colados todo dia. Isso já era o suficiente para mim.

Talvez fosse coisa minha, talvez não.

Perguntava-me se um dia ia voltar a ser amigo dela. Eu acho que não. Mas Nessie era uma pessoa tão boa. Ele perdoara Riley. Queria saber se tinha perdoado seu pai. Eu não tinha. Eu nunca iria perdoar o pai dela.

Agora eu via como minha vida teria sido se eu tivesse terminado tudo no dia em que soube quem era o pai de Renesmee. Eu não aguentaria passar um dia sem ela.

Escutei a porta bater, e Leah entrou, balançando o cabelo.

– Oi – disse-me.

– Você podia pelo menos bater – falei.

– Seu pai falou que sou de casa – Ela sentou-se ao meu lado.

Que ótimo. Não sei se Leah sabia o quanto sua presença podia incomodar uma pessoa.

– Mexeu hoje pela primeira vez – ela sorriu. Olhei nos olhos dela. Tinham um brilho diferente, mais vivo.

– Sério? Legal. – Tentei sorrir.

– Não quer sentir? – Ela perguntou.

Levantei a sobrancelha.

– Leah, não tô no momento. – Disse.

Ela suspirou.

– Que houve?

– Renesmee tevê aqui. – Resmunguei.

– Ela veio fazer o quê?

– Pegar um pote rosa que ela deixou aqui.

– Ah. – Leah se levantou e foi até a cozinha. Depois ela voltou correndo, com os olhos arregalados.

– O que foi, Leah? – Perguntei.

Ela piscou.

– Era um pote rosa florido que tava em cima da mesa?

– Sim, mas...

Antes que eu terminasse ela deu de ombros e relaxou.

– Esquece, pensei que fosse o meu.

– E você tem um daquele?

– Parecido.

Suspirei e deitei minha cabeça no encosto do sofá.

– Ah, Jacob, não fique assim. Mostre que você pode superar! Ela já superou.

– Eu não consigo.

– Claro que consegue!

– Não, eu não consigo e para com isso. Não tente ser legal.

– Estou tentando ajudar. – Ela gemeu. – Jacob, nosso filho mexeu pela primeira vez hoje. Você não acha que isso é mais importante do que suas birras por causa de uma ex-namorada?

Ela estava certa. E eu sabia disso. Mas eu não tinha essa coisa de paternidade, eu sinceramente não via nada demais em um chute de bebê. Todo bebê chutava, ué. Mas para ela parecia ser uma grande coisa.

– Você está certa. – Falei.

– Me promete uma coisa? – Ela sentou mais para perto de mim. – Eu não quero ver você mal, por mais que você não acredite em mim. Então, prometa.

– Prometer o quê?

– Que você vai esquecê-la. Para o seu bem.

Bati a cabeça na parede. Era uma promessa difícil, porém era o que eu precisava. Eu não podia ficar ligado em Nessie para sempre. Talvez somente palavras não bastassem para desligá-la de mim, mas seria um começo.

Respirei e disse com a maior firmeza que pude:

– Eu prometo.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pela demora, é que minhas provas começaram e está tudo uma loucura! Estou tentando conciliar escola, vida social e fanfics ao mesmo tempo, está quase impossível! Aliás, agora eu estou escrevendo outra fanfic, chamada RipTide ( http://riptidefanfic.tumblr.com/ ) e além dessa eu tenho que escrever ela! Hahaha espero que tenham gostado do capítulo, e leiam minha segunda fanfic!
Adoro vocês.



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