Arquivos Perdidos - O Inicio Do Caos escrita por Silvano Kyomaro Junior


Capítulo 11
Capítulo 11 - Revelações


Notas iniciais do capítulo

mais um capitulo... boa leitura e mais uma vez desculpem o atraso...
como o nome diz, tem muitas revelações nesse capitulo... espero que gostem e nao se esqueçam de deixar comentarios... (y)



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Minha visão está embaçada. Não sinto mais a dor no tornozelo. A dor foi tão grande que de alguma maneira meu cérebro a ignorou. A barra da minha calça está queimada até o joelho. Ainda estou correndo sem rumo na floresta, de alguma maneira quero chegar ao meu esconderijo, mas não tenho ideia para qual lado ele esteja. Ticia ainda fala comigo pelo fone, mas parei de prestar atenção faz um tempo. Quanto tempo, eu não sei dizer, não sei dizer nem quanto tempo estou nesta floresta.

Bem que eu gostaria de estar lamentando pelo que aconteceu na última semana. Gostaria de lamentar por ter me descuidado e visitar o planeta Terra, ter me descuidado e deixar Pittacus me vigiar. Por ter lutado e apagado as memorias do meu irmão. Por ter manipulado Ticia em prol dos meus interesses. Por ter matado aquele lorieno...

Bem que gostaria de estar me lamentando. Mas eu não nasci para isso, tenho em mente que nasci para algo maior. Muito maior. Não sei o que. Ainda não sei o que. Mas sei que nesse plano de vida não tem lamentações.

Minha visão e consciência volta aos poucos, meu esconderijo fica floresta a dentro, por isso gravo pistas nas arvores para poder encontrar o caminho. São pequenas marcas em forma de círculos que deixei nos troncos ao redor de 50 metros da entrada. Também tem outra marcação em forma de X que mostra a saída, estes estão colocados a 50 metros da saída da floresta. Assim quando estiver perdido posso sair da floresta rapidamente.

Sigo o caminho de volta para o esconderijo. Seguindo sempre os símbolos circulares chego em terreno conhecido, a partir daqui consigo me guiar sem usar as marcações.

Chego na "toca'' e vou olhar a hora. São 16h30min, isso quer dizer que se passaram mais de 4 horas desde o incidente com o lorieno de trança. Resolvo dar uma checada nas gravações de voz que Ticia deixou para mim.

"Set... Atende estou preocupada"

"você deve estar ocupado, não vi o que aconteceu, mas parece que um cidadão morreu. Não sei que tipo de animal faria isso, mas a espinha dele foi arrancada e a polícia acha que foi você. É claro que não acreditei, mas eles parecem estar convencidos. Ainda bem que te conheço e sei que você não fez e nunca vai fazer uma coisa dessa."

"Set, quero muito te ver. Mas vou seguir a promessa e continuar de olho no Pittacus."

Algumas eu resolvi pular por que não era do meu interesse. Até que uma me chamou realmente a atenção:

"Estou ajudando Pittacus, ele desmaiou na rua. Seus pais não apareceram e eu estou levando ele para sua casa. Muita gente desinteressada nem ligou. Alguns já me conhecem então eu consegui disfarçar. Vou chegar na sua casa em alguns minutos. Quando for seguro te faço outra ligação" eu olho a hora em que a mensagem chegou, dez minutos atrás. Ela ainda deve estar na casa.

Decido mandar uma mensagem de texto. Sento em frente ao computador e digito:

– Aqui é Setrákus, ligue a macro câmera agora. - segundos depois vem a confirmação com a voz dela e a imagem se reflete nos meus monitores, formando uma imagem gigante. Consigo ver todo o quarto da minha mãe. Por um segundo me pergunto por que eles estavam ali. Mas depois me vem a lembrança de que o quarto dele foi destruído. Não queria lembrar daquilo, não naquele momento. - Ticia, tente achar meus pais.

– ok - ela diz. Eu posso ver o que ela vê, foi fácil guia-la pela casa. Até onde estavam meus pais.

– espere! - eu digo quando ela entra no cômodo onde eles estão. - não deixe eles te verem. Mas mire a câmera para que eu possa escutá-los - ela faz o que eu mando e começo a escutar a conversa.

– Não, vou autorizar isso e ponto final - meu pai diz e depois dá um soco forte na bancada. Eles estão um de frente para o outro.

– Pense bem Barbath - ela olha para baixo - ele é meu filho e também é seu. Não podemos fazer isso. Acima das lei existem o amor paterno e materno. - "ele" quem? Será que estão falando de mim ou do Pittacus.

– Como se isso valesse para você. As leis se submetem também aos meus filhos. Na verdade elas se aplicam a todos de Lorien. E eu no cargo importante que estou não posso perdoar só por que ele é meu filho. Sendo que nem certeza disso eu tenho também.

– O que você está querendo dizer? - ela pergunta agora em tom de ameaça.

– Você sabe muito bem o que quero dizer. - ele responde sem hesitar

– Você viu a destruição do quarto, se ele não é seu filho como ele tem aqueles legados?

– Até parece que isso prova alguma coisa. As crianças de Lorien não precisam herdar os legados, filhos de simples comerciantes podem ser os "escolhidos" e ganhar os legados com o tempo. Ninguém em Lorien sabe como essa escolha é feita. Mas se for essa a questão, você também tem legados, e se você quer dizer que ele herdou, pode muito bem ser de você. Ou pior... - ele toma uma pausa para respirar e quando volta a falar, minha mãe o interrompe.

– Ou pior? Não diga o que eu acho o que vai dizer. - também já sabia o que ele iria dizer.

– Ou ele pode ser seu filho junto com outro membro da Garde. Deve ser por isso que ele e Pittacus são tão diferentes fisicamente. - ele estava falando de mim. Foi a gota d'agua para minha mãe.

– Não sou obrigada a ficar escutando essas coisas sobre mim. Vou começar a procurar meu filho que deve estar por ai escondido com medo e sozinho.

– Você acha que não sei aonde você está indo, não é? Eu sei que você está indo procurar Lorath. Ele que é o verdadeiro pai do Setrákus não? - ele sai pela porta e minha mãe sobe para o quarto. Ela encontra Ticia na escada, tomara que ela tenha uma desculpa muito boa por que estou muito perturbado para pensar agora.

– Ticia... - minha mãe estava sem palavras, não sabia se Ticia tinha ouvido ou não a conversa constrangedora.

– Sr.ª Adrian, Pittacus me falou para buscar agua. Desci agora para buscar, aconteceu alguma coisa com a senhora? - ela aprendeu a mentir e disfarçar bem. Saiu de uma situação que eu não conseguiria.

– Ah sim. - ela suspirou aliviada, parece que acreditou na desculpa. - tem agua ali na cozinha. Pode pegar. - Ticia já estava indo para a cozinha quando Adrian a chama - Ticia, cuide de Pittacus um pouco, tenho que sair.

Ticia sabia onde minha mãe estava indo, eu sabia e meu pai estava certo, ela iria atrás do Lorath.


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Pittacus estava desacordado, e Ticia de olho nele. Eu resolvi descansar um pouco. Fui ver as notícias e estava passando ao vivo um informe sobre a misteriosa morte de um jovem.

O jornalista estava eufórico, no fundo uma cena de crime cheia de gente da perícia.

Um lorieno que eu reconheci logo de cara se aproximou examinou o corpo, colocou a mão sobre a boca. O jornalista correu para tentar uma entrevista. O lorieno de cabelos perfeitamente lisos até o ombro, pele morena e olhos castanhos, vestia uma roupa formal e não hesitou ao chamado do jornalista.

- Senhor, uma declaração para a imprensa. - o jornalista estava se debatendo no meio dos outros que também queriam uma entrevista.

    - Sim, tenho todo tempo de mundo. - aquela voz era grave e direta.

    - Bom, o que o senhor tem a falar sobre esse crime? Como chefe geral do departamento de investigação o que tem a falar sobre o assassinato do seu filho?

    - Quero falar que o monstro que fez isso não vai sair desa situação numa boa. E digo mais, vou me entregar 24 horas nesse caso.

    - Entao, estamos vendo aqui um caso de conflito de interesses. - o jornalista não perdeu a oportunidade. - e além do conflito de interesses temos tambem um certo abuso de autoridade?

    - Do que você está falando? - ele parecia não entender o jornalista que estava tentando conseguir uma noticia bombastica.

    - Você mais do que ninguém deveria saber que este é um caso em que você não poderá trabalhar. E se continuar insistindo vai estar abusando da sua autoridade e burlando as leis supremas, criadas por você mesmo. - o jornalista queria terminar com grande estilo, então elevou o tom e disse ironicamente - O grande Ancião do norte. Mestre da comunicação e investigação também foi o criador das leis supremas. Que direito você acha que tem para não se submeter à elas? - com esse final o lorieno elegante ficou muito desconfortavel. O pior de tudo era que o jornalista estava certo, ele não poderia intervir nas investigações. Se aquele era mesmo seu filho, ele ficaria de fora das investigações.

    - Quem é você para me dizer quem sou? estou ciente das leis - ele tentou disfarçar o nervosismo. Se não fosse esse jornalista a maioria das pessoas nem iria perceber. - como o senhor mesmo disse, foi eu quem as criei. Para evitar o conflito de interesses vou designar um investigador competente para esse caso. - o jornalista não perdeu outra oportunidade e disse:

    - Então quando se trata de seu próprio filho, agora sim vai designar alguém competente? e as outras vitimas? Nem todo mundo desse planeta é seu filho.

    - Você sabe que não quis dizer isso e não coloque palavras na minha boca. - ele estava elevando o tom da voz. percebi que a coisa iria esquentar. - até hoje em Lorien nenhum assassino ficou impune. Esse planeta pode ser pacifico, mas sempre tem alguem desse tipo. E aviso mais uma vez. Abandono esse cargo se esse assassino ficar impune... - o segurança interrompe seu discurso e fala alguma coisa em seu ouvido. - Obrigado pelas perguntas, agora tenho compromissos. - ele se vira e os seguranças seguram os jornalistas mais eufóricos.

    - Senhor Lorath, só mais ma pergunta... - mas ele já estava longe demais para escutar. O jornalista se vira para a câmera e termina com uma frase  de efeito. Masnão presto atenção nele. Antes da transmissão ser cortada eu vi Lorath saindo de perto das câmeras e cumprimentando com um forte abraço uma mulher. - Mais informações em breve.

A imagem volta para o estudio do canal. E fico ali refletindo sobre os últimos acontecimentos.

Minha mãe realmente foi atrás do Lorath. O lorieno morto era filho dele. E se meu pai estava certo, eu posso ter matado meu irmão.

    "Não entendi uma coisa. Seu pai desconfia que você não é filho dele. Mas ele acha que Pittacus é. Isso não é possivel. Vocês são gemeos, como podem ser filhos de pais diferentes?" a voz de Ticia me assusta. Vai demorar pra me acostumar com sua voz vindo no fone a qualquer momento.

    - Tambem não sei. Não tenho certeza mas acho que ele está certo. - resolvo organizar minhas coisas. Pego minha arma e coloco no meu "inventário". Quando procuro o meu bastão percebo que ele não está comigo. - DROGA - eu grito.

    "o que foi?" ticia pergunta.

    - Não foi com você. Tomei um choque aqui.

    " toma cuidado. tenho que desligar, Pittacus está acordando"

Resolvo ir dormir um pouco. Amanha vou procurar o bastão pela floresta. Se não estiver na floresta o pessoal da investigação já deve ter as minhas digitais.


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Notas finais do capítulo

aguardem o próximo (y)



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